23 Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês pagam o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixam de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês deveriam praticar isso, sem deixar aquilo. 24 Guias cegos! Vocês coam um mosquito,
mas
engolem um camelo. 25 Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês limpam o copo e o prato por fora, mas por dentro vocês estão cheios de desejos de roubo e cobiça. 26 Fariseu cego! Limpe primeiro o copo por dentro, e assim o lado de fora também ficará limpo.
Comentário:
* 13-36: Jesus critica e condena os
líderes religiosos que sustentam um sistema formalista e hipócrita: eles não
consideram o Reino de Deus como dom, nem respeitam a liberdade dos filhos de
Deus. Tal sistema impede de entrar no Reino, pois não leva à conversão, mas à
perversão, e destrói o verdadeiro espírito das Escrituras, chegando a matar até
mesmo os enviados de Deus. Jesus mostra que a religião formalista e jurídica
não é meio de salvação, mas produz prática escravizadora; portanto, é
frontalmente oposta àquela que deve ser vivida por qualquer comunidade cristã.
Se há uma atitude que Jesus não
suporta é a falsidade. Sim, porque o comportamento falso é enganador, mostra
uma imagem distante da realidade, às vezes totalmente oposta. Em outra
passagem, Jesus ensinava: “Que o sim de vocês seja sim, e o não seja não” (Mt
5, 37). As mentiras se tornam ainda mais graves quando envolvem religião, pois
aí está em jogo a boa fé das pessoas. Por temor ou respeito a Deus, o povo
simples se entrega, de modo ingênuo, aos “comandos” de seus líderes. Os
doutores da Lei e fariseus se fixavam no cumprimento minucioso de certas
prescrições válidas, mas secundárias, enquanto negligenciavam as mais
importantes: a prática da justiça, da misericórdia e da fidelidade ao projeto
de Deus. É prudente não se deixar iludir pelos falsos mestres.
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