* 1 Naquele tempo, Jesus passou por uns campos de trigo, num dia de sábado. Seus discípulos ficaram com fome, e começaram a apanhar espigas para comer. 2 Vendo isso, os fariseus disseram: “Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!” 3 Jesus perguntou aos fariseus: “Vocês nunca leram o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? 4 Como
ele entrou
na casa
de Deus,
e eles comeram
os pães
oferecidos
a Deus?
Ora,
nem
para Davi,
nem
para os que
estavam
com ele, era
permitido
comer
os pães
reservados
apenas
aos sacerdotes.
5 Ou
vocês
não
leram
também, na Lei,
que
em dia
de sábado,
no Templo,
os sacerdotes
violam
o sábado,
sem
cometer
falta?
6 Pois
eu digo
a vocês:
aqui está
quem
é maior
do que
o Templo.
7 Se vocês
tivessem
compreendido
o que
significa:
‘Quero
a misericórdia
e não
o sacrifício’,
vocês
não
teriam
condenado
estes
homens
que
não
estão
em falta.
8 Portanto,
o Filho
do Homem
é senhor
do sábado.”
Comentário:
* 1-8: Cf. nota
em Mc 2,23-28. Mateus acrescenta um exemplo para mostrar que a lei do sábado
não é absoluta. Jesus, como nova presença de Deus entre os homens, é maior do
que o Templo, e é senhor do sábado. Por isso, ele tem poder para relativizar a
lei, propondo a misericórdia como atitude fundamental de Deus para com os
homens.
A lei
judaica antiga proibia fazer colheita no sábado, dia de total repouso, sinal da
aliança com Deus (cf. Ex 34,21; Dt 23,25). Ora, os discípulos de Jesus estavam
pegando algumas espigas para matar a fome. São ações diferentes, mas os
fariseus colocavam tudo no mesmo plano e censuravam Jesus. Citando dois
episódios da Escritura, Jesus lhes mostra que, por motivos justificáveis, há
situações ou atitudes que não ferem a lei sabática. Além disso, os fariseus
precisam aprender o que significa “Quero misericórdia e não sacrifício”. O que
Deus espera de cada pessoa não é a mera observância da lei, mas a
solidariedade, o socorro necessário e imediato, o salvamento de uma vida. O
profeta Isaías, de modo brilhante, descreve qual é o “dia que agrada a Deus”
(cf. Is 58,3ss).
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