* 14 Jesus voltou para a Galiléia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15 Ele ensinava nas sinagogas, e todos o elogiavam. 16 Jesus foi à cidade de Nazaré, onde se havia criado. Conforme seu costume, no sábado entrou na sinagoga, e levantou-se para fazer a leitura. 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus encontrou a passagem onde está escrito: 18 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista;
para libertar
os oprimidos,
19 e para proclamar um ano de graça do Senhor.” 20 Em seguida Jesus fechou o livro, o entregou na mão do ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21 Então Jesus começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir.”
Reação do povo -* 22 Todos aprovavam
Jesus,
admirados
com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Este não é o filho de José?”
Comentário:
* 14-21: Colocada no início da vida
pública de Jesus, esta passagem constitui, conforme Lucas, o programa de toda a
atividade de Jesus. Is 61,1-2 anunciara que o Messias iria realizar a missão
libertadora dos pobres e oprimidos. Jesus aplica a passagem a si mesmo,
assumindo-a no hoje concreto em que se encontra. No ano da graça eram perdoadas todas as dívidas e se redistribuíam
fraternalmente todas as terras e propriedades: Jesus encaminha a humanidade
para uma situação de reconciliação e partilha, que tornam possíveis a
igualdade, a fraternidade e a comunhão.
* 22-30: A dúvida e a rejeição de Jesus
por parte de seus compatriotas fazem prever a hostilidade e a rejeição de toda
a atividade de Jesus por parte de todo o seu povo. No entanto, Jesus prossegue
seu caminho, para construir a nova história que engloba toda a humanidade.
No
Evangelho de Lucas, o Espírito Santo se manifesta na origem das ações de Jesus,
como no episódio aqui narrado. Na sinagoga, casa de oração e catequese, Jesus
faz a leitura do profeta Isaías. O texto desenha os traços do Messias, o
Libertador, aquele que fará reviver todos os marginalizados da sociedade. Após
a leitura, em atitude de quem ensina (senta-se), Jesus proclama solenemente:
“Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura”. Em outras palavras: eu sou o
Messias anunciado pelo profeta. A reação dos conterrâneos de Jesus a princípio
é de entusiasmo, depois será de dúvida, e finalmente de desprezo e agressão. Em
outra ocasião, Jesus dirá: “Um profeta só não é estimado em sua pátria e em sua
família” (Mt 13,57).
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