23 De fato,
eu recebi pessoalmente do Senhor
aquilo que
transmiti para vocês.
Na noite em que
foi entregue,
o Senhor Jesus
tomou o pão
24 e, depois
de dar graças,
o partiu e disse:
“Isto é o meu corpo
que é para vocês;
façam isto
em memória de mim.”25 Do mesmo
modo, após
a Ceia, tomou
também o cálice,
dizendo: “Este cálice
é a Nova Aliança
no meu sangue;
todas as vezes
que vocês
beberem dele,
façam isso
em memória de mim.” 26 Portanto,
todas as vezes
que vocês
comem deste
pão e bebem
deste cálice,
estão anunciando a morte
do Senhor, até
que ele venha.
Comentário:
Nesse contexto, Paulo relembra a instituição da
Eucaristia. Ela é a memória permanente da morte de Jesus como dom de vida para
todos (corpo e sangue). A Eucaristia é a celebração da Nova Aliança, isto é, da
nova humanidade que nasce da participação no ato de Jesus, não só no culto, mas
na vida prática. Por isso, a comunidade que celebra a Eucaristia anuncia o
futuro de uma reunião de toda a humanidade.
Voltando ao problema, Paulo interpela a comunidade
a examinar-se: Não será uma incoerência celebrar a Eucaristia quando na própria
celebração se fazem distinções e se marginalizam os mais pobres? Anteriormente
(10,17), Paulo salientara que, ao participar da Eucaristia, a comunidade forma
um só corpo. Se a comunidade não entender isso (“sem discernir o Corpo”, v.
29), estará celebrando a sua própria condenação, pois desligará a Eucaristia do
seu antecedente e de suas conseqüências práticas: solidariedade e partilha.
O julgamento do Senhor se manifesta de dois modos:
a própria Eucaristia se torna testemunho contra a comunidade; ao mesmo tempo, a
fraqueza, doença e morte de muitos membros testemunham a falta de partilha e
solidariedade.
Paulo termina com duas orientações práticas:
esperar que todos cheguem para começar juntos a reunião (v. 33), e não
transformá-la em ocasião de ostentação e gula (vv. 21 e 34).
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