* 1 Antes da festa da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado a sua hora. A hora de passar deste mundo para o Pai. Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2 Durante a ceia, o diabo já tinha posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, o projeto de trair Jesus. 3 Jesus sabia que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos. Sabia também que tinha saído de junto de Deus e que estava voltando para Deus.
4 Então Jesus
se levantou
da mesa,
tirou
o manto,
pegou
uma toalha
e amarrou-a
na cintura.
5 Colocou água na bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando com a toalha
que
tinha
na cintura.
6 Chegou a vez de Simão Pedro. Este disse: “Senhor, tu vais lavar os meus pés?» 7 Jesus respondeu: “” Você agora não sabe o que estou fazendo. Ficará sabendo mais tarde.” 8 Pedro disse: “Tu não vais lavar os meus pés nunca!” Jesus respondeu: “Se eu não o lavar, você não terá parte comigo.” 9 Simão Pedro disse: “Senhor, então podes lavar não só os meus pés, mas até as mãos e a cabeça.” 10 Jesus falou: “Quem já tomou banho, só precisa lavar os pés, porque está todo limpo. Vocês também estão limpos, mas nem todos.” 11 Jesus sabia quem o iria trair; por isso é que ele falou: “Nem todos vocês estão limpos.”
Quem segue Jesus deve servir - 12 Depois de lavar
os pés
dos discípulos, Jesus vestiu o manto, sentou-se de novo e perguntou: “Vocês compreenderam o que acabei de fazer? 13 Vocês dizem que eu sou o Mestre e o Senhor. E vocês têm razão; eu sou mesmo. 14 Pois bem: eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros. 15 Eu lhes dei um exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz.
Comentário:
* 13,1-17: A morte de Jesus abre a passagem
para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua
vida. O gesto de Jesus é ensinamento: a autoridade só pode ser entendida como
função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda acredita que a
desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade
e fraternidade. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas
elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Já não se justifica
nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos.
Jesus se reúne com seus discípulos e
partilha sua última ceia com eles. Nesta ceia, ele revela muitos aspectos
importantes: o amor que teve para com os seus até o fim, a ponto de doar a própria
vida; anuncia seu fim próximo, chegou sua hora; lavou os pés dos apóstolos,
prestou um serviço que era próprio dos escravos; Pedro resistiu para entrar na
dinâmica do serviço… O Evangelho de João não traz o relato da instituição da
Eucaristia. Este é substituído pelo lava-pés durante a última ceia. Com a
celebração da ceia na quinta-feira santa, a Igreja dá início ao Tríduo Pascal,
centro e ápice do ano litúrgico, quando se recorda a paixão, morte e
ressurreição de Jesus. Nesta celebração temos a instituição da Eucaristia, do
sacerdócio e do amor fraterno, representado pelo serviço do lava-pés. O
lava-pés, durante a ceia, lembra que o aspecto importante da Eucaristia é o
serviço prestado aos outros com amor. Os seguidores de Jesus são convidados a
repetir o gesto do Mestre no cotidiano da vida. Assim como o Mestre, amar
concretamente e não apenas com belas palavras. A melhor maneira de se
assemelhar ao Pai é doar-se pelo bem dos outros; esse é o culto agradável a
Deus.
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