quarta-feira, 29 de maio de 2024

Marcos 14, 12=16.22-26 O novo Cordeiro pascal.

* 12 No primeiro dia dos Ázimos, quando matavam os cordeiros para a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus: “Onde queres que vamos preparar para que comas a Páscoa?” 13 Jesus mandou então dois de seus discípulos, dizendo: “Vão à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no 14 e digam ao dono da casa onde ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: Onde é a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer a Páscoa?’ 15 Então ele mostrará para vocês, no andar de cima, uma sala grande, arrumada com almofadas. Preparem aí tudo para nós.” 16 Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito. E prepararam a Páscoa. 17 Ao cair da tarde, Jesus chegou com os Doze. 18 Enquanto estavam à mesa comendo, Jesus disse: “Eu garanto a vocês: um de vocês vai me trair. É alguém que come comigo.” 19 Os discípulos começaram a ficar tristes e, um depois do outro, perguntaram a Jesus: “Será que sou eu?” 20 Jesus lhes disse: “É um dos Doze. É aquele que põe comigo a mão no prato. 21 O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura sobre ele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!” A instituição da Eucaristia -* 22 Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado a bênção, o partiu, distribuiu a eles, e disse: “Tomem, isto é o meu corpo.” 23 Em seguida, tomou um cálice, agradeceu e deu a eles. E todos eles beberam. 24 E Jesus lhes disse: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. 25 Eu garanto a vocês: nunca mais beberei do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus.” A fidelidade de Jesus aos seus -* 26 Depois de terem cantado salmos, foram para o monte das Oliveiras. 27 Então Jesus disse aos discípulos: “Vocês todos vão ficar desorientados, porque a Escritura diz: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão’. Comentário: * 12-21: A celebração da Páscoa marcava a noite em que o povo de Deus foi libertado da escravidão do Egito. Jesus vai ser morto como o novo cordeiro pascal: sua vida e morte são o início de novo modo de vida, no qual não haverá mais escravidão do dinheiro e do poder. * 22-25: A ceia pascal de Jesus com os discípulos recorda a multiplicação dos pães. Ela substitui as cerimônias do Templo e torna-se o centro vital da comunidade formada pelos que seguem a Jesus. O gesto e as palavras de Jesus não são apenas afirmação de sua presença sacramental no pão e no vinho. Manifestam também o sentido profundo de sua vida e morte, isto é: Jesus viveu e morreu como dom gratuito, como entrega de si mesmo aos outros, opondo-se a uma sociedade em que as pessoas vivem para si mesmas e para seus próprios interesses. Na ausência de Jesus, os discípulos são convidados a fazer o mesmo (“tomem”): partilhar o pão com os pobres e viver para os outros. * 26-31: Jesus sabe que vai ser traído por um discípulo e abandonado pelos outros. Mostra assim a plena gratuidade do seu dom, sendo fiel aos discípulos até o fim: marca um novo encontro na Galileia (cf. 16,7). Aí Jesus reunirá novamente os discípulos para continuar a sua ação. Jesus dedica total atenção aos preparativos para a ceia pascal. Com esmero, escolhe “uma grande sala arrumada com almofadas, no andar de cima”. Aí os discípulos “prepararam a Páscoa”. Durante a ceia, a surpresa: Jesus, tendo abençoado um pão, entrega-o aos discípulos: é seu corpo. Tomar o pão/corpo de Jesus significa assemelhar-se a ele, aceitar integralmente sua pessoa. Depois, abençoou um cálice e entregou-o aos discípulos; e todos beberam. Beber do cálice significa aceitar a morte de Jesus e comprometer-se, como ele, com a prática da justiça. A ceia se conclui com um dado litúrgico (“tendo cantado o hino”) e uma ponta de tristeza: no monte das Oliveiras, terá início a paixão de Jesus. Tendo celebrado a Eucaristia de modo ritual (última ceia), Jesus a celebrará de modo real no Calvário.

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