* 1 Repleto do Espírito
Santo,
Jesus
voltou
do rio
Jordão,
e era
conduzido
pelo Espírito
através
do deserto.
2 Aí ele foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada nesses dias e, depois disso, sentiu fome. 3 Então o diabo disse a Jesus: “Se tu és Filho de Deus, manda que essa pedra se torne pão.” 4 Jesus respondeu: ‘A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’.” 5 O diabo levou Jesus para o alto. Mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo. 6 E lhe disse: “Eu te darei todo o poder e riqueza desses reinos, porque tudo isso foi entregue a mim, e posso dá-lo a quem eu quiser. 7 Portanto, se te ajoelhares diante de mim, tudo isso será teu.” 8 Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Você adorará o Senhor seu Deus, e somente a ele servirá’.” 9 Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o na parte mais alta do Templo. E lhe disse: “Se tu és Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. 10 Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado’. 11 E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em nenhuma pedra’.” 12 Mas Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tente o Senhor seu Deus’.” 13 Tendo esgotado todas as formas de tentação, o diabo se afastou de Jesus, para voltar no tempo oportuno.
Comentário:
* 1-13: Cf. nota em Mc 1,12-13 e em Mt
4,1-11. Lucas inverte a ordem das duas últimas tentações, porque em Jerusalém
(Templo) é que acontecerá a suprema tentação e a vitória final sobre ela.
No primeiro domingo da Quaresma – nos
três anos do ciclo litúrgico – o Evangelho narra as tentações de Jesus. Sim,
Jesus também foi tentado em sua vida, como qualquer ser humano. Porém, repleto
do Espírito e fortalecido pela Palavra, soube enfrentá-las e não caiu na
armadilha do Diabo – aquele que procura dividir as pessoas e atrapalhar o
projeto de Jesus. Os quarenta dias no deserto lembram os quarenta anos do povo
hebreu caminhando – igualmente no deserto – em busca da terra prometida. Nessa
travessia, o povo de Deus também teve desânimos e tentações de voltar atrás,
mas, animado por Moisés e outras lideranças, conseguiu chegar ao objetivo:
terra e liberdade. As três tentações que Jesus enfrenta resumem as tentações
que ele teve ao longo de toda a vida. Também nós podemos ser tentados a
abandonar o projeto de Jesus e assumir a ideologia do “Diabo”. Talvez estas
sejam as grandes tentações da atual humanidade: a busca e concentração do
poder, quando deveria ser democratizado e se transformar em serviço; a
concentração da riqueza, quando deveria ser partilhada em favor da vida de
todos. A concentração da riqueza e do poder favorece o acúmulo e o consumismo
desenfreados. Uma sociedade que cultiva o consumismo e a satisfação egoísta não
gera solidariedade; ao contrário, promove a violência.
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