* 6
“Não
dêem aos cães o que
é santo, nem
atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés
e, virando-se, despedaçar vocês.”
A
regra de ouro -* 12 “Tudo
o que vocês desejam
que os outros
façam a vocês,
façam vocês
também a eles. Pois nisso consistem a Lei
e os Profetas.”
O
Reino exige esforço
-* 13 “Entrem pela porta estreita, porque
é larga a porta e espaçoso o caminho
que levam para a perdição, e são
muitos os que
entram por ela! 14 Como é estreita a porta e apertado o caminho
que levam para a vida,
e são poucos os que
a encontram!”
Comentário:
* 6:
Esta sentença provavelmente significa que é desperdício e perigo anunciar o
Reino aos que não estão preocupados com ele. Se ligada à sentença sobre os dois
senhores (Mt 6,24), poderia significar que é inútil e até perigoso anunciar os
princípios evangélicos àqueles cujo deus são as riquezas. O coração deles está
em outro lugar; fizeram outra opção fundamental. Em todo caso, a sentença
parece fora de contexto, e é de difícil interpretação.
* 12:
No tempo de Jesus, “Lei e Profetas” indicava todo o Antigo Testamento. Esta “regra
de ouro” convida-nos a ter para com os outros a mesma preocupação que temos
espontaneamente para com nós mesmos. Não se trata de visão calculista - dar
para receber -, mas de uma compreensão do que seja o amor do Pai.
* 13-14:
Tanto a opção fundamental pelo Reino e sua justiça (entrar pela porta), como
continuar nessa busca fundamental (caminho), não são fáceis. A escolha
verdadeira nunca será feita pelos indecisos e acomodados. Estes ficam
relutando, ou escolhem a estrada mais larga proposta pelos ídolos.
O que é sagrado – símbolos, ritos, coisas – entra
na esfera de Deus e precisa ser respeitado. Pessoas sem religião por vezes
abusam dos símbolos sagrados de outras crenças. Isso é ignorância e
desrespeito. Pior ainda é quando o próprio Deus é objeto de blasfêmia. Isso
então é intolerável. Jesus resgata, em chave positiva, um princípio comum a
muitas culturas: “Façam às pessoas o mesmo que vocês desejam que elas façam a
vocês”. É um impulso à prática do amor sem medida. Porta estreita e caminho apertado
representam o Reino de Deus. É uma escolha que provoca perseguições. No
entanto, é este é “o caminho que leva para a vida”. A porta larga se abre para
um caminho espaçoso, sem Deus. Aí impera o egoísmo, e a pessoa, insensível às
necessidades alheias, afunda nos bens terrenos. Vida perdida.
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