quinta-feira, 12 de maio de 2022

João 12, 1-6 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós 3e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”. Comentário: *1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna. A atitude de Jesus no trecho apresentado pela liturgia hoje é de consolo. Uma vez que Jesus percebe que seus discípulos estão aflitos, há o pedido ou indicação para que eles não fiquem perturbados. Sim! Diante de muitas situações, o coração humano vai experimentar a angústia e o desconforto. Uma doença inesperada, a falta de notícias de um ente querido, um acidente e tantas outras situações podem nos perturbar e nos fazer duvidar da presença e da bondade de Deus em nossas vidas. No caso de Jesus, perturba o coração dos discípulos a iminência de sua partida. Nunca é fácil saber que quem amamos está às portas de partir de algum modo; mas deveríamos estar sempre atentos para essa possibilidade que é real e faz parte da vida. Jesus, contudo, não deixará seus discípulos desamparados; ao contrário, ele garante que, para onde ele for, assegurará um lugar para os seus.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

João 13, 16-20 Quem segue Jesus deve servir.

16“Em verdade, em verdade vos digo, o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. 17Se sabeis isso e o puserdes em prática, sereis felizes. Jesus é traído por um discípulo - 18Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: ‘Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19Desde agora vos digo isso, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou. 20Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”. Comentário: * 1-17: A morte de Jesus abre a passagem para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua vida. O gesto de Jesus é ensinamento: a autoridade só pode ser entendida como função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade e fraternidade. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos. * 18-30: A longa noite da paixão começa com a traição de Judas, símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã. Existe uma relação de total proximidade entre Jesus e o Pai; é essa relação que deveria haver entre Jesus e seus discípulos. Contudo, se é claro para Jesus que ele é enviado pelo Pai, deve ficar claro para cada discípulo – de todos os tempos – que ele é enviado por Jesus. Noutras palavras, os discípulos de Jesus são chamados a repetir os gestos do Mestre que, na última ceia, como servo, lavou os pés dos seus seguidores por amor e para dar exemplo, para que não restassem dúvidas de qual deveria ser o caminho assumido dali por diante. Assumir o caminho do serviço é, para todos, exigente; requer resiliência e fé profunda e madura, pois no centro de tudo está o Mestre. Com muita rapidez, para a nossa comodidade, podemos considerar as atitudes dos outros, principalmente quando o objetivo é reprovar algo; porém, nada melhor e mais saudável do que olhar para si próprio e buscar viver como o Mestre viveu.

terça-feira, 10 de maio de 2022

João 12, 44-50 A palavra de Jesus julga os homens.

44Jesus exclamou em alta voz: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. 45Quem me vê, vê aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. 47Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. 49Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. 50E eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”. Comentário: * 44-50: Toda ideia ou teoria sobre Deus que não esteja de acordo com a palavra e ação de Jesus é falsa. Porque Jesus é a revelação do próprio Deus. E a missão de Jesus se estende a todos, mas cada um permanece livre de aceitar a sua oferta. A recusa da vida, porém, traz consigo a escolha da própria morte. Jesus não perde a oportunidade de declarar que ele e o Pai vivem em profunda sintonia e intimidade. As palavras e atitudes de Jesus refletem aquilo que é o querer do Pai; noutras palavras, Jesus não faz nada por si mesmo. Jesus é portador da luz e da verdade, e suas ações visam à salvação do ser humano de forma plena e definitiva. Jesus não veio para condenar ninguém; contudo, cada ser humano pode, sim, se perder por não ter dado atenção ao que ouviu. Noutras palavras, podemos dizer que recai sobre quem ouve a palavra de Jesus e não a põe em prática a responsabilidade, digamos dessa forma, de ter podido permanecer sob a luz e ter escolhido a escuridão. Sim, o ser humano é livre para escolher seus caminhos e, obviamente, assumir as consequências dessas escolhas.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

João 10, 22-30 As credenciais de Jesus são as suas obras.

22Celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do templo. Era inverno. 23Jesus passeava pelo templo, no pórtico de Salomão. 24Os judeus rodeavam-no e disseram: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”. 25Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; 26vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna, e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. 29Meu Pai, que me deu essas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”. Comentário: * 22-39: Jesus define sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas de seu messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age nele. A relação que se estabelece entre Jesus e seus discípulos é comparada à ligação que conecta o pastor e as ovelhas pelas quais ele – o pastor – é responsável. Como já foi mencionado anteriormente, talvez para nós, hoje, a relação pastor-ovelha não diga muito; contudo, podemos extrair dela o ensinamento proposto. Os judeus querem uma certeza ou uma prova definitiva de quem é Jesus; essa prova, porém, já foi dada por meio das palavras e atitudes assumidas por Jesus ao longo de sua vida. Poderíamos mencionar aqui que há, da parte dos judeus, cegueira e surdez que os impedem de ver e ouvir com boa vontade e abertura aquilo que está sendo dito. Os judeus tinham um caminho consolidado e era difícil para eles admitir uma postura completamente nova. A forma como os judeus se relacionaram com Jesus pode nos ajudar a refletir sobre quão aberto está o nosso coração para acolher a voz do Pastor.

João 10, 1-10 O povo conhece a voz de Jesus.

-* 1 “Eu garanto a vocês: aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2 Mas aquele que entra pela porta, é o pastor das ovelhas. 3 O porteiro abre a porta para ele, e as ovelhas ouvem a sua voz; ele chama cada uma de suas ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4 Depois de fazer sair todas as suas ovelhas, ele caminha na frente delas; e as ovelhas o seguem porque conhecem a sua voz. 5 Elas nunca vão seguir um estranho; ao contrário, vão fugir dele, porque elas não conhecem a voz dos estranhos.” 6 Jesus contou-lhes essa parábola, mas eles não entenderam o que Jesus queria dizer. Jesus é o único caminho -* 7 Jesus continuou dizendo: “Eu garanto a vocês: eu sou a porta das ovelhas. 8 Todos os que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram. 9 Eu sou a porta. Quem entra por mim, será salvo. Entrará, e sairá, e encontrará pastagem. 10 O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. Comentário: * 1-6: Nesta comparação, o curral representa a instituição que explora e domina o povo. Os ladrões e assaltantes são os dirigentes. Jesus mostra que sua mensagem é incompatível com qualquer instituição opressora e que sua missão é conduzir para fora da influência dela os que nele acreditam, a fim de formar uma comunidade que possa ter vida plena e liberdade. * 7-21: O único meio de libertar-se de opressores ou de uma instituição opressora é comprometer-se com Jesus, pois ele é a única alternativa (a porta). Jesus é o modelo de pastor: ele não busca seus próprios interesses; ao contrário, ele dá a sua própria vida a todos aqueles que aceitam sua proposta. Jesus provoca divisão: para uns, suas palavras são loucura; para outros, sua ação é sinal de libertação. A linguagem adotada por Jesus no Evangelho segundo João se relaciona diretamente com a realidade que ele – Jesus – e as pessoas a sua volta compreendiam bem. Embora houvesse cidades, a realidade rural e campesina era bem presente, e as imagens vinculadas a esse mundo agrário e pastoril faziam sentido, pois eram familiares. Em nossos dias, podemos dizer que estamos muito mais presentes nas cidades do que no campo, e compreender bem o que Jesus apresenta requer um pouco mais de esforço. Contudo, em meio a essa alegoria, Jesus afirma de forma direta que ele é aquele que veio trazer vida plena a todas as pessoas. Alguém, que não seja Jesus, pode ser tomado como assaltante ou ladrão, pois não se importa verdadeiramente com a vida e a segurança das ovelhas. A exemplo de Jesus, muitas pessoas foram e são indicadores para aquele que é a Porta. As palavras que os seguidores de Jesus anunciam necessariamente devem conduzir ao Mestre e Pastor.

sábado, 7 de maio de 2022

João 10, 27-30 As credenciais de Jesus são as suas obras.

27 Minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu dou a elas vida eterna, e elas nunca morrerão. Ninguém vai arrancá-las da minha mão. 29 O Pai, que tudo entregou a mim, é maior do que todos. Ninguém pode arrancar coisa alguma da mão do Pai. 30 O Pai e eu somos um.” Comentário: * 22-39: Jesus define sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas de seu messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age nele. O quarto domingo da Páscoa é conhecido como o “domingo do Bom Pastor”. Nos três anos do ciclo litúrgico, é lida uma passagem do capítulo 10 do Evangelho de João. O capítulo do Bom Pastor é um alerta sobre os maus pastores do tempo da comunidade joanina e ao longo da história da humanidade. Se há “bons pastores”, isso é sinal de que há também “maus pastores”. É importante distinguir o “bom pastor” do “mau pastor”. O texto de hoje apresenta algumas características do “bom pastor”: ele conhece seus seguidores, é capaz de doar a própria vida em favor deles, tem cuidado especial com cada um em particular. Diante desse cuidado todo do “bom pastor”, seus seguidores escutam sua voz e seguem suas pegadas. Ouvir a voz do Mestre e seguir seus passos significa aderir a ele não apenas com palavras, mas principalmente no compromisso do dia a dia. É importante se deixar conduzir pela voz do Mestre, pois ele sempre propõe a defesa da vida. Jesus, novo templo, revela a presença do próprio Pai, “eu e o Pai somos um”. O Pai está presente e se manifesta em Jesus, e, através dele, realiza sua obra. Jesus e seu Pai revelam perfeita unidade. A exemplo de Jesus, a vida de cada cristão deveria revelar a presença de Deus.

Apocalipse 7, 9.14-17 Deus realiza a salvação.

9* Depois disso eu vi uma grande multidão, que ninguém podia contar: gente de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam todos de pé diante do trono e diante do Cordeiro. Vestiam vestes brancas e traziam palmas na mão. 14 Eu respondi: "Não sei não, Senhor! O Senhor é quem sabe!" Ele então me explicou: "São os que vêm chegando da grande tribulação. Eles lavaram e alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro. 15 É por isso que ficam diante do trono de Deus, servindo a ele dia e noite em seu Templo. Aquele que está sentado no trono estenderá sua tenda sobre eles. 16 Nunca mais terão fome, nem sede; nunca mais serão queimados pelo sol, nem pelo calor ardente. 17 Pois o Cordeiro que está no meio do trono será o pastor deles; vai conduzi-los até às fontes de água da vida. E Deus lhes enxugará toda lágrima dos olhos." Comentário: * 9-12: O povo de Deus reconhece que a salvação vem de Deus e do Cordeiro. Não são as coisas e nem os homens absolutizados que salvam. Unido aos anjos e à criação, o povo de Deus adora a Deus e reconhece que a plenitude do louvor pertence somente a Deus. * 13-17: João enfatiza a salvação do povo de Deus. A grande tribulação são as perseguições. A veste branca significa a participação no testemunho de Jesus. Os vv. 15-17 lembram a festa das Tendas, que era um sinal da Aliança. A salvação é a realização da Aliança: a morada de Deus com os homens. Com a realização futura da Aliança não haverá mais limitações nem sofrimentos: Jesus será o pastor que leva o povo a viver em plenitude.