segunda-feira, 30 de junho de 2025

Mateus 8, 23-27 Jesus é o Senhor das situações.

-* 23 Então Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24 E eis que houve grande agitação no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, estava dormindo. 25 Os discípulos se aproximaram e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!” 26 Jesus respondeu: “Por que vocês têm medo, homens de pouca fé?” E, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e tudo ficou calmo. 27 Os homens ficaram admirados e disseram: “Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?” Comentário: * 23-27: É nos momentos de crise e dificuldades diante do mundo que a comunidade cristã (discípulos) mostra se confia ou não na presença de Jesus em seu meio. As situações críticas são sempre um termômetro que mede o grau de consciência da maturidade ou infantilidade da fé. Uma travessia em águas agitadas serviu para Jesus manifestar seu poder sobre as forças da natureza e revelar sua real identidade divina. Curioso o contraste entre a barca, tomada por “violenta tempestade”, a ponto de quase afundar, e a tranquilidade de Jesus, que dorme. O mar onde navega a barca de Pedro, figura da Igreja, nem sempre é calmo e sereno. Contudo, devemos estar confiantes em Cristo, que habita na sua Igreja. É nossa fé em Cristo Jesus, único Senhor, que nos mantém firmes diante das perseguições do mundo e perante as agitações internas, às vezes tão violentas quanto as tempestades externas. Ainda que os homens falhem, e que as consequências do pecado nos afetem, não havemos de temer nenhum mal, porque nossa fé está enraizada em Cristo, nossa segurança. A fé nos garante que, em qualquer tempestade que assole a Igreja, o Senhor Jesus sai sempre vitorioso.

domingo, 29 de junho de 2025

Mateus 8, 18-22 Exigências para seguir Jesus.

* 18 Vendo grandes multidões ao seu redor, Jesus mandou passar para a outra margem. 19 Então um doutor da Lei se aproximou e disse: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores.” 20 Mas Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça.” 21 Outro, que era discípulo, disse a Jesus: “Senhor, deixa primeiro que eu vá sepultar meu pai.” 22 Mas Jesus lhe respondeu: “Siga-me, e deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos.” Comentário: * 18-22: Para seguir a Jesus, a pessoa precisa estar disposta a duas coisas: correr o risco da insegurança sobre o futuro, e estar pronta para não adiar o compromisso. Ao falar sobre o seguimento, Jesus atribui a si mesmo a expressão semítica frequente no Antigo Testamento e já utilizada em alguns outros contextos: Filho do Homem. O profeta Daniel, por exemplo, utiliza essa expressão para falar de uma figura celestial que virá na glória e cujo Reino será eterno e universal (cf. Dn 7). Essa figura é Jesus, que agora convida ao seguimento, alertando para o fato de que anunciar o Evangelho não será tarefa fácil. Dois são seus interlocutores. Primeiro um doutor da Lei, a quem Jesus mostra que, para segui-lo, é necessário viver despojado, sem apego a pessoas, lugares ou posses. O outro é um de seus discípulos, a quem Jesus responde acentuando a urgência em relação ao Reino. Trata-se de entregar-se por inteiro, e de imediato, à causa de Jesus e do Evangelho.

sábado, 28 de junho de 2025

Mateus 16, 13-19 Jesus é o Messias.

-* 13 Jesus chegou à região de Cesaréia de Filipe, e perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?” 14 Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros ainda, que é Jeremias, ou algum dos profetas.” 15 Então Jesus perguntou-lhes: “E vocês, quem dizem que eu sou?” 16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.” 17 Jesus disse: “Você é feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que lhe revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18 Por isso eu lhe digo: você é Pedro, e sobre essa pedra construirei a minha Igreja, e o poder da morte nunca poderá vencê-la. 19 Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu, e o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu.” Comentário: * 13-23: Cf. nota em Mc 8,27-33. Pedro é estabelecido como o fundamento da comunidade que Jesus está organizando e que deverá continuar no futuro. Jesus concede a Pedro o exercício da autoridade sobre essa comunidade, autoridade de ensinar e de excluir ou introduzir os homens nela. Para que Pedro possa exercer tal função, a condição fundamental é ele admitir que Jesus não é messias triunfalista e nacionalista, mas o Messias que sofrerá e morrerá na mão das autoridades do seu tempo. Caso contrário, ele deixa de ser Pedro para ser Satanás. Pedro será verdadeiro chefe, se estiver convicto de que os princípios que regem a comunidade de Jesus são totalmente diferentes daqueles em que se baseiam as autoridades religiosas do seu tempo. Na solenidade de Pedro e de Paulo, temos o Evangelho da profissão de fé de Pedro. Depois de ter sido acompanhado pelos seus discípulos, Jesus deseja saber o que pensam dele. Segundo o povo, Jesus é um dos antigos profetas que teria ressuscitado. A visão dos seus seguidores é dada por Pedro, representante do grupo: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”. Jesus o elogia pela resposta revelada pelo Pai e lhe entrega as chaves do Reino do Céu. As chaves significam serviço em prol do Reino. A missão de Pedro e de todos os discípulos de Jesus é uma missão desafiadora, que exige coragem e discernimento, pois encontrará muitos desafios e obstáculos. A Igreja celebra o martírio de Pedro e Paulo na mesma data, pois foram fiéis a Jesus até a morte. Fica a pergunta para nós: Quem é Jesus para mim? Vamos dizer quem ele é verdadeiramente se nossas ações refletirem o que ele ensinou e viveu. Portanto, mais do que resposta em palavras, devemos responder com gestos de amor.

2 Timóteo 4, 6-8.17-18 Combati o bom combate.

* 6 Quanto a mim, meu sangue está para ser derramado em libação, e chegou o tempo da minha partida. 7 Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé. 8 Agora só me resta a coroa da justiça que o Senhor, justo Juiz, me entregará naquele Dia; e não somente para mim, mas para todos os que tiverem esperado com amor a sua manifestação. O Senhor me deu forças - 17 Mas o Senhor ficou comigo e me encheu de força, a fim de que eu pudesse anunciar toda a mensagem, e ela chegasse aos ouvidos de todas as nações. E assim eu fui liberto da boca do leão. 18 O Senhor me libertará de todo mal e me levará para o seu Reino eterno. Ao Senhor, glória para sempre. Amém! Comentário: * 6-8: Diante da certeza do martírio, Paulo se compara a um atleta que recebe o prêmio da vitória: ele sabe que sua vida foi inteiramente dedicada a propagar e sustentar a fé. * 9-18: Os últimos tempos de Paulo são tristes e solitários. Embora abandonado e traído pelos companheiros mais próximos, seu olhar continua firme no Senhor, para anunciar o Evangelho e finalmente participar plenamente do Reino. Lucas já estava com Paulo no tempo da primeira prisão (cf. Cl 4,14); talvez seja este Lucas o autor do 3. ° Evangelho e do livro dos Atos dos Apóstolos. Marcos ou João Marcos foi companheiro circunstancial (cf. At 12,12) e teve uma divergência com Paulo (cf. At 15,37-39). Mas o encontramos como companheiro fiel no tempo da perseguição (cf. Cl 4,10).

sexta-feira, 27 de junho de 2025

João 21,15-19 Para dirigir a comunidade, é preciso amar.

* 15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide dos meus cordeiros.” 16 Jesus perguntou de novo a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Tome conta das minhas ovelhas.” 17 Pela terceira vez Jesus perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Então Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Disse a Jesus: “Senhor, tu conheces tudo, e sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide das minhas ovelhas. 18 Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir.” 19 Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus. E Jesus acrescentou: “Siga-me.” Comentário: * 15-23: A ideia de superioridade e domínio no exercício do pastoreio é absolutamente contrária ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. O verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus, colocando-se a serviço da comunidade e sendo capaz de amá-la até o fim, dando por ela até a própria vida. A missão dos apóstolos é a mesma de Jesus: devolver integridade às pessoas que sofrem algum impedimento de ter vida livre e autônoma. Mais do que dar simples esmola, Pedro estende a mão ao coxo e o levanta, restaurando-lhe a plena saúde e o senso da própria dignidade. O gesto de olhar nos olhos estabelece empatia entre as duas personagens. / Paulo apresenta como que a própria “autodefesa”: antes, zeloso no judaísmo e perseguidor da Igreja; agora, anunciador do Evangelho – cuja origem é divina, tal como sua vocação. O encontro com Pedro confirma a autenticidade de sua pregação. / Depois de ter certeza de que ama o Mestre, Pedro é convidado a conduzir a comunidade. Somente quem ama de verdade consegue assumir o compromisso com o projeto de Jesus.

Gálatas 1,11-20 Paulo ensina o que recebeu de Deus.

* 11 Irmãos, eu declaro a vocês: o Evangelho por mim anunciado não é invenção humana. 12 E, além disso, não o recebi nem aprendi através de um homem, mas por revelação de Jesus Cristo. 13 Certamente vocês ouviram falar do que eu fazia quando estava no judaísmo. Sabem como eu perseguia com violência a Igreja de Deus e fazia de tudo para arrasá-la. 14 Eu superava no judaísmo a maior parte dos compatriotas da minha idade, e procurava seguir com todo o zelo as tradições dos meus antepassados. 15 Deus, porém, me escolheu antes de eu nascer e me chamou por sua graça. Quando ele resolveu 16 revelar em mim o seu Filho, para que eu o anunciasse entre os pagãos, não consultei a ninguém, 17 nem subi a Jerusalém para me encontrar com aqueles que eram apóstolos antes de mim. Pelo contrário, fui para a Arábia, e depois voltei para Damasco. 18 Três anos mais tarde, fui a Jerusalém para conhecer Pedro, e fiquei com ele quinze dias. 19 Entretanto, não vi nenhum outro apóstolo, a não ser Tiago, o irmão do Senhor. 20 Deus é testemunha: o que estou escrevendo a vocês não é mentira. Comentário: * 11-24: Os judeu-cristãos criticam a autoridade de Paulo, dizendo que ele não é apóstolo como aqueles que Jesus tinha escolhido. E Paulo se defende, contando a história da sua vocação (cf. At 9), nascida de uma experiência direta de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Tal experiência o transformou profundamente: de perseguidor, ele se tornou apóstolo. Na origem da sua missão, portanto, não há nenhuma interferência humana. Quando Paulo vai a Jerusalém, é simplesmente para conhecer Pedro e Tiago (cf. At 9,23-30).

Lucas 15, 3-7 A ovelha perdida.

* 3 Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4 “Se um de vocês tem cem ovelhas e perde uma, será que não deixa as noventa e nove no campo para ir atrás da ovelha que se perdeu, até encontrá-la? 5 E quando a encontra, com muita alegria a coloca nos ombros. 6 Chegando em casa, reúne amigos e vizinhos, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a minha ovelha que estava perdida’. 7 E eu lhes declaro: assim, haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.” Comentário: * 3-7: A parábola não quer dizer que Deus prefere o pecador ao justo, ou que os justos sejam hipócritas. Ela ressalta o mistério do amor do Pai que se alegra em acolher o pecador arrependido ao lado do justo que persevera. Podemos dizer que o capítulo 15 é o coração do Evangelho de Lucas. Esse capítulo nos revela o desejo de Deus e o que Jesus fez ao longo de sua missão. As três parábolas – a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho pródigo – exaltam o coração misericordioso e o amor terno e gratuito de Deus por nós, e nos convidam à alegria quando acontece a recuperação de algo perdido. Na liturgia de hoje, é apresentada a primeira dessas três parábolas, a ovelha perdida. Jesus se apresenta como o Bom Pastor, aquele que conhece suas ovelhas e as chama pelo nome. Não permite que nenhuma delas se perca e, se alguma se desviar, vai atrás até encontrá-la. Quando a encontra, é só alegria. Deus se alegra quando voltamos para ele. Não faz festa pelos noventa e nove que se consideram justos e pessoas de bem. O coração misericordioso de Jesus nos convida a imitá-lo no nosso relacionamento com os outros e a recuperar as pessoas perdidas e marginalizadas pela sociedade.