13Quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16Jesus, porém, lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20Todos comeram e ficaram satisfeitos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
Comentário:
* 13-21: Cf. nota em Mc 6,31-44. Mateus salienta o comportamento de Jesus: ele não é fanático, querendo enfrentar imediatamente Herodes; mas também não é fatalista, deixando as coisas correr como estão. Ele continua fiel à missão de servir ao seu povo. Reúne e alimenta as multidões sofredoras, realizando os sinais de um novo modo de vida e de anúncio do Reino. A Eucaristia é o sacramento-memória dessa presença de Jesus, lembrando continuamente qual é a missão a que nós, cristãos, fomos chamados.
Informado da morte de João Batista, Jesus se afasta da cidade, símbolo
da ganância e opressão, e se retira para um lugar deserto, onde vai celebrar o
banquete da abundância de alimentos para todos. Sem demora, as multidões vão ao
seu encontro, sinal de que Jesus tem sempre algo valioso a oferecer. De fato,
alimenta-as com o pão da Palavra e com o pão material. Em breve, o pão que
nutre o corpo se tornará, para os cristãos, o banquete eucarístico, alimento
espiritual. Jesus mostra que a solução da fome não está no sistema de compra e
venda, que leva ao acúmulo e exploração de alguns sobre a pobreza e a fome de
muitos. Caberá aos discípulos, principalmente às lideranças do povo, organizar
a sociedade e promover a igualdade entre todos. Assim ninguém passará
necessidade, como numa família unida.
Oração
Senhor Jesus, em vez de despedir as multidões famintas, desafiaste teus
discípulos a alimentá-las, sem recorrer ao comércio. Foi assim que, recolhendo
o alimento que traziam, saciaste a fome de todos, e ainda sobrou muita comida.
Ensina-nos a partilhar generosamente os bens que possuímos. Amém.
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