* 40 Um leproso chegou perto de Jesus e pediu de joelhos: “Se queres, tu tens o poder de me purificar.” 41 Jesus ficou cheio de ira, estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fique purificado.” 42 No mesmo instante a lepra desapareceu e o homem ficou purificado. 43 Então Jesus o mandou logo embora, ameaçando-o severamente: 44 “Não conte nada para ninguém! Vá pedir ao sacerdote para examinar você, e depois ofereça pela sua purificação o sacrifício que Moisés ordenou, para que seja um testemunho para eles.” 45 Mas o homem foi embora e começou a pregar muito e a espalhar a notícia. Por isso, Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ele ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte as pessoas iam procurá-lo.
Comentário:
Jesus se
defronta com um leproso, símbolo máximo de exclusão religiosa e social. Diante
da marginalização provocada por leis injustas, Jesus toma posição em defesa da
vida, relativizando o código do puro e do impuro. O doente é corajoso e
confiante, quebra as normas do isolamento e se aproxima de Jesus: “se queres,
podes me curar”. Ele reconhece que Jesus tem o poder de reintegrá-lo ao
convívio social. Jesus toca o doente: este fica curado. E Jesus, por sua vez,
se torna “impuro”: é mais um excluído que tem que viver fora, em lugares
desertos. Diante desse fato, somos convidados a olhar não tanto para o
“milagre” em si, mas para o que ele aponta. Com esse gesto, Jesus quer derrubar
as barreiras levantadas por preconceitos, criados por certas leis ultrapassadas
ou pela intolerância que provocam exclusões e perseguições. A ação de Jesus se
opõe à “política higienista”, que propõe varrer para o ostracismo cidadãos
mendigos e “impuros”. Deus não marginaliza, é a sociedade que coloca barreiras
e exclui os indesejáveis, os “leprosos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário