quarta-feira, 14 de julho de 2021

Mateus 11, 28-30 Os pobres evangelizam.

28“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Comentário:

* 25-30: Com sua palavra e ação, Jesus revela a vontade do Pai, que é instaurar o Reino. Contudo, os sábios e inteligentes não são capazes de perceber a presença do Reino e sua justiça através de Jesus. Ao contrário, os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa atividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada que os sábios e inteligentes haviam criado para o povo. Em troca, ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia: doravante, os pobres serão evangelizados e partirão para evangelizar.

Um olhar panorâmico sobre o mundo nos mostrará imensa multidão de gente sofredora. Boa parte do sofrimento é causada por governos opressores, dirigentes intolerantes com as religiões, má distribuição de renda, miséria. A prática do aborto, o tráfico de pessoas, o uso desenfreado e irresponsável do sexo, a não aceitação de Deus na própria vida, tudo isso concorre para sufocar a humanidade e envolvê-la na tristeza e na infelicidade. Jesus vem mostrar outro caminho. Ele pessoalmente se dispõe a conduzir os que ouvem sua voz e decidem segui-lo. Ele é manso e humilde, é nosso ombro amigo e conforto para os momentos de angústia, saída certa quando estamos desorientados. Seu coração permanece generosamente aberto para todos: “Venham a mim todos vocês que andam cansados…”.

Oração
Ó Jesus, manso e humilde de coração, que alegria para nós poder chegar perto de ti, abrir nossa alma, expor nossas dúvidas, manifestar-te os sentimentos mais íntimos, os segredos mais ocultos. És mãe, és pai, és irmão solidário, és bom conselheiro, és o único e verdadeiro amigo. Amém.

terça-feira, 13 de julho de 2021

Mateus 11, 25-27 Os pobres evangelizam.

25Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.

Comentário:

* 25-30: Com sua palavra e ação, Jesus revela a vontade do Pai, que é instaurar o Reino. Contudo, os sábios e inteligentes não são capazes de perceber a presença do Reino e sua justiça através de Jesus. Ao contrário, os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa atividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada que os sábios e inteligentes haviam criado para o povo. Em troca, ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia: doravante, os pobres serão evangelizados e partirão para evangelizar.

Uma explícita oração de louvor sai do coração e dos lábios do Mestre. Qual o motivo da alegria? É o reconhecimento ao Pai pelo modo como conduz a história da salvação. Os intelectuais da época, entendidos em leis e conhecedores das Escrituras, são, em geral, avessos aos ensinamentos de Jesus. Embora tenham condições para interpretar a Lei e os Profetas, não aceitam Jesus como o Messias prometido. Pior: dificultam sua missão, opondo-lhe aberta resistência, tachando-o com apelidos ofensivos e procurando fazer a cabeça do povo simples para não o seguir. Os pobres e marginalizados, ao invés, com mais facilidade acolhem Jesus e abrem espaço para sua mensagem. São os “pequeninos” que vão compor a comunidade de Jesus e, ao longo dos séculos, difundir em toda a parte a sua mensagem de salvação.

Oração
Ó Jesus, Filho de Deus, com grande contentamento louvas ao Pai. Constatas que as pessoas sem instrução, os marginalizados, enfim, os “pequeninos” são os que mais se abrem para as propostas do Reino. Tu falas, Senhor, diretamente ao coração. Se o encontras receptivo, tua comunicação se torna eficaz. Amém.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Mateus 11, 20-24 O julgamento da auto-suficiência.

20Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres, porque não se tinham convertido. 21“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres que se realizaram no meio de vós tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. 22Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas com menos dureza do que vós. 23E tu, Cafarnaum! Acaso serás erguida até o céu? Não! Serás jogada no inferno! Porque, se os milagres que foram realizados no meio de ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela existiria até hoje! 24Eu, porém, vos digo: no dia do juízo, Sodoma será tratada com menos dureza do que vós!”

Comentário:

* 20-24: Corazin, Betsaida e Cafarnaum são exemplos da auto-suficiência e orgulho que não reconhecem a presença do Reino nas ações realizadas por Jesus. Por isso serão julgadas com mais severidade do que as cidades pagãs de Tiro, Sidônia e Gomorra, símbolos da perdição.

É fácil entender a desilusão do missionário que não mede esforços para anunciar o Evangelho: desgasta-se em benefício do povo e, por fim, nota que seu empenho parece inútil. Jesus parece ter provado esse mesmo sentimento (de decepção) em relação a algumas cidades que receberam sua visita: seus habitantes permaneceram indiferentes e inertes, não acolheram a mensagem do Reino, não se converteram e não se tornaram discípulos de Jesus. Daí seu desabafo: “Ai de você…”. Para esse povo de coração duro não faltou a presença de Deus, não faltaram as palavras de vida eterna. São Paulo, certa vez, inconformado com a inveja e as ofensas dos adversários, assim falou: “Como vocês a rejeitam [Palavra de Deus] e não se julgam dignos da vida eterna, eis que vamos […] aos gentios” (At 13,46).

Oração
Ó Jesus, justo Juiz, tuas palavras não são de condenação, mas de advertência. És como uma zelosa mãe que quer livrar do perigo o filhinho distraído ou teimoso. Desperta nossa consciência, Senhor, a fim de que possamos sentir tuas oportunas chamadas e seguir fazendo a vontade do Pai celeste. Amém.

domingo, 11 de julho de 2021

Mateus 10, 34-11,1 Perseverança em meio ao conflito.

34“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. 35De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. 36E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. 37Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim. 38Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim. 39Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la. 

Jesus se identifica com os pequeninos - 40Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. 41Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo. 42Quem der ainda que seja apenas um copo de água fresca a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo, não perderá a sua recompensa”.  

Jesus é o Messias? - 11,1Quando Jesus acabou de dar essas instruções aos doze discípulos, partiu daí a fim de ensinar e pregar nas cidades deles.

Comentário:

* 34-39: O anúncio da verdade provoca divisão e exige tomada de posição: uns aceitam, outros rejeitam. Os discípulos, porém, devem permanecer firmes no compromisso com Jesus, seguindo-o até o fim. Nem os laços familiares, nem as ameaças à própria vida, nada pode impedir o discípulo de testemunhar a justiça do Reino.

* 40-42: Os discípulos enviados para a missão são os "pequeninos"; Jesus se identifica com a pessoa deles, porque eles levam ao mundo a sua palavra e ação.

* 11,1-6: Será que Jesus é verdadeiramente o Messias esperado? A resposta não é dada em palavras, porque o messianismo não é simples ideia ou teoria. É uma atividade concreta que realiza o que se espera da era messiânica: a libertação dos pobres e oprimidos.

Nem todos aceitam as exigências do Reino de justiça e paz que Jesus veio estabelecer neste mundo. Os que defendem uma sociedade assentada sobre o poder, sobre a riqueza e sobre uma vida egoísta dificilmente vão acolher o Messias com sua mensagem de amor filial a Deus e de comunhão fraterna. A uma sociedade injusta e opressora Jesus contrapõe os valores da paz. Não que Jesus declare guerra abertamente; é sua mensagem que provoca a hostilidade dos que a rejeitam, e estes é que empunham a espada (divisão). Vêm à nossa mente as palavras do velho Simeão, quando da apresentação de Jesus no templo: “Eis que este menino será causa de queda e reerguimento de muitos em Israel” (Lc 2,34). O próprio Jesus mostra que é de outra natureza a paz que ele nos dá: “A paz que lhes dou não é como a paz que o mundo dá” (Jo 14,27).

Oração
Ó Jesus, Caminho único que leva ao Pai, de um lado encontram-se os que te acolhem e seguem; de outro, os que se põem frontalmente contra ti e contra as exigências do Reino. Sobre estes pesa a espada do julgamento. Queremos, Senhor, colocar-nos inteiramente a serviço do teu Reino. Amém.

sábado, 10 de julho de 2021

Marcos 6, 7-13 A missão dos discípulos.

7Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. 8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” 12Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.

Comentário:

* 6b-13: Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana (curas). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações.

Após um período de aprendizado com o Mestre, seus apóstolos são enviados dois a dois para a missão. Recebem de Jesus “autoridade sobre os espíritos impuros”. Trata-se de reintegrar no convívio social os marginalizados e devolver a todos a dignidade de filhos de Deus. Tarefa dos apóstolos, então, é repetir a prática de Jesus. Por isso, poucas são as recomendações aos missionários estreantes. Entretanto, sobre um ponto Jesus insiste: nada de muita bagagem. Apenas o essencial para a viagem. Quanto ao alimento, as famílias vão providenciar. Partem com uma mensagem definida: “Pregavam para que todos mudassem de vida”. Mensagem oferecida, não imposta. Obedecem à risca e, por onde passam, constatam as transformações: “Expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos doentes com óleo, e os curavam”.

Oração
Ó divino pregador do Evangelho, ao enviares os apóstolos, deles exiges total despojamento de bens materiais e lhes dás a missão de libertar as pessoas, expulsando demônios e curando doenças. Que todos mudem de vida. Ó Jesus, converte nosso coração aos valores do teu Reino. Amém.