sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Lucas 2, 16-21 O Messias veio para os pobres.

16Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido. Comentário: * 8-20: Os primeiros a receber a Boa Notícia (Evangelho) são os pobres e marginalizados, aqui representados pelos pastores. Com efeito, na sociedade da época, os pastores eram desprezados, porque não tinham possibilidade de cumprir todas as exigências da Lei. É para eles que nasceu o Salvador, o Messias e o Senhor. E são os primeiros a anunciar a sua chegada. Jesus é o Salvador, porque traz a libertação definitiva. É o Messias, porque traz o Espírito de Deus, que convoca os homens para uma relação de justiça e amor fraterno (cf. Is 11,1-9). É o Senhor, porque vence todos os obstáculos, conduzindo os homens dentro de uma história nova. No primeiro dia do ano, sempre há esperança de que o ano que começa seja melhor. Temos de olhar sempre para a frente, confiantes. A alegria que animou os pastores quando se encontraram com a Família de Nazaré deve contagiar-nos também a nós, assim como todos os que ouviram os pastores. A alegria aumenta ao celebrar a grande festa de Maria, Mãe de Deus e nossa. Encontrar-se com Maria, ao lado de José, cuidando de Jesus, foi motivo de alegria para os pastores, gente simples e trabalhadora que cuidava do rebanho. Olhando o exemplo deles, podemos nos inspirar e, ao longo deste ano, contemplar o grande mistério do amor de Deus para com cada um de nós. Deus amou tanto a humanidade que quis se tornar um de nós. Os pastores foram os primeiros a receber a boa notícia da chegada do Messias, e os primeiros a divulgá-la. Procuremos, ao longo do ano, divulgar as boas notícias que acontecem ao nosso redor; sem, contudo, fechar os olhos às injustiças, à miséria, à dor que atingem muitos de nossos irmãos e irmãs. A exemplo de Maria, meditemos em nosso coração as maravilhas de Deus em nosso favor.

Gálatas 4, 4-7 Adultos em Cristo.

4Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai! 7Assim já não és escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso por graça de Deus. Comentário: * 1-11: Paulo coloca no mesmo plano os ritos religiosos pagãos e os ritos judaicos. Se os gálatas se submeterem aos costumes judaicos, estarão vivendo a mesma vida pagã de outrora, submissos e escravos de outras criaturas. O homem de fé deve depender unicamente do seu Criador, de quem se tornou filho, graças a Cristo. Cf. nota em Rm 8,14-17.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

João 1, 1-18 Jesus é a Palavra que revela Deus aos homens.

1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela -, mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim'”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. * 1-18: O Prólogo de João lembra a introdução do Gênesis (1,1-31; 2,1-4a). No começo, antes da criação, o Filho de Deus já existia em Deus, voltado para o Pai: estava em Deus, como a Expressão de Deus, eterna e invisível. O Filho é a Imagem do Pai, e o Pai se vê totalmente no Filho, ambos num eterno diálogo e mútua comunicação. A Palavra é a Sabedoria de Deus vislumbrada nas maravilhas do mundo e no desenrolar da história, de modo que, em todos os tempos, os homens sempre tiveram e têm algum conhecimento dela. Jesus, Palavra de Deus, é a luz que ilumina a consciência de todo homem. Mas, para onde nos conduziria essa luz? A Bíblia toda afirma que Deus é amor e fidelidade. Levado pelo seu imenso amor e fiel às suas promessas, Deus quis introduzir os homens onde jamais teriam pensado: partilhar a própria vida e felicidade de Deus. E para isso a Palavra se fez homem e veio à sua própria casa, neste seu mundo. A humanidade já não está condenada a caminhar cegamente, guiando-se por pequenas luzes no meio das trevas, por pequenas manifestações de Deus, mas pelo próprio Jesus, Manifestação total de Deus. Com efeito, Jesus Cristo, que é a luz, veio para tornar filhos de Deus todos os homens. Um só é o Filho, porém, todos podem tornar-se bem mais do que filhos adotivos: nasceram de Deus. Deus tinha dado uma lei por meio de Moisés. E todos os judeus achavam que essa lei era o maior presente de Deus. Na realidade, era bem mais o que Deus tinha reservado para todos. Porque Jesus, o Deus Filho, o verdadeiro e total Dom do Pai, é o único que pode falar de Deus Pai, porque comunica o amor e a fidelidade do Deus que dá a vida aos homens. No último dia do ano civil, a liturgia nos apresenta o prólogo do Evangelho de João. Esse texto é como uma síntese dos temas fundamentais do quarto Evangelho: vida, luz, verdade. A abertura do Evangelho de João remete às origens da humanidade descritas no início do primeiro livro da Bíblia: no princípio era o caos, e a Palavra criou o cosmo e tudo o que nele contém. É o poder da Palavra criadora e recriadora. Essa Palavra era Deus, e ela se tornou gente na pessoa de Jesus. O Deus que criou o mundo é o mesmo que se manifestou em Jesus, a mais nobre e definitiva manifestação do Pai. A Palavra existia junto de Deus e, para se tornar visível à humanidade, se fez carne. Dele “todos recebemos graça sobre graça” ao longo de todo este ano. Esperamos contar com as graças necessárias ao longo do próximo para seguir o caminho do Mestre. Oração Senhor Jesus, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado e não criado: desceste dos céus e, pelo Espírito Santo, foste formado no seio da Virgem Maria, foste crucificado e morreste para nos salvar. Amém.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Lucas 2, 36-40 O Messias, sinal de contradição.

36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele. Comentário: * 25-40: Simeão e Ana também representam os pobres que esperam a libertação. E Deus responde à esperança deles. O cântico de Simeão relembra a vida e missão do Messias: Jesus será sinal de contradição, isto é, julgamento para os ricos e poderosos, e libertação para os pobres e oprimidos (cf. Lc 6,20-26). Enquanto a Família de Nazaré estava no templo de Jerusalém cumprindo os preceitos legais a respeito do Filho, a profetisa Ana é mais uma testemunha que louva a Deus por causa do menino. Ana é uma mulher idosa que viveu servindo no templo e cumprindo seus deveres para com Deus. Ela reconhece em Jesus o Messias, glorifica o Senhor e divulga a boa notícia entre aqueles que “esperavam a libertação de Jerusalém”. Com esse menino se realiza a chegada definitiva da salvação, que o povo aguardava conforme as velhas profecias. Essa boa notícia ainda necessita de mulheres e homens dispostos a levá-la a todos os povos e nações. Depois de concluídas as funções no templo, a Família Sagrada volta a Nazaré, onde o menino, agraciado por Deus, crescia, se fortalecia e se preparava para assumir a missão que o Pai lhe confiara. Oração Ó Menino Jesus, quando foste apresentado ao Senhor no templo, encheste de júbilo a profetisa Ana. Ela dava graças a Deus e, diante de todos, exaltava tua presença como o libertador do povo de Israel. Com teus pais, cumpriste “todas as coisas segundo a Lei do Senhor” e crescias cheio de sabedoria. Amém.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Lucas 2, 22-35 O Messias é pobre.

22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos -, como está ordenado na Lei do Senhor. O Messias, sinal de contradição - 25Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. Comentário: * 21-24: Todo primogênito pertencia a Deus, e devia ser resgatado por meio de um sacrifício. Nessa ocasião, também se fazia a purificação da mãe, e se oferecia um cordeiro. Quem era pobre podia oferecer duas rolas ou dois pombinhos, em lugar do cordeiro (cf. Lv 5,1-8). O Messias nasce como dominado, em lugar pobre, e vem pobre, para os pobres. * 25-40: Simeão e Ana também representam os pobres que esperam a libertação. E Deus responde à esperança deles. O cântico de Simeão relembra a vida e missão do Messias: Jesus será sinal de contradição, isto é, julgamento para os ricos e poderosos, e libertação para os pobres e oprimidos (cf. Lc 6,20-26). Depois de Jesus ter nascido, os pais levam-no ao templo de Jerusalém, conforme previa a Lei, e lá ofertam um par de rolas ou dois pombinhos, o que revela a condição social da família. Os pais cumprem a Lei, pois pertencem a um povo e a uma religião, e o Filho é verdadeiramente humano. No templo, encontra-se Simeão, homem justo e piedoso, o qual se alegra por ver o Messias que vem do Senhor e, tomando o menino nos braços, confirma a profecia a respeito do Filho e da Mãe. Jesus, primogênito de Maria, é resgatado segundo a Lei. O povo de Israel considerava o primogênito como propriedade de Deus. Jesus pertence a Deus e cumpre a vontade do Pai para a salvação de toda a humanidade, abrindo assim a universalidade da missão do Messias. Por ser Mãe, Maria sofrerá as consequências alegres e as dores do Filho. Oração Ó Jesus Menino, foste apresentado ao Senhor pelo justo e piedoso Simeão. Incentiva-nos a viver em comunhão com Deus e a participar da vida litúrgica da Igreja. Ensina os líderes religiosos a ser hospitaleiros e amáveis com todos os que vão a tua procura na comunidade cristã. Amém.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Mateus 2, 13-18 A nova história é um novo êxodo.

13Depois que os magos partiram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. 16Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. 17Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18“Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles não existem mais”. Comentário: * 13-23: O lugar da Terra Prometida tornou-se novo Egito, lugar de opressão. Mateus apresenta o significado da vida e ação de Jesus: ele será o novo Moisés. Vai liderar o processo de libertação das estruturas que oprimem e escravizam, simbolizadas pela Judéia e Jerusalém. A Galiléia, terra dos pagãos, será o ponto de partida para esse novo êxodo que Jesus realiza através do seu ensinamento e atividade. Os Santos Inocentes não chegaram sequer a tomar consciência de si mesmos. Suas vidas não puderam desabrochar, seus lábios foram impedidos de louvar a Deus, porém seu sangue inocente banhou a terra e ficou à espera de outro sangue inocente, o de Jesus, derramado em resgate da humanidade pecadora. Santos Inocentes Mártires, primeiro elo de uma interminável cadeia de outros inocentes, cujas vidas são interrompidas, às vezes por motivos levianos: abortos, guerras e acidentes de várias espécies. A matança dos inocentes deixa na história uma marca repugnante e nos faz repudiar com veemência a insana e cruel atitude de qualquer pessoa que se apodera da vida alheia ou própria para destruí-la. Senhor da vida é somente Deus. Os Santos Inocentes Mártires são celebrados desde o século VI. Oração Ó Mestre e Senhor, dolorosa página fazendo referência aos Santos Inocentes Mártires! Por prepotência e cegueira de um déspota, os bebês foram cruelmente trucidados. Vem em nosso auxílio, Jesus, e ajuda-nos a promover a vida. Concede que jamais alguém se sinta no direito de tirar a vida do semelhante. Amém.

domingo, 26 de dezembro de 2021

João 20, 2-8 Jesus não está morto.

2Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou. Comentário: * 1-10: A fé na ressurreição tem dois aspectos. O primeiro é negativo: Jesus não está morto. Ele não é falecido ilustre, ao qual se deve construir um monumento. O sepulcro vazio mostra que Jesus não ficou prisioneiro da morte. O segundo aspecto da ressurreição é positivo: Jesus está vivo, e o discípulo que o ama intui essa realidade. Representado por uma águia, que atinge vertiginosas alturas e voa na direção do sol, São João é conhecido como o evangelista que mais se elevou na contemplação dos mistérios de Deus. Filho de Zebedeu e irmão de Tiago, a tradição o apresenta como “o discípulo que Jesus amava”. Ele e seu irmão Tiago receberam de Jesus o apelido de “filhos do trovão” (Mc 3,17), indicando talvez seu caráter ardente e impetuoso. João testemunhou curas operadas por Jesus e, juntamente com Pedro e Tiago, contemplou sua transfiguração e sua agonia no horto das Oliveiras. É o único discípulo presente aos pés da cruz ao lado de Maria. Com Pedro, viu o sepulcro vazio e acreditou na ressurreição do Senhor. É considerado autor do quarto Evangelho, em que ele deixa transparecer sua profunda amizade com o Mestre. Oração Ó Jesus, divino Mestre, teu apóstolo João teve papel importante na transmissão escrita de teus ensinamentos. Com efeito, viveu em profunda comunhão contigo e mergulhou no sentido mais elevado de tuas palavras. Dá-nos, Senhor, capacidade para assimilar tudo o que este evangelista escreveu a teu respeito. Amém.

sábado, 25 de dezembro de 2021

Lucas 2, 41-52 O Messias é o Filho de Deus.

41Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados, e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. 49Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas essas coisas. 52E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens. Comentário: * 41-52: Neste Evangelho, as primeiras palavras de Jesus mostram que toda a sua missão decorre da sua relação filial com o Pai. Isto significa que essa missão provém do próprio mistério de Deus e da realização de sua vontade entre os homens. Contudo, ela se processa dentro do mistério da Encarnação, onde Jesus vai aprendendo a viver a vida humana como qualquer outro homem. A composição da Sagrada Família é perfeita: José é um “homem justo”; Maria, a “cheia de graça”; e Jesus, o “Santo”. É natural pensar que reinava entre eles a mais completa harmonia. De fato, são para nós incomparáveis exemplos de profunda obediência a Deus e de excelente convivência social. Convém lembrar, porém, que eles caminhavam na fé em Deus. A José coube educar o Menino Jesus segundo o judaísmo. Maria teve que conciliar seu admirável zelo materno com os passos do filho adolescente, que se ocupava com os assuntos do Pai celeste. Acompanhar o filho em seu crescimento foi certamente um desafio para Maria e José. Contudo, Maria, que “guardava todas as coisas em seu coração”, soube compreender a caminhada do Filho, que “crescia em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e das pessoas”. Oração Jesus, Maria e José, Sagrada Família de Nazaré: fostes dóceis e eficazes instrumentos da ação salvadora de Deus. A ele gratidão e louvor, e a vós nossa admiração. Ensinai a todas as famílias o vosso modo de viver, amando a Deus de modo incondicional e dedicando-se ao próximo sem medida. Amém.

Colossenses 3, 12-21 Vida nova em Cristo.

12Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, 13suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. 14Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. 15Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos. 16Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças. 17Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele, dai graças a Deus, o Pai. 18Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. 19Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. 20Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. 21Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem. Comentário: * 5-17: Através do batismo, os cristãos passam por uma transformação radical: deixam de pertencer à velha humanidade corrompida (homem velho) e começam a pertencer à nova humanidade (homem novo), que é a criação realizada em Cristo, o novo Adão, imagem de Deus (1,15). Na comunidade cristã, semente da nova humanidade, não se admitem distinções de raça, religião, cultura ou classe social: todos são iguais e participam igualmente da vida de Cristo. A transformação é coisa prática: deixar as ações que visam egoisticamente aos próprios interesses, em troca de ações a serviço da reconciliação mútua e do bem comum.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

João 1, 1-18 Jesus é a Palavra que revela Deus aos homens.

1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela -, mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. Comentário: * 1-18: O Prólogo de João lembra a introdução do Gênesis (1,1-31; 2,1-4a). No começo, antes da criação, o Filho de Deus já existia em Deus, voltado para o Pai: estava em Deus, como a Expressão de Deus, eterna e invisível. O Filho é a Imagem do Pai, e o Pai se vê totalmente no Filho, ambos num eterno diálogo e mútua comunicação. A Palavra é a Sabedoria de Deus vislumbrada nas maravilhas do mundo e no desenrolar da história, de modo que, em todos os tempos, os homens sempre tiveram e têm algum conhecimento dela. Jesus, Palavra de Deus, é a luz que ilumina a consciência de todo homem. Mas, para onde nos conduziria essa luz? A Bíblia toda afirma que Deus é amor e fidelidade. Levado pelo seu imenso amor e fiel às suas promessas, Deus quis introduzir os homens onde jamais teriam pensado: partilhar a própria vida e felicidade de Deus. E para isso a Palavra se fez homem e veio à sua própria casa, neste seu mundo. A humanidade já não está condenada a caminhar cegamente, guiando-se por pequenas luzes no meio das trevas, por pequenas manifestações de Deus, mas pelo próprio Jesus, Manifestação total de Deus. Com efeito, Jesus Cristo, que é a luz, veio para tornar filhos de Deus todos os homens. Um só é o Filho, porém, todos podem tornar-se bem mais do que filhos adotivos: nasceram de Deus. Deus tinha dado uma lei por meio de Moisés. E todos os judeus achavam que essa lei era o maior presente de Deus. Na realidade, era bem mais o que Deus tinha reservado para todos. Porque Jesus, o Deus Filho, o verdadeiro e total Dom do Pai, é o único que pode falar de Deus Pai, porque comunica o amor e a fidelidade do Deus que dá a vida aos homens. Este é o prólogo do Evangelho segundo João. É uma composição literária destinada a oferecer uma síntese sobre o protagonista (Jesus Cristo), que ocupará as páginas de todo o quarto Evangelho. Jesus Cristo é a Palavra que vem de junto de Deus. O próprio Jesus afirmava: “Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo” (Jo 16,28). Pois bem, a Palavra eterna do Pai, na “plenitude do tempo” (Gl 4,4), vem ao mundo na condição humana: “A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós”. Sua vinda é precedida por João Batista, que dava testemunho da “luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todos os seres humanos”. Jesus nos revela os planos do Pai e dá o poder de se tornarem filhos de Deus a todos os que acreditarem em seu nome. O Filho único do Pai espera de nós uma resposta de amor. Oração Ó Jesus, Filho único que estás junto do Pai e o revelas a nós; Palavra eterna; “Luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todos os seres humanos”, aceita nossa gratidão, pois abres para nós as portas do céu e nos dás um Pai onipotente e misericordioso. És bendito para sempre. Amém.

Hebreus 1, 1-6 Introdução: o mistério de Cristo.

1Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus outrora aos nossos pais pelos profetas; 2nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo. 3Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas. 4Ele foi colocado tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles. Jesus é o Filho, os anjos são ministros - 5De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”? Ou ainda: “Eu serei para ele um Pai, e ele será para mim um filho”? 6Mas, quando faz entrar o Primogênito no mundo, Deus diz: “Todos os anjos devem adorá-lo!” Comentário: * 1-4: Cristo é o centro do sermão. O trecho é o mais denso de todo o Novo Testamento: Deus falou definitivamente em Jesus Cristo, o qual é a palavra viva e concreta de Deus. Tudo o que podemos falar sobre o projeto de Deus - criação, revelação e redenção - tudo encontra sua expressão definitiva em Cristo. Este é quem faz existir e salva toda criatura. Ele é igual em tudo ao Pai; e, glorificado, é muito superior ao mundo dos anjos. * 1,5-2,18: Muitas vezes imaginamos um Deus distante: para se comunicar com os homens, Deus se serve dos anjos; e os homens, para se comunicarem com Deus, se servem dos santos. O autor mostra que não há mais necessidade de outros intermediários: Jesus está intimamente unido a Deus (1,5-14) e, ao mesmo tempo, está próximo aos homens e solidário com eles (2,5-18). Os santos, mais do que intercessores, são testemunhas que procuraram ser fiéis no seguimento de Cristo, tornando-se exemplos concretos que nos estimulam a construir a história em direção a Cristo e com ele. 1,5-14: Não há comparação entre Cristo e os anjos. Estes são mediadores subordinados, mensageiros que obedecem continuamente às ordens de Deus. Jesus, porém, é o Filho primogênito, e esse título de honra, reservado a ele, mostra a sua superioridade em relação às criaturas. Ele está entronizado, recebe adoração e participa da condição de Deus por toda a eternidade.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Lucas 2, 1-14 O nascimento de Jesus.

1Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. 2Esse primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. 3Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade natal. 4Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, 5para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, 7e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria. O Messias veio para os pobres - 8Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. 9Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. 10O anjo, porém, disse aos pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: 11hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor. 12Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura”. 13E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da coorte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: 14“Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”. Comentário: * 1-7: O recenseamento ordenado pelo imperador era instrumento de dominação, já que possibilitava saber quantas pessoas deviam pagar o tributo. Dentro dessa situação de dominação nasce Jesus, o Messias, que desde o primeiro instante de sua vida se identifica com os pobres. * 8-20: Os primeiros a receber a Boa Notícia (Evangelho) são os pobres e marginalizados, aqui representados pelos pastores. Com efeito, na sociedade da época, os pastores eram desprezados, porque não tinham possibilidade de cumprir todas as exigências da Lei. É para eles que nasceu o Salvador, o Messias e o Senhor. E são os primeiros a anunciar a sua chegada. Jesus é o Salvador, porque traz a libertação definitiva. É o Messias, porque traz o Espírito de Deus, que convoca os homens para uma relação de justiça e amor fraterno (cf. Is 11,1-9). É o Senhor, porque vence todos os obstáculos, conduzindo os homens dentro de uma história nova. Maria e José estão fora de sua casinha de Nazaré. Encontram-se em Belém da Judeia, e é aí que Maria dá à luz o “filho primogênito”, Jesus. Por falta de lugar na hospedaria, Maria enrola o bebê em panos e o acomoda numa manjedoura. Desconcertante é a pobreza do ambiente em que nasce Jesus. A respeito do Verbo encarnado (Jesus), o Evangelho de João dirá: “Tudo foi feito por meio dele, e sem ele nada foi feito” (Jo 1,3). O contraste é evidente e provocativo: quem criou o mundo não encontra no mundo um espaço confortável onde nascer. De qualquer forma, a pobreza e a simplicidade do Menino Jesus nos atraem. Quem não gostaria de acarinhar um recém-nascido indefeso e pobre? Celebremos o nascimento de Jesus, com a alma inundada de alegria e gratidão, porque Deus vem morar entre nós. Oração Ó Menino Jesus, comove-nos a situação de pobreza no teu nascimento. Recém-nascido, és colocado numa manjedoura, sem qualquer conforto. Ao teu lado, tens apenas o aconchego da tua Mãe, Maria, e a proteção do teu pai adotivo, José. O céu, porém, explode em manifestações de júbilo. Amém.

Tito 2, 11-14 Aguardando a realização da esperança.

11A graça de Deus se manifestou, trazendo salvação para todos os homens. 12Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, 13aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e salvador, Jesus Cristo. 14Ele se entregou por nós para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem. Comentário: * 11-15: A manifestação de Deus muda o modo de compreender e viver a vida. O cristão passa a viver voltado para a realização final, isto é, para a manifestação gloriosa de Jesus. O v. 14 testemunha a fé dos primeiros cristãos na divindade de Jesus.

Lucas 1, 67-79 O cântico de Zacarias.

67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou. 69Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam. 72Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos 74que, sem temor e libertos das mãos dos inimigos, nós o sirvamos 75com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias. 76E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77anunciando ao seu povo a salvação pelo perdão dos seus pecados. 78Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte e dirigir nossos passos no caminho da paz”. Comentário: * 67-80: O cântico de Zacarias é um louvor ao Deus misericordioso que realiza, através de Jesus, a "visita" aos pobres. Em Jesus se manifesta a força que liberta dos inimigos e do medo, formando um povo santo diante de Deus e justo diante dos homens. Desse modo, manifesta-se a luz que ilumina a condição do povo, abrindo uma história nova, que se encaminha para a Paz, isto é, a plenitude da vida. Depois de recuperar a fala e repleto do Espírito Santo, Zacarias proclama o hino de louvor e de bênçãos que o Senhor derramou sobre seu povo. Após breve releitura da história da salvação, destacando a misericórdia e a fidelidade de Deus, dirige-se ao filho João, mostrando sua missão de preparar os caminhos do Senhor que virá. João vai à frente, proclamando a todos que Deus, mais uma vez, virá visitar seu povo, e agora, de modo especial, encarnando-se em Jesus. O precursor proclama a salvação que consiste no perdão dos pecados, pois são os pecados pessoais e sociais que degradam a vida humana. O Sol que vem do alto irá iluminar o povo que vive desorientado e perdido e o guiará no caminho da paz. Por isso, junto com o salmista, somos convidados a cantar eternamente o amor do Senhor. Oração Ó Jesus, “Sol que nasce do alto”, fazemos nossos os pensamentos e as inspiradas palavras de Zacarias, pai do menino chamado Profeta do Altíssimo. Repleto do Espírito Santo, Zacarias bendiz a Deus por ter cumprido as promessas feitas a Abraão e usado de misericórdia para com os antepassados. Amém.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Lucas 1, 57-66 Nascimento de João Batista.

57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe, porém, disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome”. 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele. Comentário: * 57-66: O nome de João (= Deus tem piedade) é o sinal que evidencia o projeto de Deus sobre a criança e sua missão. O Evangelho conclui dizendo que a mão do Senhor estava com aquele menino que acabara de nascer. Nesse relato, tudo transpira esperança e alegria. O menino que nasceu recebe o nome de João, pois Deus, por meio dele, anunciará sua misericórdia. A boca de Zacarias se abre, sua língua se solta, e ele proclama a Boa Notícia e louva a Deus. A vizinhança se pergunta: o que será desse menino? Tudo gira em torno dessa família que acolhe seu primeiro filho, apesar da idade avançada dos pais. A chegada de João Batista marca a aurora de uma nova era: a passagem do tempo de espera para o tempo de realização das promessas divinas em favor do seu povo. O nascimento de uma criança sempre deveria ser motivo de alegria, pois ela é dom de Deus e com ela a humanidade continua se renovando. Oração Ó Jesus Messias, o nascimento do teu precursor, João Batista, trouxe imensa alegria para os parentes e vizinhos de Isabel, pois reconheceram que Deus havia usado de misericórdia para com ela. Ensina-nos, Senhor, a respeitar e a valorizar cada bebê que vem ao nosso mundo. Amém.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Lucas 1, 46-56 O cântico de Maria.

46Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. Comentário: * 46-56: O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história. Depois de receber as saudações e as felicitações de Isabel, Maria proclamou o belo hino do Magnificat. Nesse cântico, ela não exalta a si mesma, mas ao Deus misericordioso. Tudo aquilo que se realiza por meio dela é obra do Todo-Poderoso. Ela recorda a ação de Deus ao longo da história da salvação desde Abraão, o pai na fé do povo de Israel. Desde a libertação do povo da escravidão no Egito, Deus se posiciona do lado dos pobres, derrubando os poderosos de seus tronos. O cântico aponta para o caminho que será trilhado pelo seu Filho. Deus espera que os pobres e os humilhados sejam os protagonistas de uma nova sociedade alicerçada na justiça que liberta. Assim como realizou em Maria sua obra, Deus espera que também nós nos coloquemos em atitude de disponibilidade, para que ele continue realizando sua ação libertadora. Oração Senhor Jesus, com tua Mãe, exultamos de alegria em Deus, nosso Salvador. Pois, conforme ela exclamou, o Todo-Poderoso realizou grandes benefícios em seu favor, seu nome é Santo e sua misericórdia perdura de geração em geração. Derrubou dos tronos os poderosos e exaltou os humildes. Amém.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Lucas 1, 39-45 João aponta o Messias.

39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Comentário: * 39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel. Duas mulheres grávidas se encontram: a jovem Maria se dirige apressadamente para visitar e auxiliar a anciã Isabel. O caminho percorrido por Maria é o mesmo percorrido pela arca da aliança, quando Davi resolve introduzi-la no templo de Jerusalém. A arca é símbolo da presença de Deus; Maria é a arca da nova aliança, carregando em seu seio o Filho de Deus. O encontro dessas duas mulheres provoca grande alegria, contagiando até os frutos que carregam em seu ventre. Isabel exulta e proclama Maria bendita entre as mulheres. É a alegria do encontro de mulheres benditas que se auxiliam e partilham felicidades e ajuda mútua. Todo aquele que se deixa engravidar pelo Espírito de Deus caminha de coração alegre e de ânimo aberto, mesmo quando os caminhos não são muito favoráveis. Oração Ó Jesus, tua zelosa Mãe, apressadamente e por caminhos montanhosos, foi visitar e auxiliar a prima Isabel, que estava grávida. O encontro das duas mães e dos dois bebês causou indizível alegria. Revigora, Senhor, nossa disposição para sermos solidários com o próximo em suas necessidades. Amém.

domingo, 19 de dezembro de 2021

Lucas 1, 26-38 O Messias vai chegar.

26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se. Comentário: * 26-38: Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova. O anjo aparece a Maria e a convida à alegria. Diante do inesperado, a jovem moça se assusta e se pergunta o significado de tal surpresa. O mensageiro de Deus a tranquiliza e lhe anuncia uma boa notícia que vem da parte de Deus: ela vai ser mãe. Como ela é jovem e ainda nem casou, o anjo a anima dizendo-lhe que o Espírito Santo agirá. O mesmo Espírito que pairava sobre as águas no início da criação virá sobre Maria para concretizar os planos de Deus. A realização das promessas divinas é obra de Deus, o qual quis contar com a colaboração de Maria para que seu Filho viesse ao mundo. A exemplo de Maria, abramo-nos sempre à vontade do Senhor. Oração Ó Jesus, Filho do Altíssimo, exultamos de alegria pelo caminho escolhido por Deus para preparar aquela que viria a ser tua santa Mãe, Maria. Ela recebe a visita do anjo Gabriel, mantém com ele um diálogo iluminador e, enfim, entrega-se confiante aos planos de Deus. Amém.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Lucas 1, 39-45 João aponta o Messias.

39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Comentário: * 39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel. Somente quem vive mergulhado na esfera amorosa de Deus sente-se impulsionado a servir generosamente seus semelhantes. É o que acontece com Maria de Nazaré. Amada de Deus, com a firme decisão de cumprir a vontade dele, Maria se põe a caminho rumo à casa de Isabel. Para isso, deixa o aconchego de sua família, enfrenta obstáculos, levando no ventre o filho Jesus, obra do Espírito Santo. Isabel também vive uma fase especial: está grávida de João, o precursor do Messias. Trata-se, para ela, de um inesperado presente de Deus, já que é idosa e estéril. Para Deus, contudo, nada é impossível. Imbuídas do Espírito Santo, as duas gestantes expressam exultação, trocam recíprocas gentilezas e bendizem o Senhor Deus, que transforma a vida das pessoas e dinamiza, de modo admirável, a história da salvação. Oração Ó Jesus, bendito fruto do ventre de Maria, dá-nos coração hospitaleiro para te acolher e portas abertas para socorrer a quem necessita de ajuda. Concede-nos, também, a capacidade de sair do nosso acanhado mundo e ir ao encontro dos marginalizados, carentes de pão material e de pão espiritual. Amém.

Hebreus 10, 5-10 Um sacrifício único.

5Ao entrar no mundo, Cristo afirma: “Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo. 6Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado. 7Por isso eu disse: ‘Eis que eu venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade'”. 8Depois de dizer: “Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado” – coisas oferecidas segundo a Lei -, 9ele acrescenta: “Eu vim para fazer a tua vontade”. Com isso, suprime o primeiro sacrifício para estabelecer o segundo. 10É graças a essa vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas. Comentário: * 1-18: O que são Paulo diz sobre a Lei, o autor repete sobre a liturgia judaica. Esta faz reviver a experiência do pecado, mas não consegue libertar dele. O sacrifício de Cristo, a existência inteira de Jesus, todo o movimento de sua consciência é o verdadeiro ato sacerdotal, o grande e perene ato de oferta. Ele tira o pecado, restabelece a ligação com Deus mediante a sua própria pessoa e experiência viva. Funda a nova aliança, o povo novo que pode ter acesso a Deus. E o caminho para esse acesso é o compromisso de fé com Cristo, compromisso que nenhuma liturgia pode substituir.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Mateus 1, 18-24 O começo de uma nova história.

18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. 24Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa. Comentário: * 18-25: Jesus não é apenas filho da história dos homens. É o próprio Filho de Deus, o Deus que está conosco. Ele inicia nova história, em que os homens serão salvos (Jesus = Deus salva) de tudo o que diminui ou destrói a vida e a liberdade (os pecados). Depois de apresentar a genealogia de Jesus, o Evangelho de Mateus anuncia a gravidez de Maria. Ao constatar que sua futura esposa estava gestante, José fica em dúvida sobre como agir diante disso, mas o anjo do Senhor lhe esclarece tudo o que está acontecendo com ela. José, homem justo, aceita a revelação do anjo e acolhe Maria. Jesus vem a nós pela ação do Espírito de Deus e a acolhida do ser humano. Deus age, mas espera a abertura da pessoa para acolher sua proposta. Para que essa ação de Deus se concretize, é necessário que as três personagens entrem em harmonia: o Espírito Santo, que gera, Maria, que dá à luz, e José, que dá o nome ao filho que vai nascer. Com isso, o milagre da vida acontece. Precisamos nos deixar engravidar pelo Espírito de Deus e assim gerar o projeto de Jesus. Oração Ó Jesus, Deus-conosco, bendito seja Deus por tua Mãe, Maria, que ficou grávida de ti por obra do Espírito Santo. Bendito seja Deus também por José, que, iluminado pelo mesmo Espírito, manteve-se fiel companheiro de Maria e compreendeu o mistério divino que nela se realizava. Amém.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Mateus 1, 1-17 Jesus, o Messias, realiza as promessas de Deus.

1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; 5Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido a mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. 12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze. Comentário: * 1-17: Em Jesus, continua e chega ao ápice toda a história de Israel. Sua árvore genealógica apresenta-o como descendente direto de Davi e Abraão. Como filho de Davi, Jesus é o Rei-Messias que vai instaurar o Reino prometido. Como filho de Abraão, ele estenderá o Reino a todos os homens, através da presença e ação da Igreja. Iniciando a segunda etapa do Advento, que visa à preparação mais próxima do Natal, o Evangelho de Mateus apresenta a genealogia de Jesus, que tem um significado muito importante. É como uma síntese da história da salvação, iniciando com Abraão e concluindo com Jesus. Nesse percurso, percebemos a realidade do que é a humanidade, feita de homens e mulheres com suas virtudes, mas também suas fraquezas. Jesus nasce no meio dessa realidade: é o herdeiro das bênçãos de Abraão e da glória de Davi. Encontramos nessa genealogia algumas mulheres pecadoras, o que aponta que Jesus é solidário com os pecadores. Também encontramos mulheres estrangeiras, o que significa que Jesus veio para todos os povos. Jesus Messias é o auge da história da salvação e o cumprimento das promessas divinas. Oração Ó Jesus Cristo, és o último elo da corrente de gerações que compõe a história da salvação. És filho de Abraão, nosso pai na fé; és também filho de Davi, o grande líder do povo de Deus. Em tudo assumes a condição humana, menos no pecado. Bem-vindo, Jesus! Finca tua tenda entre nós. Amém.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Lucas 7, 24-30 A missão de João Batista.

24Depois que os mensageiros de João partiram, Jesus começou a falar sobre João às multidões: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 25O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Ora, os que se vestem com roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. 26Então, o que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e alguém que é mais do que um profeta. 27É de João que está escrito: ‘Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o meu caminho diante de ti’. 28Eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele”. 29Todo o povo ouviu, e até mesmo os cobradores de impostos reconheceram a justiça de Deus e receberam o batismo de João. 30Mas os fariseus e os mestres da Lei, rejeitando o batismo de João, tornaram inútil para si mesmos o projeto de Deus. Comentário: * 24-30: Nenhum homem do Antigo Testamento é maior do que João Batista. Entretanto, João pertence ao Antigo Testamento, onde as profecias são anunciadas, e não ao Novo Testamento, onde as profecias já se realizaram. O povo e os cobradores de impostos acolheram a pregação de João Batista (3,10-14), acreditando que, com Jesus, iria surgir uma nova sociedade. As autoridades, convencidas de que não precisavam mudar de vida, foram postas fora do plano de Deus. Depois que os mensageiros de João Batista tiveram a resposta de quem é o Messias, Jesus questiona as multidões a respeito de seu precursor. Quem é ele? Não é um caniço que se dobra conforme os interesses e que se inclina diante dos poderosos; não vive no luxo nem é um corrupto que busca privilégios, pois leva no deserto uma vida simples e austera. Por isso, ele é muito querido e estimado pelo povo, mas rejeitado pelos bem-instalados. O elogio de Jesus a João é uma contestação à sociedade moderna, a qual busca privilégios, mordomias e prazer desenfreados. Sim, João é um dos maiores profetas, pois anunciou a chegada do Messias e o mostrou para as multidões. Ainda mais, é o maior entre os nascidos de mulher, mas o menor no Reino é maior do que ele. Isso significa que os pequenos do Reino são grandes diante de Deus. Oração Divino Mestre, valorizas João Batista, apontando-o como o maior entre os profetas. Acrescentas, ainda, que o povo que o escutou e os cobradores de impostos receberam o batismo dele, ao passo que fariseus e mestres da Lei se recusaram a recebê-lo e, pior, desprezaram os planos de Deus. Amém.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Lucas 7, 19-23 Jesus é o Messias esperado?

João convocou dois de seus discípulos 19e mandou-os perguntar ao Senhor: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” 20Eles foram ter com Jesus e disseram: “João Batista nos mandou a ti para perguntar: ‘És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?'” 21Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas e fez muitos cegos recuperarem a vista. 22Então, Jesus lhes respondeu: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa-nova é anunciada aos pobres. 23E feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim!” Comentário: * 18-23: Cf. nota em Mt 11,1-6: Será que Jesus é verdadeiramente o Messias esperado? A resposta não é dada em palavras, porque o messianismo não é simples idéia ou teoria. É uma atividade concreta que realiza o que se espera da era messiânica: a libertação dos pobres e oprimidos. Diante da dúvida a respeito de Jesus, João Batista envia dois mensageiros para perguntar se, afinal, é ele o Messias tão esperado ou não. O Mestre não responde com teorias, mas com a prática. Pede aos dois discípulos que relatem o que estão vendo e ouvindo, ou seja, que falem a João das obras que estão sendo realizadas por ele. A prática de Jesus sempre foi em favor das minorias esquecidas e abandonadas. Ele vai ao “encontro de todas as misérias humanas para minorá-las, ao encontro dos pobres e pecadores para lhes infundir confiança no amor do Pai” (Missal Cotidiano, Paulus). Assim como João Batista tinha suas dúvidas a respeito do Messias, ainda hoje muitos se desconcertam vendo esse homem, filho de carpinteiro, misturando-se e comendo com pobres e pecadores, sendo meigo com as mulheres, transpirando amor e bondade. Como pode esse Jesus ser o Messias, o envidado do Pai? Oração Senhor Jesus, recebes dois discípulos do Batista interessados em confirmar se és de fato o Messias. Não lhes dás longas explicações. Ao contrário, os convidas a testemunhar o que realizas em favor da população pobre, enferma e sofredora. Tais obras comprovam que és o verdadeiro Messias. Amém.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Mateus 21, 28-32 Os dois filhos.

28“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ 29O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. 30O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. 31Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. 32Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”. Comentário: * 28-32: O filho mais velho é figura dos pecadores públicos que se convertem à justiça anunciada por João Batista e por Jesus. O filho mais novo é figura dos chefes do povo, que se consideram justos e não se convertem. Com a parábola dos dois filhos, o Mestre provoca as autoridades sacerdotais e anciãos, os que se consideram fiéis cumpridores da Lei. Dois filhos são convidados a trabalhar na vinha: um diz que não vai, mas acaba indo; o outro diz sim, mas não vai. Interrogados a respeito de quem cumpriu a vontade do pai, as autoridades respondem que foi o primeiro. Com essa parábola, Jesus desmascara a hipocrisia daqueles que tanto exigem do povo, mas não conseguem cumprir a justiça. Os grupos dos marginalizados, que acolhem os apelos de conversão, precederão no Reino de Deus muitos daqueles que se consideram “pessoas de bem”. Nem sempre as palavras coincidem com a prática. Para o Mestre, o importante é a prática. São as ações concretas de justiça, solidariedade, fraternidade e amor que têm peso diante de Deus. Oração Ó Jesus Messias, tomas a defesa do teu precursor, João Batista. Ele foi enviado por Deus para preparar o povo para a tua chegada. As autoridades de Jerusalém, porém, não o acolheram. Por outro lado, os que eram considerados pecadores se arrependeram e creram nele. Estes terão precedência no teu Reino. Amém.

domingo, 12 de dezembro de 2021

Mateus 21, 23-27 Jesus silencia as autoridades.

23Jesus voltou ao templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu tal autoridade?” 24Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço essas coisas. 25Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?” Eles refletiam entre si: “Se dissermos ‘do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26Se dissermos ‘dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço essas coisas”. Comentário: * 23-27: As autoridades querem saber com que autoridade Jesus critica e destrói a estrutura que eles defendem. Jesus devolve a provocação, e os chefes não sabem como responder, porque de qualquer maneira ficariam desmoralizados. João Batista era reconhecido como profeta, e seu batismo vinha de Deus. Assim, Jesus dá a entender que também a sua autoridade vem de Deus. Com frequência, Jesus é questionado sobre a autoridade de sua prática. Nesse texto, os chefes dos sacerdotes e os anciãos, detentores do poder religioso e econômico, querem saber com que autoridade Jesus, que não tinha nenhuma posição social nem status de honra, entra no templo e ensina. Ao invés de responder, ele os desafia também com uma pergunta. O Mestre sempre encontrava uma saída para os questionamentos dos opositores. A palavra (exousia) usada pelo autor pode ser traduzida como “autoridade constituída”. Portanto, Jesus tem toda autoridade recebida do Pai para realizar sua missão e também para ensinar no templo. Infelizmente, muitas pessoas continuam inventando desculpas para não assumir a prática de Jesus. Oração Ó sábio Mestre, os dirigentes do povo te questionam com que autoridade ensinas no templo. Tu os deixas sem saída, ao perguntar-lhes sobre a origem do batismo de João. Qualquer resposta deles os colocaria em situação complicada. Ficam sem tua explicação; permanecem mergulhados na própria cegueira. Amém.

sábado, 11 de dezembro de 2021

Lucas 3, 10-18 João Batista prepara o povo.

10As multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?” 11João respondia: “Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem; e quem tiver comida faça o mesmo!” 12Foram também para o batismo cobradores de impostos e perguntaram a João: “Mestre, que devemos fazer?” 13João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. 14Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?” João respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!” 15O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. 16Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. 17Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha, ele a queimará no fogo que não se apaga”. 18E ainda de muitos outros modos João anunciava ao povo a Boa-nova. Comentário: * 1-20: A datação histórica (vv. 1-2) mostra que Lucas coloca os reis terrestres e as autoridades religiosas em contraste com a soberania e a autoridade de Jesus: o movimento profundo da história não se desenvolve no plano das aparências da história oficial. É Jesus quem realiza o destino do mundo, dando à história o verdadeiro sentido. João Batista convida todos à mudança radical de vida, porque a nova história vai transformar pela raiz as relações entre os homens. É o tempo do julgamento, e nada vale ter fé teórica, pois o julgamento se baseia sobre as opções e atitudes concretas que cada um assume. Com seu rigoroso estilo de vida e sua pregação focada no julgamento divino, João desinstala as multidões, que o procuram com vontade de mudar de conduta. João lhes propõe atitudes concretas: repartir roupa e comida (recomendação a todos); não cobrar além do estabelecido, nem falsificar o preço das mercadorias (aos cobradores de impostos); não maltratar ninguém, nem colocar o manto da mentira sobre o fato real (aos soldados). O que foge do critério da justiça é exploração, portanto atitude imoral e abominável. Por suas investidas contra os poderosos, João pagará alto preço. Em seu discurso, João apresenta Jesus como juiz, que batiza “com fogo”, “queimando” toda a injustiça das pessoas, mas, ao mesmo tempo, o mostra repleto da força transformadora do perdão e da graça, pois batiza “com o Espírito”. Oração Ó Jesus Messias, teu precursor João orienta várias categorias de pessoas sobre como esperar tua vinda. Trata-se de repartir roupa e alimento com o necessitado, não explorar o próximo, não maltratar ninguém com violência, não fazer acusações falsas. Boas indicações para autêntica mudança de vida. Amém.

Filipenses 4, 4-7 Recomendações.

4Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos. 5Que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens! O Senhor está próximo! 6Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. 7E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus. Comentário: * 1-9: Nada sabemos sobre as pessoas nomeadas nos vv. 2-3, a não ser que devem estar profundamente comprometidas com o trabalho de evangelização. Paulo parece jogar com o significado dos nomes (Evódia = "caminho fácil"; Síntique = "encontro"; Sízigo = "companheiro de canga). A alegria cristã se baseia na salvação obtida por Cristo, e é testemunhada sobretudo pela bondade que se irradia para todos e pela tranqüila confiança em Deus. Os cristãos devem ser fiéis ao que aprenderam dos seus evangelizadores, mas também precisam estar abertos a todas as coisas sadias que encontram na sociedade.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Mateus 17, 10-13 A morte de João Batista é sinal da morte de Jesus.

10os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” 11Jesus respondeu: “Elias vem e colocará tudo em ordem. 12Ora, eu vos digo, Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles”. 13Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista. Comentário: * 10-13: A missão de João Batista era anunciar os tempos messiânicos, realizando o que se esperava com a vinda de Elias. A missão do Batista, porém, não foi reconhecida pelas autoridades do povo, e a trágica morte dele mostra como se realizará a missão do próprio Jesus. Descendo da montanha após a transfiguração, onde foi revelado o rosto do Messias de Deus, os discípulos interrogam Jesus a respeito da conversa sobre o retorno de Elias. Jesus responde que este já veio e virá de novo na figura de outros profetas. Elias foi reconhecido como um dos grandes profetas não escritores de Israel. Como tantos outros profetas, Elias, denunciando e combatendo a idolatria, foi rejeitado e perseguido, assim como aconteceu com João Batista e com o próprio Jesus. Todos aqueles que se propõem a segui-lo e assumir sua missão estarão sujeitos à perseguição. Os autênticos profetas do Deus de Jesus, de todos os tempos, podem sofrer o mesmo destino do Mestre, mas não temem encarar os desafios do seu projeto, pois sabem que serão levantados pelo poder de Deus. Oração Ó Mestre Jesus, esclareces que João Batista veio com as mesmas características do profeta Elias. No entanto, João foi recusado e “fizeram com ele tudo quanto quiseram”. Dizias que fariam contigo a mesma coisa que fizeram com João. Bom seria se tivessem compreendido tua chamada de atenção. Amém.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Mateus 11, 16-19 A ação testemunha a vontade de Deus.

16“Com quem vou comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: 17‘Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!’ 18Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’. 19Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras”. Comentário: * 16-19: O povo do tempo de Jesus comporta-se de maneira infantil: acusa João Batista de louco, porque é severo demais; acusa Jesus de boa-vida, porque parece muito condescendente. No entanto, se esquece de examinar as ações de João e de Jesus, que testemunham a realização da vontade de Deus. Parece que Jesus encontrou uma geração difícil no seu tempo: uma geração que não aceitou João Batista, porque este viveu uma vida muito austera e era considerado por alguns deles como um possuído por um demônio; outros não aceitaram Jesus, porque este gostava de participar de refeições com pecadores e tinha fama de comilão e beberrão. Uma geração semelhante a meninos rebeldes que não aceitam festejar com os colegas nem fazer lamentações. Nada lhes agrada. Estão insatisfeitos com todos e com tudo. Que geração é essa? Com certeza, são os adversários do projeto de Jesus, porque os pequeninos e os pobres o acolheram com muito carinho. A geração criticada pelo Mestre é a geração que não quer mudanças, nem perda de privilégios, nem a melhoria dos pobres. As coisas hoje não mudaram muito: o projeto de Jesus continua sendo rechaçado, e quem segue este projeto à risca é perseguido. Oração Divino pregador, Jesus Cristo, teus conterrâneos, sobretudo os dirigentes do povo, recusaram a pregação do rigoroso João Batista e te desprezaram por seres amigo dos pecadores. Os planos de Deus, porém, comprovam que João estava certo e tu também estavas com a verdade. Errados estavam eles. Amém.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Mateus 11, 11-15 A missão de João Batista.

11“Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. 12Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. 13Com efeito, todos os profetas e a Lei profetizaram até João. 14E se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15Quem tem ouvidos ouça”. Comentário: * 7-15: Nenhum homem do Antigo Testamento é maior do que João Batista. Entretanto, João pertence ao Antigo Testamento, onde as profecias são anunciadas, e não ao Novo Testamento, onde elas já se realizaram. O v. 12 é de difícil interpretação. Provavelmente, o evangelista quer mostrar que o Reino é vítima de violência, porque a velha estrutura injusta resiste para não ser destruída e reage violentamente. Essa violência dos que se opõem à vontade de Deus será experimentada pelo próprio Jesus em sua missão. Jesus elogia João Batista por sua grandeza e importância na dinâmica da história da salvação. A missão de João é proclamar o fim do tempo de espera e apontar o início de uma nova era. Ele é aquele que anuncia a chegada do Salvador da humanidade, Jesus Cristo, e prepara o povo para acolhê-lo. João é considerado o “maior dos nascidos de mulher. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele”. Jesus já proclamou que o Reino de Deus pertence aos pobres e pequeninos, mas eles serão maiores que João no Reino. O menor aqui se torna o maior no Reino. O Reino do céu sempre enfrentou resistência e violência, mas são justamente os corajosos e valentes que o conquistarão: os que lutam contra os “demônios”, os poderes, as doenças, as injustiças e as mortes. Oração Ó Jesus Messias, valorizas teu precursor, João Batista, que se manifesta com a robustez espiritual do profeta Elias. Tanto João como Elias se empenharam vivamente a fim de preparar a tua vinda a este mundo. Concede-nos, Senhor, firmeza e perseverança para enfrentar os adversários do teu Reino. Amém.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Lucas 1, 26-28 O Messias vai chegar.

26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se. Comentário: * 26-38: Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova. No dia 8 de dezembro de 1854, o papa Pio IX definiu o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora: “É doutrina revelada por Deus – em que, portanto, todos os fiéis têm de acreditar firme e constantemente – que a Virgem Maria, por graça e privilégio de Deus Todo-Poderoso, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, no primeiro instante da sua concepção”. A definição desse dogma veio coroar um sentimento comum do povo de Deus, que, desde os primeiros séculos da Igreja, entendeu que Maria foi “totalmente santa e imune de toda mancha de pecado (imaculada), modelada e feita nova criatura pelo Espírito Santo” (cf. Lumen Gentium, 56). Maria, para nós, é modelo de vida santa e estímulo para evitarmos toda forma de pecado. Oração Divino Mestre, puríssima “devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha que tira os nossos pecados”. Com essa convicção, a Igreja proclamou o dogma da Imaculada Conceição. Senhor, “cura em nós as feridas do pecado original, do qual Maria foi preservada ao ser concebida sem pecado”. Amém.

Efésios 1, 3-6.11-12 A graça não tem limites.

3Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu. 4Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor. 5Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, 6para o louvor da sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu bem-amado. 11Nele também nós recebemos a nossa parte. Segundo o projeto daquele que conduz tudo conforme a decisão de sua vontade, nós fomos predestinados 12a ser, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo. Comentário: * 3-14: Paulo desenvolve um hino de louvor em forma de "bênção", freqüente no Antigo Testamento. O louvor é uma resposta do homem ao Deus que se manifesta através de um ato de salvação ou mediante a revelação de um mistério. Deus Pai é o sujeito e a fonte de toda a ação criadora e salvadora. E tudo o que Deus Pai realiza no homem e no mundo, ele o faz mediante o seu Filho Jesus Cristo: escolhe (vv. 4-5), liberta (vv. 6-7), reúne tudo em Cristo (vv. 8-10), entrega a herança prometida (vv. 11-12) e concede o dom do Espírito Santo (vv. 13-14). * 6: A expressão "para o louvor da sua glória" (cf. vv. 12 e 14) mostra que o sentido último da vida humana é louvar a Deus. O louvor é, portanto, ato de consciência: declarando Deus como o único absoluto, o homem reconhece que as criaturas são relativas. O louvor cabe somente a Deus. * 9-10: O mistério é o projeto com que Deus se propõe levar a história à sua plena realização, reunindo em Cristo tudo o que existe.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Mateus 18, 12-14 Por que alguém se afasta da comunidade?

12“Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela do que com as noventa e nove que não se perderam. 14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”. Comentário: * 10-14: Por que alguém se extravia, isto é, se distancia da comunidade? Certamente por causa do escândalo (vv. 6-9), ou do desprezo daqueles que buscam poder e prestígio. A parábola mostra que a comunidade inteira deve preocupar-se e procurar aquele que se extraviou. A comunidade se alegra quando ele volta para o seu meio, porque a vontade do Pai foi cumprida. Nessa parábola da ovelha perdida, Jesus revela o verdadeiro rosto de Deus: um Pai que não se conforma com a perda de qualquer filho ou filha, por insignificante ou menor que possa parecer. Deixar as 99 ovelhas para ir ao encontro de uma que se perdeu revela a solicitude do pastor que não admite perder nenhuma ovelha. Jesus encarnou essa face do Pai, indo pessoalmente em busca dos pecadores, doentes, pobres e abandonados, os privilegiados de Deus. A lição de Jesus é dirigida à comunidade e, por que não, à sociedade: a primeira preocupação deve ser dada ao próximo abandonado e desprezado. O verdadeiro discípulo de Jesus não se conforma com a realidade de miséria e abandono em que muitos de nossos irmãos e irmãs se encontram e faz o que estiver ao seu alcance para recuperá-los para a vida. Oração Senhor Jesus, falas da alegria do homem que recupera uma ovelha que se extraviara do rebanho. Com essa imagem, nos ensinas como Deus fica satisfeito quando um pecador se converte e volta ao bom caminho, pois o Pai celeste não quer que se perca nenhum de seus filhos e filhas. Amém.

domingo, 5 de dezembro de 2021

Lucas 5, 17-26 Jesus liberta pela raiz.

17Um dia Jesus estava ensinando. À sua volta estavam sentados fariseus e doutores da Lei, vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E a virtude do Senhor o levava a curar. 18Uns homens traziam um paralítico num leito e procuravam fazê-lo entrar para apresentá-lo. 19Mas, não achando por onde introduzi-lo devido à multidão, subiram ao telhado e, por entre as telhas, o desceram com o leito no meio da assembleia, diante de Jesus. 20Vendo-lhes a fé, ele disse: “Homem, teus pecados estão perdoados”. 21Os escribas e fariseus começaram a murmurar, dizendo: “Quem é este que assim blasfema? Quem pode perdoar os pecados senão Deus?” 22Conhecendo-lhes os pensamentos, Jesus respondeu, dizendo: “Por que murmurais em vossos corações? 23O que é mais fácil, dizer: ‘Teus pecados estão perdoados’ ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? 24Pois, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar os pecados” – disse ao paralítico -, “eu te digo: levanta-te, pega o leito e vai para casa”. 25Imediatamente, diante deles, ele se levantou, tomou o leito e foi para casa, louvando a Deus. 26Todos ficaram fora de si, glorificavam a Deus e, cheios de temor, diziam: “Hoje vimos coisas maravilhosas!” Comentário: * 17-26: Cf. nota em Mc 2,1-12. * 2,1-12: Segundo os antigos, a doença era causada pelo pecado. Para libertar o homem, Jesus vai direto à raiz: o pecado invisível que causa os males externos e visíveis. A oposição a Jesus começa: os doutores da Lei só se preocupam com teorias religiosas, e não em transformar a situação do homem. A ação de Jesus é completa. É um dizer e fazer que cura por dentro e por fora, fazendo o homem reconquistar a capacidade de caminhar por si. Nos seus ensinamentos, Jesus atrai em volta de si multidões do povo e também algumas autoridades, como os fariseus e os mestres da Lei. Estes, mais do que interessados na Boa-Nova do Mestre, acercam-se dele para pô-lo à prova e questioná-lo. Enquanto Jesus ensina, alguns homens lhe trazem um paralítico. Como não conseguem chegar até ele, por causa da multidão, descem o paralítico pelo telhado. Com esse gesto, Jesus reconhece a fé deles e, por isso, perdoa os pecados do doente e o cura. Os adversários não aceitam que Jesus tenha poder de perdoar, pois, para eles, só Deus pode perdoar. Chama a atenção o fato de terem colocado o paralítico bem no centro, diante de Jesus. Para o Mestre, o lugar dos doentes e dos pobres deveria ser o centro das atenções das autoridades e da sociedade em geral. Oração Ó Jesus, incansável missionário do Pai celeste, não cessas de ensinar, inclusive a fariseus e mestres da Lei. Diante deles operas a cura do paralítico e lhe concedes o perdão dos pecados. Desse modo, revelas teu poder de curar e de perdoar pecados, levando todo o povo a glorificar a Deus. Amém.

sábado, 4 de dezembro de 2021

Lucas 3, 1-6 João Batista prepara o povo.

1No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes administrava a Galileia, seu irmão Filipe, as regiões da Itureia e Traconítide, e Lisânias a Abilene; 2quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes, foi então que a Palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto. 3E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados, 4como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. 5Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas, e os caminhos acidentados serão aplainados. 6E todas as pessoas verão a salvação de Deus'”. Comentário: * 3,1-20: A datação histórica (vv. 1-2) mostra que Lucas coloca os reis terrestres e as autoridades religiosas em contraste com a soberania e a autoridade de Jesus: o movimento profundo da história não se desenvolve no plano das aparências da história oficial. É Jesus quem realiza o destino do mundo, dando à história o verdadeiro sentido. João Batista convida todos à mudança radical de vida, porque a nova história vai transformar pela raiz as relações entre os homens. É o tempo do julgamento, e nada vale ter fé teórica, pois o julgamento se baseia sobre as opções e atitudes concretas que cada um assume. O evangelista Lucas gosta de dar apoio histórico a seus relatos. Com isso, nos mostra dois aspectos interessantes. Primeiro: seus escritos merecem credibilidade. Segundo: Deus se insere na história humana, feita de pessoas e fatos concretos, para realizar a história da salvação. Nesse cenário, em que são nomeados governantes de locais importantes, surge a figura de um homem escolhido por Deus, a fim de preparar os caminhos do Senhor. É João, filho de Isabel e Zacarias. Vem com missão bem definida: mexer com a consciência de cada um mediante o apelo à conversão. A salvação acontece nos corações que se dispõem a mudar de vida e se abrem à graça de Deus. Qual é meu papel na atual história da salvação da humanidade? Deus pode contar comigo para quê? Oração Ó divino Salvador, no deserto desponta João, com a precisa missão de preparar a tua vinda ao mundo. E o faz pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados e gritando: “Preparem o caminho do Senhor”. Ajuda- nos, Senhor, a pôr em prática os apelos do Batista. Amém.

Filipenses 1, 4-6.8-11 Agradecimento e pedido.

4Sempre, em todas as minhas orações, rezo por vós com alegria, 5por causa da vossa comunhão conosco na divulgação do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6Tenho a certeza de que aquele que começou em vós uma boa obra há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus. 8Deus é testemunha de que tenho saudade de todos vós, com a ternura de Cristo Jesus. 9E isto eu peço a Deus: que o vosso amor cresça sempre mais, em todo o conhecimento e experiência, 10para discernirdes o que é o melhor. E assim ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo, 11cheios do fruto da justiça que nos vem por Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus. Comentário: * 3-11: A oração de Paulo mostra o seu afeto particular pela comunidade de Filipos. De fato, essa comunidade desde o início coopera e participa ativamente no trabalho da evangelização, seja colaborando no anúncio, defesa e confirmação do Evangelho, seja pela ajuda material oferecida ao Apóstolo. Paulo só pede uma coisa: o crescimento no amor. Vivendo o amor, a comunidade será sempre capaz de distinguir o que mais favorece a prática da justiça.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Mateus 9, 35-10,1.6-8 A origem da missão.

35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” O núcleo da nova comunidade -10,1E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Enviou-os com as seguintes recomendações: A missão dos apóstolos - 6“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!” Comentário: * 35-38: Mateus apresenta um resumo da atividade de Jesus (cf. 4,23), mostrando a raiz da ação dele: nasce da visão da realidade, que o leva a compadecer-se, isto é, a sentir junto com o povo cansado e abatido. O trabalho é grande, e necessita de pessoas dispostas a continuar a obra de Jesus. A comunidade deve assumir a preocupação de levar a Boa Notícia do Reino ao mundo inteiro, consciente da necessidade de trabalhadores disponíveis para essa missão divina. * 10,1-4: Os discípulos recebem o mesmo poder de Jesus: desalienar os homens (expulsar demônios) e libertá-los de todos os males (curar doenças). Os doze apóstolos formam o núcleo da nova comunidade, chamada a continuar a palavra e ação de Jesus. * 5-15: A missão é reunir o povo para seguir a Jesus, o novo Pastor. Ela se realiza mediante o anúncio do Reino e pela ação que concretiza os sinais da presença do Reino. A missão se desenvolve em clima de gratuidade, pobreza e confiança, e comunica o bem fundamental da paz, isto é, da plena realização de todas as dimensões da vida humana. Os enviados são portadores da libertação; rejeitá-los é rejeitar a salvação e atrair sobre si o julgamento. Jesus continua seu trajeto missionário, proclamando a Boa Notícia do Reino. Vendo a situação do povo doente, angustiado e abandonado, teve compaixão. Diante de tantas necessidades do povo, Jesus reconhece que sozinho não consegue dar conta; por isso, chama homens e mulheres disponíveis e generosos que o auxiliem na missão. Vendo a situação de abandono do povo, Jesus “encheu-se de compaixão”. O seguidor de Jesus precisa ter um olhar semelhante ao dele: olhar para os pobres e abandonados, os verdadeiros destinatários do Evangelho. Seguindo o Mestre, aprendemos dele a olhar as multidões, abrir-nos aos outros. O centro de nossa missão é o outro, sobretudo as multidões que andam como ovelhas sem pastor. Enquanto discípulos, aprendemos com o Mestre, mas precisamos ir além, ser apóstolos, ou seja, enviados em missão. Oração Ó Jesus, divino Mestre, admirável é teu zelo pelo Reino de Deus. Percorres cidades e povoados, ensinas nas sinagogas e curas toda sorte de enfermidades. Recomendas, ainda, que peçamos ao Pai muitos trabalhadores para tua imensa obra. Aumenta, Senhor, o nosso entusiasmo pelo Evangelho. Amém.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Mateus 9, 27-31 Jesus faz ver e falar.

27Partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: “Tem piedade de nós, filho de Davi!” 28Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então, Jesus perguntou-lhes: “Vós acreditais que eu posso fazer isso?” Eles responderam: “Sim, Senhor”. 29Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”. 30E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu severamente: “Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo”. 31Mas eles saíram e espalharam sua fama por toda aquela região. Comentário: * 27-34: A justiça do Reino liberta os homens para o discernimento (ver) e expulsa a alienação (demônio) que impede de dizer a palavra que transforma a realidade. A justiça libertadora, porém, provoca a oposição daqueles que querem apossar-se da salvação, para restringi-la a pequeno grupo de privilegiados. Dois cegos seguem Jesus, pedindo piedade. Eles acreditam que Jesus possa fazer alguma coisa por eles. Pessoas cegas têm dificuldade para exercer suas atividades físicas, têm sua autonomia limitada. No Antigo Testamento, o cego não podia participar do culto (cf. Lv 21,18); portanto, era uma pessoa marginalizada e excluída do templo. Os dois cegos gritando atrás de Jesus representam a oração de angústia de quem está sofrendo por causa da cegueira. Professam sua fé em Jesus, que toca nos olhos deles e lhes devolve “conforme a fé que têm”. A fé provoca a recuperação da vista e da dignidade e a integração na comunidade. A comunidade cristã (casa) é o ponto de chegada, onde manifestamos nossa fé, e o ponto de partida para o anúncio da mensagem de quem nos estendeu as mãos e nos salvou. Oração Divino Mestre, Luz do mundo, aos dois cegos que te seguiam, implorando piedade e cura, deste a condição de enxergar. Abre, Senhor, nossos olhos para que possamos reconhecer-te nos pobres e marginalizados de nossa sociedade e firma nossos passos no caminho que nos conduz a ti. Amém.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Mateus 7, 21.24-27 A fé é uma prática.

21“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Passar para a ação -* 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!” Comentário: * 21-23: Nem mesmo o ato de fé mais profundo da comunidade, que é o reconhecimento de Jesus como o Senhor, faz que alguém entre no Reino. Se o ato de fé pela palavra não for acompanhado de ações, é vazio e sem sentido. A expressão "naquele dia" indica o Juízo final e nos remete a Mt 25,31-46, onde são mostradas as ações que qualificam o autêntico reconhecimento de Jesus como Senhor. * 24-27: Construir a casa sobre a rocha é viver e agir de acordo com a justiça do Reino apresentada no Sermão da Montanha. Construir a casa sobre a areia é ficar na teoria, sem passar para a prática. O texto é a conclusão do Sermão da Montanha, primeiro e grande ensinamento de Jesus no Evangelho de Mateus. A vida do cristão precisa ser construída sobre as palavras desse sermão, mais precisamente sobre as bem-aventuranças, para que seja firme e sólida e resista às tempestades e incompreensões. A pedra fundamental, na qual podemos confiar e sobre a qual devemos construir nossa vida, nossa família e a comunidade, é a vontade do Pai, revelada por Jesus. Uma vida de piedade sem a vivência prática do amor e da solidariedade é estéril. O verbalismo religioso, individual ou comunitário, torna-se piedosa ilusão se não se concretiza numa vida comprometida com a prática da justiça do Reino. Seremos pessoas “de juízo ou sem juízo” conforme nossas opções. Oração Ó Jesus, deixaste claro que não basta invocar teu nome para entrar no Reino dos Céus. O que conta é cumprir a vontade do teu e nosso Pai celeste. Queremos, pois, ouvir e pôr em prática tuas palavras, certos de que edificaremos nossa vida sobre base sólida e perene. Amém.