segunda-feira, 6 de outubro de 2025
Lucas 1, 26-28 O Messias vai chegar.
* 26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré. 27 Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava, e disse: “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!” 29 Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. 30 O anjo disse: “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. 31 Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. 32 Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, 33 e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.” 34 Maria perguntou ao anjo: “Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?” 35 O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. 36 Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. 37 Para Deus nada é impossível.” 38 Maria disse: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” E o anjo a deixou.
Comentário:
* 26-38: Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova.
Na festa de Nossa Senhora do Rosário, a liturgia propõe o Evangelho da anunciação para a nossa meditação. Rica de detalhes e de símbolos, essa narrativa nos mostra como uma jovem simples da Palestina é chamada a ser protagonista da história da salvação, desempenhando uma extraordinária missão: receber em seu ventre o Filho de Deus. A anunciação, juntamente com outros mistérios da vida de Jesus e Maria, é recordada na oração do rosário, cuja origem remonta aos conventos da Idade Média. Mais tarde, Nossa Senhora apareceu a São Domingos e indicou-lhe a recitação do rosário como arma eficaz para combater a doutrina herética dos albigenses. A festa que hoje celebramos veio logo a seguir. Inicialmente chamada festa de “Santa Maria da Vitória”, celebra a vitória dos cristãos sobre os turcos, em 1571, na Batalha de Lepanto. O papa Pio V atribui esse feito histórico à oração que o povo cristão dirigiu a Nossa Senhora.
domingo, 5 de outubro de 2025
Lucas 10, 25-37 O amor é prática concreta.
* 25 Um especialista em leis se levantou, e, para tentar Jesus perguntou: “Mestre, o que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26 Jesus lhe disse: “O que é que está escrito na Lei? Como você lê?” 27 Ele então respondeu: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força e com toda a sua mente; e ao seu próximo como a si mesmo.” 28 Jesus lhe disse: “Você respondeu certo. Faça isso, e viverá!” 29 Mas o especialista em leis, querendo se justificar, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30 Jesus respondeu: “Um homem ia descendo de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de assaltantes, que lhe arrancaram tudo, e o espancaram. Depois foram embora, e o deixaram quase morto. 31 Por acaso um sacerdote estava descendo por aquele caminho; quando viu o homem, passou adiante, pelo outro lado. 32 O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu, e passou adiante, pelo outro lado. 33 Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e teve compaixão. 34 Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal, e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. 35 No dia seguinte, pegou duas moedas de prata, e as entregou ao dono da pensão, recomendando: ‘Tome conta dele. Quando eu voltar, vou pagar o que ele tiver gasto a mais’.” E Jesus perguntou: 36 “Na sua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”37 O especialista em leis respondeu: “Aquele que praticou misericórdia para com ele.” Então Jesus lhe disse: “Vá, e faça a mesma coisa.”
Comentário:
* 25-37: O primeiro a colocar obstáculos no caminho de Jesus é um teólogo. Este sabe que o amor total a Deus e ao próximo é que leva à vida. Mas, não basta saber. É preciso amar concretamente. A parábola do samaritano mostra que o próximo é quem se aproxima do outro para lhe dar uma resposta às necessidades. Nessa tarefa prática, o amor não leva em conta barreiras de raça, religião, nação ou classe social. O próximo é aquele que eu encontro no meu caminho. O legista estabelecia limites para o amor: “Quem é o meu próximo?” Jesus muda a pergunta: “O que você faz para se tornar próximo do outro?”
No centro do Evangelho de hoje está a questão da identidade do nosso próximo, pois, no Antigo Testamento, é um termo muito amplo. Em alguns casos, é somente o irmão ou parente; em outros, um amigo ou membro do mesmo clã ou grupo social. Jesus alarga o campo semântico, tentando fazer compreender que o próximo é todo aquele que precisa de nós, independentemente de raça, religião, classe social etc. O próximo a ser amado, respeitado e acolhido é todo homem e toda mulher, sem distinção de nenhum tipo. Até mesmo nossos inimigos ou opositores são nossos próximos, daí o mandamento supremo de “amar o próximo como a si mesmo”, que substitui, juntamente com o “amar a Deus sobre todas as coisas”, toda a Torá. Em Jesus, somos convidados a “nos fazermos próximos” uns dos outros.
sábado, 4 de outubro de 2025
Lucas 17, 5-10 Atitudes do discípulo.
5 Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6 O Senhor respondeu: “Se vocês tivessem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a esta amoreira: ‘Arranque-se daí, e plante-se no mar’. E ela obedeceria a vocês.
7 Se alguém de vocês tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Venha depressa para a mesa’? 8 Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepare-me o jantar, cinja-se e sirva-me, enquanto eu como e bebo; depois disso você vai comer e beber’? 9 Será que vai agradecer ao empregado, porque este fez o que lhe havia mandado? 10 Assim também vocês: quando tiverem cumprido tudo o que lhes mandarem fazer, digam: ‘Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos fazer’.”
Comentário:
* 1-10: Lucas reúne aqui sentenças de Jesus sobre o escândalo, a correção fraterna, o perdão, o poder da fé e a necessidade de estar desinteressadamente a serviço de Deus. São atitudes fundamentais para a vida do discípulo de Jesus.
Na viagem a Jerusalém, os apóstolos reconhecem sua falta de fé, por isso o pedido: “Aumenta nossa fé”. Jesus mostra-lhes a importância da fé, mesmo pequena. A fé do cristão não está em aderir a um conjunto de verdades abstratas, mas trata-se de uma escolha concreta: a de seguir o Mestre. Segundo o texto, o poder da fé é muito grande, consegue coisas humanamente impossíveis. A pequena parábola pode chocar os corações mais genuínos. Ela dá a impressão de justificar a escravidão, mas Jesus não aprova escravidão nenhuma, apenas aproveita da realidade presente no seu tempo, em que havia muitos escravos. Precisamos de muita fé para compreender nossa contribuição gratuita ao serviço do Reino de Deus. A parábola mostra que os servidores do Evangelho não devem esperar aplausos e recompensas. Ela quer desfazer o conceito de um “deus capitalista”, uma troca de favores, que recompensa ou castiga conforme nosso agir. Deus nunca esquecerá o bem que fazemos, mas não o fazemos para ter méritos diante dele.
2 Timóteo 1, 6-8.13-14 Não se envergonhar do Evangelho.
* 6 Por esse motivo, o convido a reavivar o dom de Deus que está em você pela imposição de minhas mãos. 7 De fato, Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sabedoria. 8 Não se envergonhe, portanto, de dar testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro; pelo contrário, participe do meu sofrimento pelo Evangelho, confiando no poder de Deus13 Tome por modelo as sãs palavras que você ouviu de mim, com a fé e o amor que estão em Jesus Cristo. 14 Guarde o bom depósito com o auxílio do Espírito Santo que habita em nós.
Comentário:
* 6-14: Preso e prestes a enfrentar o martírio, Paulo procura estimular seu companheiro Timóteo, convidando-o a reavivar o dom que este recebeu em sua “ordenação” para a missão. Esta consiste fundamentalmente em testemunhar o Evangelho, e isso pode levar a testemunha ao mesmo destino de Jesus: o sofrimento e a morte. “Envergonhar-se” é renegar o testemunho por causa da perseguição social que ele provoca (cf. Mc 8,38). A vocação cristã é dom gratuito de participação no projeto de Deus: projeto de salvação feito desde a eternidade, manifesto em Jesus Cristo e entregue a todos pelo anúncio do Evangelho. Sobre o “depósito da fé” (vv. 12.14), cf. nota em 1Tm 6,20-21. O Espírito garante o discernimento que faz compreender o núcleo fundamental da fé, isto é, o testemunho de Jesus Cristo, e como concretizá-lo em novas situações históricas.
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
Lucas 10, 17-24 A alegria do discípulo.
* 17 Os setenta e dois voltaram muito alegres, dizendo: “Senhor, até os demônios obedecem a nós por causa do teu nome.» 18 Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago. 19 Vejam: eu dei a vocês o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo, e nada poderá fazer mal a vocês. 20 Contudo, não se alegrem porque os maus espíritos obedecem a vocês; antes, fiquem alegres porque os nomes de vocês estão escritos no céu.”
Os pobres evangelizam -* 21 Nessa hora, Jesus se alegrou no Espírito Santo, e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar.” 23 E Jesus voltou-se para os discípulos, e lhes disse em particular: “Felizes os olhos que veem o que vocês veem. 24 Pois eu digo a vocês que muitos profetas quiseram ver o que vocês estão vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir.”
Comentário:
* 17-20: Os milagres realizados são motivo de alegria para os discípulos que retornam. No entanto, Jesus mostra que são apenas sinais de uma libertação muito mais ampla, que ameaça o domínio de Satanás. A verdadeira alegria dos discípulos é saber que a novidade do Reino está surgindo, e que eles estão participando dela.
* 21-24: Os sábios e inteligentes não são capazes de perceber em Jesus a presença do Reino. Só os desfavorecidos e pobres conseguem penetrar o sentido da atividade de Jesus e continuá-la.
O Evangelho de hoje nos impele a um exercício de memória, obriga-nos a refletir sobre a libertação que Jesus Cristo opera em nós. Fazendo memória dessa ação de Cristo, poderemos nos alegrar, pois temos a certeza de que nosso nome está inscrito no Reino. Seremos felizes na medida em que estivermos seguros de pertencer a Deus, aquele que sustenta toda a nossa vida, assim como os discípulos se alegraram com as maravilhas que podiam realizar ao agir em nome de Jesus. A maior alegria, no entanto, é a certeza de que o Reino está sendo construído e todos os que aceitarem o Evangelho dele participarão.
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
Lucas 10, 13-16 Os anunciadores do Reino.
13 Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. 14 Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura que vocês. 15 Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim! 16 Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.”
Comentário:
* 1-16: Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história.
Na subida para Jerusalém, apesar de realizar muitos sinais, Jesus encontra rejeição e hostilidade. Por isso as palavras duras que lemos hoje, quando Jesus compara as cidades que não o acolhem com Sodoma, a cidade pecadora, que no julgamento será tratada com menos rigor do que estas cidades que rejeitam o Reino: Corazin, Betsaida, Cafarnaum. Jesus faz um enérgico apelo à conversão, ao estilo profético. Afirma ainda que quem rejeita seus discípulos rejeita a ele próprio e ao Pai que o enviou. Recusar o dom de Deus é escolher a própria condenação, permanecendo fora da Nova Aliança e das novas relações sociais que nascem do projeto de Deus. Precisamos estar atentos, pois, em diversos momentos e situações, Jesus nos visita, chamando-nos à conversão.
quarta-feira, 1 de outubro de 2025
Mateus 18, 1-5.10 Quem é o maior na comunidade?
* 1 Naquele momento, os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino do Céu?” 2 Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles, 3 e disse: “Eu lhes garanto: se vocês não se converterem, e não se tornarem como crianças, vocês nunca entrarão no Reino do Céu. 4 Quem se abaixa, e se torna como essa criança, esse é o maior no Reino do Céu. 5 E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe.”
Por que alguém se afasta da comunidade? -* 10 “Cuidado para não desprezar nenhum desses pequeninos, pois eu digo a vocês: os anjos deles no céu estão sempre na presença do meu Pai que está no céu.
Comentário:
* 1-5: A comunidade cristã não é a reprodução de uma sociedade que se baseia na riqueza e no poder. Nela, é maior ou mais importante aquele que se converte, deixando todas as pretensões sociais, para pertencer a um grupo que acolhe fraternalmente Jesus na pessoa dos pequenos, fracos e pobres.
* 10-14: Por que alguém se extravia, isto é, se distancia da comunidade? Certamente por causa do escândalo (vv. 6-9), ou do desprezo daqueles que buscam poder e prestígio. A parábola mostra que a comunidade inteira deve preocupar-se e procurar aquele que se extraviou. A comunidade se alegra quando ele volta para o seu meio, porque a vontade do Pai foi cumprida.
No Evangelho que acabamos de ler, Jesus afirma que cada uma das crianças, ou cada um dos pequeninos (indefesos) da terra, tem no céu um anjo da guarda. Os anjos são os mensageiros de Deus, sua voz e presença no mundo. Segundo a definição do Catecismo, “são criaturas de Deus, puramente espirituais, que têm inteligência e vontade; vivem constantemente na presença de Deus e transmitem aos seres humanos a vontade de Deus e a sua proteção”. A Bíblia narra muitos fatos referentes aos anjos que acompanham as pessoas ou o povo, para protegê-los e comunicar-lhes a mensagem de Deus. Esses anjos da guarda continuam hoje a mesma missão, adorando a Deus e protegendo cada um de nós.
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