39 Jesus contou
uma parábola
aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40 Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre. 41 Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho? 42 Como é que você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando você não vê a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão.”
Os atos revelam a pessoa -* 43 “Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons; 44 porque toda árvore é conhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem se apanham uvas de plantas espinhosas. 45 O homem
bom
tira
coisas
boas
do bom
tesouro
do seu coração, mas o homem mau tira do seu mal coisas más, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio.”
Comentário:
* 37-42: Cf. nota em Mt 7,1-5. Lucas
salienta que as relações numa sociedade nova não devem ser de julgamento e
condenação, mas de perdão e dom. Só Deus pode julgar.
* 43-45: Assim
como as árvores são conhecidas pelos frutos, do mesmo modo os homens são
conhecidos pelos seus atos.
O Evangelho deste domingo continua e conclui o “sermão da
planície”. O texto apresenta três pequenas parábolas, a do cego, a do cisco no
olho e a da árvore e seus frutos. As duas primeiras são um questionamento a
respeito do julgamento que as pessoas tecem sobre os outros. Lucas mostra
claramente que devemos ter muito cuidado ao julgar. Um cego não tem como guiar
outro cego. Não dá para guiar os outros enquanto não consegue guiar a si mesmo.
O verdadeiro guia é o Mestre que deve guiar a conduta dos seus seguidores. Há o
perigo de os discípulos também se tornarem cegos, à medida que não conseguem
distinguir os verdadeiros valores do Reino de Deus. Antes de pretender tirar o
cisco do olho do outro, é preciso tirar a trave que está no próprio olho para
enxergar bem. A terceira parábola, a da árvore e seus frutos, revela a pessoa a
partir das suas ações. A exemplo da árvore, a pessoa pode ser conhecida pelos seus
frutos. Quem tem consciência justa e reta, realiza atos justos e retos. O
Evangelho de hoje é uma reflexão das primeiras comunidades sobre o ser mestre e
discípulo na proposta de Jesus e propõe remover a hipocrisia que pode haver no
cristão. Jesus convida seus seguidores a dar testemunho de transparência e
coerência.
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