quarta-feira, 30 de julho de 2025

Mateus 13, 47-53 A consumação do Reino.

* 47 “O Reino do Céu é ainda como uma rede lançada ao mar. Ela apanha peixes de todo o tipo. 48 Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e escolhem: os peixes bons vão para os cestos, os que não prestam são jogados fora. 49 Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são bons. 50 E lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí eles vão chorar e ranger os dentes.” Um novo sentido para tudo -* 51 “Vocês compreenderam tudo isso?” Eles responderam: “Sim.” 52 Então Jesus acrescentou: “E assim, todo doutor da Lei que se torna discípulo do Reino do Céu é como pai de família que tira do seu baú coisas novas e velhas.” Jesus é rejeitado como os profetas -* 53 Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, saiu desse lugar. Comentário: * 47-50: A consumação do Reino se realiza através do julgamento que separa os bons dos maus. Os que vivem a justiça anunciada por Jesus tomarão parte definitiva no Reino; os que não vivem serão excluídos para sempre. É preciso decidir desde já. * 51-52: As parábolas revelam o segredo de Deus para aqueles que têm fé. Por isso, o doutor da Lei que se torna discípulo de Jesus é capaz de ver a ligação entre o Antigo e o Novo Testamento. Em Jesus tudo se renova e toma novo sentido. * 53-58: Cf. nota em Mc 6,1-6. Os conterrâneos de Jesus colocam a questão sobre a origem da autoridade dele, admirados de seu ensinamento e poderes milagrosos. É impossível que Jesus, sendo um deles, tenha a autoridade de Deus. Por isso, eles o rejeitam. Essa rejeição não é acidental: é apenas mais uma prova de que Jesus é o enviado de Deus. De fato, todos os profetas do Antigo Testamento também foram rejeitados. Terminando o mês de julho, encerramos também, com o Evangelho de hoje, o discurso em parábolas, terceiro discurso de Jesus apresentado por Mateus. No fim dos tempos, os bons serão separados dos maus; os justos, dos injustos. Os que vivem a justiça exigida pelos Mandamentos entregues por Deus a Moisés e anunciados de maneira renovada por Jesus tomarão parte no Reino. Os que não vivem serão excluídos. Eis aí a importância de uma vida cristã comprometida e fiel ao Evangelho. Somos, assim, convidados a analisar nossas atitudes e reavaliar nossas opções de vida. Vale a pena reforçar hoje que as parábolas revelam o segredo de Deus para aqueles que têm fé. Elas podem, por isso, receber muitas interpretações, dependendo do contexto e do espírito com que a lemos.

terça-feira, 29 de julho de 2025

Mateus 13, 44-46 A decisão pelo Reino.

* 44 “O Reino do Céu é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra, e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens, e compra esse campo. 45 O Reino do Céu é também como um comprador que procura pérolas preciosas. 46 Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens, e compra essa pérola.” Comentário: * 44-46: Para entrar no Reino é necessária decisão total. Apegar-se a seguranças, mesmo religiosas, que são falsas ou puras imitações, em troca da justiça do Reino, é preferir bijuterias a uma pedra preciosa. Duas novas parábolas ajudam a compreender o que é o Reino dos Céus. Em ambas, destaca-se a descoberta valiosa (tesouro e pérola) associada à venda de todas as posses com vistas a comprar esse bem maior. Utilizando elementos da vida cotidiana, Jesus expõe a realidade misteriosa e ao mesmo tempo atraente do Reino. Novamente, “semeia” a Palavra do Reino, ajudando a converter seus interlocutores através da compreensão de verdades profundas, abrindo-lhes a mente aos desígnios ocultos de Deus. Não basta, porém, tomar conhecimento da preciosidade do Reino, é necessário entregar-se totalmente à nova descoberta, abandonando tudo o que faz parte do passado “material”. Deus quer nos enriquecer de bens superiores, por isso pede que renunciemos aos bens inferiores.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

João 11, 19-27 Jesus é a ressurreição e a vida.

-* 19 Muitos judeus tinham ido à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20 Quando Marta ouviu que Jesus estava chegando, foi ao encontro dele. Maria, porém, ficou sentada em casa. 21 Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 22 Mas ainda agora eu sei: tudo o que pedires a Deus, ele te dará.” 23 Jesus disse: “Seu irmão vai ressuscitar.” 24 Marta disse: “Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição, no último dia.” 25 Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá. 26 E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre. Você acredita nisso?” 27 Ela respondeu: “Sim, Senhor. Eu acredito que tu és o Messias, o Filho de Deus que devia vir a este mundo.” Comentário: * 17-27: Jesus se apresenta como a ressurreição e a vida, mostrando que a morte é apenas uma necessidade física. Para a fé cristã a vida não é interrompida com a morte, mas caminha para a sua plenitude. A vida plena da ressurreição já está presente naqueles que pertencem à comunidade de Jesus. No início de 2021, o papa Francisco instituiu a celebração dos santos irmãos Marta, Maria e Lázaro no Calendário Romano, considerando o importante testemunho evangélico dos três irmãos, que ofereceram ao Senhor Jesus a hospitalidade da sua casa, prestando-lhe atenção dedicada e acreditando que ele é a ressurreição e a vida. Marta, Maria e Lázaro destacam-se na Bíblia pela amizade com o Mestre. Viviam em Betânia, povoado a cerca de três quilômetros de Jerusalém. Por ocasião da morte de Lázaro, é Marta que corre para Jesus e faz uma profunda profissão de fé na onipotência de Deus, na ressurreição dos mortos e na divindade de Cristo, descrita no Evangelho que hoje meditamos.

domingo, 27 de julho de 2025

Mateus 13, 31-35 A força do Reino.

-* 31 E Jesus contou outra parábola: “O Reino do Céu é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. 32 Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E se torna uma árvore, de modo que os pássaros do céu vêm e fazem ninhos em seus ramos.” O Reino transforma -* 33 Jesus contou-lhes ainda outra parábola: “O Reino do Céu é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado.” Jesus revela o mistério escondido -* 34 Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, 35 para se cumprir o que foi dito pelo profeta: “Abrirei a boca para usar parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo.” Comentário: * 31-32: Por que será que o Reino parece não estar se expandindo no mundo? Cf. nota em Mc 4,30-34. * 33: A comunidade dos discípulos parece desaparecer no meio dos homens. Num segundo momento, porém, ela exerce ação transformadora no seio da sociedade. * 34-35: Somente através da pessoa e missão de Jesus é possível compreender o mistério do Reino de Deus, escondido na história desde o início do mundo. Jesus utiliza duas parábolas de origem agrícola para explicar ao povo como é o Reino de Deus. Seu objetivo principal é mostrar o dinamismo da Palavra que está anunciando e o processo de instauração do Reino, que começa pequeno, humilde, frágil, mas cresce até envolver toda a humanidade. Assim como a semente de mostarda e o fermento, o Reino de Deus vai se instaurar no mundo e todos serão tocados por ele. Para isso se concretizar, basta abrir o coração, escutar a Palavra e aceitar a Deus, renunciando aos falsos deuses que ainda hoje sobressaem na sociedade. As duas parábolas procuram iluminar aqueles que, diante de tanta injustiça no mundo, são tentados a desanimar ou desistir.

sábado, 26 de julho de 2025

Lucas 11, 1-13 O “Pai Nosso”.

* 1 Um dia, Jesus estava rezando em certo lugar. Quando terminou, um dos discípulos pediu: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou os discípulos dele.” 2 Jesus respondeu: “Quando vocês rezarem, digam: Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3 Dá-nos a cada dia o pão de amanhã, 4 e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos aqueles que nos devem; e não nos deixes cair em tentação.” Pedir com confiança -* 5 Jesus acrescentou: “Se alguém de vocês tivesse um amigo, e fosse procurá-lo à meia-noite, dizendo: ‘Amigo, me empreste três pães, 6 porque um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada para oferecer a ele’. 7 Será que lá de dentro o outro responderia: ‘Não me amole! Já tranquei a porta, meus filhos e eu já nos deitamos; não posso me levantar para lhe dar os pães?’ 8 Eu declaro a vocês: mesmo que o outro não se levante para dar os pães porque é um amigo seu, vai levantar-se ao menos por causa da amolação, e dar tudo aquilo que o amigo necessita. 9 Portanto, eu lhes digo: peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! 10 Pois, todo aquele de que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta. 11 Será que alguém de vocês que é pai, se o filho lhe pede um peixe, em lugar do peixe lhe dá uma cobra? 12 Ou ainda: se pede um ovo, será que vai lhe dar um escorpião? 13 Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos filhos, quanto mais o Pai do céu! Ele dará o Espírito Santo àqueles que o pedirem.” Comentário: * 11,1-4: Os mestres costumavam ensinar os discípulos a rezar, transmitindo o resumo da própria mensagem. O Pai Nosso traz o espírito e o conteúdo fundamental de toda oração cristã. Esta oração se faz na intimidade filial com Deus (Pai), apresentando-lhe os pedidos mais importantes: que o Pai seja reconhecido por todos (nome); que sua justiça e amor se manifestem (Reino); que, na vida de cada dia, ele nos dê vida plena (pão de amanhã); que ele nos perdoe como nós repartimos o perdão; que ele não nos deixe abandonar o caminho de Jesus (tentação). * 5-13: O Evangelho insiste na oração perseverante e confiante. Se os homens são capazes de atender ao pedido de amigos e filhos, quanto mais o Pai! Ele nada recusará. Pelo contrário, dará o Espírito Santo, isto é, a força de Deus que leva o homem a viver conforme a vida de Jesus Cristo. Vendo Jesus rezar, um discípulo lhe pede que os ensine a rezar, como os rabinos faziam. Diante do pedido, o Mestre lhes oferece um modelo de oração. A oração do pai-nosso contém seis elementos: os três primeiros nos levam à abertura para Deus: chamamos a Deus de Pai, ele é o Pai de todos nós; pedimos que seu nome seja santificado, isto é, que seja reconhecido como aquele que age na história; pedimos a vinda do seu Reino, o que significa acolher o projeto de Jesus. Os três últimos têm a ver conosco e com o próximo: pedimos o que é necessário no dia a dia para uma vida digna, sem pensar em acumular; pedimos o perdão e o compromisso de reconciliação com os nossos irmãos; por fim, pedimos que o Pai nos afaste das tentações que levam a abandonar o projeto de Jesus, que propõe uma sociedade justa, fraterna, igualitária e solidária. A parábola nos ensina a perseverar na oração, feita com confiança ao Pai, o qual nos oferece o Espírito para discernir o que é mais importante para a vida.

Colossenses 2, 12-14 Vida plena em Cristo.

12 Com ele, vocês foram sepultados no batismo, e nele vocês foram também ressuscitados mediante a fé no poder de Deus, que ressuscitou Cristo dos mortos. 13 Vocês estavam mortos por causa das faltas e da incircuncisão da carne, mas Deus concedeu a vocês a vida juntamente com Cristo: Ele perdoou todas as nossas faltas, 14 anulou o título de dívida que havia contra nós, deixando de lado as exigências legais; fez o título desaparecer, pregando-o na cruz; Comentário: * 9-15: Paulo continua aplicando o hino à vida dos colossenses. Se Cristo é a Plenitude de Deus (1,19), nele se encontra tudo o que é preciso para nos relacionarmos com Deus. Cristo está acima de qualquer poder visível ou invisível. O batismo, que substituiu a circuncisão, leva o cristão a participar da morte e ressurreição de Cristo, isto é, a passar da morte para vida em Cristo. Os vv. 13-15 retomam outro hino que celebra a vitória: através da morte de Cristo na cruz, Deus anulou o registro dos pecados e venceu todas as potências que poderiam escravizar os homens. Portanto, os cristãos agora são livres e não devem se submeter a nada ou a ninguém que não seja Cristo.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Mateus 13, 16-17 A felicidade de compreender.

16 Vocês, porém, são felizes, porque seus olhos veem e seus ouvidos ouvem. 17 Eu garanto a vocês: muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês estão vendo, e não puderam ver; desejaram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir.” Comentário: * 10-17: Cf. nota em Mc 4,10-12. Os mistérios do Reino só serão conhecidos por aqueles que já tiverem acolhido Jesus como Messias (os discípulos). Aceitar Jesus como o Messias, mesmo nos seus “fracassos”, faz compreender as contínuas dificuldades que sofre a implantação do Reino do Céu. E isso é uma bem-aventurança. Pais da Virgem Maria, Joaquim e Ana foram instrumento precioso de Deus no cumprimento das promessas feitas a Abraão. Na fidelidade ao temor de Deus, realizaram na perfeição a função de educadores, preparando a filha para a maior das missões confiadas a um ser humano: ser a Mãe do Filho de Deus. A partir da santidade do fruto, Maria, podemos deduzir a santidade dos pais, que terão ajudado a filha e o genro José na proteção e educação de Jesus, como avós dedicados. Os avós de Jesus não aparecem na Bíblia, mas os evangelhos apócrifos nos ajudam a compreender alguns momentos da sua vida. O Protoevangelho de Tiago, por exemplo, narra que Ana, após um longo período de esterilidade, obteve do Senhor o nascimento de Maria. Desde o século VI, celebramos a memória de Santa Ana, sendo mais recentemente introduzida a de São Joaquim.