quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Mateus 7, 7-12 Confiança no Pai.

7“Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! 8Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra; e a quem bate, a porta será aberta. 9Quem de vós dá ao filho uma pedra quando ele pede um pão? 10Ou lhe dá uma cobra quando ele pede um peixe? 11Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! 

A regra de ouro -* 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas”.

Comentário:

* 7-11: A oração é a expressão da nossa relação com Deus como o único absoluto (cf. Mt 6,5-7). Aqui se abre uma nova perspectiva: essa relação deve ser de confiança e intimidade como a de um filho para com o seu pai.

* 12: No tempo de Jesus, "Lei e Profetas" indicava todo o Antigo Testamento. Esta "regra de ouro" convida-nos a ter para com os outros a mesma preocupação que temos espontaneamente para com nós mesmos. Não se trata de visão calculista - dar para receber -, mas de uma compreensão do que seja o amor do Pai.

O texto de hoje fala sobre a oração de petição. Deus Pai sabe de nossas necessidades, mas quer que nos preocupemos com elas. Por isso pedimos e, ao mesmo tempo que pedimos, nos envolvemos no compromisso, não ficamos acomodados só no pedir. Em outras palavras, quando peço, me envolvo no pedido; quando busco, não me conformo em ficar sem o que perdi; quando bato, busco aconchego na família. São atitudes que não nos deixam passivos. Se os pais sabem dar coisas boas aos filhos, muito mais Deus saberá dar aquilo que é melhor para cada um de seus filhos e filhas. Ele nunca nos dará coisas inúteis (pedras) nem coisas nocivas (serpentes). O Evangelho conclui com a “regra de ouro”: fazer aos outros tudo o que gostaríamos que eles nos fizessem. Essa é a fraternidade confirmada pela Lei e pelos profetas.

ORAÇÃO
Atencioso e providente Jesus, conheces nossos limites e carências, por isso nos orientas a pedir, buscar e bater à porta. São expressões que sugerem humildade, movimento e perseverança. E nos garantes que o Pai celeste atenderá os pedidos dos que o procuram de coração sincero. Amém.

 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Lucas 11, 29-32 O grande sinal.

 29Quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.

Comentário:

* 29-32: Não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.

Jesus critica a “geração malvada” que está em busca de sinais para acreditar e aderir a ele. Lembra duas personagens conhecidas do passado: Jonas e Salomão. O povo de Nínive acreditou na pregação de Jonas e se converteu; Salomão consegue atrair admiração pela sua sabedoria. O evangelista apresenta Jesus como alguém maior que esses dois. Mesmo assim muitos não acreditam nele e querem sinais estrondosos para acreditar. A fé não se baseia em milagres, mas ela pode provocar milagres. A fé que depende de sinais maravilhosos é uma fé frágil. Jesus, filho do carpinteiro, não deseja forçar ninguém a segui-lo. Mais do que buscar sinais, precisamos ser sinais vivos que levam as pessoas a acreditar em Jesus. Por meio de nossa vivência cristã, poderemos ser sinais que apontam para o amor e a misericórdia de Deus.

ORAÇÃO
Ó Jesus de Nazaré, és maior que o rei Salomão; és maior que o profeta Jonas. No entanto, teus conterrâneos não foram capazes de reconhecer tua divina presença no meio e a favor deles. Desperta, Senhor, nossa sensibilidade para que valorizemos a tua transformadora presença em nós e entre nós. Amém.

 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Mateus 6, 7-15 O “Pai nosso”.

7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”.

Comentário:

* 7-15: Mateus aproveita o tema da oração para inserir aqui o Pai-nosso (cf. Lc 11,1-4), contrapondo a oração cristã à oração dos fariseus e dos pagãos. O Pai-nosso mostra a simplicidade e intimidade do homem com Deus. Na primeira parte, pede-se que Deus manifeste o seu projeto de salvação; na segunda, pede-se o essencial para que o homem possa viver segundo o projeto de Deus: pão para o sustento, bom relacionamento com os irmãos e perseverança até o fim.

O texto do Evangelho nos apresenta o modelo de oração proposto por Jesus: o pai-nosso, que sintetiza todo seu ensinamento e conteúdo sobre a oração: rezamos ao Pai – como filhos e filhas – que está no céu e aqui junto a nós; santificamos seu nome, santificando-nos; pedimos que seu projeto de vida digna para todos se torne realidade; sempre atentos para cumprir sua vontade; pedimos o pão cotidiano para todos; devemos viver a reconciliação com todos; sempre atentos para não cair na tentação de fazer o mal aos outros. Por meio de palavras simples e sem muito palavrório, nos dirigimos a Deus não para curvá-lo à nossa vontade ou manipulá-lo, mas para descobrir sempre mais sua vontade amorosa e torná-la nossa. Como bom Pai, Deus conhece e compreende as necessidades de seus filhos e filhas.

ORAÇÃO
Ó Jesus, mestre de oração, faze-nos compreender que rezar não é cair na repetição de palavras vazias. Rezar é entrar em comunhão com o Pai celeste, expressando-lhe nossos anseios profundos e essenciais, com a certeza de que nossa oração só será eficaz se for acompanhada com a atitude de perdão. Amém.



domingo, 21 de fevereiro de 2021

Mateus 16, 13-19 Jesus é o Messias.

 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

Comentário:

* 13-23: Cf. nota em Mc 8,27-33. Pedro é estabelecido como o fundamento da comunidade que Jesus está organizando e que deverá continuar no futuro. Jesus concede a Pedro o exercício da autoridade sobre essa comunidade, autoridade de ensinar e de excluir ou introduzir os homens nela. Para que Pedro possa exercer tal função, a condição fundamental é ele admitir que Jesus não é messias triunfalista e nacionalista, mas o Messias que sofrerá e morrerá na mão das autoridades do seu tempo. Caso contrário, ele deixa de ser Pedro para ser Satanás. Pedro será verdadeiro chefe, se estiver convicto de que os princípios que regem a comunidade de Jesus são totalmente diferentes daqueles em que se baseiam as autoridades religiosas do seu tempo.

Conhecida já em meados do século IV, esta festa nasceu do costume de se deixar uma cadeira (cátedra) vazia destinada a determinados mortos. Ora, por desconhecer o verdadeiro dia da morte de Pedro, a comunidade cristã de Roma o comemorava no dia 22 de fevereiro. Só mais tarde é que esta “cátedra” mortuária foi interpretada no sentido de cátedra episcopal, passando a se ver aí a tomada de posse da Igreja de Roma por parte do apóstolo Pedro. Na celebração eucarística, a oração do dia reforça o atual significado da festa: “Concedei, ó Deus Todo-Poderoso, que nada nos possa abalar, pois edificastes a vossa Igreja sobre aquela pedra que foi a profissão de fé do apóstolo Pedro”. Ótima ocasião para unir-nos ao papa e rezar por suas intenções.

ORAÇÃO
Ó Jesus, Filho do Deus vivo, confiaste ao apóstolo Pedro a responsabilidade sobre a tua Igreja nascente. Concede, Senhor, ao sucessor dele, o papa, a sabedoria necessária para conduzir eficazmente teu “rebanho” em todo o mundo. Cobre-o de saúde e proteção, a fim de que resista à pressão dos adversários. Amém.

 

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Marcos 1, 12-15 Jesus vai enfrentar o mal.

12Em seguida o Espírito levou Jesus para o deserto. 13E ele ficou no deserto durante quarenta dias e aí foi tentado por satanás. Vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam. 

A pregação de Jesus - 14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”

Comentário:

* 12-13: A tentação no deserto resume os conflitos que Jesus vai experimentar em toda a sua vida. Deverá enfrentar o representante das forças do mal que escravizam os homens. E Deus o sustentará nessa luta.

* 14-15: São as primeiras palavras de Jesus: elas apresentam a chave para interpretar toda a sua atividade. Cumprimento: em Jesus, Deus se entrega totalmente. Não é mais tempo de esperar. É hora de agir. O Reino é o amor de Deus que provoca a transformação radical da situação injusta que domina os homens. Está próximo: o Reino é dinâmico e está sempre crescendo. Conversão: a ação de Jesus exige mudança radical da orientação de vida. Acreditar na Boa Notícia: é aceitar o que Jesus realiza e empenhar-se com ele.

Em poucos traços e com linguagem fortemente simbólica, o evangelista Marcos nos apresenta o que será a vida inteira de Jesus (o número quarenta representa totalidade). Movido pelo Espírito Santo, ele vai para o deserto, figura da sociedade judaica, palco de sua atividade missionária. Deserto é ambiente hostil, dificultoso, onde Jesus é tentado por Satanás, representante dos adversários do Reino de Deus. Estes não darão folga para Jesus realizar sua obra libertadora. O deserto é também o lugar que Jesus busca para rezar e ocultar-se da multidão que quer coroá-lo seu rei terreno, um ambiente favorável onde entreter-se com seus discípulos. Passando pelo deserto e superando as tentações, Jesus se apresenta, proclamando: “O Reino de Deus está perto. Arrependam-se e acreditem no Evangelho”.

ORAÇÃO
Ó Jesus, zeloso pregador do Evangelho, durante tua missão na terra, não ficaste livre das tentações dos adversários do Reino. No deserto, entre as feras, contaste com a
presença eficaz do Espírito Santo, e os anjos te serviam. Dá-nos, Senhor, força e sabedoria para não cairmos em tentação. Amém.

 

1 Pedro 3, 18-22 Solene compromisso com Deus.

  18Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito. 19No Espírito, ele foi também pregar aos espíritos na prisão, 20a saber, aos que foram desobedientes antigamente, quando Deus usava de longanimidade, nos dias em que Noé construía a arca. Nesta arca, umas poucas pessoas – oito – foram salvas por meio da água. 21À arca corresponde o batismo, que hoje é a vossa salvação. Pois o batismo não serve para limpar o corpo da imundície, mas é um pedido a Deus para obter uma boa consciência, em virtude da ressurreição de Jesus Cristo. 22Ele subiu ao céu e está à direita de Deus, submetendo-se a ele anjos, dominações e potestades.

Comentário:

* 18-22: Diante dos sofrimentos, o modelo sempre é a morte de Jesus, através do qual se realizou o ato definitivo da salvação. Pedro compara duas situações: o tempo de Noé e o tempo dos cristãos. No tempo de Noé, foi salvo um pequeno grupo de justos, enquanto a maioria pereceu. Com a descida de Jesus à mansão dos mortos, também eles tiveram que se confrontar com o Evangelho. No tempo dos cristãos, igualmente existe um grupo menor de batizados ("salvos pela água"), e a maioria ainda não se converteu. Agora, o testemunho dos batizados deve fazer com que os não-convertidos se confrontem com o Evangelho.