sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Lucas 13, 1-9 Urgência da conversão.
* 1 Nesse tempo, chegaram algumas pessoas levando notícias a Jesus sobre os galileus que Pilatos tinha matado, enquanto ofereciam sacrifícios. 2 Jesus respondeu-lhes: “Pensam vocês que esses galileus, por terem sofrido tal sorte, eram mais pecadores do que todos os outros galileus? 3 De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo. 4 E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu em cima deles? Pensam vocês que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5 De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo.” 6 Então Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada no meio da vinha. Foi até ela procurar figos, e não encontrou. 7 Então disse ao agricultor: ‘Olhe! Hoje faz três anos que venho buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a. Ela só fica aí esgotando a terra’. 8 Mas o agricultor respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. 9 Quem sabe, no futuro ela dará fruto! Se não der, então a cortarás’.”
Comentário:
* 1-9: No caminho da vida há acontecimentos trágicos. Estes não significam que as vítimas são mais pecadoras do que os outros. Ao contrário, são convites abertos para que se pense no imprevisível dos fatos e na urgência da conversão, para se construir a nova história. A parábola (vv. 6-9) salienta que, em Jesus, Deus sempre dá uma última chance.
Os desastres que acontecem no mundo não são castigos de Deus para punir pecados. Deus não quer a morte, mas a vida; não quer o sofrimento, mas a alegria. Essas desgraças indicam unicamente que o ser humano é frágil e, quanto mais se deixa guiar pelos instintos egoístas, mais frágil se torna. Para vencer a dor e o sofrimento, Cristo nos chama à conversão. Deixar-se conduzir pelos desejos do Espírito é o caminho para alcançar a vida e a paz verdadeiras. No capítulo 8, ponto central da carta aos Romanos, a palavra “espírito” é citada 29 vezes. Vemos aqui a grande importância atribuída a ela por Paulo. Devemos deixar o Espírito viver em nós, a fim de superarmos as limitações da carne (corpo). Nunca é tarde para tal transformação, como vemos na parábola descrita por Lucas. Deus sempre nos dá uma nova possibilidade de produzir frutos, pois confia em nós e quer nossa felicidade e realização.
quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Lucas 12, 54-59 Interpretar o tempo presente.
* 54 Jesus também dizia às multidões: “Quando vocês veem uma nuvem vinda do ocidente, vocês logo dizem que vem chuva; e assim acontece. 55 Quando vocês sentem soprar o vento do sul, vocês dizem que vai fazer calor; e assim acontece. 56 Hipócritas! Vocês sabem interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que vocês não sabem interpretar o tempo presente? 57 Por que vocês não julgam por si mesmos o que é justo? 58 Quando, pois, você está para se apresentar com seu adversário diante do magistrado, procure resolver o caso com o adversário enquanto estão a caminho, senão este o levará ao juiz, e o juiz entregará você ao guarda, e o guarda o jogará na cadeia. 59 Eu digo: daí você não sairá, enquanto não pagar o último centavo.”
Comentário:
* 54-59: Assim como os homens podem prever o tempo a partir dos sinais da natureza, também é possível reconhecer na atividade de Jesus a manifestação do Reino de Deus. Essa tarefa empenhativa e urgente implica uma decisão a favor ou contra o Reino. É preciso agir enquanto é tempo.
O desenvolvimento da ciência ajuda o ser humano a interpretar e conhecer sempre melhor os sinais do tempo, da natureza, do próprio ser humano, mas nem sempre isso é eficaz para adentrar os mistérios da vida e da morte. Só o tempo de Deus, plenamente realizado em Cristo, pode imprimir esperança neste mundo tão fragilizado. Para estarmos bem-preparados para o dia do julgamento, Jesus nos diz que é preciso reconhecer os sinais dos tempos e nos reconciliarmos com os irmãos. Paulo, por sua vez, alerta-nos de que é preciso um esforço constante para evitar o mal e realizar o bem. É missão da Igreja – povo de Deus, corpo de Cristo e templo do Espírito – discernir os sinais de cada tempo, a fim de melhor responder às necessidades do mundo e continuar a missão de Cristo de levar a vida a todos. Cada um de nós é convidado a contribuir nesse processo, pois a Igreja somos nós.
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Lucas 12, 49-53 Jesus é sinal de contradição.
* 49 “Eu vim para lançar fogo sobre a terra: e como gostaria que já estivesse aceso! 50 Devo ser batizado com um batismo, e como estou ansioso até que isso se cumpra! 51 Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu lhes digo, vim trazer divisão. 52 Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas, e duas contra três. 53 Ficarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.”
Comentário:
* 49-53: A missão de Jesus, desde o batismo até a cruz, é anunciar e tornar presente o Reino, entrando em choque com as concepções dominantes na sociedade. Por isso, é preciso tomar uma decisão diante de Jesus, e isso provoca divisões até mesmo no relacionamento familiar.
O Evangelho que hoje lemos é de difícil interpretação, pois apresenta contradições em relação à mensagem anterior de Jesus, que sempre promoveu a união, a paz e a misericórdia. Como, então, nos diz hoje que veio trazer a divisão e a destruição? O fogo que Jesus traz não é fogo destruidor, mas o fogo do Espírito Santo, que infundirá vida e dinamismo nos seguidores de Jesus. Mas seu projeto, selado com seu sangue na cruz, vem abalar os fundamentos da sociedade injusta, por isso não será aceito por todos, gerando divisão. Jesus mostra que o caminho do bem nem sempre é consensual. Nem todos são capazes de ver a verdade da fé, nem todos têm a coragem de aceitar o caminho da justiça, nem todos estão dispostos a mudar de vida radicalmente. Exatamente por isso o cristão enfrenta resistência e oposição. Mas não há outro caminho, a não ser esse, para alcançarmos a santidade, produzirmos frutos bons e recebermos a vida eterna.
terça-feira, 21 de outubro de 2025
Lucas 12,39-48 Vigilância e responsabilidade
39 Mas, fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. 40 Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem.” 41 Então Pedro disse a Jesus: “Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?” 42 E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o senhor, ao chegar, encontra fazendo isso! 44 Em verdade, eu digo a vocês: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Mas, se esse empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e se puser a surrar os criados e criadas, a comer, beber, e embriagar-se, 46 o senhor desse empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista. O senhor o expulsará de casa, e o fará tomar parte do destino dos infiéis. 47 Todavia aquele empregado que, mesmo conhecendo a vontade do seu senhor, não ficou preparado, nem agiu conforme a vontade dele, será chicoteado muitas vezes. 48 Mas, o empregado que não sabia, e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido.”
Comentário:
* 35-48: Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os vv. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (vv. 47-48).
O dicionário define “parábola” como uma narração alegórica que envolve alguma verdade importante ou um preceito moral. Jesus falou muitas vezes em parábolas, essa era a sua pedagogia, seu modo de ensinar o povo. Usava elementos próximos dos que o ouviam, como a imagem do campo, da semente, da administração de terras, como lemos. A maior riqueza das parábolas é dizer a cada um de nós uma mensagem diferente, conforme a abertura do nosso coração. Cada ouvinte ou leitor interpreta a parábola a partir do seu contexto e seu estado de ânimo naquele momento, extraindo ensinamentos profundos e transformadores. Quanto mais fizermos esse exercício, especialmente em comunidade, mais riqueza obteremos das parábolas e de todos os textos bíblicos. A catequese tem um papel fundamental e, por isso, deve ser muito valorizada.
segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Lucas 12, 35-38 Vigilância e responsabilidade.
* 35 “Estejam com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas. 36 Sejam como homens que estão esperando o seu senhor voltar da festa de casamento: tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão abrir a porta. 37 Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá. 38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão se assim os encontra!
Comentário:
* 35-48: Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os vv. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (vv. 47-48).
Rins cingidos e lâmpadas acesas indicam prontidão e vigilância ativa. A imagem nos remete de imediato a uma festa de casamento, de modo particular à parábola das jovens prudentes com suas lâmpadas acesas, em oposição às jovens imprudentes que deixaram terminar o óleo e por isso não puderam entrar no banquete com o noivo. Cristo é o noivo, o novo Adão, que dá início à nova humanidade, não mais marcada pelo pecado e pela corrupção, mas pela santidade e pela vida eterna, como lemos na carta de Paulo aos Romanos. Por Cristo, somos justificados e conduzidos novamente à intimidade com Deus. Isso exige, porém, uma atitude constantemente alerta, como nos pede o Evangelho. Devemos estar sempre prontos para acolher a Deus e realizar sua vontade. Quando o Senhor nos visitar com sua graça ou na hora de nossa morte, deve nos encontrar de prontidão, praticando a justiça e o amor.
domingo, 19 de outubro de 2025
Lucas 12, 13-21 A vida é dom de Deus.
* 13 Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.” 14 Jesus respondeu: “Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou dividir os bens entre vocês?” 15 Depois Jesus falou a todos: “Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens.” 16 E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 E o homem pensou: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18 Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba, alegre-se!’ 20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?’ 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus.”
Comentário:
* 13-21: No caminho da vida, o homem depara com o problema das riquezas. Jesus mostra que é idiotice acumular bens para assegurar a própria vida. Só Deus pode dar ao homem a riqueza que é a própria vida.
O exemplo do homem rico do Evangelho de hoje é o modelo vigente na sociedade atual e, provavelmente, nas sociedades de todos os tempos. Vemos que acumular bens não é garantia de uma vida longa e feliz. Normalmente, acontece o contrário, pois, enquanto estamos preocupados apenas com a riqueza, deixamos muitas coisas boas da vida passar em branco. Inclusive a presença de Deus na nossa vida passa despercebida. A pessoa que acumula só para si se perde no vazio da solidão e na escravidão da avareza. Viveremos muito melhor se nossa preocupação estiver nos valores e sentimentos que orientam a vida, na convivência pacífica e amorosa com a família e os amigos, no testemunho da fé e da caridade, como nos ensinou Jesus.
sábado, 18 de outubro de 2025
Lucas 18, 1-8 Perseverança na oração.
-* 1 Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, sem nunca desistir. Ele dizia: 2 “Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. 3 Na mesma cidade havia uma viúva, que ia à procura do juiz, pedindo: ‘Faça-me justiça contra o meu adversário!’ 4 Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum; 5 mas essa viúva já está me aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não fique me incomodando’.” 6 E o Senhor acrescentou: “Escutem o que está dizendo esse juiz injusto. 7 E Deus não faria justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? 8 Eu lhes declaro que Deus fará justiça para eles, e bem depressa. Mas, o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar a fé sobre a terra?”
Comentário:
* 1-8: Insistência e perseverança só existem naqueles que estão insatisfeitos com a situação presente e, por isso, não desanimam; do contrário, jamais conseguiriam alguma coisa. Deus atende àqueles que, através da oração, testemunham o desejo e a esperança de que se faça justiça. 
O ensinamento deste domingo é sobre a necessidade da oração perseverante e o fortalecimento da fé. O texto inicia com a oração e conclui com a fé. O evangelista apresenta o caso de uma pobre viúva. Essa viúva busca um juiz para que lhe faça justiça. Depois de muita insistência, o juiz atende o apelo da pobre mulher. A arma dos pobres é a insistência. Jesus não apresenta um Deus injusto e desonesto, a quem obrigamos a fazer nossos desejos. A pobre mulher é exemplo admirável dessa busca pela justiça numa sociedade corrompida. Parece que já nos acomodamos diante das injustiças que se cometem contra os empobrecidos e não mais nos comovem. O exemplo dessa pobre mulher deve nos incentivar a depositar nossa confiança em Deus, justo juiz, e nunca esmorecer diante das necessidades dos pobres. A fé pode enfraquecer quando deixamos de rezar e não nos solidarizamos com os necessitados. A oração e o engajamento no compromisso com o Reino de Jesus certamente fortalecerão nossa fé ativa.
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