quinta-feira, 11 de março de 2021

Marcos 12, 28-34 O centro da vida.

 28Um escriba aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”. 32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, mestre! Na verdade, é como disseste: ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente e com toda a força e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”. 34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência e disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.

Comentário:

* 28-34: Jesus resume a essência e o espírito da vida humana num ato único com duas faces inseparáveis: amar a Deus com entrega total de si mesmo, porque o Deus verdadeiro e absoluto é um só e, entregando-se a Deus, o homem desabsolutiza a si mesmo, o próximo e as coisas; amar ao próximo como a si mesmo, isto é, a relação num espírito de fraternidade e não de opressão ou de submissão. O dinamismo da vida é o amor que tece as relações entre os homens, levando todos aos encontros, confrontos e conflitos que geram uma sociedade cada vez mais justa e mais próxima do Reino de Deus.

No tempo de Jesus, era muito comum os rabinos dialogarem ou discutirem a respeito de assuntos ligados à religião ou às leis bíblicas. Aqui o escriba parece colocar-se não como inquisidor hostil, mas como alguém que apenas quer confirmar seu pensamento. Os dois chegam a uma mesma conclusão: amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo são os dois principais mandamentos, e sua vivência vale mais que sacrifícios e holocaustos. Ao lado do amor a Deus, como primeiro mandamento, Jesus coloca o amor ao próximo. Dois mandamentos inseparáveis e que estão acima até das práticas religiosas. Eles nos levam a proclamar a grandeza e a bondade de Deus e a estabelecer relações fraternas com as pessoas. Os dois mandamentos do amor completam-se para fazer do discípulo de Jesus nova e autêntica pessoa.

Oração
Ó Jesus Mestre, tu nos ensinas que o primeiro mandamento é amar a Deus acima de todas as coisas, e o segundo é amar o próximo como a si mesmo. No teu Reino, “ninguém tem amor maior do que alguém que dá a vida pelos amigos”. Louvor a ti, Senhor, porque entregaste tua vida por nós. Amém

quarta-feira, 10 de março de 2021

Lucas 11, 14-23 Jesus é mais forte do que Satanás.

 14Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18Ora, se até satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava e reparte o que roubou. 23Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa”.

Comentário:

* 14-23: A cura do endemoninhado mostra que a ação de Jesus consiste em libertar o homem da alienação que o impede de falar. A ação de Jesus testemunha a chegada do Reino de Deus, pois para vencer Satanás é preciso ser mais forte do que ele. Mas Jesus é, ao mesmo tempo, a presença da salvação e do julgamento: quem não age com Jesus, torna-se adversário.

É muito comum a rotulação de pessoas tanto positiva como negativamente. Dependendo do rótulo, a pessoa é valorizada ou desprezada. Depois da expulsão do demônio, Jesus é rotulado de agir em nome de Beelzebu, príncipe dos demônios. Demônio, ou Satanás, é uma “personagem cósmica” que testa a lealdade da pessoa a Deus, procura desviá-la do caminho de Deus. Além disso, Jesus é posto à prova para que realize algum sinal do céu. Jesus age em nome de Deus, e não de Beelzebu. Se ele age em nome de Deus e “desaliena” as pessoas é sinal de que o Reino de Deus chegou. Não podemos ficar indiferentes: ou estamos com Cristo, empenhados na luta contra o mal, ou estamos a serviço de Satanás, espalhando injustiças, mentiras e alienações. Somente quem acolhe o Mestre como enviado de Deus “recolhe” e não “espalha”.

Oração
Senhor Jesus, algumas pessoas te ofendem, afirmando que expulsas o demônio pelo poder de Beelzebu. Mostras que estão no erro, pois é “com o dedo de Deus” que expulsas o agente do mal. Concede-nos, ó Mestre, a graça de permanecer contigo, para não desperdiçar o tempo, as energias, a vida. Amém.

terça-feira, 9 de março de 2021

Mateus 5, 17-19 A lei e a justiça.

 17“Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade eu vos digo, antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado o menor no Reino dos céus. Porém quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos céus”.

Comentário:

* 17-20: A lei não deve ser observada simplesmente por ser lei, mas por aquilo que ela realiza de justiça. Cumprir a lei fielmente não significa subdividi-la em observâncias minuciosas, criando uma burocracia escravizante; significa, isto sim, buscar nela inspiração para a justiça e a misericórdia, a fim de que o homem tenha vida e relações mais fraternas. Em 5,21-48, Mateus apresenta cinco exemplos, para mostrar como é que uma lei deve ser entendida.

Quem pensa que Jesus veio para acabar com leis e profetas está muito enganado. Ele mesmo afirma: “Eu não vim abolir a Lei ou os Profetas”. Lei representa os cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco); Profetas engloba o conjunto dos profetas. Aqui “Lei e Profetas” pode ser entendido como o conjunto do Antigo Testamento. “Lei e Profetas” andam juntos e propõem justiça e vida. A intenção de Jesus não é abolir ou acabar com tudo o que foi dito no Antigo Testamento: ele veio complementar com a força do Espírito e aperfeiçoar aquilo que pode ser considerado superado. Só a lei do amor é permanente. Ambos, Antigo e Novo Testamento, formam uma unidade e apresentam o plano divino da salvação, a qual não se conquista pelo simples cumprimento de leis e normas. O Reino dos céus é um presente do amor misericordioso do Pai celeste.

Oração
Ó Jesus, fiel cumpridor dos planos do Pai, vieste não para abolir a Lei de Deus, mas para interpretá-la corretamente e cumpri-la de modo integral. Dá-nos a devida compreensão das Sagradas Escrituras e coração aberto para acolher e pôr em prática a vontade de Deus. Amém.

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

Mateus 18, 21-35 Perdoar sem limites.

  21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.

Comentário:

* 21-35: Na comunidade de Jesus não existem limites para o perdão (setenta vezes sete). Ao entrar na comunidade, cada pessoa já recebeu do Pai um perdão sem limites (dez mil talentos). A vida na comunidade precisa, portanto, basear-se no amor e na misericórdia, compartilhando entre todos esse perdão que cada um recebeu.

O capítulo dezoito do Evangelho de Mateus contém o discurso catequético de Jesus à comunidade. São, portanto, ensinamentos do Mestre para que os membros da comunidade os vivam dia a dia. O texto de hoje fala do perdão que as pessoas deveriam viver no relacionamento cotidiano. Pedro quer estabelecer um limite ao perdão do irmão. Por meio da parábola, Jesus apresenta o pensamento de Deus a respeito do perdão. Suplicando, o servo consegue do rei misericordioso (Deus?) o perdão de sua enorme dívida. Por outro lado, esse servo não consegue perdoar um colega que lhe devia pequena quantia. Com a expressão “setenta vezes sete”, Jesus ensina que não há limite para o perdão. Quando rezamos o pai-nosso, pedimos a Deus que nos perdoe assim como nós perdoamos. Se ele levasse em conta isso, coitados de nós.

Oração
Senhor Jesus, obrigado pelo ensinamento sobre o perdão. Pela pergunta de Pedro, constatamos quanta dificuldade temos para perdoar a quem nos ofendeu. Por isso, tu nos mostras que o modelo de misericórdia é o Pai celeste, que perdoa sem medida. E exige que também nós perdoemos sem cessar. Amém.

domingo, 7 de março de 2021

Lucas 4, 24-30 Reação do povo.

 24“Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27E no tempo do profeta Eliseu havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. 28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

Comentário:

* 22-30: A dúvida e a rejeição de Jesus por parte de seus compatriotas fazem prever a hostilidade e a rejeição de toda a atividade de Jesus por parte de todo o seu povo. No entanto, Jesus prossegue seu caminho, para construir a nova história que engloba toda a humanidade.

Jesus acaba de inaugurar seu ministério na sinagoga de Nazaré, sua cidade. Lá proclama um texto do profeta Isaías e o aplica a si mesmo. Houve admiração e dúvida a respeito dele. Por isso, declara que “nenhum profeta é aceito em sua pátria”. Ele mesmo sentiu isso na própria pele. A seguir apresenta o exemplo de Elias, que socorreu a viúva estrangeira, e de Eliseu, que curou o leproso sírio. Com isso, ele ressalta sua missão universal: não fica preso a um pequeno grupo, mas vai aonde é aceito. Os autênticos profetas nem sempre são aceitos, principalmente em sua comunidade ou terra. A rejeição do profeta de Nazaré não foi suficiente para impedi-lo de continuar sua missão: ele “passa por meio deles” e parte para outros campos de ação, nos quais haja pessoas dispostas a aceitá-lo e a se comprometer com ele.

Oração
Ó Jesus de Nazaré, visitas a tua terra e encontras um povo indiferente e desconfiado. Não escondes a tua desilusão: “Nenhum profeta é aceito em sua pátria”. Realças a fé dos pagãos e censuras a falta de fé do teu povo. Dá-nos, Senhor, sensibilidade para te acolher em qualquer circunstância. Amém.

 

sábado, 6 de março de 2021

João 2, 13-25 O corpo de Jesus é o novo Templo.

13Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 14No templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. 15Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isso daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” 17Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá”. 18Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” 19Ele respondeu: “Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei”. 20Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?” 21Mas Jesus estava falando do templo do seu corpo. 22Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.

Jesus conhece o homem por dentro -* 23Jesus estava em Jerusalém durante a festa da Páscoa. Vendo os sinais que realizava, muitos creram no seu nome. 24Mas Jesus não lhes dava crédito, pois ele conhecia a todos; 25e não precisava do testemunho de ninguém acerca do ser humano, porque ele conhecia o homem por dentro.

Comentário:

* 13-22: Para os judeus, o Templo era o lugar privilegiado de encontro com Deus. Aí se colocavam as ofertas e sacrifícios levados pelos judeus do mundo inteiro, e formavam verdadeiro tesouro, administrado pelos sacerdotes. A casa de oração se tornara lugar de comércio e poder, disfarçados em culto piedoso.

Expulsando os comerciantes, Jesus denuncia a opressão e a exploração dos pobres pelas autoridades religiosas. Predizendo a ruína do Templo, ele mostra que essa instituição religiosa já caducou. Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar em edifícios, mas no próprio homem.

* 23-25: Para acreditar em Jesus, não basta aceitá-lo como Messias nos moldes tradicionais, isto é, como um chefe que exerce função nacionalista através do poder e domínio. Acreditar em Jesus é aceitá-lo como o Messias que realiza o projeto de Deus e que dá sua própria vida, rompendo as muralhas de separação entre os homens. Jesus rejeita qualquer adesão que instrumentalize a sua ação em favor de interesses de grupo. Este trecho serve como introdução a todo o diálogo com Nicodemos (3,1-36).

O templo de Jerusalém era o centro religioso, político e social do país. Ora, Jesus vai até lá e se depara com um descarado e barulhento comércio nas suas dependências. O que era para ser “casa de oração” tinha virado uma “casa de negócios”. A reação instintiva de Jesus foi expulsar os comerciantes. Naturalmente seu gesto ousado lhe custou a vida, pois uma afronta desse calibre era considerada grave e seria castigada com a morte. Com a purificação do templo, as realidades antigas foram substituídas pelas novas. O templo antigo foi substituído pelo novo Templo, o corpo de Cristo. Por isso, Jesus se ergue como o único santuário válido daí em diante. A liturgia cristã o compreendeu e nos faz proclamar: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai Todo- Poderoso, toda honra e toda glória…”.

Oração
Senhor Jesus, não suportas que teu povo seja oprimido e explorado. Pior ainda quando a opressão se dá no recinto da casa de Deus. Ó Jesus, tu que conheces por dentro todo ser humano, converte nosso coração para ti e impulsiona-nos a promover os nossos semelhantes. Amém.

 

1 Coríntios 1, 22-25 Deus subverte os projetos humanos.

22 Os judeus pedem sinais milagrosos, os gregos procuram sabedoria; 23nós, porém, pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e insensatez para os pagãos. 24Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, esse Cristo é poder de Deus e sabedoria de Deus. 25Pois o que é dito insensatez de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é dito fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

Comentário:

* 17-31: O projeto de Deus é contrário aos projetos dos homens. Os homens valorizam e dão lugar aos ricos, aos poderosos, aos intelectuais, aos que têm "status", beleza física, facilidade de expressão etc. Consequentemente, desprezam e não dão importância àqueles que não se encaixam nesses padrões. Deus, porém, subverte a sociedade e os projetos humanos: para estabelecer e realizar os seus projetos, ele se alia aos pobres, fracos e simples, porque estes não são auto-suficientes e se abrem para Deus. É na pobreza e fraqueza destes que Deus manifesta a sua força (cf. 2Cor 12,9). E a manifestação máxima do poder e da graça de Deus é Jesus crucificado, pois a cruz é o símbolo da fraqueza, do fracasso e da vergonha, porque nela eram executados os criminosos. A verdadeira comunidade cristã é a dos pobres: ela está aliada à sabedoria do projeto de Deus; por isso, é portadora da novidade que provoca transformações radicais.