sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Mateus 17, 10-13 A morte de João Batista é sinal da morte de Jesus.

* 10 Os discípulos de Jesus lhe perguntaram: “O que querem dizer os doutores da Lei, quando falam que Elias deve vir antes?” 11 Jesus respondeu: “Elias vem para colocar tudo em ordem. 12 Mas eu digo a vocês: Elias já veio, e eles não o reconheceram. Fizeram com ele tudo o que quiseram. E o Filho do Homem será maltratado por eles do mesmo modo.” 13 Então os discípulos compreenderam que Jesus falava de João Batista. Comentário: * 10-13: A missão de João Batista era anunciar os tempos messiânicos, realizando o que se esperava com a vinda de Elias. A missão do Batista, porém, não foi reconhecida pelas autoridades do povo, e a trágica morte dele mostra como se realizará a missão do próprio Jesus. Após a transfiguração do Senhor, na qual Jesus revelou sua verdadeira natureza divina, os discípulos descem do monte e questionam o Mestre sobre Elias. Havia, na época, a crença popular de que Elias, arrebatado ao céu por uma carruagem de fogo, voltaria ao mundo para anunciar a chegada do Messias. Seguindo essa lógica, o Messias não poderia estar no mundo se antes não tivesse ocorrido a volta de Elias. Esse papel foi desempenhado por João Batista, o novo Elias, em cuja ação e morte estão preanunciados o sofrimento e a morte do próprio Jesus. O Mestre mostra que a missão desempenhada por João Batista, de preparar os caminhos para a chegada do Senhor, comprova que as profecias do Antigo Testamento se cumpriram e que o Reino de Deus já está presente no mundo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Lucas 1, 39-47 João aponta o Messias.

* 39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.” O cântico de Maria -* 46 Então Maria disse: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, 47 meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, Comentário: * 39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel. * 46-56: O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história. Assim como partiu apressadamente para ajudar sua prima Isabel, ao longo da história, Maria continuou a ir ao encontro de pessoas que precisavam do seu amor e proteção. Exemplo desses encontros é a aparição ao indígena mexicano Juan Diego. Num momento em que os povos originários do México sofriam com as perseguições e a exploração dos espanhóis, Nossa Senhora aparece para dar conforto e apoio ao jovem Juan e a todo o seu povo. Era o ano 1531, na colina de Tepeyac, perto da capital do México. Maria Santíssima apareceu três vezes, sendo que, na última aparição, são descritos dois milagres: o tio de Juan Diego, gravemente doente, fica curado; e, para atestar a veracidade dos fatos ao bispo local, fica gravada a imagem da Mãe num manto, hoje exposto no santuário de Guadalupe, concluído em 1709 e elevado à categoria de basílica pelo papa Pio X, em 1904. Esse mesmo papa, em 1910, conferiu à Virgem de Guadalupe o título de Padroeira da América Latina.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Mateus 11, 11-15 A missão de João Batista.

11 Eu garanto a vocês: de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino do Céu é maior do que ele. 12 Desde os dias de João Batista até agora, o Reino do Céu sofre violência, e são os violentos que procuram tomá-lo. 13 De fato, todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. 14 E se vocês o quiserem aceitar, João é Elias que devia vir. 15 Quem tem ouvidos, ouça.” Comentário: * 7-15: Nenhum homem do Antigo Testamento é maior do que João Batista. Entretanto, João pertence ao Antigo Testamento, onde as profecias são anunciadas, e não ao Novo Testamento, onde elas já se realizaram. O v. 12 é de difícil interpretação. Provavelmente, o evangelista quer mostrar que o Reino é vítima de violência, porque a velha estrutura injusta resiste para não ser destruída e reage violentamente. Essa violência dos que se opõem à vontade de Deus será experimentada pelo próprio Jesus em sua missão. Elias foi um profeta que viveu no reino de Israel durante o reinado de Acabe, nove séculos antes de Cristo. Ele se retirou para o deserto e enfrentou o rei e sua corte, sendo considerado o primeiro dos profetas. Por ter uma conduta ascética e uma atividade semelhante à de Elias, João Batista é chamado o novo Elias, pois anuncia o mundo novo que será instaurado por Jesus Cristo. O próprio Jesus, primo de João, enaltece publicamente suas virtudes e sua grandeza, mas também afirma que João, assim como os profetas, pertence ao Antigo Testamento, e não ao Novo, no qual o reino se concretiza. Sua função é preparar os caminhos do Senhor. Preparar o coração do povo para o Messias que virá. Até mesmo o menor no Reino que há de vir é maior do que João, por isso devemos nos esforçar para merecer a participação nesse Reino que Cristo nos preparou.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Mateus 11, 28-30 Os pobres evangelizam.

28 Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso. 29 Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. 30 Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve.” Comentário: * 25-30: Com sua palavra e ação, Jesus revela a vontade do Pai, que é instaurar o Reino. Contudo, os sábios e inteligentes não são capazes de perceber a presença do Reino e sua justiça através de Jesus. Ao contrário, os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa atividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada que os sábios e inteligentes haviam criado para o povo. Em troca, ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia: doravante, os pobres serão evangelizados e partirão para evangelizar. Carregar o fardo é sinal de escravidão, algo que surge várias vezes no Antigo Testamento, pois a história do povo escolhido é marcada continuamente por momentos sombrios de ganância e lutas pelo poder que conduzem à guerra e à falta de liberdade. Jesus não quer a escravidão, mas a libertação, por isso sua carga é suave e seu fardo é leve, devendo ser aceito no amor e na simplicidade. Também hoje somos escravos de muitas coisas. Submissos, andamos sem direção e corremos sem rumo, por isso nos sentimos constantemente cansados e fatigados. Jesus nos convida a abraçar o seu fardo, que nos coloca em harmonia com o mais íntimo de nós mesmos e nos mostra o amor do Pai.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Mateus 18, 12-14 Por que alguém se afasta da comunidade?

12 O que vocês acham? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, será que ele não vai deixar as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13 Eu garanto a vocês: quando ele a encontra, fica muito mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14 Do mesmo modo, o Pai que está no céu não quer que nenhum desses pequeninos se perca.” Comentário: * 10-14: Por que alguém se extravia, isto é, se distancia da comunidade? Certamente por causa do escândalo (vv. 6-9), ou do desprezo daqueles que buscam poder e prestígio. A parábola mostra que a comunidade inteira deve preocupar-se e procurar aquele que se extraviou. A comunidade se alegra quando ele volta para o seu meio, porque a vontade do Pai foi cumprida. Deus Pai age sempre com amor e misericórdia, por isso não abandona nenhum dos seus filhos. Se um de nós se perder, ele volta para nos “encontrar”, ou seja, para nos tomar nos seus ombros e nos conduzir de volta para o caminho seguro e de comunhão com ele e com os demais irmãos. A imagem do rebanho e da ovelha perdida, bastante conhecida e próxima do público a quem Jesus se dirige, é de fácil compreensão também para nós, séculos depois, mostrando a profunda sabedoria de Jesus e a validade eterna do seu ensinamento. Deus nos carrega em seus braços, porque somos frágeis e indefesos, mas, ao mesmo tempo, preciosos. A certeza de que Deus quer o nosso bem, vem ao nosso encontro e nos liberta deve guiar nossa preparação para o Natal que se aproxima.

domingo, 7 de dezembro de 2025

Lucas 1, 26-38 O Messias vai chegar.

* 26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré. 27 Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava, e disse: “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!” 29 Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. 30 O anjo disse: “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. 31 Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. 32 Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, 33 e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.” 34 Maria perguntou ao anjo: “Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?” 35 O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. 36 Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. 37 Para Deus nada é impossível.” 38 Maria disse: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” Comentário: * 26-38: Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova. O cumprimento das promessas de Deus se completa graças ao “sim” de Maria. O anjo aparece a ela e lhe pede que se deixe engravidar pelo Espírito de Deus. O primeiro cumprimento do anjo foi de alegria, pois ela é a cheia de graça. Diante da dúvida, o anjo a tranquiliza e pede que deixe por conta do Espírito Santo. Com seu “sim”, Maria foi responsável por gerar o Deus encarnado. O anjo não aparece a Maria no templo, centro religioso, mas no ambiente familiar, na casa, numa aldeia, nas periferias da Palestina. O primeiro encontro de Deus acontece no seio da família. Deixando-nos possuir pelo Espírito, estaremos gerando o projeto de Jesus. O anjo diz a Maria: “O Senhor está contigo”, demonstrando que ela não está esquecida e abandonada e pode contar com a presença de Deus. Assim como Maria, não vivemos sozinhos nem abandonados no universo. Deus nos acompanha sempre, no íntimo de cada pessoa está a sua presença. Tudo muda quando nos sentimos acompanhados e abraçados pelo amor de Deus.

Efésios 1, 3-6.11.12 A graça não tem limites .

3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: Ele nos abençoou com toda bênção espiritual, no céu, em Cristo. 4 Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor. 5 Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por meio de Jesus Cristo, conforme a benevolência de sua vontade,6* para o louvor da sua glória e da graça que ele derramou abundantemente sobre nós por meio de seu Filho querido. 11 Em Cristo recebemos nossa parte na herança, conforme o projeto daquele que tudo conduz segundo a sua vontade: fomos predestinados 12 a ser o louvor da sua glória, nós, que já antes esperávamos em Cristo. Comentário: * 3-14: Paulo desenvolve um hino de louvor em forma de “bênção”, frequente no Antigo Testamento. O louvor é uma resposta do homem ao Deus que se manifesta através de um ato de salvação ou mediante a revelação de um mistério. Deus Pai é o sujeito e a fonte de toda a ação criadora e salvadora. E tudo o que Deus Pai realiza no homem e no mundo, ele o faz mediante o seu Filho Jesus Cristo: escolhe (vv. 4-5), liberta (vv. 6-7), reúne tudo em Cristo (vv. 8-10), entrega a herança prometida (vv. 11-12) e concede o dom do Espírito Santo (vv. 13-14). * 6: A expressão “para o louvor da sua glória” (cf. vv. 12 e 14) mostra que o sentido último da vida humana é louvar a Deus. O louvor é, portanto, ato de consciência: declarando Deus como o único absoluto, o homem reconhece que as criaturas são relativas. O louvor cabe somente a Deus.