terça-feira, 12 de agosto de 2025

Mateus 18, 15-20 E quando o irmão peca?

* 15 “Se o seu irmão pecar, vá e mostre o erro dele, mas em particular, só entre vocês dois. Se ele der ouvidos, você terá ganho o seu irmão. 16 Se ele não lhe der ouvidos, tome com você mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17 Caso ele não dê ouvidos, comunique à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele der ouvidos, seja tratado como se fosse um pagão ou um cobrador de impostos. 18 Eu lhes garanto: tudo o que vocês ligarem na terra, será ligado no céu, e tudo o que vocês desligarem na terra, será desligado no céu. 19 E lhes digo ainda mais: se dois de vocês na terra estiverem de acordo sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está no céu. 20 Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles.” Comentário: * 15-20: Quando um irmão peca, prejudicando o bem comum, a comunidade age com prudência e justiça, procurando corrigir o irmão. Reunida em nome e no espírito de Jesus, a comunidade tem o poder de incluir ou excluir pessoas do seu meio (cf. 16,19), isto é, incluir ou excluir pessoas. A missão dela, porém, não termina com a exclusão do pecador: ela deve procurá-lo, como o pastor que sai em busca da ovelha perdida (18,11-14). A comunidade cristã é formada por homens e mulheres frágeis, cheios de limites, por isso Jesus ensina a pedagogia do perdão, ou a correção fraterna, com diversos passos a serem seguidos quando algum membro pecar. Esse processo mostra que é necessário tratar com respeito a pessoa que pecou e, com bons modos, levá-la a arrepender-se e remediar-se. Um alerta para todos os que na Igreja, ainda hoje, levianamente julgam e condenam! É interessante notar que Jesus, nesse discurso, alarga a todos os discípulos, ou seja, à comunidade cristã, o ministério que antes conferiu pessoalmente a Pedro. Afirma aos discípulos: “Tudo o que vocês ligarem na terra será ligado no céu, e tudo o que vocês desligarem na terra será desligado no céu”. E o mais importante: se a comunidade estiver de acordo sobre qualquer coisa que pedir, “será concedida pelo Pai que está nos céus”.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Mateus 18, 1-5.10.12-14 Quem é o maior na comunidade?

* 1 Naquele momento, os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino do Céu?” 2 Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles, 3 e disse: “Eu lhes garanto: se vocês não se converterem, e não se tornarem como crianças, vocês nunca entrarão no Reino do Céu. 4 Quem se abaixa, e se torna como essa criança, esse é o maior no Reino do Céu. 5 E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe.” Por que alguém se afasta da comunidade? -* 10 “Cuidado para não desprezar nenhum desses pequeninos, pois eu digo a vocês: os anjos deles no céu estão sempre na presença do meu Pai que está no céu. 12 O que vocês acham? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, será que ele não vai deixar as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13 Eu garanto a vocês: quando ele a encontra, fica muito mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14 Do mesmo modo, o Pai que está no céu não quer que nenhum desses pequeninos se perca.” Comentário: * 1-5: A comunidade cristã não é a reprodução de uma sociedade que se baseia na riqueza e no poder. Nela, é maior ou mais importante aquele que se converte, deixando todas as pretensões sociais, para pertencer a um grupo que acolhe fraternalmente Jesus na pessoa dos pequenos, fracos e pobres. * 10-14: Por que alguém se extravia, isto é, se distancia da comunidade? Certamente por causa do escândalo (vv. 6-9), ou do desprezo daqueles que buscam poder e prestígio. A parábola mostra que a comunidade inteira deve preocupar-se e procurar aquele que se extraviou. A comunidade se alegra quando ele volta para o seu meio, porque a vontade do Pai foi cumprida. Como no tempo de Jesus, também hoje muitos se interrogam sobre quem é o mais importante… Grandes líderes políticos, que conduzem os destinos do mundo, ou mesmo os líderes religiosos, que presidem a Igreja, muitas vezes se deixam dominar pelo poder e status social, promovendo a cultura da idolatria em vez da fé. Para agravar a situação, hoje temos o fenômeno dos “influenciadores digitais”, que difundem ainda mais uma cultura superficial e egocêntrica. O exemplo de Jesus se contrapõe a essa tendência, pois, quando os discípulos esperavam um exemplo de superioridade, eis que surge o exemplo da humildade: uma criança. Todo aquele que quiser ser grande, deve depositar humildemente sua confiança em Deus, tal como a criança que procura o abraço de seus pais. Pequeninos, no entanto, não são apenas as crianças, mas os que elas recordam: os humildes, simples, indefesos, desprezados…

domingo, 10 de agosto de 2025

Mateus 17, 22-27 A missão de Jesus é dar a vida.

* 22 Quando os discípulos estavam reunidos na Galileia, Jesus disse para eles: “O Filho do Homem vai ser entregue na mão dos homens. 23 Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará.” E os discípulos ficaram muito tristes. Os filhos são livres -* 24 Quando chegaram a Cafarnaum, os fiscais do imposto do Templo foram a Pedro, e perguntaram: “O mestre de vocês não paga o imposto do Templo?” 25 Pedro respondeu: "Paga, sim.” Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se, e perguntou: “O que é que você acha, Simão? De quem os reis da terra recebem taxas ou impostos: dos filhos ou dos estrangeiros?” 26 Pedro respondeu: “Dos estrangeiros!” Então Jesus disse: “Isso quer dizer que os filhos não precisam pagar. 27 Mas, para não provocar escândalo, vá ao mar, e jogue o anzol. Na boca do primeiro peixe que você pegar, vai encontrar o dinheiro para pagar o imposto. Pegue-o, e pague por mim e por você.” Comentário: * 22-23: Jesus mostra, uma vez mais, qual é a verdadeira missão do Messias: dar a própria vida e ressuscitar. Os discípulos, porém, ainda não compreendem o significado da morte que gera a vida. * 24-27: O problema é pagar o imposto do Templo (v. 24) e o imposto imperial (v. 25). O imposto implica domínio sobre os bens da pessoa. Esses bens, em primeiro lugar, são de Deus. E os homens são filhos de Deus, antes de ser súditos de qualquer poder. Portanto, eles não têm obrigação de pagar impostos. A razão para pagá-lo é livre e secundária: evitar escândalo. O confronto e a ruptura entre Jesus e as instituições se dão nesse nível mais profundo e decisivo, que supera a própria instituição do Estado e do Templo. Jesus faz um novo anúncio de sua morte e ressurreição aos discípulos. É o segundo narrado no Evangelho de Mateus. O Senhor a quem tememos, servimos e seguimos é o mesmo que foi entregue nas mãos dos homens e foi morto. Tal como os discípulos daquele tempo, a Igreja de hoje pode ficar profundamente consternada ao contemplar um Deus que morre na cruz. Porém, Jesus morreu por amor, em obediência ao Pai, e, ao terceiro dia, ressuscitou, para mostrar esse amor e salvar os que ama, ou seja, toda a humanidade. Jesus morto e ressuscitado é a grande maravilha que Deus realizou por nós e para nossa salvação. Por isso, a primeira atitude do cristão é amar e confessar ao mundo Cristo, que morreu para nos dar a vida plena.

sábado, 9 de agosto de 2025

Lucas 12, 32-48 A busca fundamental.

32 Não tenha medo, pequeno rebanho, porque o Pai de vocês tem prazer em dar-lhes o Reino. 33 Vendam os seus bens e deem o dinheiro em esmola. Façam bolsas que não envelhecem, um tesouro que não perde o seu valor no céu: lá o ladrão não chega, nem a traça rói. 34 De fato, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração.” Vigilância e responsabilidade -* 35 “Estejam com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas. 36 Sejam como homens que estão esperando o seu senhor voltar da festa de casamento: tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão abrir a porta. 37 Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá. 38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão se assim os encontra! 39 Mas, fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. 40 Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem.” 41 Então Pedro disse a Jesus: “Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?” 42 E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o senhor, ao chegar, encontra fazendo isso! 44 Em verdade, eu digo a vocês: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Mas, se esse empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e se puser a surrar os criados e criadas, a comer, beber, e embriagar-se, 46 o senhor desse empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista. O senhor o expulsará de casa, e o fará tomar parte do destino dos infiéis. 47 Todavia aquele empregado que, mesmo conhecendo a vontade do seu senhor, não ficou preparado, nem agiu conforme a vontade dele, será chicoteado muitas vezes. 48 Mas, o empregado que não sabia, e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido.” Comentário: * 22-34: A aquisição de bens necessários para viver se torna ansiedade contínua e pesada, se não é precedida pela busca do Reino, isto é, a promoção de relações de partilha e fraternidade. * 35-48: Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os vv. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (vv. 47-48). O Evangelho deste domingo trata de vários ensinamentos de Jesus aos seus seguidores. Jesus se preocupa com seus seguidores, “pequeno rebanho”. Não precisamos ter medo, pois o Pai dá o Reino a quem se empenha por uma sociedade mais justa, partilhando (dando esmola) com os que nada têm. Não acumular tesouros que podem ser roubados. O discípulo de Jesus deve estar vigilante, fiel à Palavra e à ação do Mestre. Feliz a pessoa e a comunidade que estiverem cumprindo sua missão de servir, pois o Senhor pode chegar em hora inesperada. Jesus chama a atenção principalmente de quem exerce alguma autoridade na comunidade ou na sociedade. A função da autoridade é servir, começando pelas necessidades básicas, providenciando comida a todos na hora certa. Com seus ensinamentos, Jesus propõe caminhos novos, que nos levam a entender a experiência de Deus e a viver na alegria e na fraternidade. A missão de todos é tornar a vida sempre mais humana.

Hebreus 11, 1-2.8-19 O que é a fé.

* 1 A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se veem. Um povo que viveu da fé -* 2 Foi por causa da fé que os antigos foram aprovados por Deus. 8 Pela fé, Abraão, chamado por Deus, obedeceu e partiu para um lugar que deveria receber como herança. E partiu sem saber para onde. 9 Pela fé, ele foi residir como estrangeiro na terra prometida. Morou em tendas juntamente com Isaac e Jacó, que também eram herdeiros da mesma promessa. 10 Abraão esperava a cidade bem alicerçada, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus. 11 Foi pela fé que também Sara, embora sendo velha, se tornou capaz de ter uma descendência, pois ela acreditou em Deus, que lhe havia prometido isso. 12 Assim, de um só homem, que estava praticamente morto, nasceu uma descendência tão numerosa como as estrelas do céu e tão numerosa como os grãos de areia da praia do mar. 13 Todos eles morreram na fé. Não conseguiram a realização das promessas, mas só as viram e saudaram de longe; e confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. 14 Falando assim, eles demonstraram que estavam em busca de uma pátria. 15 Se eles estivessem pensando que essa pátria era aquela de onde tinham saído, teriam a possibilidade de voltar para lá. 16 Mas não; eles aspiravam por uma pátria melhor, isto é, a pátria celeste. Por isso, Deus não se envergonha de ser chamado de Deus deles; na verdade, Deus preparou uma cidade para eles. 17 Pela fé, Abraão, submetido à prova, ofereceu Isaac; e justamente ele, que havia recebido as promessas, ofereceu seu único filho, 18 do qual fora dito: “Em Isaac você terá uma descendência que levará o nome de você mesmo.” 19 De fato, Abraão pensava que Deus é capaz de ressuscitar os mortos. Por isso, Abraão recuperou o seu filho. E isso se tornou um símbolo. Comentário: * 1-12,13: A morte e ressurreição de Cristo são o acontecimento de valor definitivo e absoluto. Da mesma forma, a fé em Cristo é passo decisivo na vida do homem. Doravante, o fiel está empenhado num caminho que vai até o pleno encontro com o Senhor. Em meio a tentações e provas, a perseverança cristã não é simples fidelidade ao passado, mas impulso corajoso em direção ao futuro, para Deus. * 11,1: A fé é o dinamismo que impulsiona o homem a fazer história. Possuindo a firme convicção da realidade de um mundo futuro melhor, o homem jamais se conforma com as estruturas pessoais e sociais existentes; nunca as toma por definitivas e absolutas. Essa inconformidade o leva a romper as cadeias da falsa segurança no já-pronto, para ser agente de novas formas de sociedade, e o impele a fazer de sua vida um processo sempre inacabado em busca da maturidade plena. * 2-40: A fé cristã afunda suas raízes no povo do Antigo Testamento. Escrevendo a cristãos temerosos diante das perseguições, o autor mostra que eles são os herdeiros da história do povo eleito. Lendo-a, os cristãos poderão descobrir modelos de fé viva, que levou o povo de Deus a construir a história em direção a Cristo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Mateus 17, 14-20 A força da fé.

-* 14 Eles foram em direção à multidão. Um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se, 15 e disse: “Senhor, tem piedade do meu filho. Ele é epilético, e tem ataques tão fortes que muitas vezes cai no fogo ou na água. 16 Eu o levei aos teus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo!” 17 Jesus respondeu: “Gente sem fé e pervertida! Até quando deverei ficar com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam o menino aqui.” 18 Então Jesus ordenou, e o demônio saiu. E na mesma hora o menino ficou curado. 19 Os discípulos se aproximaram de Jesus, e lhe perguntaram em particular: “Por que nós não conseguimos expulsar o demônio?” 20 Jesus respondeu: “É porque vocês não têm bastante fé. Eu garanto a vocês: se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, podem dizer a esta montanha: ‘Vá daqui para lá’, e ela irá. E nada será impossível para vocês. Comentário: * 14-21: Cf. nota em Mc 9,14-29. Os discípulos, que estão iniciando o trabalho de continuar a obra de Jesus, falham nas primeiras tentativas. O motivo é a falta de fé, ou seja, não acreditam que o poder de Deus se expressa através da ação concreta deles. Considerar impossível a desalienação dos homens é não acreditar no poder de Deus que age na pessoa de Jesus e em nós. Todos já ouvimos a expressão “A fé move montanhas”. Sua origem está no Evangelho que hoje meditamos. Foi o próprio Jesus quem nos garantiu que, se tivermos fé, mesmo que pequena como um grão de mostarda, a menor semente conhecida naquele tempo, seremos capazes de coisas grandiosas, como mudar uma montanha de lugar. Essa expressão significa que não há nada impossível para aquele cuja confiança está firmada verdadeiramente em Deus, ou seja, se tivermos fé verdadeira, seremos capazes de remover da nossa vida todo tipo de obstáculo, problema, doenças, desafios, impedimentos diversos. A fé remove aquilo que sozinhos não conseguimos remover. O apóstolo Paulo ajudou a difundir esse ditado, através da carta aos Coríntios, associando-o ao amor. No seu famoso hino ao amor (1Cor 13), assim ensina: “Ainda que eu tenha toda a fé, a ponto de mover montanhas, se eu não tiver o amor, eu nada sou”.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Mateus 16, 24-28 O seguimento de Jesus.

* 24 Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga. 25 Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. 26 Com efeito, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que um homem pode dar em troca da sua vida? 27 Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a própria conduta. 28 Eu garanto a vocês: alguns daqueles que estão aqui, não morrerão sem terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino.” Comentário: * 24-28: Cf. nota em Mc 8, 34-38: A morte de cruz era reservada a criminosos e subversivos. Quem quer seguir a Jesus esteja disposto a se tornar marginalizado por uma sociedade injusta (perder a vida) e mais, a sofrer o mesmo destino de Jesus: morrer como subversivo (tomar a cruz). Cada um receberá de acordo com suas obras, afirma Jesus. Esse é o caminho da realização. Quando assumimos seus mandamentos, sua vontade, renunciando a qualquer interesse, ganhamos a vida eterna. O convite de Jesus ao seguimento pressupõe, portanto, a renúncia ao egoísmo, a uma vida centrada unicamente em si próprio, para abraçar uma causa maior. Quando temos um objetivo de vida, quando nos entregamos totalmente a algo ou a algum propósito, de fato sentimos o valor da vida e a encontramos. Na sociedade contemporânea, renunciar a si mesmo parece um contrassenso, mas a vida de caridade e fraternidade traz muitos benefícios e alegrias. Quem enfrenta a cruz por causa de Jesus encontrará a salvação. Não se trata de buscar a cruz em si mesma; ela aparece na vida do discípulo como consequência da escolha de lutar pela implantação da justiça no mundo.