domingo, 9 de novembro de 2025
Lucas 17, 1-6 Atitudes do discípulo.
-* 1 Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos, mas, ai daquele que produz escândalos! 2 Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos.
3 Prestem atenção! Se o seu irmão peca contra você, chame a atenção dele. Se ele se arrepender, perdoe. 4 Se ele pecar contra você sete vezes num só dia, e sete vezes vier a você, dizendo: ‘Estou arrependido’, você deve perdoá-lo.”
5 Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6 O Senhor respondeu: “Se vocês tivessem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a esta amoreira: ‘Arranque-se daí, e plante-se no mar’. E ela obedeceria a vocês.
Comentário:
* 1-10: Lucas reúne aqui sentenças de Jesus sobre o escândalo, a correção fraterna, o perdão, o poder da fé e a necessidade de estar desinteressadamente a serviço de Deus. São atitudes fundamentais para a vida do discípulo de Jesus.
Na leitura do Evangelho de Lucas desta semana, continuaremos a descobrir seus urgentes apelos para nos deixarmos penetrar por um espírito de amor e de generosidade, para nos dirigirmos com confiança para um futuro que revelará todo o esplendor do coração do ser humano que se deixou plasmar por Deus. Hoje, temos três importantes lembretes de Jesus: evitar o escândalo; praticar a correção fraterna unida ao perdão; viver na fé. Escândalo na Bíblia equivale à expressão “pedra de tropeço”. Jesus é a “pedra de tropeço” colocada em Sião, sua cruz é escândalo para quem não a aceita, ao passo que é salvação para os que creem nele. A conduta do discípulo, no entanto, deve ser exemplar, não provocando nenhum escândalo, especialmente entre os fracos, sob pena de graves castigos.
sábado, 8 de novembro de 2025
João 2, 13-22 O corpo de Jesus é o novo Templo.
* 13 A Páscoa dos judeus estava próxima, e Jesus subiu para Jerusalém. 14 No Templo, Jesus encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas sentados. 15 Então fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo junto com as ovelhas e os bois; esparramou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16 E disse aos que vendiam pombas: “Tirem isso daqui! Não transformem a casa de meu Pai num mercado.” 17 Seus discípulos se lembraram do que diz a Escritura: “O zelo pela tua casa me consome.”
18 Então os dirigentes dos judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agires assim?” 19 Jesus respondeu: “Destruam esse Templo, e em três dias eu o levantarei.” 20 Os dirigentes dos judeus disseram: “A construção desse Templo demorou quarenta e seis anos, e tu o levantarás em três dias?” 21 Mas o Templo de que Jesus falava era o seu corpo. 22 Quando ele ressuscitou, os discípulos se lembraram do que Jesus tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.
Comentário:
* 13-22: Para os judeus, o Templo era o lugar privilegiado de encontro com Deus. Aí se colocavam as ofertas e sacrifícios levados pelos judeus do mundo inteiro, e formavam verdadeiro tesouro, administrado pelos sacerdotes. A casa de oração se tornara lugar de comércio e poder, disfarçados em culto piedoso.
Expulsando os comerciantes, Jesus denuncia a opressão e a exploração dos pobres pelas autoridades religiosas. Predizendo a ruína do Templo, ele mostra que essa instituição religiosa já caducou. Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar em edifícios, mas no próprio homem.
O Evangelho apresenta uma questão sobre a ressurreição posta pelo grupo conservador dos saduceus. A ressurreição é o antigo e sempre atual questionamento sobre o que acontece depois da morte. Os saduceus são os guardiões do templo e da Lei. Eles só aceitam o Pentateuco, que nada fala de ressurreição, por isso apresentam o caso da mulher que teve sete maridos (lei do levirato). Na ressurreição, de quem ela será esposa? Eles apresentam esse caso para mostrar o absurdo da ressurreição. Jesus responde que o mundo após a morte não é reprodução do presente, ressurreição não é reanimação de um cadáver. O Deus da revelação é Deus dos vivos (Abraão, Isaac e Jacó). O sentido da vida humana é viver para Deus, e uma vida assim vivida não conhece fim. O Deus criador da vida é também o ressuscitador que leva o ser humano à sua plenitude. Amando o Deus que é amor, permaneceremos com ele nesta vida e na eternidade.
1 Coríntios 3, 9-11.16-17 Retrato do agente de pastoral.
9 Nós trabalhamos juntos na obra de Deus, mas o campo e a construção de Deus são vocês.
10 Eu, como bom arquiteto, lancei os alicerces conforme o dom que Deus me concedeu; outro constrói por cima do alicerce. Mas cada um veja como constrói! 11 Ninguém pode colocar um alicerce diferente daquele que já foi posto: Jesus Cristo. 12 Se alguém constrói sobre o alicerce com ouro, prata, pedras preciosas, madeira, capim ou palha, 13 a obra de cada um ficará em evidência. No dia do julgamento, a obra ficará conhecida, pois o julgamento vai ser através do fogo, e o fogo provará o que vale a obra de cada um. 14 Se a obra construída sobre o alicerce resistir, o operário receberá uma recompensa. 15 Aquele, porém, que tiver sua obra queimada, perderá a recompensa. Entretanto, o operário se salvará, mas como alguém que escapa de incêndio.
16 Vocês não sabem que são templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? 17 Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo, e esse templo são vocês.
Comentário:
* 5-17: Paulo se serve de duas imagens (campo e edifício) para apresentar o verdadeiro agente de pastoral. Este é um servidor do projeto de Deus concretizado em Jesus Cristo e que consiste em reunir os homens no compromisso de fé com Jesus, cuja ação devem continuar. Se os agentes de fato servem a Cristo, nunca se contradizem. O sucesso não deve levar o agente à vanglória, pois o projeto não é seu; a eficácia vem de Deus, que também dá as aptidões e capacidades. A responsabilidade é grande, pois o agente deverá prestar contas ao próprio Deus, que provará quanto vale a obra de cada um.
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
Lucas 16, 9-15 Tomar uma atitude prudente.
9 “E eu lhes declaro: Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, e assim, quando o dinheiro faltar, os amigos receberão vocês nas moradas eternas. 10 Quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes. 11 Por isso, se vocês não são fiéis no uso do dinheiro injusto, quem lhes confiará o verdadeiro bem? 12 E se não são fiéis no que é dos outros, quem lhes dará aquilo que é de vocês? 13 Nenhum empregado pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.”
Jesus e a Lei -* 14 Os fariseus, que são amigos do dinheiro, ouviam tudo isso, e caçoavam de Jesus. 15 Então Jesus disse para eles: “Vocês gostam de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece os corações de vocês. De fato, o que é importante para os homens, é detestável para Deus.
Comentário:
* 9-13: Os vv. 9-13 fazem diversas aplicações da parábola. O v. 9 recomenda o uso da riqueza em favor dos pobres. Os vv. 10-12 mostram que é impossível ser fiel nas grandes coisas, quando somos negligentes nas pequenas. E o v. 13 urge uma decisão: escolher entre o serviço a Deus e o serviço às riquezas (cf. nota em Mt 6,19-24).
* 14-18: A lei é o tema destas sentenças. Os fariseus disfarçam a própria ambição com observâncias externas, mas não são justos diante de Deus. Com Jesus chegou a plenitude da Lei e o Reino de Deus, e, para nele entrar, é preciso uma decisão.
O dinheiro é necessário para viver, mas não deve escravizar o ser humano. Pelo contrário, deve ser usado corretamente, para promover a justiça e a igualdade entre todos. Esse é o exemplo dado pelas primeiras comunidades, conforme lemos nos Atos dos Apóstolos e também na despedida de Paulo aos Romanos. Jesus instrui seus discípulos sobre a administração do dinheiro, que pode corromper e gerar muitos males. Sabemos que quem desvia pequena quantia é capaz de desviar grandes somas. A sociedade, infelizmente, está repleta de maus exemplos de corrupção desse tipo! O cristão deve se destacar em todos os âmbitos da sociedade pelo combate à corrupção e pela responsabilidade no uso dos próprios bens e, sobretudo, dos bens comuns. O papa Francisco nos tem iluminado muito na atualização desse ensinamento de Cristo.
quinta-feira, 6 de novembro de 2025
Lucas 16, 1-8 Tomar uma atitude prudente.
* 1 Jesus dizia aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por estar esbanjando os bens dele. 2 Então o chamou, e lhe disse: ‘O que é isso que ouço contar de você? Preste contas da sua administração, porque você não pode mais ser o meu administrador’. 3 Então o administrador começou a refletir: ‘O senhor vai tirar de mim a administração. E o que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4 Ah! Já sei o que vou fazer para que, quando me afastarem da administração tenha quem me receba na própria casa’. 5 E começou a chamar um por um os que estavam devendo ao seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto é que você deve ao patrão?’ 6 Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, sente-se depressa, e escreva cinquenta’. 7 Depois perguntou a outro: ‘E você, quanto está devendo?’ Ele respondeu: ‘Cem sacas de trigo’. O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, e escreva oitenta’ “. 8* E o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque este agiu com esperteza. De fato, os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que aqueles que pertencem à luz.
Comentário:
* 1-8: Jesus elogia o administrador, que soube tomar atitude prudente. O Reino de Deus já chegou: é preciso tomar uma atitude antes que seja tarde demais; converter-se e viver conforme a mensagem de Jesus.
O Evangelho de hoje nos apresenta uma narração no mínimo curiosa, ao elogiar um administrador infiel e desonesto que age com esperteza. Jesus não pretende incentivar essa prática, mas quer enfatizar que “os filhos deste mundo são mais espertos no trato com sua gente do que os filhos da luz”. Quer mostrar que até mesmo os desonestos podem se arrepender e tentar remediar os danos que causaram, pois a diminuição nas dívidas refere-se à margem de lucro do próprio administrador. Sua desonestidade está no fato de esbanjar os bens do patrão (atitude de injustiça), e não propriamente na redução das dívidas. Prejudicar alguém é sempre um atentado contra o Evangelho e o Reino de justiça, mas podemos sempre nos arrepender e mudar de atitude para sermos recebidos na casa do Pai misericordioso.
quarta-feira, 5 de novembro de 2025
Lucas 15, 1-10 Jesus provoca escândalo.
* 1 Todos os cobradores de impostos e pecadores se aproximavam de Jesus para o escutar. 2 Mas os fariseus e os doutores da Lei criticavam a Jesus, dizendo: “Esse homem acolhe pecadores, e come com eles!”
A ovelha perdida -* 3 Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4 “Se um de vocês tem cem ovelhas e perde uma, será que não deixa as noventa e nove no campo para ir atrás da ovelha que se perdeu, até encontrá-la? 5 E quando a encontra, com muita alegria a coloca nos ombros. 6 Chegando em casa, reúne amigos e vizinhos, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a minha ovelha que estava perdida’. 7 E eu lhes declaro: assim, haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.”
A moeda perdida -* 8 “Se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, será que não acende uma lâmpada, varre a casa, e procura cuidadosamente, até encontrar a moeda? 9 Quando a encontra, reúne amigas e vizinhas, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a moeda que tinha perdido’. 10 E eu lhes declaro: os anjos de Deus sentem a mesma alegria por um só pecador que se converte.”
Comentário:
* 1-2: O capítulo 15 de Lucas é o coração de todo o Evangelho (= Boa Notícia). Aí vemos que o amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens. Respondendo à crítica daqueles que se consideram justos, cheios de méritos, e se escandalizam da solidariedade para com os pecadores, Jesus narra três parábolas. A primeira e a segunda mostram a atitude de Deus em Jesus, questionando a hipocrisia dos homens. A terceira tem dois aspectos: o processo de conversão do pecador e o problema do “justo” que resiste ao amor do Pai.
* 3-7: A parábola não quer dizer que Deus prefere o pecador ao justo, ou que os justos sejam hipócritas. Ela ressalta o mistério do amor do Pai que se alegra em acolher o pecador arrependido ao lado do justo que persevera.
* 8-10: A mulher é pobre e precisa da moeda para sobreviver. O amor de Deus torna-o vitalmente necessitado de encontrar a pessoa perdida, para levá-la à alegria da comunhão no amor.
O capítulo 15 do Evangelho de Lucas apresenta três parábolas centradas no tema da misericórdia. Hoje meditamos duas delas, nas quais Jesus afirma que o bom pastor não abandona nenhuma de suas ovelhas e que uma moeda reencontrada enche de alegria sua dona. O ser humano é frágil e pecador. Com muita facilidade, afasta-se do caminho de Deus e comete faltas, como agredir ou excluir o próximo. Mas a misericórdia de Deus é sempre maior que o nosso pecado, por isso ele sempre vem ao nosso encontro, procura-nos incansavelmente, como o pastor que busca a ovelha perdida. Quando nos arrependemos e voltamos a trilhar o caminho de Deus, há muita alegria, no céu e na terra.
terça-feira, 4 de novembro de 2025
Lucas 14, 25-33 Para ser discípulo de Jesus.
Evangelho: Lucas 14,25-33
* 25 Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele disse: 26 “Se alguém vem a mim, e não dá preferência mais a mim que ao seu pai, à sua mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos, às irmãs, e até mesmo à sua própria vida, esse não pode ser meu discípulo. 27 Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. 28 De fato, se alguém de vocês quer construir uma torre, será que não vai primeiro sentar-se e calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? 29 Caso contrário, lançará o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso, começarão a caçoar, dizendo: 30 ‘Esse homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31 Ou ainda: Se um rei pretende sair para guerrear contra outro, será que não vai sentar-se primeiro e examinar bem, se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32 Se ele vê que não pode, envia mensageiros para negociar as condições de paz, enquanto o outro rei ainda está longe. 33 Do mesmo modo, portanto, qualquer de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.
Comentário:
* 25-35: Seguir a Jesus e continuar o seu projeto (= ser discípulo) é viver um clima novo na relação com as pessoas, com as coisas materiais e consigo mesmo. Trata-se de assumir com liberdade e fidelidade a condição humana, sem superficialismo, conveniência ou romantismo. O discípulo de Jesus deve ser realista, a fim de evitar ilusões e covardias vergonhosas.
O Evangelho de hoje apresenta uma expressão estranha aos nossos ouvidos: deixar em segundo plano a família. No texto original, em grego, a expressão soa ainda mais pesada, pois diz “quem não odiar pai e mãe”. Mateus 10,37 é mais suave, afirmando que “quem ama pai e mãe mais do que a mim não é digno de mim…”. A intenção de Lucas é enfatizar a ruptura com o passado e com todos os aspectos da vida terrena que o seguimento exige. Seguir a Jesus implica abandonar todas as seguranças, representadas pela família e pela própria vida, isto é, por um estilo de vida que comporta administração de bens, ligada, não raro, à prática da injustiça. Portanto, o que se requer do discípulo é sua total disponibilidade para seguir o Mestre até as últimas consequências, consciente das dificuldades e exigências que tal decisão comporta, algo que se confirma nas duas parábolas que encerram o Evangelho de hoje.
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