quarta-feira, 31 de maio de 2023

Marcos 10, 46-52 O verdadeiro discípulo.

-* 46 Chegaram a Jericó. Jesus saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. Na beira do caminho havia um cego que se chamava Bartimeu, o filho de Timeu; estava sentado, pedindo esmolas. 47 Quando ouviu dizer que era Jesus Nazareno que estava passando, o cego começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” 48 Muitos o repreenderam e mandaram que ficasse quieto. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” 49 Então Jesus parou e disse: “Chamem o cego.” Eles chamaram o cego e disseram: “Coragem, levante-se, porque Jesus está chamando você.” 50 O cego largou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. 51 Então Jesus lhe perguntou: “O que você quer que eu faça por você?” O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver de novo.” 52 Jesus disse: “Pode ir, a sua fé curou você.” No mesmo instante o cego começou a ver de novo e seguia Jesus pelo caminho. Convênio: * 46-52: O último milagre de Jesus é uma cura significativa. Ele não abre apenas os olhos do cego, mas também o coração. E o cego curado reconhece Jesus como o Messias (filho de Davi). E, com mais coragem do que Pedro (8,32) e do que o homem rico (10,22), segue a Jesus no caminho para a morte. Desse modo, Bartimeu torna-se o modelo do verdadeiro discípulo. Na época de Jesus, os cegos eram marginalizados, porque se acreditava que a cegueira era castigo de Deus por algum pecado. Curar um cego significava reintegrá-lo na vida social. Sentado e mendigando à beira do caminho, o cego não conta com a solidariedade da “considerável multidão”, cega, surda e insensível. Com efeito, não só deixam de pedir a Jesus em favor dele, mas tentam abafar seus clamores por saúde. Jesus, no entanto, tem ouvidos atentos para captar as súplicas do cego e sensibilidade aguçada para com sua infeliz situação, e lhe devolve a luz. Passando a enxergar, o homem segue a Jesus pelo caminho, imagem do discípulo que compreende quem é o Messias e se dispõe a segui-lo, com os próprios pés e sem medo, pelo caminho que conduz a Jerusalém, onde Jesus entregará a própria vida. Evangelho:

terça-feira, 30 de maio de 2023

Lucas 1, 39-56 João aponta o Messias.

* 39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.” O cântico de Maria -* 46 Então Maria disse: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, 47 meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48 porque olhou para a humilhação de sua serva. Doravante todas as gerações me felicitarão, 49 porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo, 50 e sua misericórdia chega aos que o temem, de geração em geração. 51 Ele realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, 52 derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; 53 aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias. 54 Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55 - conforme prometera aos nossos pais - em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.” 56 Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa. Comentário: * 39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel. * 46-56: O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história. A festa da Visitação de Nossa Senhora foi celebrada pelos franciscanos no final do século XIII, mas somente a partir do século XV foi introduzida progressivamente no Calendário universal da Igreja. Com esta festa, a partir do papa Bonifácio IX, dá-se ênfase à participação de Maria no mistério pascal-pentecostal de Cristo, que inaugura o caminho missionário da Igreja. Ao visitar sua prima, Maria foi movida pelo desejo de comunicar-lhe a alegria pela obra maravilhosa que nela Deus realizara. Grávida de Jesus, Maria é a morada de Deus, e como tal é reverenciada por Isabel. Deus vem, afinal, morar entre nós, porém sua morada não é mais um templo de pedra, é uma pessoa! Doravante, não será mais com pedras que se há de construir a habitação de Deus na terra, mas será com a fé, o amor, a esperança.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Marcos 10, 28-31 O Reino é dom e partilha.

28 Pedro começou a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos.” 29 Jesus respondeu: “Eu garanto a vocês: quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e da Boa Notícia, 30 vai receber cem vezes mais. Agora, durante esta vida, vai receber casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, junto com perseguições. E, no mundo futuro, vai receber a vida eterna. 31 Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.” Comentário: * 17-31: Para entrar no Reino (ou vida eterna) é preciso mais do que observar leis ou regras. O Reino é dom de Deus aos homens, e nele tudo deve ser partilhado entre todos. Isso significa repartir as riquezas em vista de uma igualdade, abolindo o sistema classista. É por isso que os ricos ficam tristes e dificilmente entram no Reino. E o que acontece quando a gente deixa tudo para seguir a Jesus e continuar o seu projeto? Encontra nova sociedade, embora em meio à perseguição, e já vive a certeza da plenitude que virá. Jesus acabara de comentar com seus apóstolos como é difícil um rico entrar no Reino de Deus. Eles não alimentam ilusões, sabem que o Mestre vive pobremente, não possui bens materiais, não paga salário. Pedro, representando os demais, quer saber qual será a situação dos que deixam tudo em vista de assumir as exigências do Reino. Jesus conta a própria experiência de vida: deixou sua família de sangue, mas tem uma família bem mais ampla, unida pelos laços da fé. Não tem sua própria casa; porém, como missionário do Reino, está sempre em casa, não lhe faltam alimento nem roupa. Na nova sociedade, sem desigualdade nem opressão, haverá afeto e abundância para todos. Neste mundo, os seguidores de Jesus terão sua recompensa multiplicada por cem, acompanhada de perseguições. E, no futuro, herdarão a vida eterna.

domingo, 28 de maio de 2023

João 19, 24-34 A relação entre Israel e a comunidade de Jesus.

-* 25 A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. 26 Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à mãe: “Mulher, eis aí o seu filho.” 27 Depois disse ao discípulo: “Eis aí a sua mãe.” E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa. Jesus amou até o fim -* 28 Depois disso, sabendo que tudo estava realizado, para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: “Tenho sede.” 29 Havia aí uma jarra cheia de vinagre. Amarraram uma esponja ensopada de vinagre numa vara, e aproximaram a esponja da boca de Jesus. 30 Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está realizado.” E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. A morte de Jesus é o maior sinal de vida -* 31 Era dia de preparativos para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque esse sábado era muito solene para eles. Então pediram que Pilatos mandasse quebrar as pernas dos crucificados e os tirasse da cruz. 32 Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro, que estavam crucificados com Jesus. 33 E se aproximaram de Jesus. Vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas, 34 mas um soldado lhe atravessou o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água. Comentário: * 25-27: A mãe de Jesus representa aqui o povo da antiga aliança que se conservou fiel às promessas e espera pelo salvador. E o discípulo amado representa o novo povo de Deus, formado por todos os que dão sua adesão a Jesus. Na relação mãe-filho, o evangelista mostra a unidade e continuação do povo de Deus, fiel à promessa e herdeiro da sua realização. * 28-30: O projeto de Deus a respeito do homem se completa na morte de Jesus, sinal do seu dom de amor até o fim. O Espírito que Jesus entrega é o mesmo que o conduziu em toda a sua atividade. Ele realiza o reino universal e constitui o novo povo de Deus, que continuará a obra de Jesus. * 31-37: Morto na cruz, Jesus é o grande sinal, o ápice de todos os sinais narrados pelo evangelista. O sangue simboliza a morte; a água simboliza o Espírito que dá a vida: com sua morte Jesus trouxe a vida. Captar e testemunhar este sinal é questão decisiva, pois só através dele a história do homem vai encontrar a possibilidade de chegar à sua plenitude, dando lugar à sociedade livre e fraterna. É acreditando na vida de Jesus que o cristão continua a obra libertadora por ele iniciada. Mediante decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, publicado em 11/02/2018, o papa Francisco instituiu a memória da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, a ser celebrada na segunda-feira depois de Pentecostes. Ao promover esta memória obrigatória, o papa Francisco visa favorecer o crescimento materno da Igreja nos pastores, nos religiosos e nos fiéis, como também a genuína piedade mariana. Considerando o Evangelho do dia, o decreto afirma: “A Mãe, que estava junto à cruz, aceitou o testamento do amor do seu Filho e acolheu todos os homens, personificados no discípulo amado… tornando-se a amorosa Mãe da Igreja, que Cristo gerou na cruz, dando o Espírito. Por sua vez, no discípulo amado, Cristo elegeu todos os discípulos como herdeiros do seu amor para com a Mãe”.

sábado, 27 de maio de 2023

João 20, 19-23 Jesus ressuscitado está vivo na comunidade.

-* 19 Era o primeiro dia da semana. Ao anoitecer desse dia, estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os discípulos por medo das autoridades dos judeus, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: “A paz esteja com vocês.” 20 Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos ficaram contentes por ver o Senhor. 21 Jesus disse de novo para eles: “A paz esteja com vocês. Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.” 22 Tendo falado isso, Jesus soprou sobre eles, dizendo: “Recebam o Espírito Santo. 23 Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados.” Comentário: * 19-23: O medo impede o anúncio e o testemunho. Jesus liberta do medo, mostrando que o amor doado até à morte é sinal de vitória e alegria. Depois, convoca seus seguidores para a missão no meio do mundo, infunde neles o Espírito da vida nova e mostra-lhes o objetivo da missão: continuar a atividade dele, provocando o julgamento. De fato, a aceitação ou recusa do amor de Deus, trazido por Jesus, é o critério de discernimento que leva o homem a tomar consciência da sentença que cada um atrai para si próprio: sentença de libertação ou de condenação. Para o quarto Evangelho, Pentecostes acontece no mesmo dia da Páscoa. Jesus se apresenta no meio dos discípulos e lhes dirige a saudação pascal: “A paz esteja com vocês”. A paz que Jesus oferece afasta o medo. Com efeito, “os discípulos ficaram contentes, porque viram o Senhor”. Missionário do Pai por excelência, Jesus nesse instante envia seus discípulos como testemunhas de tudo o que dele aprenderam; deverão prolongar no mundo a sua obra. Para isso, reveste-os com o dom do Espírito Santo e com o poder de perdoar pecados. É um poder que discerne e julga, que reconcilia e exclui. O pecado consiste em gerar e promover a injustiça, contrária naturalmente ao projeto de Jesus. Tarefa da comunidade cristã é lutar pela implantação da justiça, fazendo com que todos tenham vida em abundância.

1 Coríntios 12, 3-7.12-13 Jesus é o Senhor.

3 Por isso, eu declaro a vocês que ninguém, falando sob a ação do Espírito de Deus, jamais poderá dizer: “Maldito Jesus!” E ninguém poderá dizer: “Jesus é o Senhor!” a não ser sob a ação do Espírito Santo. A Trindade gera a comunidade -* 4 Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; 5 diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; 6 diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. 7 Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. A comunidade é o Corpo de Cristo -* 12 De fato, o corpo é um só, mas tem muitos membros; e no entanto, apesar de serem muitos, todos os membros do corpo formam um só corpo. Assim acontece também com Cristo. 13 Pois todos fomos batizados num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, quer escravos ou livres. E todos bebemos de um só Espírito. Comentário: * 1-3: Na efervescência carismática dos coríntios existem traços pagãos. Estes se reúnem para cultivar o espetacular e o fascínio pelo sobrenatural impregnado de mística pagã; isso acaba tornando-se verdadeiro ópio. Paulo adverte: nem todas as manifestações de entusiasmo religioso provêm de Deus. Na mística cristã, o primeiro critério para discernir os verdadeiros dons do Espírito é reconhecer Jesus como Senhor. * 4-11: A Trindade é a base sobre a qual a comunidade se constrói: nesta, toda ação provém do Pai, todo serviço provém de Jesus e todos os dons (= carismas) provêm do Espírito. Cada pessoa na comunidade recebe um dom, ou melhor, é um dom para o bem de todos. Por isso, cada um, sendo o que é e fazendo o que pode, age para o bem da comunidade, colocando-se a serviço de todos como dom gratuito. Desse modo, cada um e todos se tornam testemunho e sacramento da ação, serviço e dom do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Paulo enumera apenas os carismas de direção e ensino. A lista não é completa, pois cada pessoa é um carisma para a comunidade toda. * 12-31: A imagem do corpo é usada para falar da unidade, diversidade e solidariedade que caracterizam a comunidade cristã. Esta é una, porque forma o corpo de Cristo, dado que todos receberam o mesmo batismo e o mesmo Espírito, que produzem a comunhão e igualdade fundamental. Contudo, as pessoas são diferentes entre si; cada uma com sua originalidade contribui, de maneira indispensável, para a construção e crescimento de todos; portanto, não há lugar para complexos de superioridade ou inferioridade. O cimento da vida comunitária é a solidariedade, que faz todos voltar-se para cada um, principalmente para os mais fracos e necessitados, partilhando os sofrimentos e alegrias.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

João 21, 20-25 O testemunho continua sempre.

20 Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que estivera bem perto de Jesus durante a ceia e que havia perguntado: “Senhor, quem é que vai traí-lo?” 21 Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai acontecer a ele?” 22 Jesus respondeu: “Se eu quero que ele viva até que eu venha, o que é que você tem com isso? Quanto a você, siga-me.” 23 Então correu a notícia entre os irmãos de que aquele discípulo não iria morrer. Porém Jesus não disse que ele não ia morrer, mas disse: “Se eu quero que ele viva até que eu venha, o que é que você tem com isso?” O Evangelho é testemunho -* 24 Este é o discípulo que deu testemunho dessas coisas e que as escreveu. E nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. 25 Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que não caberiam no mundo os livros que seriam escritos. Comentário: * 15-23: A ideia de superioridade e domínio no exercício do pastoreio é absolutamente contrária ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. O verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus, colocando-se a serviço da comunidade e sendo capaz de amá-la até o fim, dando por ela até a própria vida. * 24-25: A segunda conclusão do evangelho salienta novamente o tema do testemunho. O Evangelho não é ensinamento de doutrina, nem exposição de verdades ou sistemas, nem conjunto de fórmulas jurídicas, às quais todos deveriam se ajustar. Evangelho é o testemunho de uma comunidade que se transforma cada vez mais ao seguir Jesus na experiência do amor. Todos são convidados a seguir Jesus, mas nem todos do mesmo modo. Pedro dará glória a Deus pelo martírio; João o fará por uma longa vida dedicada ao anúncio do Evangelho. Não é tarefa nossa controlar a missão de nossos irmãos. Isso compete ao Senhor, que conhece os corações e as capacidades de seus discípulos e discípulas. A nós, cristãos, com base no testemunho dos apóstolos, cabe dar testemunho da vida e obras de Jesus. O quarto Evangelho termina reconhecendo que tudo o que foi escrito a respeito de Jesus é muito pouco em proporção ao que ele realizou. Porém, o que foi escrito é testemunho autêntico do discípulo amado a favor de Jesus e de seu Reino, e suficiente para manter vivas e animadas as múltiplas comunidades de irmãos que vão surgindo pelo mundo afora.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

João 21, 15-19 Para dirigir a comunidade, é preciso amar.

-* 15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide dos meus cordeiros.” 16 Jesus perguntou de novo a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Tome conta das minhas ovelhas.” 17 Pela terceira vez Jesus perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Então Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Disse a Jesus: “Senhor, tu conheces tudo, e sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide das minhas ovelhas. 18 Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir.” 19 Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus. E Jesus acrescentou: “Siga-me.” Comentário: * 15-23: A ideia de superioridade e domínio no exercício do pastoreio é absolutamente contrária ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. O verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus, colocando-se a serviço da comunidade e sendo capaz de amá-la até o fim, dando por ela até a própria vida. Jesus ressuscitado submete Pedro a uma prova. A mesma pergunta, em três momentos consecutivos: “Pedro, tu me amas?”. Pedro toma consciência do que significa seguir a Jesus até as últimas consequências. “Tu sabes que sou teu amigo”: com essa resposta positiva, Pedro aceita entregar sua vida pelo Amigo, do mesmo modo que o Amigo entregou sua vida por nós. Concretamente, Pedro assume a condução do rebanho de Cristo: cordeiros e ovelhas, isto é, os líderes com o povo de Deus. Ser cristão é repetir ao Senhor, todos os dias, que o amamos, apesar de nossos pecados, nossa ignorância e nossas negações. À medida que nos colocamos na dinâmica do seguimento de Jesus, vamos amadurecendo no caminho que ele traçou para nós. Resposta fecunda do autêntico discípulo de Cristo.

quarta-feira, 24 de maio de 2023

João 17, 20-26 A unidade no amor.

* 20 “Eu não te peço só por estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles, 21 para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste. 22 Eu mesmo dei a eles a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um. 23 Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade, e para que o mundo reconheça que tu me enviaste e que os amaste, como amaste a mim. 24 Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que eles estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória que tu me deste, pois me amaste antes da criação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te reconheceu, mas eu te reconheci. Estes também reconheceram que tu me enviaste. 26 E eu tornei o teu nome conhecido para eles. E continuarei a torná-lo conhecido, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles.” Comentário: * 20-26: Graças ao testemunho dos discípulos, as comunidades cristãs do futuro vão acreditar e se comprometer com Jesus. Na unidade do amor, as comunidades serão o sacramento ou expressão da presença atuante de Jesus, lembrando continuamente o próprio Jesus, que é o dom que o Pai concedeu aos homens. A oração de Jesus ao Pai amplia o horizonte dos destinatários. Já não abrange apenas seus apóstolos, mas inclui todos os que no futuro irão crer em Jesus pelas palavras e testemunho dos apóstolos. À medida que vão conhecendo o Pai, ficarão cientes do amor do Pai pelo Filho e do amor do Filho pelo Pai. Jesus deseja que todos os discípulos estejam com ele onde ele estiver, e participem da sua glória e da glória do Pai. Se há uma insistência de Jesus nesta oração é que todos formem unidade com ele e com o Pai. Unidade supõe a prática do amor: “Se vocês tiverem amor uns aos outros, todos vão reconhecer que vocês são meus discípulos” (Jo 13,35). O testemunho dessa comunhão entre nós e com Deus é que vai atrair novos seguidores para a comunidade de Cristo.

terça-feira, 23 de maio de 2023

João 17, 11-19 Os discípulos de Jesus rompem com o mundo.

11 Eu já não estou no mundo. Eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um. 12 Quando eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, o nome que tu me deste. Eu os protegi e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. 13 Agora eu vou para junto de ti. Entretanto, continuo a dizer essas coisas neste mundo, para que eles possuam toda a minha alegria. 14 Eu dei a eles a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo. 15 Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno. 16 Eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo. 17 Consagra-os com a verdade: a verdade é a tua palavra. 18 Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os envio ao mundo. 19 Em favor deles eu me consagro, a fim de que também eles sejam consagrados com a verdade.” Comentário: * 6-19: Os discípulos vão continuar a missão de Jesus. Como Jesus, eles romperam com a mentalidade perversa do sistema que rege a sociedade. A missão deles, porém, não é sair do “mundo”, e sim permanecerem unidos, presentes no meio da sociedade, dando testemunho de Jesus. O Pai os protegerá de se contaminarem com o espírito do “mundo”, a cujas ameaças e seduções eles não cederão. Em sua oração ao Pai, Jesus se mostra amoroso para com seus discípulos e ansioso para que permaneçam fiéis à palavra da verdade. Pede pela unidade deles e apresenta, como modelo, sua própria relação com o Pai: “Que eles sejam um, assim como nós”. Pede que o Pai os proteja contra o mal, já que deverão exercer a missão nesta sociedade marcada por injustiça, violência e morte. Em resumo, na oração de Jesus ao Pai em favor dos discípulos, podemos destacar: proteção contra o ódio do mundo; condições para acolherem a palavra da verdade e serem fiéis a ela; sentirem a plena alegria por serem seguidores de Jesus; viverem no mundo sem se corromper; formar unidade com Jesus e com o Pai.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

João 17, 1-11 O que é a vida eterna?

-* 1 Depois de falar essas coisas, Jesus ergueu os olhos ao céu e disse: “Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o Filho glorifique a ti, 2 pois lhe deste poder sobre todos os homens, para que ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe deste. 3 Ora, a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que tu enviaste, Jesus Cristo. 4 Eu te glorifiquei na terra, completei a obra que me deste para fazer. 5 E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse.” Os discípulos de Jesus rompem com o mundo -* 6 “Eu manifestei o teu nome aos homens que me deste do meio do mundo. Eles eram teus e tu os deste a mim, e eles guardaram a tua palavra. 7 Agora eles conhecem que tudo o que me deste provém de ti, 8 e que as palavras que eu lhes dei são aquelas que tu me deste. Eles as receberam, e conheceram verdadeiramente que eu saí de junto de ti, e acreditaram que tu me enviaste. 9 Eu peço por eles. Não peço pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10 E tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu, e assim sou glorificado neles. 11 Eu já não estou no mundo. Eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Comentário: * 1-5: A vida eterna consiste em comprometer-se com o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem, que se manifestaram na vida e ação de Jesus. O Deus verdadeiro é o Pai que ama os homens, a ponto de entregar seu Filho até à morte, para dar vida. Todo deus que não dá vida ao homem é falso, é ídolo. O homem verdadeiro é aquele que se abre para se tornar filho do Deus que dá vida e para ser irmão dos outros homens, dando a vida por eles, como Jesus fez. Todo homem que se fecha para Deus e para os irmãos é um falso homem. * 6-19: Os discípulos vão continuar a missão de Jesus. Como Jesus, eles romperam com a mentalidade perversa do sistema que rege a sociedade. A missão deles, porém, não é sair do “mundo”, e sim permanecerem unidos, presentes no meio da sociedade, dando testemunho de Jesus. O Pai os protegerá de se contaminarem com o espírito do “mundo”, a cujas ameaças e seduções eles não cederão.: Na “oração sacerdotal”, Jesus nos entrega seu testamento espiritual. Ele dá glória ao Pai, cumprindo na terra a tarefa que o Pai lhe confiou. Dar glória é manifestar o poder de Deus e seu infinito amor pela humanidade. Jesus está consciente de ter cumprido integralmente a vontade do Pai. A todos abriu as portas da vida eterna, que consiste em conhecer a ele, Jesus, e ao Pai. Jesus se alegra porque as palavras do Pai foram acolhidas e os apóstolos acreditaram que Jesus é o enviado do Pai. A oração de Jesus pede o olhar benévolo do Pai sobre todos os fiéis presentes e futuros. Eles permanecem no campo de missão, sujeitos a muitas adversidades, mas poderão contar com a perene presença de Jesus que, terminada sua missão terrena, volta para o Pai.

domingo, 21 de maio de 2023

João 16, 29-33 A vitória sobre o mundo.

29 Os discípulos disseram: “Agora estás falando claramente e sem comparações. 30 Agora sabemos que tu sabes todas as coisas, e que é inútil alguém te fazer perguntas. Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus.” 31 Jesus disse: “Agora vocês acreditam? 32 Vem a hora, e já chegou, em que vocês se espalharão, cada um para o seu lado, e me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois o Pai está comigo. 33 Eu disse essas coisas, para que vocês tenham a minha paz. Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo.” Comentário: * 25-33: Jesus não engana seus seguidores: o futuro é tempo de testemunho em meio a lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois os cristãos podem contar com o amor do Pai. E desde já podem estar certos da vitória: Jesus já venceu todos os adversários. Para quem acredita em Jesus, a ordem social injusta, que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre. Tomados de entusiasmo, os discípulos declaram a Jesus: “Nós acreditamos que tu saíste de junto de Deus”. Mas Jesus, conhecedor do coração humano, apaga logo esse fogo de palha, por saber que a fé dos discípulos é fraca, insuficiente para permanecerem fiéis ao Mestre na hora de sua paixão e à morte. Com efeito, a partir do momento em que Jesus for preso, haverá dispersão para todo lado. Pressionados, uns fogem, outro nega e alguns se mantêm a distância (cf. Lc 23,49). Os discípulos deixarão o Mestre sozinho, mas ele garante que não está só: com ele está o Pai, que nunca o abandona. A última frase é um grito antecipado de vitória: “Eu venci o mundo”. Com seu sacrifício, Jesus vence o mundo injusto e as forças do mal. Seus discípulos são chamados a participar da luta com a certeza da vitória.

sexta-feira, 19 de maio de 2023

João 16,23-28 A angústia se transformará em alegria.

23 Nesse dia, vocês não me farão mais perguntas. Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá. 24 Até agora vocês não pediram nada em meu nome: peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa.” A vitória sobre o mundo -* 25 “Até agora falei para vocês através de comparações. Está chegando a hora em que não falarei mais através de comparações, mas falarei a vocês claramente a respeito do Pai. 26 Nesse dia vocês pedirão em meu nome e não será necessário que eu os recomende ao Pai, 27 pois o próprio Pai ama vocês, porque vocês me amaram e acreditaram que eu saí de junto de Deus. 28 Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai.” Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. * 25-33: Jesus não engana seus seguidores: o futuro é tempo de testemunho em meio a lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois os cristãos podem contar com o amor do Pai. E desde já podem estar certos da vitória: Jesus já venceu todos os adversários. Para quem acredita em Jesus, a ordem social injusta, que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre. Jesus não é nenhum frustrado. Bem ao contrário, tem plena consciência de sua origem e de seu fim. Vem do Pai e ao Pai voltará. Sabe que realizou integralmente a vontade de Deus neste mundo, isto é, foi portador da salvação para a humanidade. Empenhou-se para criar comunhão entre ele e seus discípulos, chamando-os de amigos e revelando-lhes tudo o que ouviu do Pai. Os discípulos, porém, parecem distraídos e não conseguem assimilar o sentido profundo da mensagem do Mestre. Mesmo assim, Jesus não cessa de convidá-los a entrar na intimidade dele e do Pai. Como filhos queridos, podem sentir-se livres para pedir, movidos pelo Espírito, o que quiserem em nome de Jesus e serão atendidos. A última frase resume a vida de Jesus: “Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora estou deixando o mundo e voltando para o Pai”.

João 16,20-23 A angústia se transformará em alegria.

20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria. 21 Quando a mulher está para dar à luz, sente angústia, porque chegou a sua hora. Mas quando a criança nasce, ela nem se lembra mais da aflição, porque fica alegre por ter posto um homem no mundo. 22 Agora, vocês também estão angustiados. Mas, quando vocês tornarem a me ver, vocês ficarão alegres, e essa alegria ninguém tirará de vocês. 23 Nesse dia, vocês não me farão mais perguntas. Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá. Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. O momento é grave. O mundo está para cometer tremenda injustiça. Vai condenar à morte aquele pelo qual tudo foi feito e sem o qual nada foi feito (cf. Jo 1,4). Por isso é que Jesus, ao antecipar a notícia desse trágico acontecimento, usa comparações fortes e ao mesmo tempo impregnadas de esperança. Os discípulos provarão momentos de angústia, vão chorar e lamentar-se. Terão a sensação de que o mundo injusto que Jesus veio combater está saindo vitorioso. Mas tudo sofrerá uma reviravolta. É verdade que as trevas cairão pesadamente sobre os discípulos, mas em breve serão substituídas pela luz que invadirá seus corações. A presença de Jesus ressuscitado dissipará todo temor. E os discípulos, reencontrando o Mestre depois da sua paixão e morte, compreenderão que a dor é fonte de vida.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

João 16,16-20A angústia se transformará em alegria.

-* 16 Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver.” 17 Alguns discípulos comentaram: “O que ele quer dizer com isso: ‘daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? E ainda: ‘eu vou para o Pai’?” 18 E diziam: “Que significa esse ‘um pouco’? Não compreendemos o que ele quer dizer.” 19 Jesus percebeu que eles queriam fazer perguntas. E disse: “Vocês estão discutindo porque eu falei: ‘Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? 20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria. Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. A expressão “daqui a pouco”, proferida por Jesus, pode ser considerada em dois níveis. Primeiramente, refere-se à paixão e morte. Será um momento de desolação para seus discípulos. Com a ressurreição de Jesus, volta a alegria, sentimento presente em várias pessoas que se encontram com Jesus ressuscitado. Em segundo lugar, a expressão “daqui a pouco” pode-se aplicar ao retorno de Jesus ao Pai na ascensão. Aqui também os apóstolos ficam inseguros e sentem-se um pouco órfãos. Mas Jesus não os deixa assim. Envia-lhes o Espírito Santo. Então, a alegria e o entusiasmo apoderam-se dos apóstolos, antes tímidos e depois cheios de coragem e fortaleza para a missão. Na verdade, Jesus nunca deixa sozinhos e desorientados seus discípulos missionários. Ele está vivo e atuante na comunidade.

terça-feira, 16 de maio de 2023

João 16, 12-15 O Espírito vai guiar o testemunho dos discípulos.

- 12 “Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. 13 Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. 14 O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. 15 Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. Comentário: * 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados. Apreensivos e tristes com a notícia da imediata partida de Jesus, os apóstolos não têm cabeça para assimilar as “muitas coisas” que Jesus ainda tem para lhes comunicar. Jesus, entretanto, lhes assegura que o Espírito da Verdade os irá esclarecendo, conforme as circunstâncias e necessidades, o que está para acontecer. O Espírito não apresentará coisas estranhas aos ensinamentos de Jesus; apenas transmitirá o que recebe de Jesus e do Pai: “Todas as coisas que o Pai tem são minhas”. O Espírito Santo glorificará Jesus, isto é, demonstrará que tudo o que Jesus ensinou e praticou são obras de Deus e que ele, Jesus, superada a humilhação da cruz, está junto do Pai. O Espírito Santo continua o projeto de Jesus na vida da Igreja e em nossa vida pessoal.

segunda-feira, 15 de maio de 2023

João 16, 5-11 O Espírito vai desmascarar o mundo.

5 Mas agora eu vou para aquele que me enviou. E ninguém de vocês pergunta para onde eu vou? 6 Mas porque eu lhes disse essas coisas, a tristeza encheu o coração de vocês. 7 Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei. 8 Quando o Advogado vier, ele vai desmascarar o mundo, mostrando quem é pecador, quem é o Justo e quem é o condenado. 9 Quem é pecador? Aqueles que não acreditaram em mim. 10 Quem é o Justo? Sou eu. Mas vocês não me verão mais, porque eu vou para o Pai. 11 Quem é o condenado? É o príncipe deste mundo, que já foi condenado.” Comentário: * 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados. Os apóstolos ficam tristes porque Jesus lhes falou de perseguições e de seu retorno ao Pai. Mas Jesus os conforta garantindo-lhes que, após sua glorificação, enviará para eles o Espírito Santo, que vem com função clara: vai convencer o mundo de que houve uma culpa, um inocente e uma condenação. Os culpados são os que condenaram Jesus à morte; o condenado é inocente; o sistema que o condenou sai condenado. A culpa consiste em não ter acreditado em Jesus, não obstante os sinais por ele realizados; a inocência se comprova porque Jesus é escolhido por Deus. A glorificação de Jesus prova que ele foi vítima inocente. A condenação do mundo injusto é decretada na morte e ressurreição de Jesus e continuará acontecendo na vida dos fiéis, pela ação do Espírito Santo ao longo da história.

domingo, 14 de maio de 2023

João 15,26-16,4 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.

26 O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim. 27 Vocês também darão testemunho de mim, porque vocês estão comigo desde o começo.” Os discípulos não devem se acovardar -* 1 “Eu disse tudo isso para que vocês não se acovardem. 2 Expulsarão vocês das sinagogas. E vai chegar a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. 3 Eles farão assim, porque não conhecem o Pai nem a mim. 4 Eu disse tudo isso para que, quando chegar a hora, vocês se lembrem do que eu disse.” Comentário: * 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido. * 1-4a: A palavra de Jesus se dirige agora aos discípulos, preparando-os para a missão futura. A mesma perseguição e marginalização que eles agora sofrem se repetirá mais tarde em relação a qualquer sociedade e sistema religioso que acoberta a injustiça, porque o cristianismo é radicalmente diferente e contrário ao “mundo”. Jesus continua preparando seus discípulos para quando ficarem sem sua presença física. Vai enviar-lhes “o Espírito da Verdade que procede do Pai”. O Espírito vai testemunhar a favor de Jesus e defender os discípulos na hora da prova e quando estiverem diante dos tribunais por causa do seu nome. Na força do Espírito Santo, os discípulos de Jesus darão esse testemunho corajoso. Dar testemunho não é só falar bem do Mestre, mas também sofrer tribulações pelo fato de ser seguidor dele. As perseguições chegam a tal absurdo que alguém, ao matar os discípulos de Jesus, pensa estar prestando culto a Deus. Os discípulos irão experimentar na própria pele o horror do fanatismo religioso de seus perseguidores.

sábado, 13 de maio de 2023

João 14, 15-21 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.

* 15 “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos. 16 Então, eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Advogado, para que permaneça com vocês para sempre. 17 Ele é o Espírito da Verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê, nem o conhece. Vocês o conhecem, porque ele mora com vocês, e estará com vocês. 18 Eu não deixarei vocês órfãos, mas voltarei para vocês. 19 Mais um pouco, e o mundo não me verá, mas vocês me verão, porque eu vivo, e também vocês viverão. 20 Nesse dia, vocês conhecerão que eu estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês. 21 Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele.” Comentário: * 15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história. Prestes a se afastar deste mundo, Jesus continua instruindo seus discípulos a respeito dos seus próximos passos. Não os deixará órfãos. Ao contrário, vai enviar-lhes outro Advogado, o Espírito da Verdade. O termo “advogado” (paráclito, em grego) encerra uma vasta gama de significados: defensor, consolador, intercessor. Para estar em condições de receber o Espírito Santo, há duas exigências: amar a Jesus e obedecer a seus mandamentos. O “mundo”, isto é, a sociedade assentada na injustiça, não consegue perceber a benéfica presença e a transformadora ação do Espírito Santo. Os discípulos, entretanto, poderão se beneficiar da presença e do amor do Espírito Santo, de Jesus e do Pai. Desse modo, a comunidade estará apta a dar continuidade à obra de Jesus.

1 Pedro 3, 15-18 Quem lhes fará mal?

15 Ao contrário, reconheçam de coração o Cristo como Senhor, estando sempre prontos a dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pede a vocês, 16 mas com bons modos, com respeito e mantendo a consciência limpa. Assim, quando vocês forem difamados em alguma coisa, aqueles que criticam o bom comportamento que vocês têm em Cristo ficarão confundidos. 17 Pois, se é da vontade de Deus que vocês sofram, é melhor que seja por praticarem o bem, e não o mal. Solene compromisso com Deus -* 18 De fato, o próprio Cristo morreu uma vez por todas pelos pecados, o justo pelos injustos, a fim de os conduzir a Deus. Ele sofreu a morte em seu corpo, mas recebeu vida pelo Espírito. Comentário: * 13-17: Os sofrimentos, de que fala a carta, não são aqueles provindos de alguma doença ou de uma perseguição programada pelo Estado. São os sofrimentos originados da situação em que se encontram os destinatários: imigrantes sem direitos e, além disso, cristãos com projeto de vida diverso do ambiente em que vivem. Com certeza eles já eram vistos como subversivos e conspiradores (cf. Is 8,12, onde Pedro se inspira). Por outro lado, tais sofrimentos não devem ser suportados pelo sofrimento em si, mas com finalidade bem precisa; “por causa da justiça” (v. 13; cf. também v. 17). Esse sofrimento é uma bem-aventurança (“felizes de vocês”), pois é consequências do testemunho cristão (v. 15). * 18-22: Diante dos sofrimentos, o modelo sempre é a morte de Jesus, através do qual se realizou o ato definitivo da salvação. Pedro compara duas situações: o tempo de Noé e o tempo dos cristãos. No tempo de Noé, foi salvo um pequeno grupo de justos, enquanto a maioria pereceu. Com a descida de Jesus à mansão dos mortos, também eles tiveram que se confrontar com o Evangelho. No tempo dos cristãos, igualmente existe um grupo menor de batizados (“salvos pela água”), e a maioria ainda não se converteu. Agora, o testemunho dos batizados deve fazer com que os não-convertidos se confrontem com o Evangelho.

sexta-feira, 12 de maio de 2023

João 15, 18-21 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.

-* 18 “Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim. 19 Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo. 20 Lembrem-se do que eu disse: nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês. 21 Farão isso a vocês por causa de meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou. Comentário: * 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido. Jesus nunca ocultou a dura realidade de perseguição que seus discípulos haveriam de enfrentar. Nem deveria ser novidade para eles que, na convivência com o Mestre, percebiam que ele era acolhido pelas multidões, mas também rechaçado, sobretudo pelo grupo dirigente. Por que os discípulos serão perseguidos? Porque não pertencem ao mundo da injustiça, da opressão, da desigualdade. Jesus não faz aliança com esse mundo fechado à mensagem de amor. Seus discípulos deverão ser fiéis ao Mestre, por isso sabem que a rejeição os aguarda, já que “um servo não é maior do que seu senhor”. Mas, não fiquem desanimados, nem tudo é tempestade na vida desses missionários. Pois, do mesmo modo que eles ouviram e acolheram a palavra de Jesus, outros darão crédito às palavras de seus discípulos.

quinta-feira, 11 de maio de 2023

João 15,12-17 O fruto do discípulo é o amor.

12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.” Comentário: * 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vi Mestres e pregadores costumam repetir alguma frase ou princípio que consideram importante para seus ouvintes. Do mesmo modo, Jesus martela uma expressão que é a essência da vida cristã: “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei a vocês”. Além da exigência de amar, Jesus mostra qual é o grau desse amor: “Como eu amei a vocês”. Os cristãos têm o privilégio da amizade de Jesus. Não importa que função ou ministério exercem na Igreja. Jesus os escolhe, faz deles seus amigos e lhes comunica tudo o que ouviu do Pai. De que modo podemos corresponder a esse precioso dom da amizade de Jesus? Fazendo o que Jesus ordena, isto é: amar como ele nos amou. A certeza do amor de Jesus por nós desperta-nos a confiança nele; então sabemos que nossos pedidos serão atendidos.

quarta-feira, 10 de maio de 2023

João 15,9-11 fruto do discípulo é o amor.

9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.” Comentário: * 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vi Se há um tema sobre o qual Jesus não se cansa de insistir é o amor: “Permaneçam no meu amor”. O amor de Jesus é concreto, real, feito de obediência à vontade do Pai. Jesus é infinitamente amado pelo Pai e, por sua vez, ama intensamente seus discípulos, a ponto de entregar-lhes a própria vida. Este é o modelo de amor: dar a vida pela pessoa amada. Mas o amor de Jesus pede nossa resposta. De que maneira podemos expressar o nosso amor a Jesus? Nossa maneira de amar será pôr em prática os seus mandamentos. Esse é o amor que Jesus pede a seus seguidores. Um amor incondicional, que nada espera como recompensa. À medida que atingirmos esse nível de amor, poderemos experimentar a alegria completa que só Jesus pode dar.

João 15,1-8 Quem está unido a Jesus produz frutos.

-* 1 “Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor. 2 Todo ramo que não dá fruto em mim, o Pai o corta. Os ramos que dão fruto, ele os poda para que deem mais fruto ainda. 3 Vocês já estão limpos por causa da palavra que eu lhes falei. 4 Fiquem unidos a mim, e eu ficarei unido a vocês. O ramo que não fica unido à videira não pode dar fruto. Vocês também não poderão dar fruto, se não ficarem unidos a mim. 5 Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem fica unido a mim, e eu a ele, dará muito fruto, porque sem mim vocês não podem fazer nada. 6 Quem não fica unido a mim será jogado fora como um ramo, e secará. Esses ramos são ajuntados, jogados no fogo e queimados.” O fruto do discípulo é o amor -* 7 “Se vocês ficam unidos a mim e minhas palavras permanecem em vocês, peçam o que quiserem e será concedido a vocês. 8 A glória de meu Pai se manifesta quando vocês dão muitos frutos e se tornam meus discípulos. Comentário: * 1-6: A comunidade cristã não é uma instituição, mas uma participação na vida de Jesus. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento. * 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida. A imagem da videira nos ajuda a compreender a importância de permanecermos unidos a Jesus. Ele é a verdadeira videira; o Pai é o agricultor, que zela pela produção e crescimento dos frutos; os ramos são os cristãos. A condição para dar fruto é que o ramo esteja ligado à haste principal. Quem estiver em comunhão com Jesus poderá produzir abundantes frutos de fraternidade na vida e na missão. É como se ele dissesse: “Sem mim, nada vocês podem fazer”. Em outra proposta, ousamos pôr nos lábios de Jesus a mesma afirmação em outras palavras: “Comigo, tudo vocês podem fazer”. Com efeito, aos que permanecem unidos a Jesus e põem em prática sua palavra, ele garante: “Peçam o que quiserem, e isso lhes será concedido”.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

João 14,27-31 A paz que só Jesus pode dar.

-* 27 “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem. 30 Já não tenho muito tempo para falar com vocês, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem poder sobre mim, 31 mas vem para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai me mandou. Levantem-se. Vamos sair daqui.” Comentário: Jesus nos dá o dom da paz, fruto de sua comunhão com o Pai. Não é a paz que o mundo oferece, uma paz aparente e forçada, de certos regimes políticos e econômicos, que se mantêm à custa do sacrifício do povo. A paz de Jesus afasta todo medo e qualquer perturbação e dá lugar à coragem e à esperança no campo de missão. Jesus garante sua presença na vida do discípulo missionário. A paz de Jesus gera alegria no discípulo, porque este caminha para um destino seguro, isto é, para a vida de plena intimidade com Deus. A paz que Jesus nos oferece não se deixa abalar pelo chefe deste mundo, pelo chefe que persegue o Mestre e os discípulos e cujo domínio sobre Jesus e os cristãos é passageiro. Não poderá anular a obra de Jesus, apenas vai tornar ainda mais visível o amor incondicional de Jesus ao Pai.

domingo, 7 de maio de 2023

João 14, 21-26 Espírito Santo continua a obra de Jesus.

21 Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele.”22 Judas, não o Iscariotes, perguntou: “Senhor, por que vais manifestar-te a nós e não ao mundo?” 23 Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.” Comentário: * 15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história. Não interessa a Jesus um amor só de intenção. Ele quer do discípulo um amor traduzido em obras: “Quem aceita os meus mandamentos e obedece a eles, esse é que me ama”. A maior expressão do amor é doar a vida pelos outros. O amor ao próximo não é algo abstrato. Quem põe em prática a palavra de Jesus será amado pelo Pai e se transformará em morada do Pai e do Filho. Torna-se, desse modo, a manifestação da presença de Deus. Os apóstolos ainda permanecem incapazes de compreender o sentido profundo da obra de Jesus. Por isso, o Pai enviará o Espírito Santo, aqui Advogado, o Defensor da comunidade, com a missão de ensinar “todas as coisas” aos discípulos e recordar-lhes tudo o que Jesus falou.

sábado, 6 de maio de 2023

João 14, 1-12 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

* 1 Jesus continuou dizendo: “Não fique perturbado o coração de vocês. Acreditem em Deus e acreditem também em mim. 2 Existem muitas moradas na casa de meu Pai. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, porque vou preparar um lugar para vocês. 3 E quando eu for e lhes tiver preparado um lugar, voltarei e levarei vocês comigo, para que onde eu estiver, estejam vocês também. 4 E para onde eu vou, vocês já conhecem o caminho.” 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos conhecer o caminho?” 6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.” 8 Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.” 9 Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. 11 Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. 12 Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai. 13 O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se vocês pedirem qualquer coisa em meu nome, eu o farei.” Comentário: * 14,1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna. Os discípulos ficam entristecidos com a notícia de que Jesus vai deixá-los. Ele, porém, os tranquiliza: que ponham total confiança nele, assim como confiam em Deus. Jesus pessoalmente vai arrumar o lugar para eles na casa do Pai, e no momento oportuno virá buscá-los, a fim de que vivam para sempre com ele na glória do Pai. Quanto ao caminho para chegar a Deus, eles o conhecem, é o próprio Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém chega ao Pai, a não ser por mim”. A pergunta de Filipe dá margem para Jesus salientar, uma vez mais, sua perfeita harmonia e comunhão com o Pai: “Acreditem em mim. Eu estou no Pai e o Pai está em mim”. Mediante a fiel adesão ao projeto do Pai e do Filho (vida em abundância para todos), os cristãos poderão realizar obras admiráveis em suas comunidades.

1 Pedro 2, 4-9 Cristãos: o povo sacerdotal.

-* 4 Aproximem-se do Senhor, a pedra viva rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus. 5 Do mesmo modo, vocês também, como pedras vivas, vão entrando na construção do templo espiritual, e formando um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais que Deus aceita por meio de Jesus Cristo. 6 De fato, nas Escrituras se lê: “Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa. Quem nela acreditar não ficará confundido.” 7 Isto é: para vocês que acreditam, ela será tesouro precioso; mas, para os que não acreditam, a pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a pedra angular, 8 uma pedra de tropeço e uma rocha que faz cair. Eles tropeçam porque não acreditam na Palavra, pois foram para isso destinados.9 Vocês, porém, são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa. 10 Vocês que antes não eram povo, agora são povo de Deus; vocês que não tinham alcançado misericórdia, mas agora alcançaram misericórdia. Comentário: * 4-10: A situação dos cristãos imigrantes em terras estrangeiras é a mesma de Jesus, que foi descartado pelos homens como pedra inútil. Mas, como Jesus ressuscitou e se tornou a pedra viva, do mesmo modo os cristãos menosprezados se tornam pedras vivas que, unidas a Cristo, formam o templo vivo, onde todos são sacerdotes, oferecendo os sacrifícios que são agradáveis a Deus, através da própria vida. Agora, já não há outros entre Deus e seu povo: todos participam da única mediação sacerdotal de Cristo. Os cristãos não só têm uma casa, mas eles mesmos são essa casa; são o verdadeiro povo que dá testemunho das obras maravilhosas de Deus.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

João 14, 7-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.” 8 Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.” 9 Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. 11 Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. 12 Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai. 13 O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se vocês pedirem qualquer coisa em meu nome, eu o farei.” Comentário: * 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna. Pai e Filho não andam por caminhos opostos; ao contrário, há perfeita sintonia entre eles. O que o Pai quer é o que o Filho executa; o que o Pai manda dizer é o que o Filho diz. Jesus tem circulação livre na esfera de Deus, ou seja, tem o poder de conceder ao discípulo o que este, em seu nome, pedir ao Pai. O Pai haverá de atender seus filhos e filhas espalhados pelo mundo. E neles Deus manifestará a mesma glória que fez resplandecer no Filho Jesus. Em comunhão com o Pai, Jesus poderá dar aos discípulos a capacidade de realizarem obras ainda maiores do que as que Jesus fez durante sua missão terrena. A partir da adesão sincera e fiel ao projeto do Pai e do Filho, que traz vida em abundância, os cristãos poderão realizar coisas admiráveis em suas comunidades.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

João 14,1-6 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

-* 1 Jesus continuou dizendo: “Não fique perturbado o coração de vocês. Acreditem em Deus e acreditem também em mim. 2 Existem muitas moradas na casa de meu Pai. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, porque vou preparar um lugar para vocês. 3 E quando eu for e lhes tiver preparado um lugar, voltarei e levarei vocês comigo, para que onde eu estiver, estejam vocês também. 4 E para onde eu vou, vocês já conhecem o caminho.” 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos conhecer o caminho?” 6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.” Comentário: * 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna. Os discípulos de Jesus, com a notícia de que ele vai deixá-los, perdem a serenidade. Perdemos a serenidade quando nos falta um ponto de apoio, quando não sabemos aonde vamos. Mas Jesus os tranquiliza: que ponham total confiança nele, assim como confiam em Deus. Jesus pessoalmente vai arrumar um lugar para eles na casa do Pai, e no momento oportuno virá buscá-los. Eles, que se mantêm fiéis no seguimento a Jesus, viverão para sempre com ele na glória do Pai. Quanto ao caminho para chegar a Deus, eles o conhecem: é o próprio Jesus. Com sua vida, morte e ressurreição, Jesus nos precede no caminho. “Eu sou o Caminho… Ninguém chega ao Pai a não ser por mim”. Cabe aos discípulos não perderem a direção, nem dispensarem o inseparável companheiro de viagem, o próprio Jesus.

quarta-feira, 3 de maio de 2023

João 13,16-20 Quem segue Jesus deve servir.

16 Eu garanto a vocês: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou. 17 Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática.” Jesus é traído por um discípulo -* 18 “Eu não falo de todos vocês. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come pão comigo, é o primeiro a me trair!’ 19 Digo isso agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, vocês acreditem que Eu Sou. 20 Eu garanto a vocês: quem recebe aquele que eu envio, está recebendo a mim, e quem me recebe, está recebendo aquele que me enviou.” Comentário: * 1-17: A morte de Jesus abre a passagem para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua vida. O gesto de Jesus é ensinamento: a autoridade só pode ser entendida como função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade e fraternidade. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos. * 18-30: A longa noite da paixão começa com a traição de Judas, símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã. Na comunidade de Jesus, não há lugar para prepotências, vaidades. Ele é o mestre, e os discípulos não podem ser mais que ele, nem pretender outro caminho diferente do que ele seguiu. Ao lavar os pés dos apóstolos, Jesus deixou uma lição clara: é maior quem serve a todos. O próprio Jesus afirmou, em outra ocasião: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a própria vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). O caminho que Jesus traçou para nós é o da fraternidade e do serviço, simbolizados na atitude de lavar os pés uns dos outros. Jesus faz dos apóstolos os mensageiros do Altíssimo. Quem os acolher estará acolhendo Cristo e o Pai.

terça-feira, 2 de maio de 2023

João 14,6-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.” 8 Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.” 9 Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. 11 Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. 12 Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai. 13 O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se vocês pedirem qualquer coisa em meu nome, eu o farei.” Comentário: * 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna. Filipe foi um dos primeiros a seguir Jesus e pertencer ao grupo dos doze apóstolos. No Evangelho de João, as intervenções de Filipe expressam sua esperança de ver a realização das antigas profecias na pessoa de Jesus. A tradição aponta a Turquia como lugar do apostolado e martírio de Filipe. Tiago, filho de Alfeu, é um dos Doze e autor da carta de Tiago. Ocupou cargo de responsabilidade na comunidade de Jerusalém e teve importante papel no Concílio de Jerusalém. Morreu mártir pelo ano 62. A partir do pedido de Filipe, Jesus faz verdadeira catequese sobre sua identificação com o Pai. O que o Pai quer é o que o Filho executa; o que o Pai manda dizer é o que o Filho diz. Pela fé em Jesus, seus discípulos poderão realizar obras ainda maiores do que as feitas por Jesus durante sua missão terrena.

segunda-feira, 1 de maio de 2023

João 10, 22-30 As credenciais de Jesus são as suas obra.

* 22 Em Jerusalém estava sendo celebrada a festa da Dedicação. Era inverno. 23 Jesus passeava pelo Templo, andando no pórtico de Salomão. 24 Então as autoridades dos judeus o rodearam e disseram: “Até quando nos irás deixar em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente.” 25 Jesus respondeu: “Eu já disse, mas vocês não acreditam em mim. As obras que eu faço em nome do meu Pai, dão testemunho de mim; 26 vocês, porém, não querem acreditar, porque vocês não são minhas ovelhas. 27 Minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu dou a elas vida eterna, e elas nunca morrerão. Ninguém vai arrancá-las da minha mão. 29 O Pai, que tudo entregou a mim, é maior do que todos. Ninguém pode arrancar coisa alguma da mão do Pai. 30 O Pai e eu somos um.” Comentário: * 22-39: Jesus define sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas de seu messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age nele. Cheios de má vontade, os adversários de Jesus o insultam, provocando-o a ser mais claro quanto à sua pessoa: quem de fato ele é? Não faltava clareza nas explicações de Jesus, nem ele tinha intenção de enganar alguém. Inúmeras vezes e em diversas ocasiões, Jesus afirmou e reafirmou ser o Cristo Filho de Deus, e que as obras que ele realiza em nome do Pai dão testemunho dele, isto é, comprovam que ele vem de Deus. Aos chefes do povo, no entanto, faltam sensibilidade e disposição para ouvir e acolher Jesus e seus ensinamentos. Decididamente, não são ovelhas do seu rebanho. Não pertencem ao grupo dos que ouvem sua voz e o seguem. Privam-se de estar em mãos seguras, de ter a vida eterna garantida e de usufruir da constante proteção divina.