47 Ai de vocês, porque constroem túmulos para os profetas; no entanto, foram os pais de vocês que os mataram. 48 Com isso, vocês são testemunhas e aprovam as obras dos pais de vocês, pois eles mataram os profetas, e vocês constroem os túmulos. 49 É por isso que a sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e apóstolos. Eles os matarão e perseguirão, 50 a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, 51 desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário’. Sim, eu digo a vocês: pedirão contas disso a esta geração. 52 Ai de vocês, especialistas em leis, porque vocês se apoderaram da chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e impediram os que
queriam
entrar.”
53 Quando Jesus
saiu
daí,
os doutores
da Lei
e os fariseus
começaram
a tratá-lo
mal,
e a provocá-lo
sobre
muitos
pontos.
54 Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa em qualquer coisa que saísse de sua boca.
Comentário:
* 37-54: No seu caminho, Jesus desmascara
os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de
Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato
de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da
ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem
assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de
transformação.
“Serão pedidas contas a esta geração!” Os
destinatários desta sentença eram primeiramente os doutores da Lei e os
fariseus. A menção dos apóstolos ao lado dos profetas deixa entrever as perseguições
dos chefes contra a primeira geração apostólica. Os especialistas em leis
dificultavam, para as pessoas simples, a compreensão e a prática da Lei de
Deus. Mais grave: incutiam medo no povo para que não se aproximasse de Jesus
(cf. Jo 12,42). O saber, em posse de poucas pessoas, ou utilizado como veículo
de dominação, é uma forma de injustiça e um dos obstáculos à fraternidade.
Jesus distribui tantas carapuças aos fariseus e doutores da Lei, que não causa
espanto o fato de se porem de acordo, “armando ciladas para apanhá-lo de
surpresa em alguma palavra que saísse de sua boca”.
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