segunda-feira, 19 de abril de 2021

João 6, 30-35 Deus dá um pão que sustenta para sempre.

 30“Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer'”. 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 

Jesus é o pão da vida - 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

Comentário:

A multidão acaba de presenciar o dom dos pães e, mesmo assim, pede a Jesus que lhe mostre algum sinal – semelhante ao maná, entendido como dado por Moisés – para acreditar nele e legitimar sua missão. Não entenderam o significado da multiplicação e, por isso, pedem outros sinais. Jesus esclarece que o maná não foi dado por Moisés, mas foi dom de Deus. O pão de Deus é o que desce do céu para dar vida à humanidade. Quando pedem desse pão, Jesus, pela primeira vez, se autoproclama “Eu sou”. E Jesus conclui: “Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim não terá mais sede”. Comer e beber são necessidades vitais do ser humano. O Mestre revelou isso ao alimentar a multidão. Mas agora ele pede um passo a mais: reconhecer que ele satisfaz o “desejo por vida sem fim”. Segui-lo e acolher sua Palavra é viver conforme sua proposta de vida.

Oração
Ó Jesus, pão de Deus, tu disseste: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede”. És o pão descido do céu, pão que dá vida ao mundo. Confiantes, te pedimos: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. Amém.

domingo, 18 de abril de 2021

João 6, 22-29 Deus dá um pão que sustenta para sempre.

 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos. 23Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.

Comentário:
* 22-34: A multidão procura Jesus, desejando continuar na situação de abundância, isto é, governada por um líder político que decide e providencia tudo, sem exigir esforço. Jesus mostra que essa não é a solução; é preciso buscar a vida plena, mas isso exige o empenho do homem. Além do alimento que sustenta a vida material, é necessária a adesão pessoal a Jesus para que essa vida se torne definitiva.

Pedindo um milagre como o do maná do deserto, a multidão impõe condições para aceitar Jesus. Mas o desejo da multidão fica sem efeito, se ela não se compromete com Jesus, o pão da vida que dura para sempre.

Após a multiplicação (partilha) dos pães, Jesus se retira. No dia seguinte, a multidão o procura novamente. Essa procura, porém, é motivada por interesse egoísta e satisfação pessoal: “Vocês me procuram não porque viram sinais, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos”. A multidão e os discípulos não conseguem ver além do sinal, não percebem que no sinal da multiplicação está a presença de Deus agindo em Jesus. A atitude de procurar e seguir o Mestre não deve ser motivada por necessidades egoístas, mas porque ele tem o alimento da vida eterna. Não podemos pensar num Deus para nosso bel-prazer, como um produto de consumo que procuramos quando temos necessidades. Devemos trabalhar pelo alimento que dura a vida toda, o qual só o Mestre nos pode dar. Mas, para isso, é preciso crer nele e se comprometer com seu projeto.

Oração
Ó Mestre, as multidões te procuravam porque tinham sido alimentadas de pão e peixe. Viam apenas o aspecto material da partilha. A todos nós ensinas que devemos buscar não o pão que perece, mas a tua própria pessoa: “Esta é a obra de Deus: que vocês acreditem naquele que ele enviou”. Amém.

sábado, 17 de abril de 2021

Lucas 24, 35-48 Jesus caminha com os homens.

  35Então os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 

A missão cristã - 44Depois, disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras 46e lhes disse: “Assim está escrito: ‘O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, 47e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”.

Comentário:

* 13-35: Lucas salienta os "lugares" da presença de Jesus ressuscitado. Primeiro, ele continua a caminhar entre os homens, solidarizando-se com seus problemas e participando de suas lutas. Segundo, Jesus está presente no anúncio da Palavra das Escrituras, que mostra o sentido da sua vida e ação. Terceiro, na celebração eucarística, onde o pão repartido relembra o dom da sua vida e refontiza a partilha e a fraternidade, que estão no cerne do seu projeto.

* 36-43: A ressurreição não é fruto da imaginação dos discípulos, nem se reduz a fenômeno puramente espiritual. A ressurreição é fato que atinge o próprio corpo; daí a identidade do ressuscitado com o Jesus terrestre. Qualquer ação humana que traz mais vida para os corpos oprimidos, doentes, torturados, famintos e sedentos, não é apenas obra de misericórdia, mas é sinal concreto do fato central da fé cristã: a ressurreição do próprio Senhor Jesus.

* 44-53: A missão cristã nasce da leitura das Escrituras, onde se percebe o testemunho de Jesus (vida-morte-ressurreição) como seu centro e significado. Essa missão continua no anúncio de Jesus a todos os povos, e provoca a transformação da história a partir da atividade de Jesus voltada para os pobres e oprimidos. A conversão e o perdão supõem percorrer o caminho de Jesus na própria vida e nos caminhos da história. A missão é iluminada pelo Espírito do Pai e de Jesus (a "força que vem do alto").

O Evangelho de Lucas termina em Jerusalém e no Templo, como havia começado. Daí os apóstolos partirão para a missão "até os confins da terra" (At 1,8).

Diante da repentina aparição do Ressuscitado, seus discípulos são tomados por um complexo de emoções: espanto, dúvida e perturbação, num primeiro momento; alegria e susto, em seguida. Nos relatos de aparição de Jesus ressuscitado, uma nota parece repetir-se: a dificuldade que os discípulos têm para acreditar que o Ressuscitado é o Crucificado. Jesus faz esforço para demonstrá-lo: “Sou eu mesmo!”. Ultrapassada a crise da dúvida, Jesus relembra aos discípulos a missão que lhes é confiada: que “em seu nome fosse anunciado o arrependimento para o perdão dos pecados a todas as nações”. Quem os envia em missão e lhes abre a inteligência para compreenderem as Escrituras é o mesmo Jesus de Nazaré que os havia chamado, dando-lhes autoridade e poder para continuar sua mesma obra no mundo.

Oração
Ó Cristo ressuscitado, aos teus discípulos apareces com as marcas do Crucificado e com o dom da paz. Dá-nos reconhecer-te, Senhor, em tuas diversificadas manifestações. Que saibamos acolher tua presença não só nos sacramentos da Igreja, mas também na pessoa dos pobres e marginalizados. Amém.

1 João 2, 1-5 Reconhecer-se pecador.

1Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um defensor: Jesus Cristo, o Justo. 2Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro. 

Fazer a vontade de Deus - 3Para saber que o conhecemos, vejamos se guardamos os seus mandamentos. 4Quem diz: “Eu conheço a Deus”, mas não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. 5Naquele, porém, que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado.

Comentário:

* 1,8-2,2: A Igreja que não se reconhece pecadora vive em farisaísmo, e consequentemente faz de Deus um mentiroso, tornando-o cúmplice dos pecados dela. Com efeito, a revelação mostra que Deus perdoa o pecado. E mais: Cristo entregou a sua própria vida para que os homens sejam libertados da injustiça e tenham a vida. É confessando os próprios pecados que a Igreja declara ao mundo a inocência e a justiça do Deus vivo.

* 2,3-11: O conhecimento de Deus se demonstra por uma prática concreta, isto é, quando a pessoa faz a vontade de Deus. Essa vontade foi revelada e concretizada em Jesus e consiste no mandamento novo, como é expresso em Jo 13,34-35. E é a prática do mandamento do amor que faz as pessoas e os grupos sociais saírem do próprio egoísmo e do isolamento, que geram a morte, para viverem as relações fraternas que geram a vida.

João 6, 16-21 Não tenham medo!

 16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18Soprava um vento forte, e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.

Comentário:

* 16-21: A proposta de Jesus não é entendida pela multidão e é mal interpretada pelos discípulos. A multidão quer fazê-lo rei, o Messias da abundância. Os discípulos se retiram, talvez pretendendo voltar à vida de antes. Jesus vai ao encontro deles, e a crise é superada, embora não completamente resolvida.

Entre a multiplicação dos pães e o discurso de Jesus sobre o pão da vida, o autor inseriu o quinto sinal – Jesus caminhando sobre as águas. Os discípulos se assustam quando veem o Mestre andando sobre o mar, mas ele os tranquiliza dizendo: “Sou eu. Não tenham medo”. Andar sobre o mar significa ter o domínio do mal, simbolizado pelo mar. A revelação de Jesus – “Sou eu” – remonta à revelação de Deus a Moisés. Se Jesus está com seus discípulos, então não há motivo para temer. A presença confortadora do Mestre garante a solidariedade de Deus, principalmente nos momentos difíceis, de escuridão. Quando passarmos por momentos de medo e desafios na missão, lembremos de Jesus dizendo: “Sou eu. Não tenham medo”. É ele quem nos dá coragem diante dos desafios provocados pelo “vento contrário”.

Oração
Divino Mestre, Jesus Cristo, teus discípulos, sem tua presença, entram no barco e atravessam o lago. As condições são desfavoráveis para a travessia: escuridão, vento forte e águas agitadas. Bendita a hora em que te aproximas do barco e exclamas: “Sou eu. Não tenham medo”. Amém.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

João 6, 16-21 Não tenham medo!

 16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18Soprava um vento forte, e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.

Comentário:

* 16-21: A proposta de Jesus não é entendida pela multidão e é mal interpretada pelos discípulos. A multidão quer fazê-lo rei, o Messias da abundância. Os discípulos se retiram, talvez pretendendo voltar à vida de antes. Jesus vai ao encontro deles, e a crise é superada, embora não completamente resolvida.

Entre a multiplicação dos pães e o discurso de Jesus sobre o pão da vida, o autor inseriu o quinto sinal – Jesus caminhando sobre as águas. Os discípulos se assustam quando veem o Mestre andando sobre o mar, mas ele os tranquiliza dizendo: “Sou eu. Não tenham medo”. Andar sobre o mar significa ter o domínio do mal, simbolizado pelo mar. A revelação de Jesus – “Sou eu” – remonta à revelação de Deus a Moisés. Se Jesus está com seus discípulos, então não há motivo para temer. A presença confortadora do Mestre garante a solidariedade de Deus, principalmente nos momentos difíceis, de escuridão. Quando passarmos por momentos de medo e desafios na missão, lembremos de Jesus dizendo: “Sou eu. Não tenham medo”. É ele quem nos dá coragem diante dos desafios provocados pelo “vento contrário”.

Oração
Divino Mestre, Jesus Cristo, teus discípulos, sem tua presença, entram no barco e atravessam o lago. As condições são desfavoráveis para a travessia: escuridão, vento forte e águas agitadas. Bendita a hora em que te aproximas do barco e exclamas: “Sou eu. Não tenham medo”. Amém.

João 6, 1-15 Jesus sacia a fome do povo.

1 Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

Comentário:

* 1-15: Jesus propõe a missão da sua comunidade: ser sinal do amor generoso de Deus, assegurando para todos a possibilidade de subsistência e dignidade. A segurança da subsistência não está no muito que poucos possuem e retêm para si, mas no pouco de cada um que é repartido entre todos. A garantia da dignidade não se encontra no poder de um líder que manda, mas no serviço de cada um que organiza a comunidade para o bem de todos.

Estava próxima a Páscoa, diz o texto. Ao invés de estar em Jerusalém para as comemorações da Páscoa, Jesus a celebra alimentando a multidão faminta. Os Evangelhos trazem seis relatos de multiplicação de pães, o que nos leva a crer que havia muita fome naquela época. Depois de dois mil anos que Jesus nos ensinou como superar a fome, em pleno século 21, ainda vivemos a calamidade da fome no mundo. Há muitos anos o homem pisou na Lua, mas ainda não conseguiu eliminar a fome. O pior é que isso piora ano após ano, inclusive no Brasil. O Mestre envolveu seus seguidores nesse relato para dizer que todos somos responsáveis pela fome que mata milhares diariamente. A partir dessa multiplicação dos pães, o evangelista faz uma reflexão em torno de Jesus, pão da vida. Até o final da próxima semana, estaremos lendo esse capítulo de João.

Oração
Ó Mestre e Pastor, sacias a multidão faminta e nos ensinas a partilhar. Quando todos entregam, para o bem comum, tudo o que possuem, então cada pessoa será beneficiada, e ainda sobrará. Dá-nos um coração sensível e generoso diante dos irmãos e irmãs pobres e carentes. Amém.