* 13 Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.” 14 Jesus respondeu: “Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou dividir os bens entre vocês?”15 Depois Jesus falou a todos: “Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens.”16 E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 E o homem pensou: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18 Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba, alegre-se!’ 20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?’ 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus.”
Comentário:
* 13-21: No caminho da vida, o homem
depara com o problema das riquezas. Jesus mostra que é idiotice acumular bens
para assegurar a própria vida. Só Deus pode dar ao homem a riqueza que é a
própria vida.
Rumo a
Jerusalém e rodeado de grande multidão, Jesus é procurado por alguém que lhe
pede ajuda numa questão de herança com o irmão. O Mestre responde que não veio
para resolver questões de heranças de famílias. Ele não deseja ser juiz
conciliador, mas companheiro que quer ajudar a entender e apontar os motivos
que levam ao empobrecimento e aos conflitos entre as pessoas. Com isso, Jesus
não quer se omitir diante da injustiça que favorece a concentração da riqueza
em favor de poucos e, por outro lado, joga muita gente na miséria. A parábola a
seguir vem justamente para contestar a concentração da riqueza e mostra que
isso é loucura ou insensatez diante de Deus. Por trás da concentração, da não
partilha, estão a ganância do acúmulo e a perda do sentido da vida. Cuidado com
todo tipo de ganância, pois a vida não é garantida por causa dela, diz Jesus.
Esse homem é “louco, insensato”, pretende tornar-se absoluto, pensando ter
garantido a vida por muitos anos, mas a vida é dom de Deus e ele não se deixa
comprar por riqueza alguma. Quando a riqueza não é dividida, ela acaba
provocando divisão entre pessoas “mais importantes” e “menos importantes”.
“Ilusão das ilusões, tudo é ilusão”, diz o Eclesiastes (Ecl 12,8).
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