terça-feira, 26 de junho de 2018

Mateus 7, 6.12-14 Saber discernir.


* 6 “Não dêem aos cães o que é santo, nem atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés e, virando-se, despedaçar vocês.”
A regra de ouro -* 12 “Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas.”
O Reino exige esforço -* 13 “Entrem pela porta estreita, porque é larga a porta e espaçoso o caminho que levam para a perdição, e são muitos os que entram por ela! 14 Como é estreita a porta e apertado o caminho que levam para a vida, e são poucos os que a encontram!”
Comentário:
* 6: Esta sentença provavelmente significa que é desperdício e perigo anunciar o Reino aos que não estão preocupados com ele. Se ligada à sentença sobre os dois senhores (Mt 6,24), poderia significar que é inútil e até perigoso anunciar os princípios evangélicos àqueles cujo deus são as riquezas. O coração deles está em outro lugar; fizeram outra opção fundamental. Em todo caso, a sentença parece fora de contexto, e é de difícil interpretação.
* 12: No tempo de Jesus, “Lei e Profetas” indicava todo o Antigo Testamento. Esta “regra de ouro” convida-nos a ter para com os outros a mesma preocupação que temos espontaneamente para com nós mesmos. Não se trata de visão calculista - dar para receber -, mas de uma compreensão do que seja o amor do Pai.
* 13-14: Tanto a opção fundamental pelo Reino e sua justiça (entrar pela porta), como continuar nessa busca fundamental (caminho), não são fáceis. A escolha verdadeira nunca será feita pelos indecisos e acomodados. Estes ficam relutando, ou escolhem a estrada mais larga proposta pelos ídolos.
O que é sagrado – símbolos, ritos, coisas – entra na esfera de Deus e precisa ser respeitado. Pessoas sem religião por vezes abusam dos símbolos sagrados de outras crenças. Isso é ignorância e desrespeito. Pior ainda é quando o próprio Deus é objeto de blasfêmia. Isso então é intolerável. Jesus resgata, em chave positiva, um princípio comum a muitas culturas: “Façam às pessoas o mesmo que vocês desejam que elas façam a vocês”. É um impulso à prática do amor sem medida. Porta estreita e caminho apertado representam o Reino de Deus. É uma escolha que provoca perseguições. No entanto, é este é “o caminho que leva para a vida”. A porta larga se abre para um caminho espaçoso, sem Deus. Aí impera o egoísmo, e a pessoa, insensível às necessidades alheias, afunda nos bens terrenos. Vida perdida.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Mateus 7, 1-5 Ninguém pode julgar.


* 1 Não julguem, e vocês não serão julgados. 2 De fato, vocês serão julgados com o mesmo julgamento com que vocês julgarem, e serão medidos com a mesma medida com que vocês medirem.
3 Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção à trave que está no seu próprio olho? 4 Ou, como você se atreve a dizer ao irmão: ‘deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando você mesmo tem uma trave no seu? 5 Hipócrita, tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem para tirar o cisco do olho do seu irmão.”
Comentário:
Jesus puxa um assunto de extrema atualidade. As imagens do cisco e da trave são tão claras e eloquentes, que todos podem compreender. Nossa visão é enganosa: vemos, com lentes de aumento, os defeitos alheios, ao passo que escondemos os nossos. Contra essa tendência maligna é que Jesus nos adverte. Não temos condições para julgar ninguém de modo justo; somente Deus conhece o íntimo das pessoas. Então é necessário empenhar-nos a fim de corrigir nossos erros. Isso é exigente. Requer constante exame de consciência e profundo desejo de conversão. Lembramos, enfim, que os defeitos alheios que nos irritam são os nossos próprios defeitos. Preciosa indicação para sabermos o que aperfeiçoar em nós. Somos imperfeitos. Caminhamos confiando-nos à misericórdia de Deus.