quinta-feira, 7 de março de 2024

Marcos 12, 28-34 O centro da vida.

-* 28 Um doutor da Lei estava aí, e ouviu a discussão. Vendo que Jesus tinha respondido bem, aproximou-se dele e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29 Jesus respondeu: “O primeiro mandamento é este: Ouça, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor! 30 E ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com todo o seu entendimento e com toda a sua força. 31 O segundo mandamento é este: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.” 32 O doutor da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Como disseste, ele é, na verdade, o único Deus, e não existe outro além dele. 33 E amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo, é melhor do que todos os holocaustos e do que todos os sacrifícios.” 34 Jesus viu que o doutor da Lei tinha respondido com inteligência, e disse: “Você não está longe do Reino de Deus.” E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus. Comentário: * 28-34: Jesus resume a essência e o espírito da vida humana num ato único com duas faces inseparáveis: amar a Deus com entrega total de si mesmo, porque o Deus verdadeiro e absoluto é um só e, entregando-se a Deus, o homem desabsolutiza a si mesmo, o próximo e as coisas; amar ao próximo como a si mesmo, isto é, a relação num espírito de fraternidade e não de opressão ou de submissão. O dinamismo da vida é o amor que tece as relações entre os homens, levando todos aos encontros, confrontos e conflitos que geram uma sociedade cada vez mais justa e mais próxima do Reino de Deus. Ao observar como Jesus interpretava com propriedade a Escritura, um especialista em leis busca solução para uma questão muito debatida. Dentre o grande número de preceitos, o que, de fato, é o mais importante para Deus segundo a tradição de Israel? Jesus, com precisão e cadência, recorda ao povo de Israel que seu único Senhor é Deus, e não os dirigentes que exploram o povo. Na Antiga Aliança, não havia um só mandamento, e sim dois, pois o amor a Deus era inseparável do amor ao próximo. Não se pode honrar a Deus ignorando o ser humano. Esses dois mandamentos favoreciam a criação de uma sociedade de iguais. Sua prática era a preparação para a plena realidade do Messias, que elevará o nível de exigência do amor ao próximo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12).

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