sexta-feira, 29 de março de 2024

Marcos 16, 1-7 A história não acabou.

* 1 Quando o sábado passou, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus. 2 E bem cedo no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo. 3 E diziam entre si: “Quem vai tirar para nós a pedra da entrada do túmulo?” 4 Era uma pedra muito grande. Mas, quando olharam, viram que a pedra já havia sido tirada. 5 Então entraram no túmulo e viram um jovem, sentado do lado direito, vestido de branco. E ficaram muito assustadas. 6 Mas o jovem lhes disse: “Não fiquem assustadas. Vocês estão procurando Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vejam o lugar onde o puseram. 7 Agora vocês devem ir e dizer aos discípulos dele e a Pedro que ele vai para a Galileia na frente de vocês. Lá vocês o verão, como ele mesmo disse.” 8 Então as mulheres saíram do túmulo correndo, porque estavam com medo e assustadas. E não disseram nada a ninguém, porque tinham medo. Aparições de Jesus ressuscitado -* 9 Depois de ressuscitar na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios. 10 Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando. 11 Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não quiseram acreditar. Comentário: * 1-8: Estes versículos são o final primitivo do Evangelho de Marcos. O túmulo vazio é o sinal de que a ação de Deus em Jesus não termina aí, na morte e no medo. Jesus de Nazaré ressuscitou e vai estar de novo no lugar onde havia começado sua atividade: na Galileia (1,14). Os discípulos só poderão encontrar-se de novo com Jesus, se continuarem o projeto por ele iniciado. Jesus ressuscitado não é apenas um corpo redivivo, mas uma presença contínua entre aqueles que continuam o seu caminho. O Evangelho de Marcos é somente o começo (1,1), a introdução de um livro muito maior, que deverá narrar a Boa Notícia de Jesus, o Messias, o Filho de Deus, através dos seus discípulos em todos os tempos e lugares. * 9-20: Este trecho difere muito do livro até aqui; por isso é considerado obra de outro autor. Os cristãos da primeira geração provavelmente quiseram completar o livro de Marcos com um resumo das aparições de Jesus e uma apresentação global da missão da Igreja. Parece que se inspiraram no último capítulo de Mateus (28,18-20), em Lucas (24,10-53), em João (20,11-23) e no início do livro dos Atos dos Apóstolos (1,4-14). Embora seja acréscimo de retalhos tomados de outros escritos do Novo Testamento, o trecho conserva o pensamento de Marcos, isto é: os discípulos devem continuar a ação de Jesus. O sol surge no horizonte, é o primeiro dia de uma nova semana, símbolo da nova e definitiva humanidade, que inicia com a ressurreição de Jesus. As mulheres se interrogam: quem poderá remover a pedra que esconde o corpo do Senhor morto? Preocupadas com a própria impotência, ainda não compreendem que a sexta-feira da morte já tinha passado. Levantando os olhos, viram que seu problema estava resolvido, a pedra está removida. Ao verem o sepulcro aberto, elas entram. Ao verem o jovem, elas se assustam, mas ele as tranquiliza, dizendo que o Ressuscitado as espera na Galileia. Devem abandonar Jerusalém e os ideais antigos, para iniciar a missão na periferia. Onde Jesus começou sua missão é o lugar onde a comunidade dos seus seguidores deve iniciar a própria missão. Todo seguidor de Jesus é convidado a refazer o caminho do Mestre, iniciando na Galileia. A solene liturgia do Sábado Santo, a vigília das vigílias, deve nos transformar em alegres mensageiros da Boa-nova do Ressuscitado. A partir da ressurreição, Cristo acompanha as comunidades com o Espírito Santo prometido.

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