domingo, 18 de maio de 2025
João 14, 21-26 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.
21 Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele.”
22 Judas, não o Iscariotes, perguntou: “Senhor, por que vais manifestar-te a nós e não ao mundo?” 23 Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.”
Comentário:
* 15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história.
Por mais obras que Jesus realize, os que não o amam serão incapazes de reconhecer sua divindade. Somente quem o ama compreende sua mensagem e consegue observar os Mandamentos. O amor, portanto, é a fonte da qual brotam a fé, o seguimento, a prática da justiça e a convivência fraterna. Do amor, nascem a pregação e a força da missão. Quando amamos, o Espírito Santo enviado por Deus se manifesta a cada um de nós. Curioso notar que, em grego, a palavra parakleto, utilizada para descrever o Espírito, significa ao mesmo tempo “advogado”, “intercessor” e “consolador”. Consolador, por sinal, é nome messiânico na tradição judaica (menahem). Por isso, o primeiro “paráclito” é o próprio Jesus, e é através dele que recebemos o Espírito Santo. Ele nos ajuda a compreender tudo o que o Mestre nos ensinou, meditando os textos litúrgicos e alargando nossa visão da obra divina. Essa visão mais ampla será, ao mesmo tempo, purificação que nos remete para o essencial da nossa fé.
sábado, 17 de maio de 2025
João 13, 31-33ª.34-35 A expressão de fé em Jesus é o amor.
* 31 Quando Judas Iscariotes saiu, Jesus disse: “Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. 32 Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.
33 Filhinhos: vou ficar com vocês só mais um pouco.34 Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. 35 Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos.”
Comentário:
* 31-38: O mandamento novo supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é somente amando ao homem que amamos a Deus. Em Jesus, Deus se fez presente no homem, tornando-o intocável. Tal mandamento novo gera uma comunidade, que oferece uma alternativa de vida digna e liberdade perante a morte e a opressão.
O relato do Evangelho está no contexto da última ceia de Jesus com seus discípulos. Após Judas sair da cena, o Mestre reconhece que chegou a “hora” e dá as últimas instruções aos seus, pois por pouco tempo ainda ficará com eles. A “hora” de Jesus é a sua glorificação, quando transforma a traição na oportunidade de se entregar ao Pai e à humanidade. Antes de partir, deixa aos seus o “novo mandamento do amor”. A novidade está na medida “como eu vos amei”, em outras palavras, a ponto de doar a própria vida de forma gratuita. O Mestre não exige muito dos seus seguidores, apenas que se “amem uns aos outros”. Amando gratuitamente até as últimas consequências, demonstraremos ser discípulos de Jesus. A marca, portanto, dos cristãos é “amar como Jesus amou”. O Mestre não pede amor para si, mas aos irmãos e irmãs. É o amor que dará credibilidade às nossas palavras e às mensagens. Se amarmos a Jesus e aos irmãos e irmãs, amaremos o próprio Deus.
Apocalipse 21, 1-5 Jerusalém-Esposa.
* 1 Vi, então, um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2 Vi também descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, uma Jerusalém nova, pronta como esposa que se enfeitou para o seu marido. 3 Nisso, saiu do trono uma voz forte. E ouvi: “Esta é a tenda de Deus com os homens. Ele vai morar com eles. Eles serão o seu povo e ele, o Deus-com-eles, será o seu Deus. 4 Ele vai enxugar toda lágrima dos olhos deles, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor. Sim! As coisas antigas desapareceram!” 5* Aquele que está sentado no trono declarou: “Eis que faço novas todas as coisas.”
Comentário:
1-4: A nova relação que existe entre Deus e os homens é apresentada como céu novo e terra nova. O mar já não existe, porque os antigos o consideravam moradia dos poderes do mal. A Nova Jerusalém é a cidade que Deus vai construir como dom (vem do céu) para os homens. É a Esposa do Cordeiro, o novo Adão que esposa a nova Eva. Realiza-se a Aliança de Deus com toda a humanidade. Ela se tornou a Tenda (Ex 25,8), na qual Deus está presente. Doravante tudo é vida e realização plena.
* 5-8: Deus promete a renovação de tudo, pois ele é o Senhor da história, a fonte e o fim da vida. Ele dá a vida a quem a desejar. Quem for perseverante entrará para a realidade da Aliança: tornar-se-á filho, participando da realidade do próprio Cristo. O fato de conhecer o fim, porém, não dispensa a conversão.
sexta-feira, 16 de maio de 2025
João 14, 7-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.
7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.”
8 Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.” 9 Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. 11 Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. 12 Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai. 13 O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se vocês pedirem qualquer coisa em meu nome, eu o farei.”
Comentário:
* 14,1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.
O Pai e o Filho são um único e mesmo Deus, juntamente com o Espírito Santo. Quem crê no Filho, crê no Pai. Quem segue o Filho, segue o Pai. Através da sucinta explicação dada a Filipe, mergulhamos no mistério da Trindade e confirmamos uma vez mais que os que têm fé verdadeira são conduzidos a realizar grandes obras, a exemplo de Paulo e Barnabé, que evangelizaram muitas comunidades do Oriente e da Europa. Para entender melhor o mistério da Santíssima Trindade, podemos recorrer à imagem do trevo, usada por São Patrício para explicar tal mistério aos irlandeses no século IV. Quando olhamos para um trevo, vemos uma unidade harmônica muito grande entre três folhas distintas que compõem uma única flor. Essa imagem pode nos ajudar a entender que Jesus é Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo, como concluímos as orações litúrgicas.
João 14, 1-6 Jesus é o caminho que leva ao Pai.
-* 1 Jesus continuou dizendo: “Não fique perturbado o coração de vocês. Acreditem em Deus e acreditem também em mim. 2 Existem muitas moradas na casa de meu Pai. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, porque vou preparar um lugar para vocês. 3 E quando eu for e lhes tiver preparado um lugar, voltarei e levarei vocês comigo, para que onde eu estiver, estejam vocês também. 4 E para onde eu vou, vocês já conhecem o caminho.” 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos conhecer o caminho?»”6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.”
Comentário:
* 14,1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.
No Evangelho de hoje, descobrimos uma das mais belas imagens que definem Jesus: ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. O caminho de vida, fechado a Adão, se abre novamente ao que crê em Jesus Cristo. Ele não é simplesmente um guia, não se limita a ensinar o caminho, mas ele é o próprio caminho que nos conduz a Deus. Ele é a verdade, pois constitui a plenitude da revelação. Ele é a vida, pois nos mostra que a morte não é um fim, mas a vida é eterna e se prolonga além da morte. Apesar de, em muitas passagens, lermos que Jesus (ou Deus, no Antigo Testamento) é a vida, é o caminho, é a verdade e assim por diante, em toda a Bíblia, esta é a única vez que esses três termos aparecem unidos. Isso dá ainda maior valor à afirmação de Jesus, devendo ser assimilado por nós, cristãos, hoje.
quarta-feira, 14 de maio de 2025
João 13, 16-20 Quem segue Jesus deve servir;
16 Eu garanto a vocês: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou. 17 Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática.”
Jesus é traído por um discípulo -* 18 “Eu não falo de todos vocês. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come pão comigo, é o primeiro a me trair!’ 19 Digo isso agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, vocês acreditem que Eu Sou. 20 Eu garanto a vocês: quem recebe aquele que eu envio, está recebendo a mim, e quem me recebe, está recebendo aquele que me enviou.”
Comentário:
* 1-17: A morte de Jesus abre a passagem para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua vida. O gesto de Jesus é ensinamento: a autoridade só pode ser entendida como função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade e fraternidade. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos.
* 18-30: A longa noite da paixão começa com a traição de Judas, símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã.
Em Antioquia, Paulo pronuncia seu primeiro sermão missionário na sinagoga. Faz um resumo da história da salvação, destacando a Aliança feita com o povo de Israel, a libertação do Egito, as profecias e o cumprimento da promessa em Jesus Cristo, o Filho que veio ao mundo para salvar Israel. Destaca que chegou um novo tempo, não mais de promessas, mas de realização e vida nova. Isso mostra a grande sintonia do passado com o presente, da fé dos antepassados com a fé dos cristãos, da história da salvação com a história humana. Ao aceitarmos Cristo, aceitamos o Pai que o enviou e atualizamos a história da salvação, tomando parte no Reino de Deus.
João 15, 9-17 O fruto do discípulo é o amor.
9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.
12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.”
Comentário:
* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.
Conforme lemos nos Atos dos Apóstolos 1,15-26, Matias foi escolhido para fazer parte do grupo dos Doze, em substituição ao traidor Judas. Seu nome significa “dom de Deus” e foi seguidor de Jesus desde o início da sua missão, ao ser batizado no rio Jordão. Matias é exemplo concreto do que lemos no Evangelho da sua festa: ele guardou os mandamentos do Mestre e por isso permaneceu no seu amor. Permanecendo no seu amor, foi agraciado com a alegria plena, ou seja, a certeza da participação na glória de Deus. Também nós somos convidados a participar da mesma alegria, pois fomos escolhidos por Cristo para nos amarmos uns aos outros, assim como ele nos amou primeiro. Se aceitarmos esse convite, seremos dignos de ser chamados de amigos de Jesus e, quem sabe, ser incluídos entre os santos de Deus.
Assinar:
Postagens (Atom)