sexta-feira, 27 de maio de 2022

João 16, 23-28 A angústia se transformará em alegria.

23 Nesse dia, vocês não me farão mais perguntas. Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá. 24 Até agora vocês não pediram nada em meu nome: peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa." A vitória sobre o mundo -* 25 "Até agora falei para vocês através de comparações. Está chegando a hora em que não falarei mais através de comparações, mas falarei a vocês claramente a respeito do Pai. 26 Nesse dia vocês pedirão em meu nome e não será necessário que eu os recomende ao Pai, 27 pois o próprio Pai ama vocês, porque vocês me amaram e acreditaram que eu saí de junto de Deus. 28 Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai." Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. * 25-33: Jesus não engana seus seguidores: o futuro é tempo de testemunho em meio a lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois os cristãos podem contar com o amor do Pai. E desde já podem estar certos da vitória: Jesus já venceu todos os adversários. Para quem acredita em Jesus, a ordem social injusta, que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre. A nossa relação com o Pai deve ser marcada pela proximidade e confiança. Nosso mediador é o próprio Jesus que veio do Pai e para ele retorna. Estar unido ao Pai é algo processual, pois, como seres humanos, vamos compreendendo e amadurecendo aos poucos. Deus é sempre o mesmo, somos nós quem experimentamos muitas fragilidades e, por isso, tornamos nosso relacionamento com Deus nem sempre tão pleno. Uma vez que nossa fé esteja abrigada de fato em Deus, teremos a liberdade e a confiança de pedir a ele o que nos for necessário, e ele nos atenderá. E, certamente, aquilo que pedirmos estará em sintonia com a relação estabelecida entre nós e ele.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

João 16, 20—23 A angústia se transformará em alegria.

20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria. 21 Quando a mulher está para dar à luz, sente angústia, porque chegou a sua hora. Mas quando a criança nasce, ela nem se lembra mais da aflição, porque fica alegre por ter posto um homem no mundo. 22 Agora, vocês também estão angustiados. Mas, quando vocês tornarem a me ver, vocês ficarão alegres, e essa alegria ninguém tirará de vocês. 23 Nesse dia, vocês não me farão mais perguntas. Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá. 24 Até agora vocês não pediram nada em meu nome: peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa.” Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. A vida é cercada de mistérios e situações que nos são difíceis de compreender. O texto do Evangelho de hoje (e dos últimos dias) fala de uma angústia real e concreta que já é experimentada pelos discípulos de Jesus por causa da sua partida. Porém, essa angústia será transformada em alegria mais adiante, eis a promessa feita por Jesus. Esse tempo de espera é extremamente doloroso e incômodo, pois se vive num estado de suspensão e incertezas. O que fazer? Embora não haja resposta pronta, é possível que mantenhamos a fé e, desse ponto, esperemos o momento em que a alegria tomará o seu lugar. No momento da angústia – que não é fácil – precisamos viver essa hora; contudo, com o coração esperançoso, sem que nos abatamos por completo. Vale a pena repetir que não se trata de um caminho fácil, mas de um caminho que requer fé amadurecida e comprometida com o Mestre.

terça-feira, 24 de maio de 2022

João 16, 12-15 O Espírito vai guiar o testemunho dos discípulos.

12 “Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. 13 Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. 14 O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. 15 Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. Comentário: * 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados. As palavras do evangelista João podem parecer de difícil compreensão, mas é possível que nos aproximemos delas de forma que possamos entendê-las de maneira satisfatória. O caminho percorrido por Jesus teve altos e baixos. Suas palavras foram acolhidas por muitos; contudo, muitas pessoas não foram capazes de acolhê-las. Estar com Jesus e seguir seus passos é altamente comprometedor; compreender profundamente o que Jesus propõe, em geral, não se dá de uma hora para outra, pois o seguimento não se baseia na alegria do primeiro encontro, embora esse momento seja muito importante, mas na constância do caminho assumido. O Espírito da Verdade (o Espírito Santo) assegura a continuidade do projeto do Pai revelado em Jesus porque cremos que o Espírito da Verdade é um com o Pai e o Filho. O Espírito conduz com sua luz e sabedoria a caminhada daqueles que se mantêm fiéis a Jesus.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

João 16, 5-11 O Espírito vai desmascarar o mundo.

-* “Eu não lhes disse tudo isso desde o começo, porque eu estava com vocês. 5 Mas agora eu vou para aquele que me enviou. E ninguém de vocês pergunta para onde eu vou? 6 Mas porque eu lhes disse essas coisas, a tristeza encheu o coração de vocês. 7 Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei. 8 Quando o Advogado vier, ele vai desmascarar o mundo, mostrando quem é pecador, quem é o Justo e quem é o condenado. 9 Quem é pecador? Aqueles que não acreditaram em mim. 10 Quem é o Justo? Sou eu. Mas vocês não me verão mais, porque eu vou para o Pai. 11 Quem é o condenado? É o príncipe deste mundo, que já foi condenado.” Comentário: * 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados. Jesus continua preparando os seus discípulos para a sua ausência e, ao mesmo tempo, os consola com a promessa de envio do Advogado – o Defensor. A caminhada de fé supõe confiança e clareza. Jesus jamais iludiu ou enganou seus seguidores, e isso vale para nós hoje da mesma forma que valeu no passado. Na prática, nossa caminhada de fé requer escuta, compreensão e acolhida daquilo que Jesus ensinou e mostrou com sua vida. Trata-se de um caminho pessoal de crescimento e, ao mesmo tempo, de um caminho comunitário. Nossa fé comporta, portanto, estes dois movimentos: o pessoal e o eclesial, ou seja, caminhamos também como Igreja. A partir do nosso testemunho de vida, o mundo poderá entender e acolher também o projeto de Jesus e, desse modo, a salvação virá ao mundo e a cada pessoa a cada dia.

domingo, 22 de maio de 2022

João 15, 26-16,4 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.

26 O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim. 27 Vocês também darão testemunho de mim, porque vocês estão comigo desde o começo.” Os discípulos não devem se acovardar -* 1 “Eu disse tudo isso para que vocês não se acovardem. 2 Expulsarão vocês das sinagogas. E vai chegar a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. 3 Eles farão assim, porque não conhecem o Pai nem a mim. 4 Eu disse tudo isso para que, quando chegar a hora, vocês se lembrem do que eu disse.” Comentário: * 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido. * 16,1-4a: A palavra de Jesus se dirige agora aos discípulos, preparando-os para a missão futura. A mesma perseguição e marginalização que eles agora sofrem se repetirá mais tarde em relação a qualquer sociedade e sistema religioso que acoberta a injustiça, porque o cristianismo é radicalmente diferente e contrário ao “mundo”. As palavras de Jesus a seus discípulos, no Evangelho de hoje, são revestidas de ao menos dois aspectos: consolo e advertência. Jesus confirma aos seus que virá sobre eles o Espírito da Verdade da parte do próprio Jesus e do Pai. Esse Espírito da Verdade já nos indica o que se dará em Pentecostes, ou seja, após cinquenta dias do evento da ressurreição. Os discípulos de Jesus são confirmados em sua missão por meio do Espírito Santo, que permite que eles recordem todo o ensinamento recebido e sintam-se fortalecidos quanto à missão a que darão continuidade. Por outro lado, é possível constatar que haverá contratempos. Basta que retomemos o que aconteceu com o Mestre. Jesus foi profundamente incompreendido pelas autoridades do seu tempo e, por isso, tomado como malfeitor, foi condenado à morte de cruz. Portanto, é preciso que nos preparemos: seguir os passos de Jesus exige coragem e fé.

sábado, 21 de maio de 2022

João 14, 23-29 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.

23 Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.” A paz que só Jesus pode dar -* 27 “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem. Comentário: * 15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história. * 27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria. O texto do sexto domingo da Páscoa faz parte do grande discurso de despedida de Jesus. São algumas orientações que o Mestre deixa para os seus seguidores, para que nunca se esqueçam de pô-las em prática depois de sua despedida. São valores muito importantes que nunca devem ser esquecidos por quem se diz cristão. O amor a Jesus se concretiza na acolhida e no amor a sua palavra, que deve ser guardada no coração para nunca ser esquecida. É através dela que ele permanecerá para sempre em nosso meio. Sua presença na palavra é comparada a sua presença na Eucaristia. Palavra que precisa ser amada quanto amamos a Eucaristia. Jesus revela a mensagem que vem do próprio Deus. Ele é o laço de união entre o Pai e cada seguidor seu. Acolhendo e amando a palavra do Mestre, estaremos formando comunhão de vida com ele e também com seu Pai. Jesus tranquiliza seus discípulos, prometendo-lhes o dom do Espírito Santo. A função do Espírito na comunidade é ensinar e lembrar. Faz recordar e compreender o que Jesus ensinou durante sua vida. É a memória sempre atualizada da prática de Jesus em todos os tempos e lugares. Além disso, promete a paz, dom por excelência. Paz que plenifica a vida e que é fruto da justiça. Viver sua paz é rejeitar esquemas de violência e dominação.

Apocalipse 21, 10-14.22-23 Jerusalém-Cidade.

10 E me levou em espírito até um grande e alto monte. E mostrou para mim a Cidade Santa, Jerusalém que descia do céu, de junto de Deus, 11 com a glória de Deus. Seu esplendor é como de uma pedra preciosíssima, pedra de jaspe cristalino. 12 * Ela está cercada por alta e grossa muralha, com doze portas. Sobre as portas há doze Anjos. Cada porta tem um nome escrito: os nomes das doze tribos de Israel. 13 São três portas no lado do oriente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas no lado do poente. 14 A muralha da cidade tem doze pilares. E nos pilares está escrito o nome dos doze apóstolos do Cordeiro. 22* Não vi na Cidade nenhum Templo, pois o seu Templo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. 23 A Cidade não precisa do sol nem da lua para ficar iluminada, pois a glória de Deus a ilumina e sua lâmpada é o Cordeiro. Comentário: * 9-11: João apresenta agora a nova humanidade como cidade perfeita e deslumbrante. Esta imagem mostra a beleza e santidade da Aliança com Deus. A humanidade é a esposa, o reverso da prostituta. João a apresenta com traços da antiga Babilônia histórica: quadrada, atravessada por uma avenida ao longo do rio, e com jardins. Sugere, assim, que a Jerusalém celeste é a Babilônia, prostituta purificada e transformada pelo Evangelho. Agora, ela reflete a glória de Deus, que nela está presente. * 12-17: As formas e medidas são perfeitas: muralhas com cento e quarenta e quatro côvados (doze x doze), doze portas com os nomes das doze tribos, doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos. Ela é quadrada e cúbica, como o Santo dos santos no Templo. Sua perfeição é inimaginável (doze mil). Ela é uma cidade universal, aberta para toda a humanidade (portas voltadas para os quatro pontos cardeais). * 11.18-21: O brilho do ouro e das pedras preciosas mostra que a cidade é imagem do brilho de Deus (4,3). É a humanidade plenamente realizada, à imagem e semelhança do Criador. * 22-23: Deus está presente nessa humanidade. Não é preciso mais nenhum meio para ligá-la com Deus: nem Templo, nem liturgia, nem sacerdócio. É o momento do face-a-face. Consequentemente, também não existem outras mediações: política, economia, propaganda, comércio etc. A comunhão total com Deus leva à comunhão total dos homens entre si.