* 46 Jesus ainda estava falando às multidões. Sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47 Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo.” 48 Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 49 E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos, 50 pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está no céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”
Comentário
* 46-50: Cf. nota em Mc 3,31-35. Mateus
salienta que a família de Jesus são os seus discípulos, isto é, a comunidade
que já se dispôs a segui-lo. São eles que aprendem os ensinamentos de Jesus,
para levá-los aos outros; são eles que trilham o caminho da vontade do Pai,
isto é, a obediência à radicalização da Lei proposta por Jesus. Desse modo,
começa nova geração, diferente da geração má dos fariseus.
É fácil
imaginar que a futura mãe de Jesus tenha sido totalmente envolvida pela graça
divina e pela generosa resposta a ela. Foi com base nesta reflexão que o autor
do Protoevangelho de Tiago, escrito apócrifo do II século, narra que, na idade
de três anos, Maria foi acompanhada ao templo por seus pais, Joaquim e Ana, e
lá teria crescido como virgem entregue ao serviço de Deus. A festa da
Apresentação de Nossa Senhora tem sua origem em Jerusalém, no século VI. Dois
séculos mais tarde se havia difundido em todas as igrejas do Oriente, com
grande aceitação popular. No Ocidente, desenvolveu-se a partir do século XIV. A
passagem evangélica escolhida para esta memória convida-nos a olhar para Maria
sob o aspecto que marcou sua vida toda, isto é, a de ser ouvinte atenta e
jubilosa da Palavra de Deus.
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