quinta-feira, 16 de maio de 2024

João 21, 15-19 Para dirigir a comunidade, é preciso amar.

-* 15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide dos meus cordeiros.” 16 Jesus perguntou de novo a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Tome conta das minhas ovelhas.” 17 Pela terceira vez Jesus perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Então Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Disse a Jesus: “Senhor, tu conheces tudo, e sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide das minhas ovelhas. 18 Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. 19 Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus. E Jesus acrescentou: "Siga-me.” Comentário: * 15-23: A ideia de superioridade e domínio no exercício do pastoreio é absolutamente contrária ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. O verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus, colocando-se a serviço da comunidade e sendo capaz de amá-la até o fim, dando por ela até a própria vida. Embora curto, o diálogo entre Jesus e Pedro é extremamente denso e significativo, porque toca a atitude essencial de todo cristão: amar. Ora, amar implica não só dizer que ama, mas demonstrar com atos concretos que ama realmente. O amor ensinado e praticado por Cristo pede a entrega da própria vida. Ele amou o próximo e os inimigos com amor total: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). O último ato de amor praticado por Jesus é incomparável: morreu na cruz em favor da humanidade. Essa é a disposição que Cristo espera de Pedro e dos cristãos. Pedro, o líder da comunidade apostólica, dá ao Senhor sua adesão sincera: “Tu sabes que eu sou teu amigo”. Então, tem condições de conduzir o rebanho de Cristo: “Alimente as minhas ovelhas”.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

João 17, 20-26 A unidade no amor.

-* 20 “Eu não te peço só por estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles, 21 para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste. 22 Eu mesmo dei a eles a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um. 23 Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade, e para que o mundo reconheça que tu me enviaste e que os amaste, como amaste a mim. 24 Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que eles estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória que tu me deste, pois me amaste antes da criação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te reconheceu, mas eu te reconheci. Estes também reconheceram que tu me enviaste. 26 E eu tornei o teu nome conhecido para eles. E continuarei a torná-lo conhecido, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles.” Comentário: * 20-26: Graças ao testemunho dos discípulos, as comunidades cristãs do futuro vão acreditar e se comprometer com Jesus. Na unidade do amor, as comunidades serão o sacramento ou expressão da presença atuante de Jesus, lembrando continuamente o próprio Jesus, que é o dom que o Pai concedeu aos homens. Jesus conclui sua oração de despedida usando o apelativo “Pai justo”. Ele reza por nós, e sua prece atravessa os séculos e atinge as pessoas de todos os tempos. O pedido recai sobre a unidade dos seus seguidores: “Para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti”. Essa união entre Jesus e o Pai é um dos ensinamentos e testemunhos que os discípulos deverão oferecer ao mundo. É importante que todos conheçam esse movimento da Trindade em benefício da humanidade: o Pai ama o Filho e o envia ao mundo; o Filho ama o Pai e lhe é fiel em tudo e, ao encerrar sua missão terrena, Jesus envia o Espírito Santo. A unidade será um sinal para que o mundo creia em Jesus como o Enviado de Deus. Ainda estamos longe desse ideal!

terça-feira, 14 de maio de 2024

João 17, 11-19 Os discípulos de Jesus rompem com o mundo.

11 Eu já não estou no mundo. Eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um. 12 Quando eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, o nome que tu me deste. Eu os protegi e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. 13 Agora eu vou para junto de ti. Entretanto, continuo a dizer essas coisas neste mundo, para que eles possuam toda a minha alegria. 14 Eu dei a eles a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo. 15 Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno. 16 Eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo. 17 Consagra-os com a verdade: a verdade é a tua palavra. 18 Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os envio ao mundo. 19 Em favor deles eu me consagro, a fim de que também eles sejam consagrados com a verdade.” Comentário: * 6-19: Os discípulos vão continuar a missão de Jesus. Como Jesus, eles romperam com a mentalidade perversa do sistema que rege a sociedade. A missão deles, porém, não é sair do “mundo”, e sim permanecerem unidos, presentes no meio da sociedade, dando testemunho de Jesus. O Pai os protegerá de se contaminarem com o espírito do “mundo”», a cujas ameaças e seduções eles não cederão. Jesus tinha avisado aos discípulos que voltaria ao Pai, mas não os deixaria órfãos; enviaria para eles o Espírito da Verdade. Agora, nesta oração de despedida, recomenda que o Pai cuide deles: “guarda-os no teu nome”, “guarda os do mal”, “santifica-os na verdade”. São as mesmas atitudes de Jesus em relação a eles. Como se vê, há perfeita união entre Jesus e o Pai na condução da história da salvação: não há interrupção da assistência e da ação divinas na vida do povo. Os discípulos são escolhidos e preparados para dar continuidade à obra de Jesus. A missão de Jesus passa a ser a missão da Igreja. A oração de Jesus por nós robustece nossa vontade de seguirmos fiéis a ele até chegarmos à comunhão definitiva com ele, com o Pai e com o Espírito Santo.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

João 15, 9-17 O fruto do discípulo é o amor.

9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa. 12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.” Comentário: * 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida. Para o lugar de Judas Iscariotes, os Onze escolheram Matias, por este ter seguido Jesus durante seu ministério público, desde João Batista até o dia da Ascensão (cf. At 1,15-20). Desse modo, Matias tornou-se testemunha qualificada da ressurreição de Jesus. Se há um tema sobre o qual Jesus não se cansa de insistir, é o amor: “Permaneçam no meu amor”. O amor de Jesus é concreto, real, feito de obediência à vontade do Pai. Jesus é e sente-se infinitamente amado pelo Pai e, por sua vez, ama intensamente seus discípulos, a ponto de entregar-lhes a própria vida. Este é o modelo de amor: dar a vida pela pessoa amada. Mas o amor de Jesus pede nossa resposta. De que maneira podemos expressar o nosso amor a Jesus? Mediante nosso amor a Deus e aos irmãos.

domingo, 12 de maio de 2024

João 16, 29-33 A vitória sobre o mundo.

29 Os discípulos disseram: “Agora estás falando claramente e sem comparações. 30 Agora sabemos que tu sabes todas as coisas, e que é inútil alguém te fazer perguntas. Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus.” 31 Jesus disse: “Agora vocês acreditam? 32 Vem a hora, e já chegou, em que vocês se espalharão, cada um para o seu lado, e me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois o Pai está comigo. 33 Eu disse essas coisas, para que vocês tenham a minha paz. Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo.” Comentário: * 25-33: Jesus não engana seus seguidores: o futuro é tempo de testemunho em meio a lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois os cristãos podem contar com o amor do Pai. E desde já podem estar certos da vitória: Jesus já venceu todos os adversários. Para quem acredita em Jesus, a ordem social injusta, que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre. Os discípulos manifestam a Jesus entusiasta declaração de fé: “Nós acreditamos que tu saíste de junto de Deus”. Jesus, porém, retruca-lhes mostrando que essa fé não tem base sólida: “Vem a hora, e já chegou, em que vocês […] me deixarão sozinho”. Não basta uma fé superficial, fruto, talvez, de euforia ou emoção passageira. A fé em Jesus implica acompanhá-lo em todas as circunstâncias, também no caminho para a cruz. Os Evangelhos comprovam que, no momento da paixão, os discípulos se dispersaram “cada um para o seu lado”. Jesus não se sente só, porque o Pai está com ele. Não obstante o abandono dos discípulos, Jesus não os repreende; ao contrário, conforta-os diante das tribulações próprias da missão cristã: “Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem: Eu venci o mundo”.

sábado, 11 de maio de 2024

Marcos 16, 15-20 Aparições de Jesus ressuscitado.

15 Então Jesus disse-lhes: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. 16 Quem acreditar e for batizado, será salvo. Quem não acreditar, será condenado. 17 Os sinais que acompanharão aqueles que acreditarem são estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18 se pegarem cobras ou beberem algum veneno, não sofrerão nenhum mal; quando colocarem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados.” 19 Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 20 Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e, por meio dos sinais que os acompanhavam, provava que o ensinamento deles era verdadeiro. Comentário: * 9-20: Este trecho difere muito do livro até aqui; por isso é considerado obra de outro autor. Os cristãos da primeira geração provavelmente quiseram completar o livro de Marcos com um resumo das aparições de Jesus e uma apresentação global da missão da Igreja. Parece que se inspiraram no último capítulo de Mateus (28,18-20), em Lucas (24,10-53), em João (20,11-23) e no início do livro dos Atos dos Apóstolos (1,4-14). Embora seja acréscimo de retalhos tomados de outros escritos do Novo Testamento, o trecho conserva o pensamento de Marcos, isto é: os discípulos devem continuar a ação de Jesus. As últimas informações do Evangelho de Marcos parecem refletir a realidade que a Igreja primitiva estava vivendo. O breve texto registra o envio dos onze discípulos para proclamarem o Evangelho em todo o mundo; elenca alguns sinais prodigiosos que vão acompanhar os missionários; resume o relato da ascensão de Jesus; finalmente, menciona a confirmação das anteriores promessas de Jesus: “O Senhor agia com eles e confirmava a Palavra, por meio dos sinais que a acompanhavam”. A ascensão de Jesus não o afasta do nosso mundo; ao contrário, torna-o sempre presente, de modo ilimitado. Cabe a nós prolongarmos a prática de Jesus, com a garantia de sua constante e animadora presença, utilizando todos os meios e técnicas que o progresso humano põe à nossa disposição.

Efésios 1, 17-23 Agradecimento e pedido.

17 Que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, lhes dê um espírito de sabedoria que lhes revele Deus, e faça que vocês o conheçam profundamente. 18 Que lhes ilumine os olhos da mente, para que compreendam a esperança para a qual ele os chamou; para que entendam como é rica e gloriosa a herança destinada ao seu povo; 19 e compreendam o grandioso poder com que ele age em favor de nós que acreditamos, conforme a sua força poderosa e eficaz. 20 Ele a manifestou em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita no céu, 21 muito acima de qualquer principado, autoridade, poder e soberania, e de qualquer outro nome que se possa nomear, não só no presente, mas também no futuro. 22 De fato, Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo e o colocou acima de todas as coisas, como Cabeça da Igreja, 23 a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que plenifica tudo em todas as coisas. Comentário: * 15-23: Pela fé, os cristãos possuem uma sabedoria que supera qualquer outro conhecimento: sabem que Deus manifestou em Jesus Cristo a sua força, destronizando todos os poderes que até agora aprisionam a vida, e libertando os homens para uma esperança nova diante do futuro. Nesta carta, a Igreja ideal se identifica praticamente com o Reino e, portanto, ultrapassa meras concretizações históricas. Como corpo e plenitude de Cristo, ela se torna a meta para a qual caminhamos. Paulo se refere a uma Igreja santa, a um modelo ideal que exige conversão contínua da Igreja real que vive na história.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

João 16, 23-28 A angústia se transformará em alegria.

23 Nesse dia, vocês não me farão mais perguntas. Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá. 24 Até agora vocês não pediram nada em meu nome: peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa.” A vitória sobre o mundo -* 25 “Até agora falei para vocês através de comparações. Está chegando a hora em que não falarei mais através de comparações, mas falarei a vocês claramente a respeito do Pai. 26 Nesse dia vocês pedirão em meu nome e não será necessário que eu os recomende ao Pai, 27 pois o próprio Pai ama vocês, porque vocês me amaram e acreditaram que eu saí de junto de Deus. 28 Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai.” 2 Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. * 25-33: Jesus não engana seus seguidores: o futuro é tempo de testemunho em meio a lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois os cristãos podem contar com o amor do Pai. E desde já podem estar certos da vitória: Jesus já venceu todos os adversários. Para quem acredita em Jesus, a ordem social injusta, que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre. Encontramos, aqui, a essência da fé cristã: Jesus vem do Pai e volta ao Pai, e nos arrasta nesse movimento de ascensão. Então, podemos viver na confiança total em relação a Jesus, a quem expressamos nossas necessidades e súplicas: “O que vocês pedirem a meu Pai em meu nome, ele vai lhes dar”. A oração feita em nome de Jesus nasce de profunda intimidade com ele, com o Pai e com o Espírito Santo. O Espírito, de fato, é quem garante a eficácia de nossa oração, pois não sabemos o que pedir: “É o próprio Espírito que intercede com insistência por nós, com gemidos que não se exprimem” (Rm 8,26). Então, pedir o quê? Tudo o que contribui para a vida individual e comunitária do ser humano e para a comunicação dessa vida a outros. Pedir com a certeza de que vamos receber.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

João 16, 20-23 A angústia se transformará em alegria.

20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria. 21 Quando a mulher está para dar à luz, sente angústia, porque chegou a sua hora. Mas quando a criança nasce, ela nem se lembra mais da aflição, porque fica alegre por ter posto um homem no mundo. 22 Agora, vocês também estão angustiados. Mas, quando vocês tornarem a me ver, vocês ficarão alegres, e essa alegria ninguém tirará de vocês. 23 Nesse dia, vocês não me farão mais perguntas. Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá. Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. Jesus retoma o assunto da densa nuvem de tristeza e angústia que invadirá o coração dos discípulos. O motivo é que Jesus lhes dará um “espetáculo” horrível, o de morrer diante deles, como se fosse um fracassado, como se tivesse enganado uma multidão de seguidores. É verdade que a sociedade injusta vai se alegrar, julgando ter destruído o Autor da vida. Entretanto, a ressurreição de Jesus e suas aparições aos amigos reorganizam a realidade: alegria aos discípulos, pois “eles ficaram contentes, porque viram o Senhor” (Jo 20,20). Decepção para os adversários. Com a ressurreição, os discípulos de Jesus passaram a compreender que a dor é fonte de vida. Já não precisam mais fazer perguntas: tudo ficou mais claro, por acreditarem nas Escrituras e nas palavras de Jesus.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

João 16, 16-20 A angústia se transformará em alegria.

* 16 Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver.” 17 Alguns discípulos comentaram: “O que ele quer dizer com isso: ‘daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? E ainda: ‘eu vou para o Pai’?” 18 E diziam: “Que significa esse ‘um pouco’? Não compreendemos o que ele quer dizer.” 19 Jesus percebeu que eles queriam fazer perguntas. E disse: “Vocês estão discutindo porque eu falei: ‘Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? 20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria. Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. Jesus, aos poucos, vai preparando seus discípulos para a hora da prova que ele deverá enfrentar: sua paixão e morte. Faz referência a choro, lamentações e angústia. Alegria para a sociedade injusta, que imaginava ter eliminado a quem considerava “malfeitor”. Jesus, porém, deixa para trás a morte, o sepulcro, e zomba dos planos dos malvados. Ressuscita glorioso e restitui aos discípulos a esperança e a alegria. De fato, ao ressurgir dos mortos, Jesus se apresenta às mulheres no caminho e aos discípulos reunidos, com a eufórica saudação: “A paz esteja com vocês”. A presença e a ação do Espírito Santo na comunidade hão de transformar a vida deles: de medrosos a corajosos; de tristes a alegres e dispostos a dar a vida pelo Senhor Jesus (cf. At 5,41).

terça-feira, 7 de maio de 2024

João 16, 12-13 O Espírito vai guiar o testemunho dos discípulos.

12 “Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. 13 Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. 14 O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. 15 Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. Comentário: * 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados. Os discípulos não estão em condições de compreender muitas coisas que Jesus teria a comunicar-lhes; tampouco podem assimilar o sentido profundo de sua morte. Só a entenderão após sua ressurreição (cf. Jo 2,22; 12,16). Quem vai auxiliá-los nessa tarefa é o Espírito Santo, que dirá toda a verdade que recebeu de Jesus: “Vai receber do que é meu e comunicará a vocês”. Receber de Jesus é como receber do Pai, pois “todas as coisas que o Pai tem são minhas”, afirmou Jesus. Desse modo, os discípulos de Jesus não ficam órfãos ou desamparados, pois o Pai, o Filho e o Espírito Santo estarão presentes e atuantes na vida e na missão de todo cristão. Basta que estes estejam abertos aos sinais dos tempos e ao Espírito Santo que os interpreta.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

João 16, 5-11 O Espírito vai desmascarar o mundo.

5 Mas agora eu vou para aquele que me enviou. E ninguém de vocês pergunta para onde eu vou? 6 Mas porque eu lhes disse essas coisas, a tristeza encheu o coração de vocês. 7 Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei. 8 Quando o Advogado vier, ele vai desmascarar o mundo, mostrando quem é pecador, quem é o Justo e quem é o condenado. 9 Quem é pecador? Aqueles que não acreditaram em mim. 10 Quem é o Justo? Sou eu. Mas vocês não me verão mais, porque eu vou para o Pai. 11 Quem é o condenado? É o príncipe deste mundo, que já foi condenado.” Comentário: * 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados. Três aspectos sobressaem neste trecho: primeiro, o retorno de Jesus ao Pai; segundo o imediato envio do Espírito Santo; terceiro, a atuação do Espírito Santo em favor das comunidades cristãs. Os discípulos mergulharam na tristeza, porque haveriam de enfrentar tribulações. Porém, serão beneficiados com a volta de Jesus ao Pai. Jesus tem de ser glorificado antes de enviar o Espírito (cf. Jo 7,39). O Espírito Santo vai esclarecer o significado da obra de Jesus. Mostrará que a sociedade, que não acreditou em Jesus e o matou, cometeu pecado; que Jesus, de fato, é inocente, pois veio do Pai e volta ao Pai; que o “chefe deste mundo” (o mal) está condenado. É um julgamento que se prolonga na história. Ao mesmo tempo, o Espírito age como defensor dos cristãos e como acusador dos que não creem em Cristo.

domingo, 5 de maio de 2024

João 15, 26-16,4 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.

26 O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim. 27 Vocês também darão testemunho de mim, porque vocês estão comigo desde o começo.” Os discípulos não devem se acovardar -* 1 “Eu disse tudo isso para que vocês não se acovardem. 2 Expulsarão vocês das sinagogas. E vai chegar a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. 3 Eles farão assim, porque não conhecem o Pai nem a mim. 4 Eu disse tudo isso para que, quando chegar a hora, vocês se lembrem do que eu disse.” Comentário: * 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido. * 16,1-4a: A palavra de Jesus se dirige agora aos discípulos, preparando-os para a missão futura. A mesma perseguição e marginalização que eles agora sofrem se repetirá mais tarde em relação a qualquer sociedade e sistema religioso que acoberta a injustiça, porque o cristianismo é radicalmente diferente e contrário ao “mundo”. Jesus comunica a seus discípulos que vai enviar-lhes o Espírito da Verdade, que procede do Pai. Chama-o de Advogado (ou Defensor). Ele vem para dar testemunho de Jesus e de sua obra, isto é, lembrar e esclarecer aos discípulos tudo o que Jesus ensinou. O Espírito estará presente e atuante na vida de cada cristão e na vida das comunidades, em toda parte. Sofrerão tribulações, preditas por Jesus, o qual não descarta sequer o absurdo de alguém que, “matando vocês, julgará estar prestando culto a Deus”. Em outra circunstância, Jesus adverte seus seguidores de que não precisam preocupar-se com o que vão responder diante dos tribunais, pois terão a garantia da ação eficaz do Espírito Santo, o Defensor dos cristãos.

sábado, 4 de maio de 2024

João 15, 9-17 O fruto do discípulo é o amor.

9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa. 12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.” Comentário: * 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida. De que modo Jesus ama o Pai? Cumprindo os mandamentos dele. E nós, como podemos manifestar nosso amor a Jesus? Amando-nos uns aos outros. Onde existe amor, existe alegria. Até mesmo o sacrifício se torna mais leve; o trabalho pastoral, mais prazeroso e eficaz. Uma das expressões mais solenes de Jesus resume o sentido de sua vida: “Ninguém tem amor maior do que alguém que dá a vida pelos amigos”. Foi o que Jesus fez: entregou sua vida por nós. Ele nos chama de amigos; amigos partilham a vida. Jesus nos dá a conhecer o amor do Pai e seus projetos. Se nos amarmos uns aos outros, a casa do Pai ficará aberta para nós; o acesso se torna livre, então poderemos pedir “qualquer coisa” em nome de Jesus. Para alcançar esse nível de comunhão com Deus, a condição é: “Amem-se uns aos outros”.

1 João 4, 7-10 Deus é amor.

-* 7 Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. E todo aquele que ama, nasceu de Deus e conhece a Deus. 8 Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. 9 Nisto se tornou visível o amor de Deus entre nós: Deus enviou o seu Filho único a este mundo, para dar-nos a vida por meio dele. 10 E o amor consiste no seguinte: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou, e nos enviou o seu Filho como vítima expiatória por nossos pecados. Comentário: * 7-21: O centro da vida é a prática do amor. Esse amor testemunha concreta e visivelmente o conhecimento e a união que temos com Deus, com seu Filho e com o Espírito. De fato, Deus Pai torna-se conhecido pelos homens no ato de dar, por amor, o seu Filho ao mundo (Jo 3,16). O Filho é conhecido pela entrega de si mesmo, no amor, até o fim (Jo 13,1). O Espírito gera a memória do Pai e do Filho nos cristãos, isto é, a própria vida no amor. A fé na Trindade é a teoria de uma prática que se expressa no amor concreto aos irmãos, a quem Deus ama. A incoerência fundamental seria afirmar uma fé na Trindade que não correspondesse à prática do amor. João deixa claro que o julgamento de Deus será feito sobre a prática do amor vivida ou não (cf. Mt 25,31-46). Por isso, quem ama não teme o julgamento.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

João 15, 18-21 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.

-* 18 “Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim. 19 Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo. 20 Lembrem-se do que eu disse: nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês. 21 Farão isso a vocês por causa de meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou. Comentário: * 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido. Não é, certamente, luminoso o panorama que Jesus apresenta a seus discípulos. Não lhes promete aplausos. Prepara-os, ao invés, para enfrentarem a missão, com realismo. Fala de ódio e perseguições. O mundo persegue os seguidores de Cristo porque estes “não são do mundo”. O mundo egoísta, contrário ao projeto de Jesus, não aceita os discípulos de Jesus, porque não aceita Jesus nem o Pai que o enviou. Quem adere a Jesus, pela fé, não pode concordar com uma sociedade injusta, opressora, que caminha exatamente na direção contrária ao projeto do Reino. Por que muita gente ainda desconhece Jesus e seu projeto de amor e vida para todos? Seria falta de zelo apostólico dos líderes da Igreja? Ou, talvez, acomodação e fé inconsistente dos atuais cristãos e cristãs?

quinta-feira, 2 de maio de 2024

João 14, 6-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.” 8 Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.” 9 Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. 11 Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. 12 Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai. 13 O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se vocês pedirem qualquer coisa em meu nome, eu o farei.” Comentário: * 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna. Filipe, de Betsaida, foi um dos primeiros discípulos chamados por Jesus (cf. Jo 1,43s). Ocupa sempre o quinto lugar nas listas dos apóstolos e é mencionado várias vezes no Evangelho segundo João. A tradição indica a Turquia como seu campo apostólico e lugar de seu martírio. Tiago, o Menor, filho de Alfeu, só é mencionado nos catálogos dos apóstolos. Por falta de biografias confiáveis, não há concordância sobre sua trajetória, já que ele pode ser confundido com Tiago, filho de Zebedeu. São Filipe e São Tiago são celebrados juntos desde o século VI, na igreja dos Santos Doze Apóstolos, em Roma. A seus escolhidos, Jesus garante assistência divina e abre vasto horizonte de esperança e bom êxito na missão: “Quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará obras maiores do que estas” (v. 12).

quarta-feira, 1 de maio de 2024

João 15, 9-11 O fruto do discípulo é o amor.

9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa. Comentário: * 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida. Não estamos diante de poesia ou trocadilho com a palavra amor, que aparece repetidas vezes neste breve trecho. Porque se trata de amor comprometido, como o de Jesus, que dá a vida pela pessoa amada: “Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Não existe amor a Jesus, se não desembocar no compromisso para com os outros. Não basta a pessoa dizer que ama a Deus ou ama o próximo; o amor precisa traduzir-se em atitudes concretas: obras de justiça e fraternidade. Ora, tais obras podem provocar reações da sociedade injusta, cujos chefes lutam para manter seus privilégios. Para isso, são capazes de atentar contra a vida de inocentes. Foi o que fizeram com Jesus, matando-o; foi como trataram uma fileira incontável de mártires, seguidores de Cristo.