quinta-feira, 30 de outubro de 2025
Lucas 15, 1-6 Festejar o sábado é dar vida aos homens.
-* 1 Num dia de sábado aconteceu que Jesus foi comer em casa de um dos chefes dos fariseus, que o observavam. 2 Havia um homem hidrópico diante de Jesus. 3 Tomando a palavra, Jesus falou aos especialistas em leis e aos fariseus: “A Lei permite ou não permite curar em dia de sábado?” 4 Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, o curou, e o despediu. 5 Depois disse a eles: “Se alguém de vocês tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tiraria logo, mesmo em dia de sábado?” 6 E eles não foram capazes de responder a isso.
Comentário:
* 1-6: A lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida para o homem.
Jesus realiza mais uma cura ao sábado, dia sagrado em que os judeus não podem fazer qualquer trabalho. Sua intenção é mostrar que os fariseus interpretaram erroneamente a Torá, pois nada pode impedir que se realize uma obra de caridade, nem mesmo uma prescrição religiosa. A mulher encurvada (cf. Lc 13,11) e o homem hidrópico são imagens do povo oprimido que é libertado pela ação da Palavra de Cristo. Jesus restaura o ser humano e lhe restitui a capacidade de assimilar por si mesmo os conteúdos propostos. O silêncio de todos mostra que, aos poucos, a mensagem de Jesus é compreendida e provoca mudança de vida e de consciência.
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Lucas 13, 31-35 Jesus vai até o fim.
* 31 Nesse momento, alguns fariseus se aproximaram, e disseram a Jesus: “Deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar.” 32 Jesus disse: “Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33 Entretanto preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.”
O julgamento sobre Jerusalém -* 34”«Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! 35 Eis que a casa de vocês ficará abandonada. Eu lhes digo: vocês não me verão mais, até que chegue o tempo em que vocês mesmos dirão: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.”
Comentário:
* 31-33: A atividade de Jesus provoca temor e reação das autoridades. Jesus não as teme, e continua a realizar a missão que liberta as pessoas e ao mesmo tempo vai levá-lo à morte.
* 34-35: Cf. nota em Mt 23, 37-39: Jerusalém personifica o sistema que se fechou em si mesmo, e recusou a novidade trazida por Jesus. Por isso, seu destino já está traçado: em Jerusalém Jesus vai ser morto, e sua morte trará o julgamento definitivo sobre ela. 
“Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas…” Como é conhecida essa expressão. A Cidade Santa é lugar que deveria estar marcado pela paz e pela esperança, mas vive em constante conflito. Jesus está em perigo, mas não se amedronta, pois tem consciência da sua missão e da necessidade de anunciar o Evangelho, mesmo que isso incomode a muitos. Ele veio para anunciar a transformação da sociedade e do ser humano, e nada pode impedi-lo de concretizar a vontade do Pai. Sabe que nada pode separar-nos do amor de Deus, nem mesmo a morte. Ao contrário, a morte nos conduz ao encontro definitivo com Deus, ao contato face a face. Os cristãos devem manifestar sempre essa mesma coragem, testemunhando o Evangelho com todas as suas forças.
terça-feira, 28 de outubro de 2025
Lucas 13, 22-30 A salvação é para todos.
* 22 Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo caminho para Jerusalém. 23 Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se salvam?” Jesus respondeu: 24 “Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar, e não conseguirão. 25 Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês vão ficar do lado de fora. E começarão a bater na porta, dizendo: ‘Senhor, abre a porta para nós!’ E ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês’. 26 E vocês começarão a dizer: ‘Nós comíamos e bebíamos diante de ti, e tu ensinavas em nossas praças!’ 27 Mas ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês que praticam injustiça!’ 28 Então haverá aí choro e ranger de dentes, quando vocês virem Abraão, Isaac e Jacó junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vocês jogados fora. 29 Muita gente virá do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30 Vejam: há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos.”
Comentário:
* 22-30: Jesus não responde diretamente à pergunta. A salvação é universal, está aberta para todos, e não só para aqueles que conhecem a Jesus. A condição é entrar pela porta estreita, isto é, escolher o caminho de vida que cria a nova história.
A participação no Reino não é imediata. Não depende de um ingresso ou passagem, que muitos pensam adquirir ao serem batizados. No Evangelho de hoje, vemos que não basta ser batizado para entrar no Reino de Deus, mas é preciso crer verdadeiramente, demonstrar a fé através da prática da justiça e não se afastar de Deus. A participação no Reino exige esforço: “Esforcem-se para entrar pela porta estreita”. De fato, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos. Entre os “muitos” que não conseguirão podemos imaginar que estão os cristãos que odeiam o próximo, não vivem intensamente os sacramentos, ou negam a fé nas suas ações cotidianas. O Mestre pede que nos esforcemos, uma exigência que só é possível na medida em que permitirmos que o Espírito da Verdade aja em nós.
segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Lucas 6, 12-19 Os doze apóstolos.
* 12 Nesses dias, Jesus foi para a montanha a fim de rezar. E passou toda a noite em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos, e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14 Simão, a quem também deu o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.
Anseio por um mundo novo -* 17 Jesus desceu da montanha com os doze apóstolos, e parou num lugar plano. Estava aí numerosa multidão de seus discípulos com muita gente do povo de toda a Judéia, de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sidônia. 18 Foram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus, foram curados. 19 Toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.
Comentário:
* 12-16: Jesus escolhe os doze apóstolos, que formarão o núcleo da comunidade nova que ele veio criar. A palavra apóstolo significa aquele que Jesus envia para continuar a sua obra.
* 17-26: O povo vem de todas as partes ao encontro de Jesus, porque a ação dele faz nascer a esperança de uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens. Os vv. 20-26 proclamam o cerne de toda a atividade de Jesus: produzir uma sociedade justa e fraterna, aberta para a novidade de Deus. Para isso, é preciso libertar os pobres e famintos, os aflitos e os que são perseguidos por causa da justiça. Isso, porém, só se alcança denunciando aqueles que geram a pobreza e a opressão e depondo-os dos seus privilégios. Não é possível abençoar o pobre sem libertá-lo da pobreza. Não é possível libertar o pobre da pobreza sem denunciar o rico para libertá-lo da riqueza. 
Entre os doze apóstolos, encontramos dois chamados Simão, que os Evangelhos logo diferenciam entre Simão, a quem Jesus chamou também de Pedro, irmão de André; e Simão chamado Zelota, provavelmente por fazer parte do grupo com esse nome, que comungava da visão messiânica e acreditava que Deus governa a terra por meio dos seus representantes. Este segundo Simão é festejado hoje, juntamente com outro apóstolo: Judas Tadeu. Não se trata do Judas traidor, mas do apóstolo que, na última ceia, perguntou a Jesus: “Senhor, por que te manifestarás a nós e não
ao mundo?”, recebendo a resposta de que a manifestação de Deus está reservada a quem ama e observa sua Palavra. É atribuída a ele uma carta do Novo Testamento.
domingo, 26 de outubro de 2025
Lucas 13, 10-17 O sábado foi feito para o homem.
* 10 Jesus estava ensinando numa sinagoga em dia de sábado. 11 Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12 Vendo-a, Jesus dirigiu-se a ela, e disse: “Mulher, você está livre da sua doença.” 13 Jesus colocou as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus. 14 O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Há seis dias para trabalhar. Venham, então, nesses dias e sejam curados, e não em dia de sábado.” 15 O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vocês não solta do curral o boi ou o jumento para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16 Aqui está uma filha de Abraão que Satanás amarrou durante dezoito anos. Será que não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17 Essa resposta deixou confusos todos os inimigos de Jesus. E toda a multidão se alegrava com as maravilhas que Jesus fazia.
Comentário:
* 10-17: O dia de sábado é expressão máxima daquilo que Jesus realiza ao curar a mulher: a comemoração da pessoa libertada. O povo se enche de alegria ao ver como o dia santificado é sinal da vida que Deus dá aos homens, e não um dia de simples rituais obrigatórios pré-estabelecidos.
Continua a incompreensão dos chefes religiosos em relação a Jesus, que ensina na sinagoga e cura em dia de sábado. A mulher possuída simboliza o povo que vive há muito tempo sob o domínio da opressão (encurvada). Jesus, através da sua palavra e imposição das mãos, liberta a mulher de sua enfermidade. Desconforto para o chefe da sinagoga, símbolo dos poderosos e opressores, que não querem a libertação do povo e a transformação social. Jesus chama a estes de “hipócritas”, pois proferem belos discursos, mas, na prática, continuam alimentando o sistema injusto e excludente. Sentem-se envergonhados ao serem denunciados por Jesus, mas, mesmo assim, não se convertem, pois não conseguem desapegar-se da mentalidade egocêntrica.
sábado, 25 de outubro de 2025
Lucas 18, 9-14 A justificação é dom de Deus.
-* 9 Para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: 10 “Dois homens subiram ao Templo para rezar; um era fariseu, o outro era cobrador de impostos. 11 O fariseu, de pé, rezava assim no seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço, porque não sou como os outros homens, que são ladrões, desonestos, adúlteros, nem como esse cobrador de impostos. 12 Eu faço jejum duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13 O cobrador de impostos ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’ 14 Eu declaro a vocês: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva, será humilhado, e quem se humilha, será elevado.”
Comentário:
* 9-14: Não basta ser perseverante e insistente. É preciso reconhecer e confessar a própria pequenez, recorrendo à misericórdia de Deus. De nada adianta o homem justificar a si mesmo, pois a justificação é dom de Deus.
A parábola apresenta dois modos de dialogar com Deus: o fariseu e o publicano. O primeiro é presunçoso: elenca suas qualidades e despreza os outros; o segundo é humilde: reconhece suas fraquezas e misérias. O fariseu era homem correto e honesto, cumpridor dos seus deveres religiosos, pensando ter méritos diante de Deus. O problema dele era sua arrogância, o julgamento negativo e o desprezo dos outros. O publicano é um pecador público, cobrador de impostos, que reconhece sua pequenez, mas também a grandeza e a misericórdia de Deus. Ninguém pode considerar-se justo a ponto de ter méritos diante de Deus e desprezar os outros. Diante de Deus, necessitamos estar desarmados de toda presunção e preconceito: presunção de nos considerarmos perfeitos e melhores que os outros; preconceito contra os outros, rotulando-os. Lembrar nossa pequenez e nossas limitações muda nossa relação com Deus, tornando-nos mais abertos à ação dele e criando espaços de fraternidade e partilha com os outros.
2 Timóteo 4, 6-8.16-18 Combati o bom combate.
* 6 Quanto a mim, meu sangue está para ser derramado em libação, e chegou o tempo da minha partida. 7 Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé. 8 Agora só me resta a coroa da justiça que o Senhor, justo Juiz, me entregará naquele Dia; e não somente para mim, mas para todos os que tiverem esperado com amor a sua manifestação.
O Senhor me deu forças - 16 Na minha primeira defesa no tribunal, ninguém ficou ao meu lado; todos me abandonaram. Que Deus não ponha isso na conta deles! 17 Mas o Senhor ficou comigo e me encheu de força, a fim de que eu pudesse anunciar toda a mensagem, e ela chegasse aos ouvidos de todas as nações. E assim eu fui liberto da boca do leão. 18 O Senhor me libertará de todo mal e me levará para o seu Reino eterno. Ao Senhor, glória para sempre. Amém!
Comentário:
* 6-8: Diante da certeza do martírio, Paulo se compara a um atleta que recebe o prêmio da vitória: ele sabe que sua vida foi inteiramente dedicada a propagar e sustentar a fé.
* 9-18: Os últimos tempos de Paulo são tristes e solitários. Embora abandonado e traído pelos companheiros mais próximos, seu olhar continua firme no Senhor, para anunciar o Evangelho e finalmente participar plenamente do Reino. Lucas já estava com Paulo no tempo da primeira prisão (cf. Cl 4,14); talvez seja este Lucas o autor do 3.° Evangelho e do livro dos Atos dos Apóstolos. Marcos ou João Marcos foi companheiro circunstancial (cf. At 12,12) e teve uma divergência com Paulo (cf. At 15,37-39). Mas o encontramos como companheiro fiel no tempo da perseguição (cf. Cl 4,10).
sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Lucas 13, 1-9 Urgência da conversão.
* 1 Nesse tempo, chegaram algumas pessoas levando notícias a Jesus sobre os galileus que Pilatos tinha matado, enquanto ofereciam sacrifícios. 2 Jesus respondeu-lhes: “Pensam vocês que esses galileus, por terem sofrido tal sorte, eram mais pecadores do que todos os outros galileus? 3 De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo. 4 E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu em cima deles? Pensam vocês que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5 De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo.” 6 Então Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada no meio da vinha. Foi até ela procurar figos, e não encontrou. 7 Então disse ao agricultor: ‘Olhe! Hoje faz três anos que venho buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a. Ela só fica aí esgotando a terra’. 8 Mas o agricultor respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. 9 Quem sabe, no futuro ela dará fruto! Se não der, então a cortarás’.”
Comentário:
* 1-9: No caminho da vida há acontecimentos trágicos. Estes não significam que as vítimas são mais pecadoras do que os outros. Ao contrário, são convites abertos para que se pense no imprevisível dos fatos e na urgência da conversão, para se construir a nova história. A parábola (vv. 6-9) salienta que, em Jesus, Deus sempre dá uma última chance.
Os desastres que acontecem no mundo não são castigos de Deus para punir pecados. Deus não quer a morte, mas a vida; não quer o sofrimento, mas a alegria. Essas desgraças indicam unicamente que o ser humano é frágil e, quanto mais se deixa guiar pelos instintos egoístas, mais frágil se torna. Para vencer a dor e o sofrimento, Cristo nos chama à conversão. Deixar-se conduzir pelos desejos do Espírito é o caminho para alcançar a vida e a paz verdadeiras. No capítulo 8, ponto central da carta aos Romanos, a palavra “espírito” é citada 29 vezes. Vemos aqui a grande importância atribuída a ela por Paulo. Devemos deixar o Espírito viver em nós, a fim de superarmos as limitações da carne (corpo). Nunca é tarde para tal transformação, como vemos na parábola descrita por Lucas. Deus sempre nos dá uma nova possibilidade de produzir frutos, pois confia em nós e quer nossa felicidade e realização.
quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Lucas 12, 54-59 Interpretar o tempo presente.
* 54 Jesus também dizia às multidões: “Quando vocês veem uma nuvem vinda do ocidente, vocês logo dizem que vem chuva; e assim acontece. 55 Quando vocês sentem soprar o vento do sul, vocês dizem que vai fazer calor; e assim acontece. 56 Hipócritas! Vocês sabem interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que vocês não sabem interpretar o tempo presente? 57 Por que vocês não julgam por si mesmos o que é justo? 58 Quando, pois, você está para se apresentar com seu adversário diante do magistrado, procure resolver o caso com o adversário enquanto estão a caminho, senão este o levará ao juiz, e o juiz entregará você ao guarda, e o guarda o jogará na cadeia. 59 Eu digo: daí você não sairá, enquanto não pagar o último centavo.”
Comentário:
* 54-59: Assim como os homens podem prever o tempo a partir dos sinais da natureza, também é possível reconhecer na atividade de Jesus a manifestação do Reino de Deus. Essa tarefa empenhativa e urgente implica uma decisão a favor ou contra o Reino. É preciso agir enquanto é tempo.
O desenvolvimento da ciência ajuda o ser humano a interpretar e conhecer sempre melhor os sinais do tempo, da natureza, do próprio ser humano, mas nem sempre isso é eficaz para adentrar os mistérios da vida e da morte. Só o tempo de Deus, plenamente realizado em Cristo, pode imprimir esperança neste mundo tão fragilizado. Para estarmos bem-preparados para o dia do julgamento, Jesus nos diz que é preciso reconhecer os sinais dos tempos e nos reconciliarmos com os irmãos. Paulo, por sua vez, alerta-nos de que é preciso um esforço constante para evitar o mal e realizar o bem. É missão da Igreja – povo de Deus, corpo de Cristo e templo do Espírito – discernir os sinais de cada tempo, a fim de melhor responder às necessidades do mundo e continuar a missão de Cristo de levar a vida a todos. Cada um de nós é convidado a contribuir nesse processo, pois a Igreja somos nós.
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Lucas 12, 49-53 Jesus é sinal de contradição.
* 49 “Eu vim para lançar fogo sobre a terra: e como gostaria que já estivesse aceso! 50 Devo ser batizado com um batismo, e como estou ansioso até que isso se cumpra! 51 Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu lhes digo, vim trazer divisão. 52 Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas, e duas contra três. 53 Ficarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.”
Comentário:
* 49-53: A missão de Jesus, desde o batismo até a cruz, é anunciar e tornar presente o Reino, entrando em choque com as concepções dominantes na sociedade. Por isso, é preciso tomar uma decisão diante de Jesus, e isso provoca divisões até mesmo no relacionamento familiar.
O Evangelho que hoje lemos é de difícil interpretação, pois apresenta contradições em relação à mensagem anterior de Jesus, que sempre promoveu a união, a paz e a misericórdia. Como, então, nos diz hoje que veio trazer a divisão e a destruição? O fogo que Jesus traz não é fogo destruidor, mas o fogo do Espírito Santo, que infundirá vida e dinamismo nos seguidores de Jesus. Mas seu projeto, selado com seu sangue na cruz, vem abalar os fundamentos da sociedade injusta, por isso não será aceito por todos, gerando divisão. Jesus mostra que o caminho do bem nem sempre é consensual. Nem todos são capazes de ver a verdade da fé, nem todos têm a coragem de aceitar o caminho da justiça, nem todos estão dispostos a mudar de vida radicalmente. Exatamente por isso o cristão enfrenta resistência e oposição. Mas não há outro caminho, a não ser esse, para alcançarmos a santidade, produzirmos frutos bons e recebermos a vida eterna.
terça-feira, 21 de outubro de 2025
Lucas 12,39-48 Vigilância e responsabilidade
39 Mas, fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. 40 Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem.” 41 Então Pedro disse a Jesus: “Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?” 42 E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o senhor, ao chegar, encontra fazendo isso! 44 Em verdade, eu digo a vocês: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Mas, se esse empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e se puser a surrar os criados e criadas, a comer, beber, e embriagar-se, 46 o senhor desse empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista. O senhor o expulsará de casa, e o fará tomar parte do destino dos infiéis. 47 Todavia aquele empregado que, mesmo conhecendo a vontade do seu senhor, não ficou preparado, nem agiu conforme a vontade dele, será chicoteado muitas vezes. 48 Mas, o empregado que não sabia, e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido.”
Comentário:
* 35-48: Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os vv. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (vv. 47-48).
O dicionário define “parábola” como uma narração alegórica que envolve alguma verdade importante ou um preceito moral. Jesus falou muitas vezes em parábolas, essa era a sua pedagogia, seu modo de ensinar o povo. Usava elementos próximos dos que o ouviam, como a imagem do campo, da semente, da administração de terras, como lemos. A maior riqueza das parábolas é dizer a cada um de nós uma mensagem diferente, conforme a abertura do nosso coração. Cada ouvinte ou leitor interpreta a parábola a partir do seu contexto e seu estado de ânimo naquele momento, extraindo ensinamentos profundos e transformadores. Quanto mais fizermos esse exercício, especialmente em comunidade, mais riqueza obteremos das parábolas e de todos os textos bíblicos. A catequese tem um papel fundamental e, por isso, deve ser muito valorizada.
segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Lucas 12, 35-38 Vigilância e responsabilidade.
* 35 “Estejam com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas. 36 Sejam como homens que estão esperando o seu senhor voltar da festa de casamento: tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão abrir a porta. 37 Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá. 38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão se assim os encontra!
Comentário:
* 35-48: Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os vv. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (vv. 47-48).
Rins cingidos e lâmpadas acesas indicam prontidão e vigilância ativa. A imagem nos remete de imediato a uma festa de casamento, de modo particular à parábola das jovens prudentes com suas lâmpadas acesas, em oposição às jovens imprudentes que deixaram terminar o óleo e por isso não puderam entrar no banquete com o noivo. Cristo é o noivo, o novo Adão, que dá início à nova humanidade, não mais marcada pelo pecado e pela corrupção, mas pela santidade e pela vida eterna, como lemos na carta de Paulo aos Romanos. Por Cristo, somos justificados e conduzidos novamente à intimidade com Deus. Isso exige, porém, uma atitude constantemente alerta, como nos pede o Evangelho. Devemos estar sempre prontos para acolher a Deus e realizar sua vontade. Quando o Senhor nos visitar com sua graça ou na hora de nossa morte, deve nos encontrar de prontidão, praticando a justiça e o amor.
domingo, 19 de outubro de 2025
Lucas 12, 13-21 A vida é dom de Deus.
* 13 Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.” 14 Jesus respondeu: “Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou dividir os bens entre vocês?” 15 Depois Jesus falou a todos: “Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens.” 16 E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 E o homem pensou: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18 Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba, alegre-se!’ 20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?’ 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus.”
Comentário:
* 13-21: No caminho da vida, o homem depara com o problema das riquezas. Jesus mostra que é idiotice acumular bens para assegurar a própria vida. Só Deus pode dar ao homem a riqueza que é a própria vida.
O exemplo do homem rico do Evangelho de hoje é o modelo vigente na sociedade atual e, provavelmente, nas sociedades de todos os tempos. Vemos que acumular bens não é garantia de uma vida longa e feliz. Normalmente, acontece o contrário, pois, enquanto estamos preocupados apenas com a riqueza, deixamos muitas coisas boas da vida passar em branco. Inclusive a presença de Deus na nossa vida passa despercebida. A pessoa que acumula só para si se perde no vazio da solidão e na escravidão da avareza. Viveremos muito melhor se nossa preocupação estiver nos valores e sentimentos que orientam a vida, na convivência pacífica e amorosa com a família e os amigos, no testemunho da fé e da caridade, como nos ensinou Jesus.
sábado, 18 de outubro de 2025
Lucas 18, 1-8 Perseverança na oração.
-* 1 Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, sem nunca desistir. Ele dizia: 2 “Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. 3 Na mesma cidade havia uma viúva, que ia à procura do juiz, pedindo: ‘Faça-me justiça contra o meu adversário!’ 4 Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum; 5 mas essa viúva já está me aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não fique me incomodando’.” 6 E o Senhor acrescentou: “Escutem o que está dizendo esse juiz injusto. 7 E Deus não faria justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? 8 Eu lhes declaro que Deus fará justiça para eles, e bem depressa. Mas, o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar a fé sobre a terra?”
Comentário:
* 1-8: Insistência e perseverança só existem naqueles que estão insatisfeitos com a situação presente e, por isso, não desanimam; do contrário, jamais conseguiriam alguma coisa. Deus atende àqueles que, através da oração, testemunham o desejo e a esperança de que se faça justiça. 
O ensinamento deste domingo é sobre a necessidade da oração perseverante e o fortalecimento da fé. O texto inicia com a oração e conclui com a fé. O evangelista apresenta o caso de uma pobre viúva. Essa viúva busca um juiz para que lhe faça justiça. Depois de muita insistência, o juiz atende o apelo da pobre mulher. A arma dos pobres é a insistência. Jesus não apresenta um Deus injusto e desonesto, a quem obrigamos a fazer nossos desejos. A pobre mulher é exemplo admirável dessa busca pela justiça numa sociedade corrompida. Parece que já nos acomodamos diante das injustiças que se cometem contra os empobrecidos e não mais nos comovem. O exemplo dessa pobre mulher deve nos incentivar a depositar nossa confiança em Deus, justo juiz, e nunca esmorecer diante das necessidades dos pobres. A fé pode enfraquecer quando deixamos de rezar e não nos solidarizamos com os necessitados. A oração e o engajamento no compromisso com o Reino de Jesus certamente fortalecerão nossa fé ativa.
2 Timóteo 3, 14-4,2 A Sagrada Escritura é o alimento da fé.
14 Quanto a você, permaneça firme naquilo que aprendeu e aceitou como certo; você sabe de quem o aprendeu. 15 Desde a infância você conhece as Sagradas Escrituras; elas têm o poder de lhe comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo. 16 Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra.
Proclame a Palavra -* 1 Rogo a você diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de vir para julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e por seu Reino: 2 proclame a Palavra, insista no tempo oportuno e inoportuno, advertindo, reprovando e aconselhando com toda paciência e doutrina.
Comentário:
* 1-17: Jesus anunciara perspectivas sombrias para os últimos tempos: os falsos messias se multiplicam, desviando as pessoas com doutrinas perversas (cf. Mt 24,4-5.24). Paulo relembra esse aumento do mal que antecede o fim da história (cf. 2Ts 2,3-12). Segundo a lenda judaica, Janes e Jambres foram os chefes dos magos que se opuseram a Moisés na presença do Faraó (cf. Ex 7,8ss). Quem anuncia o Evangelho deve contar com a perseguição (cf. Mt 10,22; At 13,1-14,28), permanecendo fiel à palavra de Deus contida na Sagrada Escritura: nela se encontra o alimento da fé e a força para o testemunho. 
* 4,1-5: A missão dos apóstolos e pastores é, em primeiro lugar, anunciar o Evangelho, a fim de que os homens deixem a idolatria e sirvam ao único Deus vivo.
sexta-feira, 17 de outubro de 2025
Lucas 10, 1-9 Os anunciadores do Reino.
* 1 O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos, e os enviou dois a dois, na sua frente, para toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E lhes dizia: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita. 3 Vão! Estou enviando vocês como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não parem no caminho, para cumprimentar ninguém. 5 Em qualquer casa onde entrarem, digam primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6 Se aí morar alguém de paz, a paz de vocês irá repousar sobre ele; se não, ela voltará para vocês. 7 Permaneçam nessa mesma casa, comam e bebam do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem passando de casa em casa. 8 Quando entrarem numa cidade, e forem bem recebidos, comam o que servirem a vocês, 9 curem os doentes que nela houver. E digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês!’
Comentário:
* 1-16: Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história.
Setenta e dois, o número de discípulos enviados em missão, é um número simbólico que quer representar todas as nações da terra, conforme elencadas no livro do Gênesis, capítulo 10. A eles Jesus dirige um discurso que reflete a situação da Igreja na sua ação missionária. Exemplar discípulo do Mestre foi também o evangelista Lucas, cuja festa hoje celebramos. Autor do terceiro Evangelho e dos Atos dos Apóstolos, nascido na Antioquia (Síria), Lucas pertencente à segunda ou terceira geração dos seguidores de Cristo. É o evangelista que melhor descreveu a fisionomia humana do Redentor, sua mansidão, sua predileção pelos pobres, pelos desprezados, pelas mulheres e pelos pecadores arrependidos. Mediante o estudo dos seus escritos, pode-se afirmar que Lucas era uma pessoa culta e conhecia muito bem a língua grega. São Jerônimo não esconde sua admiração pelo escritor: “O mais dotado em língua grega entre os evangelistas”.
quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Lucas 12, 1-7 Autenticidade do discípulo.
* 1 Enquanto isso, milhares de pessoas se reuniram, de modo que uns pisavam nos outros. Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: “Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2 Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. 3 Pelo contrário, tudo o que vocês tiverem feito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que vocês tiverem pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados.”
Testemunhar sem medo -* 4 “Pois bem, eu digo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo, e depois disso nada mais têm a fazer. 5 Vou mostrar a quem vocês devem temer: tenham medo daquele que, depois de ter matado, tem poder de jogá-los no inferno. Eu lhes digo: é a este que vocês devem temer. 6 Não se vendem cinco pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. 7 Até mesmo os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais. 
Comentário:
* 1-3: Em contraste com a conduta hipócrita dos fariseus, o Evangelho pede aos discípulos que sejam autênticos, isto é, que a vida e ação deles testemunhem o compromisso deles com Jesus.
* 4-12: Cf. nota em Mt 10,26-33: Os discípulos não devem ter medo, porque a missão se baseia na verdade, que põe a descoberto toda a mentira de um sistema social que não mostra a sua verdadeira face. Os homens podem até matar o corpo dos discípulos, mas não conseguirão tirar-lhes a vida, pois é Deus quem dá e conserva ou tira a vida para sempre. A segurança do discípulo está na promessa: quem é fiel a Jesus, terá Jesus a seu favor diante de Deus.
Em contraste com a conduta hipócrita dos fariseus, Jesus pede aos discípulos que sejam autênticos, isto é, que sua vida e ação testemunhem o compromisso com o Evangelho. Agindo assim, serão fortalecidos diante dos perigos e ameaças. Deus não nos abandona, pois conhece nosso valor. Ao contrário, dá-nos a justificação e o perdão, mesmo que, por vezes, não os mereçamos. Essas palavras de Jesus serviram de incentivo e fortaleza para milhares de cristãos perseguidos e martirizados durante os mais de dois milênios da história da Igreja. Ainda hoje permanecem atuais e nutrem nosso espírito para testemunharmos o Evangelho com firmeza e coragem. Não devemos temer aqueles que agridem ou criticam, pois eles só atingem nosso corpo, permanecendo nosso espírito e nossa consciência sob a proteção de Deus.
quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Lucas 11, 47-54 Jesus desmascara os hipócritas.
47 Ai de vocês, porque constroem túmulos para os profetas; no entanto, foram os pais de vocês que os mataram. 48 Com isso, vocês são testemunhas e aprovam as obras dos pais de vocês, pois eles mataram os profetas, e vocês constroem os túmulos. 49 É por isso que a sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e apóstolos. Eles os matarão e perseguirão, 50 a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, 51 desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário’. Sim, eu digo a vocês: pedirão contas disso a esta geração. 52 Ai de vocês, especialistas em leis, porque vocês se apoderaram da chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e impediram os que queriam entrar.”
53 Quando Jesus saiu daí, os doutores da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos. 54 Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa em qualquer coisa que saísse de sua boca.
Comentário:
* 37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação.
Jesus prossegue com as duras críticas contra os doutores da Lei por manipularem o povo e impedirem-no de conhecer as possibilidades de transformação. De modo diferente, mas com o mesmo objetivo, Paulo explica aos Romanos a novidade trazida por Jesus. O ser humano é salvo pela fé e pela graça de Deus, manifestada no sacrifício redentor de Cristo, e não mais pela Torá. A Lei tinha função pedagógica, mas sua manipulação por parte de alguns trouxe prejuízo a todos. Cristo vem para transformar a humanidade toda, e não apenas alguns privilegiados, pois há um só Deus no céu e na terra. O Evangelho de hoje menciona o assassinato de Zacarias, que alguns interpretam como sendo o pai de João Batista, sacerdote do templo.
terça-feira, 14 de outubro de 2025
Lucas 11, 42-46 Jesus desmascara os hipócritas.
42 Mas, ai de vocês, fariseus, porque vocês pagam o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixam de lado a justiça e o amor de Deus. Vocês deveriam praticar isso, sem deixar de lado aquilo. 43 Ai de vocês, fariseus, porque gostam do lugar de honra nas sinagogas, e de serem cumprimentados em praças públicas. 44 Ai de vocês, porque são como túmulos que não se veem, e os homens pisam sobre eles sem saber.”
45 Um especialista em leis tomou a palavra, e disse: “Mestre, falando assim insultas também a nós!” 46 Jesus respondeu: “Ai de vocês também, especialistas em leis! Porque vocês impõem sobre os homens cargas insuportáveis, e vocês mesmos não tocam essas cargas nem com um só dedo. 
Comentário:
* 37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação. 
O Evangelho de hoje continua desenvolvendo a temática da purificação. Ontem, as acusações de Jesus se dirigiam aos fariseus, hoje incluem também os doutores da Lei. Jesus denuncia todos os que exercem controle ideológico sobre o povo ou que agem de modo hipócrita. Critica a corrupção presente no meio do povo (“sepulcros que não se veem” ou sepulcros caiados) e a falta de justiça e de caridade, usando o estilo profético do “ai de vocês”. O principal ensinamento é que ser justo é muito mais do que praticar a Lei: exige o amor a Deus e ao próximo. Nossas ações condicionam toda a nossa vida. Cada pessoa, sobretudo quando exerce liderança na comunidade, examine se está praticando o que ensina, ou, pelo contrário, se está sufocando os irmãos com pesos insuportáveis.
segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Lucas 11, 37-41 Jesus desmascara os hipócritas.
* 37 Enquanto Jesus falava, um fariseu o convidou para jantar em casa. Jesus entrou, e se pôs à mesa. 38 O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tinha lavado as mãos antes da refeição. 39 O Senhor disse ao fariseu: “Vocês, fariseus, limpam o copo e o prato por fora, mas o interior de vocês está cheio de roubo e maldade. 40 Gente sem juízo! Aquele que fez o exterior, não fez também o interior? 41 Antes, deem em esmola o que vocês possuem, e tudo ficará puro para vocês.
Comentário:
* 37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação. 
A refeição na casa de um fariseu é utilizada por Lucas para discutir o tema das abluções, ou purificação, que não era apenas uma questão de higiene, mas cultural e legal. Jesus critica a visão farisaica porque, para Deus, o importante é o interior do ser humano e suas ações de caridade. Não são os rituais que valem, mas a atitude interior e as reais intenções que habitam nosso coração. Jesus combate a hipocrisia e a deturpação da Palavra de Deus. O Evangelho deve ser nosso guia diário, o manual de conduta para todos os cristãos. Transformados interiormente, manifestaremos também exteriormente nossa alegria e motivação. Infelizmente, vemos muitos que se declaram cristãos, mas não vivem o Evangelho, pois não põem seus conselhos em prática no cotidiano e nas suas relações diárias.
domingo, 12 de outubro de 2025
Lucas 11, 29-32 O grande sinal.
* 29 Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas.”
Comentário:
* 29-32: Não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.
Ao longo desta semana, o evangelista Lucas nos mostrará como a salvação é rejeitada pelas elites espirituais de Israel. Os pecadores, no entanto, se abrem à mensagem de salvação, como outrora os habitantes de Nínive. Longe de se entristecer por não conseguir tocar o coração de todos, Jesus exulta de alegria pelos que escutam e se convertem. Característica do nosso ser religioso é a súplica, a ação de petição. Pedimos o auxílio divino porque temos consciência da finitude humana. Esse seria um gesto normal, não fosse a tendência humana de querer condicionar a ação divina aos nossos interesses demasiado mundanos. Os cristãos devem pedir em primeiro lugar a fidelidade e o acolhimento ao projeto salvífico que Deus tem para nós. Mais do que pedir a Deus, devemos ter a capacidade de escutar sua Palavra. O sinal de que Deus vem em nosso auxílio é a cruz de Cristo.
sábado, 11 de outubro de 2025
João 2, 1-11 Vida nova para os homens.
* 1 No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galileia, e a mãe de Jesus estava aí. 2 Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos.
3 Faltou vinho e a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho!” 4 Jesus respondeu: “Mulher, que existe entre nós? Minha hora ainda não chegou.” 5 A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: “Façam o que ele mandar.”
6 Havia aí seis potes de pedra de uns cem litros cada um, que serviam para os ritos de purificação dos judeus. 7 Jesus disse aos que serviam: “Encham de água esses potes.” Eles encheram os potes até a boca. 8 Depois Jesus disse: “Agora tirem e levem ao mestre-sala.” Então levaram ao mestre-sala. 
9 Este provou a água transformada em vinho, sem saber de onde vinha. Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água. Então o mestre-sala chamou o noivo 10 e disse: “Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora.”
11 Foi assim, em Caná da Galileia, que Jesus começou seus sinais. Ele manifestou a sua glória, e seus discípulos acreditaram nele.
Comentário:
* 2,1-12: Segundo João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em Caná. João relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade que nasce da fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são um convite: “Façam o que Jesus mandar.” Jesus diz que a sua hora ainda não chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos reconcilia com Deus.
Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho generoso, faz a gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria.
O episódio de Caná é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si.
Atribuído a Maria, Mãe de Jesus, este título se deve à maneira como ela se manifestou ao povo brasileiro: sua imagem foi pescada nas águas do rio Paraíba, em 1717. Desde o início, a imagem, de cor negra, foi objeto da veneração dos fiéis. Com a ocorrência de milagres, a devoção a Nossa Senhora começou a divulgar-se com o nome de Imaculada Conceição Aparecida. Em 1930, o papa Pio XI a proclamou Padroeira do Brasil. Em 1952 (250 anos após o encontro da imagem), Paulo VI conferiu-lhe a maior honraria, a “Rosa de Ouro”. Três papas visitaram a basílica do Santuário Nacional: São João Paulo II, em 1980; papa Bento XVI, quando abriu a V Conferência Episcopal Latino-americana e do Caribe, em maio de 2007; e o papa Francisco, em 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro.
Apocalipse 12, 1.5.13.15-16 Jesus Messias vence o mal.
* 1 Apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés, e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. 5* Nasceu o Filho da Mulher. Era menino homem. Nasceu para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e de seu trono. 13* Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o Dragão começou a perseguir a Mulher, aquela que tinha dado à luz um menino homem. 15 A Serpente não desistiu: vomitou um rio de água atrás da Mulher, para que ela se afogasse. 16 Mas a terra socorreu a Mulher: abriu a boca e engoliu o rio que o Dragão tinha vomitado. 
Comentário:
* 1-16,20: É a parte mais importante do livro. Mostra que o tempo do povo de Deus é o tempo de confronto com o mal, até chegar a consumação da história. João analisa agora a vitória sobre o mal (Ap 12), o ambiente onde os cristãos vão profetizar (Ap 13) e a consequência do testemunho profético, isto é, o julgamento (Ap 14,1-16,20). Os capítulos 12-14 interrompem o desenvolvimento linear do livro. 
12,1-2: A Mulher é um símbolo cheio de significados: é Eva, a mãe da humanidade (cf. Gn 3,15-20); também o povo de Israel (doze estrelas = doze tribos) assim como Sião, o resto do povo de Deus que espera o Messias (Is 66,7). É também Maria enquanto mãe de Jesus e mãe dos discípulos de Jesus (Jo 19,25-27), e o povo de Deus da nova Aliança (doze estrelas = doze apóstolos). 
* 5-6: O Filho é Jesus, que nasce (ressurreição) para a glória e para dominar as nações, destruindo o poder do Dragão. O mal foi derrotado. Agora a situação do povo de Deus é como a dos hebreus no deserto, libertados da escravidão: viverá no deserto até o fim da história (mil, duzentos e sessenta dias), em meio a perseguições e na intimidade com Deus.
* 13-18: O mal não conseguiu vencer Jesus; por isso agora persegue os cristãos seguidores de Jesus. Mas estes são continuamente protegidos por Deus, até o final da história (três tempos e meio = mil, duzentos e sessenta dias). É tempo de perseguição (rio) mas, como no Êxodo, o povo de Deus não sucumbe.
sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Lucas 11, 27-28 A verdadeira felicidade.
* 27 Enquanto Jesus dizia essas coisas, uma mulher levantou a voz no meio da multidão, e lhe disse: “Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram.” 28 Jesus respondeu: “Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática.”
Comentário:
* 27-28: Acolher a palavra de Jesus é dom maior do que o simples fato de ser mãe dele.
Maria é modelo de fé e de seguimento porque soube acolher a Palavra de Deus, sendo fiel ao projeto de vida que o Senhor lhe traçou. Disse “sim” à sua vocação, tornando-se a nova Arca da Aliança. Exatamente por isso é bem-aventurada (feliz). Ela deu vida ao Verbo de Deus, Jesus Cristo, Palavra feita carne que deve agora ser aceita e vivida por todos a fim de que o Reino se instale no mundo. Por isso, Jesus afirma que todos os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática são também bem-aventurados (felizes), a exemplo de sua Mãe. Quem ouve a Palavra e a transforma em atos concretos passa a fazer parte da família de Jesus, empenhando-se por promover a justiça, a fraternidade e a paz. A bem-aventurança lida no Evangelho de hoje se associa e completa as bem-aventuranças anunciadas anteriormente (Lucas 6,20-23 e Mateus 5,1-12).
quinta-feira, 9 de outubro de 2025
Lucas 11, 15-26 Jesus é mais forte do que Satanás.
15 Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios.” 16 Outros, para tentar Jesus, pediram-lhe um sinal do céu. 17 Mas, conhecendo o pensamento deles, Jesus disse: “Todo reino dividido em grupos que lutam entre si, será destruído; e uma casa cairá sobre outra. 18 Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como o seu reino poderá sobreviver? Vocês dizem que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19 Se é através de Belzebu que eu expulso os demônios, através de quem os filhos de vocês expulsam os demônios? Por isso, eles mesmos hão de julgar vocês. 20 Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os bens dele estão em segurança. 22 Mas, quando chega um homem mais forte do que ele e o vence, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23 Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa.”
Pior do que antes -* 24 “Quando um espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos à procura de repouso, e não encontra. Então diz: ‘Vou voltar para a casa de onde saí’. 25 Quando ele chega, encontra a casa varrida e arrumada. 26 Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. Eles entram, moram aí e, no fim, esse homem fica em condição pior do que antes.”
Comentário:
* 14-23: A cura do endemoninhado mostra que a ação de Jesus consiste em libertar o homem da alienação que o impede de falar. A ação de Jesus testemunha a chegada do Reino de Deus, pois para vencer Satanás é preciso ser mais forte do que ele. Mas Jesus é, ao mesmo tempo, a presença da salvação e do julgamento: quem não age com Jesus, torna-se adversário.
* 24-26: Cf. nota em Mt 12, 43-45: Recusando Jesus e o Reino de justiça que ele traz, os homens ficam entregues a uma alienação maior do que aquela em que se encontravam antes da sua vinda.
Certa vez, o papa Francisco afirmou em uma homilia que “podemos caminhar o quanto quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas, se não confessarmos Jesus Cristo, algo está errado. Quando não confessamos Jesus Cristo, confessamos o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio” (14 de março de 2013). Essas palavras traduzem bem o que Jesus nos ensina no Evangelho de hoje: “Quem não está comigo, está contra mim; e quem não recolhe comigo, espalha”. O demônio é tudo aquilo que nos desvia da relação de amor com Deus e com os irmãos, é tudo aquilo que tenta ofuscar nossa dignidade de filhos de Deus. Só é possível combater o mal e a divisão no mundo em nome de Cristo. Só quem confessa verdadeiramente Jesus Cristo pode esperar com tranquilidade o dia em que o Senhor nos julgará com justiça, restituindo-nos a dignidade de filhos de Deus.
quarta-feira, 8 de outubro de 2025
Lucas 11, 5-13 Pedir com confiança.
* 5 Jesus acrescentou: “Se alguém de vocês tivesse um amigo, e fosse procurá-lo à meia-noite, dizendo: ‘Amigo, me empreste três pães, 6 porque um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada para oferecer a ele’. 7 Será que lá de dentro o outro responderia: ‘Não me amole! Já tranquei a porta, meus filhos e eu já nos deitamos; não posso me levantar para lhe dar os pães?’ 8 Eu declaro a vocês: mesmo que o outro não se levante para dar os pães porque é um amigo seu, vai levantar-se ao menos por causa da amolação, e dar tudo aquilo que o amigo necessita. 9 Portanto, eu lhes digo: peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! 10 Pois, todo aquele de que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta. 11 Será que alguém de vocês que é pai, se o filho lhe pede um peixe, em lugar do peixe lhe dá uma cobra? 12 Ou ainda: se pede um ovo, será que vai lhe dar um escorpião? 13 Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos filhos, quanto mais o Pai do céu! Ele dará o Espírito Santo àqueles que o pedirem.”
Comentário:
* 5-13: O Evangelho insiste na oração perseverante e confiante. Se os homens são capazes de atender ao pedido de amigos e filhos, quanto mais o Pai! Ele nada recusará. Pelo contrário, dará o Espírito Santo, isto é, a força de Deus que leva o homem a viver conforme a vida de Jesus Cristo.
Deus nos conhece profundamente e sabe do que precisamos. Como um Pai bondoso e atento, responde sempre aos pedidos de seus filhos. Deus nos ama e nos criou para sermos felizes e para imitá-lo no amor e na misericórdia. Os pequenos castigos que deu ao povo ao longo da história da salvação, ou que hoje nos dá, são apenas instrumentos para nos fortalecer e amadurecer. Encontrar e permanecer no caminho da realização exige muita insistência e perseverança. Mas não é tempo perdido. Pelo contrário, somente insistindo no caminho do bem, da justiça e da verdade, receberemos o pão da salvação. É importante nos dirigirmos a Deus através da oração, para manifestar nossos anseios e desejos, pois isso cria intimidade e alimenta nosso espírito. Quando rezamos, sentimos a presença de Deus em nossa vida e tudo se torna mais fácil: as portas se abrem, o que estava oculto aparece, tudo é iluminado.
terça-feira, 7 de outubro de 2025
Lucas 11, 1-4 O “Pai Nosso”.
* 1 Um dia, Jesus estava rezando em certo lugar. Quando terminou, um dos discípulos pediu: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou os discípulos dele.” 2 Jesus respondeu: “Quando vocês rezarem, digam: Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3 Dá-nos a cada dia o pão de amanhã, 4 e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos aqueles que nos devem; e não nos deixes cair em tentação.”
Comentário:
*1-4: Os mestres costumavam ensinar os discípulos a rezar, transmitindo o resumo da própria mensagem. O Pai Nosso traz o espírito e o conteúdo fundamental de toda oração cristã. Esta oração se faz na intimidade filial com Deus (Pai), apresentando-lhe os pedidos mais importantes: que o Pai seja reconhecido por todos (nome); que sua justiça e amor se manifestem (Reino); que, na vida de cada dia, ele nos dê vida plena (pão de amanhã); que ele nos perdoe como nós repartimos o perdão; que ele não nos deixe abandonar o caminho de Jesus (tentação). 
Em diversas passagens, o Evangelho nos diz que Jesus saiu para rezar. No deserto ou na montanha, sozinho ou com os apóstolos, vemos que Jesus rezava ao Pai com frequência. Hoje, vemos a oração que ele ensinou aos seus discípulos e que se tornou a principal oração do cristão, pois concentra os elementos essenciais da nossa fé: a consciência de que Deus é Pai e, portanto, todos somos irmãos; o desejo de agradecer a esse Pai as maravilhas que nos concede, enquanto esperamos o momento de encontrá-lo face a face no Reino; a confiança de que ele nos protege e alimenta, garantindo o pão cotidiano; a certeza da sua misericórdia, que perdoa nossos pecados e nos ensina a perdoar nosso próximo. Somos convidados a rezar com frequência essa oração do pai-nosso.
segunda-feira, 6 de outubro de 2025
Lucas 1, 26-28 O Messias vai chegar.
* 26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré. 27 Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava, e disse: “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!” 29 Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. 30 O anjo disse: “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. 31 Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. 32 Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, 33 e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.” 34 Maria perguntou ao anjo: “Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?” 35 O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. 36 Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. 37 Para Deus nada é impossível.” 38 Maria disse: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” E o anjo a deixou.
Comentário:
* 26-38: Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova.
Na festa de Nossa Senhora do Rosário, a liturgia propõe o Evangelho da anunciação para a nossa meditação. Rica de detalhes e de símbolos, essa narrativa nos mostra como uma jovem simples da Palestina é chamada a ser protagonista da história da salvação, desempenhando uma extraordinária missão: receber em seu ventre o Filho de Deus. A anunciação, juntamente com outros mistérios da vida de Jesus e Maria, é recordada na oração do rosário, cuja origem remonta aos conventos da Idade Média. Mais tarde, Nossa Senhora apareceu a São Domingos e indicou-lhe a recitação do rosário como arma eficaz para combater a doutrina herética dos albigenses. A festa que hoje celebramos veio logo a seguir. Inicialmente chamada festa de “Santa Maria da Vitória”, celebra a vitória dos cristãos sobre os turcos, em 1571, na Batalha de Lepanto. O papa Pio V atribui esse feito histórico à oração que o povo cristão dirigiu a Nossa Senhora.
domingo, 5 de outubro de 2025
Lucas 10, 25-37 O amor é prática concreta.
* 25 Um especialista em leis se levantou, e, para tentar Jesus perguntou: “Mestre, o que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26 Jesus lhe disse: “O que é que está escrito na Lei? Como você lê?” 27 Ele então respondeu: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força e com toda a sua mente; e ao seu próximo como a si mesmo.” 28 Jesus lhe disse: “Você respondeu certo. Faça isso, e viverá!” 29 Mas o especialista em leis, querendo se justificar, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30 Jesus respondeu: “Um homem ia descendo de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de assaltantes, que lhe arrancaram tudo, e o espancaram. Depois foram embora, e o deixaram quase morto. 31 Por acaso um sacerdote estava descendo por aquele caminho; quando viu o homem, passou adiante, pelo outro lado. 32 O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu, e passou adiante, pelo outro lado. 33 Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e teve compaixão. 34 Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal, e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. 35 No dia seguinte, pegou duas moedas de prata, e as entregou ao dono da pensão, recomendando: ‘Tome conta dele. Quando eu voltar, vou pagar o que ele tiver gasto a mais’.” E Jesus perguntou: 36 “Na sua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”37 O especialista em leis respondeu: “Aquele que praticou misericórdia para com ele.” Então Jesus lhe disse: “Vá, e faça a mesma coisa.”
Comentário:
* 25-37: O primeiro a colocar obstáculos no caminho de Jesus é um teólogo. Este sabe que o amor total a Deus e ao próximo é que leva à vida. Mas, não basta saber. É preciso amar concretamente. A parábola do samaritano mostra que o próximo é quem se aproxima do outro para lhe dar uma resposta às necessidades. Nessa tarefa prática, o amor não leva em conta barreiras de raça, religião, nação ou classe social. O próximo é aquele que eu encontro no meu caminho. O legista estabelecia limites para o amor: “Quem é o meu próximo?” Jesus muda a pergunta: “O que você faz para se tornar próximo do outro?”
No centro do Evangelho de hoje está a questão da identidade do nosso próximo, pois, no Antigo Testamento, é um termo muito amplo. Em alguns casos, é somente o irmão ou parente; em outros, um amigo ou membro do mesmo clã ou grupo social. Jesus alarga o campo semântico, tentando fazer compreender que o próximo é todo aquele que precisa de nós, independentemente de raça, religião, classe social etc. O próximo a ser amado, respeitado e acolhido é todo homem e toda mulher, sem distinção de nenhum tipo. Até mesmo nossos inimigos ou opositores são nossos próximos, daí o mandamento supremo de “amar o próximo como a si mesmo”, que substitui, juntamente com o “amar a Deus sobre todas as coisas”, toda a Torá. Em Jesus, somos convidados a “nos fazermos próximos” uns dos outros.
sábado, 4 de outubro de 2025
Lucas 17, 5-10 Atitudes do discípulo.
5 Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6 O Senhor respondeu: “Se vocês tivessem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a esta amoreira: ‘Arranque-se daí, e plante-se no mar’. E ela obedeceria a vocês.
7 Se alguém de vocês tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Venha depressa para a mesa’? 8 Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepare-me o jantar, cinja-se e sirva-me, enquanto eu como e bebo; depois disso você vai comer e beber’? 9 Será que vai agradecer ao empregado, porque este fez o que lhe havia mandado? 10 Assim também vocês: quando tiverem cumprido tudo o que lhes mandarem fazer, digam: ‘Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos fazer’.”
Comentário:
* 1-10: Lucas reúne aqui sentenças de Jesus sobre o escândalo, a correção fraterna, o perdão, o poder da fé e a necessidade de estar desinteressadamente a serviço de Deus. São atitudes fundamentais para a vida do discípulo de Jesus. 
Na viagem a Jerusalém, os apóstolos reconhecem sua falta de fé, por isso o pedido: “Aumenta nossa fé”. Jesus mostra-lhes a importância da fé, mesmo pequena. A fé do cristão não está em aderir a um conjunto de verdades abstratas, mas trata-se de uma escolha concreta: a de seguir o Mestre. Segundo o texto, o poder da fé é muito grande, consegue coisas humanamente impossíveis. A pequena parábola pode chocar os corações mais genuínos. Ela dá a impressão de justificar a escravidão, mas Jesus não aprova escravidão nenhuma, apenas aproveita da realidade presente no seu tempo, em que havia muitos escravos. Precisamos de muita fé para compreender nossa contribuição gratuita ao serviço do Reino de Deus. A parábola mostra que os servidores do Evangelho não devem esperar aplausos e recompensas. Ela quer desfazer o conceito de um “deus capitalista”, uma troca de favores, que recompensa ou castiga conforme nosso agir. Deus nunca esquecerá o bem que fazemos, mas não o fazemos para ter méritos diante dele.
2 Timóteo 1, 6-8.13-14 Não se envergonhar do Evangelho.
* 6 Por esse motivo, o convido a reavivar o dom de Deus que está em você pela imposição de minhas mãos. 7 De fato, Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sabedoria. 8 Não se envergonhe, portanto, de dar testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro; pelo contrário, participe do meu sofrimento pelo Evangelho, confiando no poder de Deus13 Tome por modelo as sãs palavras que você ouviu de mim, com a fé e o amor que estão em Jesus Cristo. 14 Guarde o bom depósito com o auxílio do Espírito Santo que habita em nós.
Comentário:
* 6-14: Preso e prestes a enfrentar o martírio, Paulo procura estimular seu companheiro Timóteo, convidando-o a reavivar o dom que este recebeu em sua “ordenação” para a missão. Esta consiste fundamentalmente em testemunhar o Evangelho, e isso pode levar a testemunha ao mesmo destino de Jesus: o sofrimento e a morte. “Envergonhar-se” é renegar o testemunho por causa da perseguição social que ele provoca (cf. Mc 8,38). A vocação cristã é dom gratuito de participação no projeto de Deus: projeto de salvação feito desde a eternidade, manifesto em Jesus Cristo e entregue a todos pelo anúncio do Evangelho. Sobre o “depósito da fé” (vv. 12.14), cf. nota em 1Tm 6,20-21. O Espírito garante o discernimento que faz compreender o núcleo fundamental da fé, isto é, o testemunho de Jesus Cristo, e como concretizá-lo em novas situações históricas.
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
Lucas 10, 17-24 A alegria do discípulo.
* 17 Os setenta e dois voltaram muito alegres, dizendo: “Senhor, até os demônios obedecem a nós por causa do teu nome.» 18 Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago. 19 Vejam: eu dei a vocês o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo, e nada poderá fazer mal a vocês. 20 Contudo, não se alegrem porque os maus espíritos obedecem a vocês; antes, fiquem alegres porque os nomes de vocês estão escritos no céu.”
Os pobres evangelizam -* 21 Nessa hora, Jesus se alegrou no Espírito Santo, e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar.” 23 E Jesus voltou-se para os discípulos, e lhes disse em particular: “Felizes os olhos que veem o que vocês veem. 24 Pois eu digo a vocês que muitos profetas quiseram ver o que vocês estão vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir.”
Comentário:
* 17-20: Os milagres realizados são motivo de alegria para os discípulos que retornam. No entanto, Jesus mostra que são apenas sinais de uma libertação muito mais ampla, que ameaça o domínio de Satanás. A verdadeira alegria dos discípulos é saber que a novidade do Reino está surgindo, e que eles estão participando dela.
* 21-24: Os sábios e inteligentes não são capazes de perceber em Jesus a presença do Reino. Só os desfavorecidos e pobres conseguem penetrar o sentido da atividade de Jesus e continuá-la.
O Evangelho de hoje nos impele a um exercício de memória, obriga-nos a refletir sobre a libertação que Jesus Cristo opera em nós. Fazendo memória dessa ação de Cristo, poderemos nos alegrar, pois temos a certeza de que nosso nome está inscrito no Reino. Seremos felizes na medida em que estivermos seguros de pertencer a Deus, aquele que sustenta toda a nossa vida, assim como os discípulos se alegraram com as maravilhas que podiam realizar ao agir em nome de Jesus. A maior alegria, no entanto, é a certeza de que o Reino está sendo construído e todos os que aceitarem o Evangelho dele participarão.
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
Lucas 10, 13-16 Os anunciadores do Reino.
13 Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. 14 Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura que vocês. 15 Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim! 16 Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.”
Comentário:
* 1-16: Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história.
Na subida para Jerusalém, apesar de realizar muitos sinais, Jesus encontra rejeição e hostilidade. Por isso as palavras duras que lemos hoje, quando Jesus compara as cidades que não o acolhem com Sodoma, a cidade pecadora, que no julgamento será tratada com menos rigor do que estas cidades que rejeitam o Reino: Corazin, Betsaida, Cafarnaum. Jesus faz um enérgico apelo à conversão, ao estilo profético. Afirma ainda que quem rejeita seus discípulos rejeita a ele próprio e ao Pai que o enviou. Recusar o dom de Deus é escolher a própria condenação, permanecendo fora da Nova Aliança e das novas relações sociais que nascem do projeto de Deus. Precisamos estar atentos, pois, em diversos momentos e situações, Jesus nos visita, chamando-nos à conversão.
quarta-feira, 1 de outubro de 2025
Mateus 18, 1-5.10 Quem é o maior na comunidade?
* 1 Naquele momento, os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino do Céu?” 2 Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles, 3 e disse: “Eu lhes garanto: se vocês não se converterem, e não se tornarem como crianças, vocês nunca entrarão no Reino do Céu. 4 Quem se abaixa, e se torna como essa criança, esse é o maior no Reino do Céu. 5 E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe.”
Por que alguém se afasta da comunidade? -* 10  “Cuidado para não desprezar nenhum desses pequeninos, pois eu digo a vocês: os anjos deles no céu estão sempre na presença do meu Pai que está no céu.
Comentário:
* 1-5: A comunidade cristã não é a reprodução de uma sociedade que se baseia na riqueza e no poder. Nela, é maior ou mais importante aquele que se converte, deixando todas as pretensões sociais, para pertencer a um grupo que acolhe fraternalmente Jesus na pessoa dos pequenos, fracos e pobres.
* 10-14: Por que alguém se extravia, isto é, se distancia da comunidade? Certamente por causa do escândalo (vv. 6-9), ou do desprezo daqueles que buscam poder e prestígio. A parábola mostra que a comunidade inteira deve preocupar-se e procurar aquele que se extraviou. A comunidade se alegra quando ele volta para o seu meio, porque a vontade do Pai foi cumprida.
No Evangelho que acabamos de ler, Jesus afirma que cada uma das crianças, ou cada um dos pequeninos (indefesos) da terra, tem no céu um anjo da guarda. Os anjos são os mensageiros de Deus, sua voz e presença no mundo. Segundo a definição do Catecismo, “são criaturas de Deus, puramente espirituais, que têm inteligência e vontade; vivem constantemente na presença de Deus e transmitem aos seres humanos a vontade de Deus e a sua proteção”. A Bíblia narra muitos fatos referentes aos anjos que acompanham as pessoas ou o povo, para protegê-los e comunicar-lhes a mensagem de Deus. Esses anjos da guarda continuam hoje a mesma missão, adorando a Deus e protegendo cada um de nós.
terça-feira, 30 de setembro de 2025
Lucas 9, 57-62 Os primeiros passos do discípulo.
* 57 Enquanto iam andando, alguém no caminho disse a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que fores.” 58 Mas Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça.” 59 Jesus disse a outro: “Siga-me.” Esse respondeu: “Deixa primeiro que eu vá sepultar meu pai.” 60 Jesus respondeu: “Deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos; mas você, vá anunciar o Reino de Deus.” 61 Outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa primeiro que eu vá me despedir do pessoal de minha casa.” 62 Mas Jesus lhe respondeu: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não serve para o Reino de Deus.”
Comentário:
* 57-62: Os primeiros passos para os que seguem Jesus em seu caminho são: disponibilidade contínua, capacidade de renunciar a seguranças e, iniciado o caminho, não voltar para trás, por motivo nenhum.
O seguimento de Jesus exige comprometimento, consciência plena e esforço pessoal. Não é tarefa fácil. Nos três convites que hoje vemos relatados, Jesus pede a quem quer ser seu discípulo que partilhe da sua simplicidade de vida, subordine tudo ao esforço missionário e renuncie aos vínculos humanos para formar uma família muito maior. Isso continua a ser exigido dos cristãos hoje, especialmente dos ordenados e consagrados, através dos votos de pobreza, obediência e castidade, mas também de todos os leigos que se dedicam de modo particular a um serviço na Igreja. No início do mês missionário, é bom recordar todos os que dedicam sua vida a essa bela e exigente missão de anunciar Cristo no mundo.
segunda-feira, 29 de setembro de 2025
Lucas 9, 51-56 Jesus vai para Jerusalém.
* 51 Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém, 52 e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho, e entraram num povoado de samaritanos, para conseguir alojamento para Jesus. 53 Mas, os samaritanos não o receberam, porque Jesus dava a impressão de quem se dirigia para Jerusalém. 54 Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para acabar com eles?” 55 Jesus porém, voltou-se e os repreendeu. 56 E partiram para outro povoado.
Comentário:
* 51-56: Jesus inicia o seu caminho para Jerusalém (cf. Introdução). Nessa viagem, Lucas mostra a pedagogia de Jesus, que vai indicando o caminho para aqueles que querem unir-se a ele. Tal processo por ele iniciado vai provocar sérios conflitos com aqueles que não querem mudar o rumo da história. Por enquanto, nem os samaritanos entendem que Jesus vai a Jerusalém para salvá-los. E os discípulos não imaginam que a Samaria será um dos primeiros lugares que eles evangelizarão ao saírem de Jerusalém (At 1,8).
Os samaritanos eram os habitantes da região da Samaria, que ficava entre a Galileia (Nazaré) e a Judeia (Jerusalém e Belém), portanto lugar de passagem durante as peregrinações à Cidade Santa. A origem desse povo é descrita no livro dos Reis (2Rs 17). Os samaritanos viviam em grande conflito com os israelitas no tempo de Jesus, sobretudo porque, no pós-exílio, eles se opuseram à reconstrução do templo de Jerusalém, preferindo dedicar culto no templo do monte Garizim, construído no ano 328 a.C. Por isso, eram considerados idólatras e impuros pelos judeus. Nesse contexto, conseguimos entender melhor a hostilidade em relação a Jesus e a consequente reação dos discípulos no Evangelho de hoje. Jesus, porém, veio para todos, inclusive para os samaritanos, como veremos em diversas outras passagens do Evangelho.
domingo, 28 de setembro de 2025
João 1, 47-51 As testemunhas apontam o Salvador.
47 Jesus viu Natanael aproximar-se e comentou: “Eis aí um israelita verdadeiro, sem falsidade.” 48 Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe chamasse você, eu o vi quando você estava debaixo da figueira.” 49 Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel!” 50 Jesus disse: “Você está acreditando só porque eu lhe disse: ‘Vi você debaixo da figueira’? No entanto, você verá coisas maiores do que essas.” 51 E Jesus continuou: “Eu lhes garanto: vocês verão o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.”
Comentário:
* 35-51: João descreve os sete dias da nova criação. No primeiro dia, João Batista afirma: “No meio de vocês existe alguém que vocês não conhecem.” Nos dias seguintes vemos como João Batista, João, André, Simão, Filipe e Natanael descobrem a Jesus. É sempre uma testemunha que aponta Jesus para outra. O último dia será o casamento em Caná, onde Jesus manifestará a sua glória.
“O que vocês estão procurando?” São estas as primeiras palavras de Jesus neste evangelho. Essa pergunta, ele a faz a todos os homens. Nós queremos saber quem é Jesus, e ele nos pergunta sobre o que buscamos na vida.
Os homens que encontraram Jesus começaram a conviver com ele. E no decorrer do tempo vão descobrindo que ele é o Mestre, o Messias, o Filho de Deus. O mesmo acontece conosco: enquanto caminhamos com Cristo, vamos progredindo no conhecimento a respeito dele.
João Batista era apenas testemunha de Jesus, a quem tudo se deve dirigir. João sabia disso; por isso convida seus próprios discípulos para que se dirijam a Jesus. E os dois primeiros vão buscar outros. É desse mesmo modo que nós encontramos a Jesus: porque outra pessoa nos falou dele ou nos comprometeu numa tarefa apostólica.
Jesus sempre reconhece aqueles que o Pai coloca em seu caminho. Ele reconhece Natanael debaixo da figueira e também Simão, escolhido para ser a primeira Pedra da Igreja.
Vereis o céu aberto: No sonho de Jacó, os anjos subiam e desciam por uma escada que ligava a terra ao céu (leia Gn 28,10-22). Doravante é Jesus, o Filho do Homem, a nova ligação entre Deus e os homens. 
A função dos anjos na Bíblia é a de serem mensageiros. Deus, o Todo-poderoso, “misterioso”, deseja se comunicar com o ser humano e, para isso, utiliza os anjos como porta-vozes. Eles fazem a ligação entre o céu e a terra, entre Deus e a humanidade. São muitos os exemplos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. O significado do nome dos arcanjos que hoje festejamos é extremamente peculiar e manifesta essencialmente o sentido de intermediação entre Deus e a humanidade: Miguel – “Quem é como Deus?” (patrono da sinagoga, agora da Igreja); Gabriel – “Deus mostra a sua força” (que anunciou a encarnação do Verbo); Rafael – “Deus cura” (o guia dos viajantes).
sábado, 27 de setembro de 2025
1 Timóteo 6, 11-16 O verdadeiro doutor.
* 11 Você, porém, homem de Deus, fuja dessas coisas. Procure a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a mansidão. 12 Combata o bom combate da fé, conquiste a vida eterna, para a qual você foi chamado. Isso, você o reconheceu numa bela profissão de fé diante de muitas testemunhas. 13 Diante de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Jesus Cristo, que deu testemunho diante de Pôncio Pilatos numa bela profissão de fé, eu ordeno a você: 14 guarde o mandamento puro, de modo irrepreensível, até a Aparição de nosso Senhor Jesus Cristo. 15 Essa Aparição mostrará, nos tempos estabelecidos, o Bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, 16 o único que possui a imortalidade, que habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém!
Comentário:
* 11-16: O verdadeiro doutor é aquele que foge da ambição e vive com sobriedade. Seu compromisso primeiro é com a verdade, a qual se manifesta no ministério de Cristo, relembrado nos vv. 15-16.
Lucas 16, 19-31 O rico e o pobre.
* 19 ‘Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino, e dava banquete todos os dias. 20 E um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava caído à porta do rico. 21 Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E ainda vinham os cachorros lamber-lhe as feridas. 22 Aconteceu que o pobre morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico, e foi enterrado. 23 No inferno, em meio aos tormentos, o rico levantou os olhos, e viu de longe Abraão, com Lázaro a seu lado. 24 Então o rico gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque este fogo me atormenta’. 25 Mas Abraão respondeu: ‘Lembre-se, filho: você recebeu seus bens durante a vida, enquanto Lázaro recebeu males. Agora, porém, ele encontra consolo aqui, e você é atormentado. 26 Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto de vocês, nem os daí poderiam atravessar até nós’. 27 O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa de meu pai, 28 porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não acabem também eles vindo para este lugar de tormento’. 29 Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas: que os escutem!’ 30 O rico insistiu: ‘Não, pai Abraão! Se um dos mortos for até eles, eles vão se converter’. 31 Mas Abraão lhe disse: ‘Se eles não escutam a Moisés e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles não ficarão convencidos’.”
Comentário:
* 19-31: A parábola é uma crítica à sociedade classista, onde o rico vive na abundância e no luxo, enquanto o pobre morre na miséria. O problema é o isolamento e afastamento em que o rico vive, mantendo um abismo de separação que o pobre não consegue transpor. Para quebrar esse isolamento, o rico precisa se converter. Nada o levará a essa conversão, se ele não for capaz de abrir o coração para a palavra de Deus, o que o leva a voltar-se para o pobre. Assim, mais do que explicação da vida no além, a parábola é exigência de profunda transformação social, para criar uma sociedade onde haja partilha de bens entre todos.
Jesus conta a parábola para os fariseus. A narrativa gira em torno do conflito social entre ricos e pobres, tema caro a Lucas. O rico se veste de luxo e tem comida farta, mas não tem nome. O pobre se alimenta das migalhas do rico, mas tem nome. Os dois morrem: o rico foi enterrado, e o pobre, levado ao seio de Abraão. O diálogo entre o rico e Abraão revela o caminho da superação do abismo entre ricos e pobres: a Palavra de Deus. A parábola não está enfatizando a existência do céu ou do inferno. Ela questiona o abismo que há entre riqueza e pobreza. A desgraça da riqueza é quando ela se torna “mamona”, isto é, adorada como um deus, e se torna obstáculo ao acesso ao Reino de Deus. O amor à riqueza torna cega a pessoa e a desfigura socialmente. A função social da riqueza é favorecer o bem-estar de todo cidadão. Não é humano fechar-se na “sociedade do bem-estar”, ignorando a “sociedade do mal-estar”. Não podemos ficar indiferentes diante de “tanta riqueza” em contraste com “tanta miséria”.
sexta-feira, 26 de setembro de 2025
Lucas 9, 43-45 O Filho do Homem vai ser entregue.
43 Todos ficaram admirados com a grandeza de Deus.
O povo estava admirado com tudo o que Jesus fazia. Então Jesus disse aos discípulos: 44 “Prestem atenção ao que eu vou dizer: o Filho do Homem vai ser entregue na mão dos homens.” 45 Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. Isso estava escondido a eles, para que não entendessem. E tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.
Comentário:
* 37-45: Enquanto os discípulos não mudarem sua ideia sobre o Messias, jamais realizarão atos de libertação, que dão continuidade à missão de Jesus.
Jesus desperta a admiração de todos, mas seu olhar está fixo na obra decisiva da salvação, na sua entrega pela humanidade, anunciada pela segunda vez aos discípulos. A expressão “Filho do Homem” é usada, originalmente, na apocalíptica judaica, aparecendo pela primeira vez na Bíblia no livro de Daniel, como força transformadora de Deus que desce à terra e destrói os poderes deste mundo, estabelecendo os fundamentos do novo Reino de Deus. Jesus é o verdadeiro “Filho do Homem”, capaz de transformar o mundo, não a partir dos interesses humanos, mas segundo a lógica da cruz. A cruz é o fundamento sobre o qual está assente a nova Jerusalém, que acolhe todos os homens e mulheres capazes de olhar para a cruz como árvore da vida nova.
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Lucas 9, 18-22 Jesus é o Messias.
* 18 Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou: “Quem dizem as multidões que eu sou?” 19 Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que tu és algum dos antigos profetas que ressuscitou.” 20 Jesus perguntou: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Pedro respondeu: “O Messias de Deus.” 21 Então Jesus proibiu severamente que eles contassem isso a alguém. 22 E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia.”
Comentário:
* 18-27: Não basta declarar e aceitar que Jesus é o Messias; é preciso rever a ideia a respeito do Messias, o qual, para construir a nova história, enfrenta os que não querem transformações. Por isso, ele vai sofrer, ser rejeitado e morto. Sua ressurreição será a sua vitória. E quem quiser acompanhar Jesus na sua ação messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer caminho semelhante: renunciar a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza. 
Normalmente, para descrever de modo adequado e completo a identidade de uma pessoa, precisamos conhecê-la bem, de perto, intimamente. Pedro ama profundamente Jesus e, por isso, afirma com segurança: “És o Messias de Deus”. Jesus é o Filho de Deus prometido desde todos os tempos para resgatar a humanidade de seu pecado e devolver-lhe a verdadeira condição de filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança. Muitos batizados, hoje, não conseguem responder da mesma forma porque não se relacionam intimamente com Cristo, que transforma nosso ser corruptível e nos conduz ao Reino do amor e da vida plena. Conhecer Jesus deve ser um esforço constante do cristão, pois só assim conseguiremos viver como ele viveu e amar como ele amou. Só assim poderemos saber quem ele é e o que espera de nós.
quarta-feira, 24 de setembro de 2025
Lucas 9, 7-9 Jesus começa a inquietar.
* 7 O governador Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou sem saber o que pensar, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos; 8 outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9 Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E queria ver Jesus.
Comentário:
* 7-9: A palavra e ação de Jesus deixam o povo e as autoridades sem saber o que pensar. É que a presença dele força todo mundo a se perguntar: “Quem é esse homem?” O encontro de Jesus e Herodes acontecerá na Paixão (23,6-12).
A ação de Jesus ganha cada vez mais repercussão, e todos querem saber quem é esse homem que realiza grandes obras. Ele representa uma novidade tamanha que todos ficam confusos acerca da sua identidade. O próprio rei Herodes, ao ouvir relatos sobre a palavra e ação de Jesus, é tomado por um grande temor e curiosidade. Deseja vê-lo, quer conhecê-lo. Mas não basta ver Jesus para saber quem ele é. É preciso reconhecê-lo através da fé. Esse pequeno detalhe nos mostra que somente somos capazes de “ver” claramente quem é Jesus à luz do acontecimento pascal. Somos, portanto, privilegiados, pois hoje conhecemos Jesus verdadeiramente como ele é, mas só descobriremos a profundidade da mensagem evangélica quando abrirmos nosso coração para acolher Jesus como verdadeiro Messias.
terça-feira, 23 de setembro de 2025
Lucas 9, 1-6 A missão dos discípulos.
* 1 Jesus convocou os Doze, e lhes deu poder e autoridade sobre os demônios e para curar as doenças. 2 E os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar. 3 E disse-lhes: “Não levem nada para o caminho: nem bastão, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas. 4 Em qualquer casa onde vocês entrarem, fiquem aí, até vocês se retirarem do lugar. 5 E todos aqueles que não os acolherem, vocês, ao sair da cidade, sacudam a poeira dos pés, como protesto contra eles.” 6 Os discípulos partiram, e percorriam os povoados, anunciando a Boa Notícia, e fazendo curas em todos os lugares.
Comentário:
* 9,1-6: Cf. nota em Mc 6, 6b-13: Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana (curas). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações.
Enviando os discípulos, Jesus confere-lhes poder e autoridade sobre as coisas que escravizam as pessoas. O pecado pode ser entendido como uma forma de escravidão, através da qual nos sujeitamos aos instintos do mundo: egoísmo, idolatria, inveja, ira, ambição, inimizades, ciúmes e outras realidades semelhantes. Deus, que nunca nos abandona, atrai-nos continuamente para a liberdade, que se expressa na comunidade dos discípulos, enviados ao mundo para proclamar a Boa-nova do Reino e curar os enfermos. Os discípulos praticam a liberdade, indo de cidade em cidade sem levar nada pelo caminho: “nem bastão, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas”. O desprendimento total dos instintos e dos bens terrenos, associado à confiança em Deus, são características essenciais da comunidade liberta por Cristo da escravidão do pecado.
segunda-feira, 22 de setembro de 2025
Lucas 8, 19-21 A verdadeira família de Jesus.
* 19 A mãe e os irmãos de Jesus se aproximaram, mas não podiam chegar perto dele por causa da multidão. 20 Então anunciaram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem te ver.” 21 Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.”
Comentário:
* 19-21: Jesus instaura novas relações entre os homens, que começam a existir quando os homens põem em prática a palavra do Evangelho, continuando a missão de Jesus.
Lucas também menciona a família biológica de Jesus. Isso serve para mostrar uma importante transformação na ação de Cristo: no início do Evangelho, vemos um lugar de grande destaque dado a Maria, que concebeu por ação do Espírito Santo; a Palavra de Deus que fecundou o ventre de Maria agora fecunda a comunidade dos discípulos, sua nova família, formada por todos os que aceitam e vivem seu Evangelho. Em Cristo, somos todos irmãos e irmãs, filhos e filhas de Deus, nosso Pai amoroso e misericordioso. Dessa família brota o mundo novo, cheio de vida e liberdade para todos.
domingo, 21 de setembro de 2025
Lucas 8, 16-18 Ouvir e agir.
* 16 “Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama. Ele a coloca no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz. 17 De fato, tudo o que está escondido, deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo, deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto. 18 Portanto, prestem atenção como vocês ouvem: para quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; para aquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter.”
Comentário:
* 16-18: Cf. nota em Mc 4,21-25. Quem não age, perde até mesmo a compreensão que pensa ter.
Nos trechos do Evangelho lidos ao longo desta semana, observaremos como Jesus inicia sua obra de forma modesta, como uma semente que germina lentamente. A luz de que nos fala o Evangelho de hoje é o próprio Cristo, que nos ilumina com sua Palavra. Aquele que se deixa iluminar não consegue esconder essa experiência pessoal que fez de Cristo, por isso a comunica aos seus irmãos e irmãs de toda forma possível, para que muitos outros também sejam iluminados. Nossa sociedade está carente de sinais positivos, sinais de esperança, sinais que só a Palavra de Deus pode dar, por isso ela deve invadir o mundo inteiro, sendo mensageira de amor e de perdão.
sábado, 20 de setembro de 2025
Lucas 16, 1-13 Tomar uma atitude prudente.
-* 1 Jesus dizia aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por estar esbanjando os bens dele. 2 Então o chamou, e lhe disse: ‘O que é isso que ouço contar de você? Preste contas da sua administração, porque você não pode mais ser o meu administrador’. 3 Então o administrador começou a refletir: ‘O senhor vai tirar de mim a administração. E o que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4 Ah! Já sei o que vou fazer para que, quando me afastarem da administração tenha quem me receba na própria casa’. 5 E começou a chamar um por um os que estavam devendo ao seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto é que você deve ao patrão?’ 6 Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, sente-se depressa, e escreva cinquenta’. 7 Depois perguntou a outro: ‘E você, quanto está devendo?’ Ele respondeu: ‘Cem sacas de trigo’. O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, e escreva oitenta’ “. 8* E o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque este agiu com esperteza. De fato, os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que aqueles que pertencem à luz.
9 “E eu lhes declaro: Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, e assim, quando o dinheiro faltar, os amigos receberão vocês nas moradas eternas. 10 Quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes. 11 Por isso, se vocês não são fiéis no uso do dinheiro injusto, quem lhes confiará o verdadeiro bem? 12 E se não são fiéis no que é dos outros, quem lhes dará aquilo que é de vocês? 13 Nenhum empregado pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.”
Comentário:
* 1-8: Jesus elogia o administrador, que soube tomar atitude prudente. O Reino de Deus já chegou: é preciso tomar uma atitude antes que seja tarde demais; converter-se e viver conforme a mensagem de Jesus.
* 9-13: Os vv. 9-13 fazem diversas aplicações da parábola. O v. 9 recomenda o uso da riqueza em favor dos pobres. Os vv. 10-12 mostram que é impossível ser fiel nas grandes coisas, quando somos negligentes nas pequenas. E o v. 13 urge uma decisão: escolher entre o serviço a Deus e o serviço às riquezas (cf. nota em Mt 6,19-24). 
Jesus conta uma parábola que nos inquieta ao elogiar a criatividade de alguém que pensa no seu sustento futuro. No tempo de Jesus, os grandes fazendeiros tinham seus capatazes que trabalhavam por eles. Esses capatazes nem sempre eram honestos e sinceros. Quando se veem em risco de perder o emprego, usam da criatividade para garantir o próprio futuro. A parábola convida os cristãos a serem criativos e empenhados na construção do Reino de Deus. O Evangelho questiona como é usado o dinheiro, os bens públicos e o que cada um tem. O cristão não pode entrar na lógica do mundo: lucro, acúmulo e exploração. A lógica do Reino é usar o dinheiro para criar amizade: dinheiro e bens partilhados em favor dos mais pobres. Na vida, há uma escolha: permanecer na lógica do mundo, servindo ao dinheiro, ou entrar na lógica do Reino, partilhando os bens. A palavra-chave é a conclusão do texto de hoje: “Ninguém pode servir a dois senhores”, ou seja, ao deus dinheiro (mamona) e ao Deus da vida.
1 Timóteo 2, 1-8 Deus quer salvar a todos.
* 1 Antes de tudo, recomendo que façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças em favor de todos os homens, 2 pelos reis e por todos os que têm autoridade, a fim de que levemos uma vida calma e serena, com toda a piedade e dignidade. 3 Isso é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador. 4 Ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. 5 Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem 6 que se entregou para resgatar a todos. Esse é o testemunho dado nos tempos estabelecidos por Deus, 7 e para o qual eu fui designado pregador e apóstolo - digo a verdade, não minto -, doutor das nações na fé e na verdade. 8 Quero, portanto, que os homens orem em todo lugar, erguendo mãos limpas, sem ira e sem discussões.
Comentário:
* 1-8: O autor recomenda que os cristãos incluam na sua oração todos os homens. É a oração litúrgica universal, impulsionada pela convicção de que Deus enviou seu Filho para salvar o mundo inteiro. Ser Igreja no mundo é testemunhar que o projeto de Deus está aberto para todos.
sexta-feira, 19 de setembro de 2025
Lucas 8, 4-15 Uma colheita custosa.
* 4 Ajuntou-se uma grande multidão, e de todas as cidades as pessoas iam até Jesus. Então ele contou esta parábola: 5 “O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e os passarinhos foram, e comeram tudo. 6 Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. 7 Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos brotaram junto, e a sufocaram. 8 Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um.” Dizendo isso, Jesus exclamou: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”
O mistério da missão de Jesus -* 9 Os discípulos perguntaram a Jesus o significado dessa parábola. 10 Jesus respondeu: “A vocês foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. Mas, aos outros ele vem por meio de parábolas, para que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam.”
Compreender a Palavra nos conflitos -* 11 “A parábola quer dizer o seguinte: a semente é a Palavra de Deus. 12 Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram; mas, depois chega o diabo, e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem, nem se salvem. 13 Os que caíram sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolheram com alegria a Palavra. Mas eles não têm raiz: por um momento, acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás. 14 O que caiu entre os espinhos são aqueles que ouvem, mas, continuando a caminhar, se afogam nas preocupações, na riqueza e nos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. 15 O que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo de coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.”
Comentário:
* 4-8: Cf. nota em Mt 13,1-9: Cf. nota em Mc 4,1-9. Se o Reino já está aqui, por que existem fracassos e conflitos? Jesus trouxe as sementes do Reino, e elas se espalharam pelo mundo. Mas, assim como Jesus encontrou resistência no meio do seu próprio povo, do mesmo modo pessoas e estruturas continuam impedindo a justiça do Reino de se estabelecer entre os homens. Sem dúvida, haverá uma colheita, mas à custa de muitas perdas, isto é, muitos procurarão sufocar as sementes do Reino, antes que chegue a vitória final. Querer negar e fugir dessas dificuldades para a implantação do Reino é não compreender o seu mistério.
* 9-10: Cf. nota em Mc 4, 10-12: As parábolas são histórias que ajudam a ler e compreender toda a missão de Jesus. Mas é preciso “estar dentro”, isto é, seguir a Jesus, para perceber que o Reino de Deus está se aproximando através de sua ação. Os que não seguem a Jesus ficam “por fora”, e nada podem compreender.
* 11-15: Cf. notas em Mc 4, * 13-20: A explicação da parábola focaliza os vários terrenos, mostrando o efeito que a missão de Jesus (contada pela palavra do Evangelho) tem sobre os ouvintes ou leitores. Cada pessoa vê e entende a partir do lugar que ocupa na sociedade e das dificuldades que encontra para se comprometer com Jesus e para continuar a ação dele.
Ao longo desta semana, o Evangelho nos apresentou diversas atividades de Jesus no meio do povo. À primeira vista, parecem ações simples, de pouca importância, mas a parábola do semeador, lida hoje, dá profundidade a toda essa aparente banalidade. Deus não age para provocar uma alteração imprevista nas situações atuais. Sua Palavra age do mesmo modo que o grão semeado na terra, que germina lentamente, mas produz frutos abundantes. A semente continua a ser lançada cada vez que lemos a Bíblia ou participamos da liturgia da Palavra. Mas, para que dê frutos, precisa encontrar um solo fértil, propício para seu crescimento. Nosso coração está preparado para acolher a Palavra de Deus e transformá-la em vida nova?
quinta-feira, 18 de setembro de 2025
Lucas 8, 1-3 As mulheres servem a Jesus.
* 1 Depois disso, Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Notícia do Reino de Deus. Os Doze iam com ele, 2 e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos maus e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual haviam saído sete demônios; 3 Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e várias outras mulheres, que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam.
Comentários:
*1-3: Jesus continua sua missão, e vai formando uma comunidade nova, a partir daqueles que são marginalizados pela sociedade do seu tempo, como eram as mulheres. Elas também são parte integrante do grupo que acompanha Jesus.
Lucas nos apresenta o nome de algumas mulheres que acompanhavam Jesus e o grupo dos Doze. Para a época, significou uma ruptura muito grande com a tradição rabínica, que não aceitava a presença de mulheres como discípulas. Por isso, esse relato tem um valor muito grande, mostrando a revolução apresentada por Jesus e a variedade de modelos de seguimento para todos os cristãos, valorizando e incentivando a presença e a atuação das mulheres ao longo do cristianismo. Infelizmente, parecemos ter regredido em relação às primeiras comunidades cristãs, nas quais as mulheres tinham grande protagonismo. A meditação deste trecho do Evangelho nos ajuda a refletir sobre o espaço que a mulher tem hoje na Igreja, um pouco ampliado com as iniciativas do papa Francisco, mas ainda muito limitado e aquém do que desejou nosso Senhor Jesus Cristo.
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
Lucas 7, 36-50 O perdão gera o amor.
* 36 Certo fariseu convidou Jesus para uma refeição em casa. Jesus entrou na casa do fariseu, e se pôs à mesa. 37 Apareceu então certa mulher, conhecida na cidade como pecadora. Ela, sabendo que Jesus estava à mesa na casa do fariseu, levou um frasco de alabastro com perfume. 38 A mulher se colocou por trás, chorando aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés. Em seguida, os enxugava com os cabelos, cobria-os de beijos, e os ungia com perfume. 39 Vendo isso, o fariseu que havia convidado Jesus ficou pensando: “Se esse homem fosse mesmo um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, porque ela é pecadora.” 40 Jesus disse então ao fariseu: “Simão, tenho uma coisa para dizer a você.” Simão respondeu: “Fala, mestre.” 41 “Certo credor tinha dois devedores. Um lhe devia quinhentas moedas de prata, e o outro lhe devia cinquenta. 42 Como não tivessem com que pagar, o homem perdoou aos dois. Qual deles o amará mais?” 43 Simão respondeu: “Acho que é aquele a quem ele perdoou mais.” Jesus lhe disse: “Você julgou certo.” 44 Então Jesus voltou-se para a mulher e disse a Simão: “Está vendo esta mulher? Quando entrei em sua casa, você não me ofereceu água para lavar os pés; ela, porém, banhou meus pés com lágrimas, e os enxugou com os cabelos. 45 Você não me deu o beijo de saudação; ela, porém, desde que entrei, não parou de beijar meus pés. 46 Você não derramou óleo na minha cabeça; ela, porém, ungiu meus pés com perfume. 47 Por essa razão, eu declaro a você: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, porque ela demonstrou muito amor. Aquele a quem foi perdoado pouco, demonstra pouco amor.” 48 E Jesus disse à mulher: “Seus pecados estão perdoados.” 49 Então os convidados começaram a pensar: “Quem é esse que até perdoa pecados?” 50 Mas Jesus disse à mulher: “Sua fé salvou você. Vá em paz!”
Comentário:
* 36-50: O fariseu não se considera pecador; por isso, fica numa atitude de julgamento, e não é capaz de entender e experimentar o perdão e o amor. Jesus mostra que a justiça de Deus se manifesta como amor que perdoa os pecados e transforma as condições das pessoas. O amor é expressão e sinal do perdão recebido.
Todos os cristãos – jovens ou idosos, com mais ou menos encargos, sejam eles sacerdotes, religiosos ou leigos – devem ser capazes de testemunhar, com gestos concretos, e não apenas pelo discurso eloquente, a experiência de Cristo ressuscitado na própria vida. Fazer a experiência de Cristo é experimentar o perdão de Deus, porque todos somos pecadores, e todos estamos carentes da misericórdia divina. O Evangelho que acabamos de ler nos convida a reconhecer nossos pecados, a prostrar-nos aos pés de Jesus e testemunhar concretamente a experiência de amor que brota do perdão, pois quanto mais somos pecadores, maior será a graça divina e maior devem ser nossa gratidão e nosso amor.
Assinar:
Comentários (Atom)
