sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
Mateus 17, 10-13 A morte de João Batista é sinal da morte de Jesus.
10os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” 11Jesus respondeu: “Elias vem e colocará tudo em ordem. 12Ora, eu vos digo, Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles”. 13Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista.
Comentário:
* 10-13: A missão de João Batista era anunciar os tempos messiânicos, realizando o que se esperava com a vinda de Elias. A missão do Batista, porém, não foi reconhecida pelas autoridades do povo, e a trágica morte dele mostra como se realizará a missão do próprio Jesus.
Descendo da montanha após a transfiguração, onde foi revelado o rosto do Messias de Deus, os discípulos interrogam Jesus a respeito da conversa sobre o retorno de Elias. Jesus responde que este já veio e virá de novo na figura de outros profetas. Elias foi reconhecido como um dos grandes profetas não escritores de Israel. Como tantos outros profetas, Elias, denunciando e combatendo a idolatria, foi rejeitado e perseguido, assim como aconteceu com João Batista e com o próprio Jesus. Todos aqueles que se propõem a segui-lo e assumir sua missão estarão sujeitos à perseguição. Os autênticos profetas do Deus de Jesus, de todos os tempos, podem sofrer o mesmo destino do Mestre, mas não temem encarar os desafios do seu projeto, pois sabem que serão levantados pelo poder de Deus.
Oração
Ó Mestre Jesus, esclareces que João Batista veio com as mesmas características do profeta Elias. No entanto, João foi recusado e “fizeram com ele tudo quanto quiseram”. Dizias que fariam contigo a mesma coisa que fizeram com João. Bom seria se tivessem compreendido tua chamada de atenção. Amém.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2021
Mateus 11, 16-19 A ação testemunha a vontade de Deus.
16“Com quem vou comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: 17‘Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!’ 18Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’. 19Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras”.
Comentário:
* 16-19: O povo do tempo de Jesus comporta-se de maneira infantil: acusa João Batista de louco, porque é severo demais; acusa Jesus de boa-vida, porque parece muito condescendente. No entanto, se esquece de examinar as ações de João e de Jesus, que testemunham a realização da vontade de Deus.
Parece que Jesus encontrou uma geração difícil no seu tempo: uma geração que não aceitou João Batista, porque este viveu uma vida muito austera e era considerado por alguns deles como um possuído por um demônio; outros não aceitaram Jesus, porque este gostava de participar de refeições com pecadores e tinha fama de comilão e beberrão. Uma geração semelhante a meninos rebeldes que não aceitam festejar com os colegas nem fazer lamentações. Nada lhes agrada. Estão insatisfeitos com todos e com tudo. Que geração é essa? Com certeza, são os adversários do projeto de Jesus, porque os pequeninos e os pobres o acolheram com muito carinho. A geração criticada pelo Mestre é a geração que não quer mudanças, nem perda de privilégios, nem a melhoria dos pobres. As coisas hoje não mudaram muito: o projeto de Jesus continua sendo rechaçado, e quem segue este projeto à risca é perseguido.
Oração
Divino pregador, Jesus Cristo, teus conterrâneos, sobretudo os dirigentes do povo, recusaram a pregação do rigoroso João Batista e te desprezaram por seres amigo dos pecadores. Os planos de Deus, porém, comprovam que João estava certo e tu também estavas com a verdade. Errados estavam eles. Amém.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
Mateus 11, 11-15 A missão de João Batista.
11“Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. 12Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. 13Com efeito, todos os profetas e a Lei profetizaram até João. 14E se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15Quem tem ouvidos ouça”.
Comentário:
* 7-15: Nenhum homem do Antigo Testamento é maior do que João Batista. Entretanto, João pertence ao Antigo Testamento, onde as profecias são anunciadas, e não ao Novo Testamento, onde elas já se realizaram. O v. 12 é de difícil interpretação. Provavelmente, o evangelista quer mostrar que o Reino é vítima de violência, porque a velha estrutura injusta resiste para não ser destruída e reage violentamente. Essa violência dos que se opõem à vontade de Deus será experimentada pelo próprio Jesus em sua missão.
Jesus elogia João Batista por sua grandeza e importância na dinâmica da história da salvação. A missão de João é proclamar o fim do tempo de espera e apontar o início de uma nova era. Ele é aquele que anuncia a chegada do Salvador da humanidade, Jesus Cristo, e prepara o povo para acolhê-lo. João é considerado o “maior dos nascidos de mulher. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele”. Jesus já proclamou que o Reino de Deus pertence aos pobres e pequeninos, mas eles serão maiores que João no Reino. O menor aqui se torna o maior no Reino. O Reino do céu sempre enfrentou resistência e violência, mas são justamente os corajosos e valentes que o conquistarão: os que lutam contra os “demônios”, os poderes, as doenças, as injustiças e as mortes.
Oração
Ó Jesus Messias, valorizas teu precursor, João Batista, que se manifesta com a robustez espiritual do profeta Elias. Tanto João como Elias se empenharam vivamente a fim de preparar a tua vinda a este mundo. Concede-nos, Senhor, firmeza e perseverança para enfrentar os adversários do teu Reino. Amém.
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
Lucas 1, 26-28 O Messias vai chegar.
26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.
Comentário:
* 26-38: Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova.
No dia 8 de dezembro de 1854, o papa Pio IX definiu o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora: “É doutrina revelada por Deus – em que, portanto, todos os fiéis têm de acreditar firme e constantemente – que a Virgem Maria, por graça e privilégio de Deus Todo-Poderoso, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, no primeiro instante da sua concepção”. A definição desse dogma veio coroar um sentimento comum do povo de Deus, que, desde os primeiros séculos da Igreja, entendeu que Maria foi “totalmente santa e imune de toda mancha de pecado (imaculada), modelada e feita nova criatura pelo Espírito Santo” (cf. Lumen Gentium, 56). Maria, para nós, é modelo de vida santa e estímulo para evitarmos toda forma de pecado.
Oração
Divino Mestre, puríssima “devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha que tira os nossos pecados”. Com essa convicção, a Igreja proclamou o dogma da Imaculada Conceição. Senhor, “cura em nós as feridas do pecado original, do qual Maria foi preservada ao ser concebida sem pecado”. Amém.
Efésios 1, 3-6.11-12 A graça não tem limites.
3Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu. 4Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor. 5Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, 6para o louvor da sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu bem-amado. 11Nele também nós recebemos a nossa parte. Segundo o projeto daquele que conduz tudo conforme a decisão de sua vontade, nós fomos predestinados 12a ser, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo.
Comentário:
* 3-14: Paulo desenvolve um hino de louvor em forma de "bênção", freqüente no Antigo Testamento. O louvor é uma resposta do homem ao Deus que se manifesta através de um ato de salvação ou mediante a revelação de um mistério.
Deus Pai é o sujeito e a fonte de toda a ação criadora e salvadora. E tudo o que Deus Pai realiza no homem e no mundo, ele o faz mediante o seu Filho Jesus Cristo: escolhe (vv. 4-5), liberta (vv. 6-7), reúne tudo em Cristo (vv. 8-10), entrega a herança prometida (vv. 11-12) e concede o dom do Espírito Santo (vv. 13-14).
* 6: A expressão "para o louvor da sua glória" (cf. vv. 12 e 14) mostra que o sentido último da vida humana é louvar a Deus. O louvor é, portanto, ato de consciência: declarando Deus como o único absoluto, o homem reconhece que as criaturas são relativas. O louvor cabe somente a Deus.
* 9-10: O mistério é o projeto com que Deus se propõe levar a história à sua plena realização, reunindo em Cristo tudo o que existe.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
Mateus 18, 12-14 Por que alguém se afasta da comunidade?
12“Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela do que com as noventa e nove que não se perderam. 14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”.
Comentário:
* 10-14: Por que alguém se extravia, isto é, se distancia da comunidade? Certamente por causa do escândalo (vv. 6-9), ou do desprezo daqueles que buscam poder e prestígio. A parábola mostra que a comunidade inteira deve preocupar-se e procurar aquele que se extraviou. A comunidade se alegra quando ele volta para o seu meio, porque a vontade do Pai foi cumprida.
Nessa parábola da ovelha perdida, Jesus revela o verdadeiro rosto de Deus: um Pai que não se conforma com a perda de qualquer filho ou filha, por insignificante ou menor que possa parecer. Deixar as 99 ovelhas para ir ao encontro de uma que se perdeu revela a solicitude do pastor que não admite perder nenhuma ovelha. Jesus encarnou essa face do Pai, indo pessoalmente em busca dos pecadores, doentes, pobres e abandonados, os privilegiados de Deus. A lição de Jesus é dirigida à comunidade e, por que não, à sociedade: a primeira preocupação deve ser dada ao próximo abandonado e desprezado. O verdadeiro discípulo de Jesus não se conforma com a realidade de miséria e abandono em que muitos de nossos irmãos e irmãs se encontram e faz o que estiver ao seu alcance para recuperá-los para a vida.
Oração
Senhor Jesus, falas da alegria do homem que recupera uma ovelha que se extraviara do rebanho. Com essa imagem, nos ensinas como Deus fica satisfeito quando um pecador se converte e volta ao bom caminho, pois o Pai celeste não quer que se perca nenhum de seus filhos e filhas. Amém.
domingo, 5 de dezembro de 2021
Lucas 5, 17-26 Jesus liberta pela raiz.
17Um dia Jesus estava ensinando. À sua volta estavam sentados fariseus e doutores da Lei, vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E a virtude do Senhor o levava a curar. 18Uns homens traziam um paralítico num leito e procuravam fazê-lo entrar para apresentá-lo. 19Mas, não achando por onde introduzi-lo devido à multidão, subiram ao telhado e, por entre as telhas, o desceram com o leito no meio da assembleia, diante de Jesus. 20Vendo-lhes a fé, ele disse: “Homem, teus pecados estão perdoados”. 21Os escribas e fariseus começaram a murmurar, dizendo: “Quem é este que assim blasfema? Quem pode perdoar os pecados senão Deus?” 22Conhecendo-lhes os pensamentos, Jesus respondeu, dizendo: “Por que murmurais em vossos corações? 23O que é mais fácil, dizer: ‘Teus pecados estão perdoados’ ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? 24Pois, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar os pecados” – disse ao paralítico -, “eu te digo: levanta-te, pega o leito e vai para casa”. 25Imediatamente, diante deles, ele se levantou, tomou o leito e foi para casa, louvando a Deus. 26Todos ficaram fora de si, glorificavam a Deus e, cheios de temor, diziam: “Hoje vimos coisas maravilhosas!”
Comentário:
* 17-26: Cf. nota em Mc 2,1-12. * 2,1-12: Segundo os antigos, a doença era causada pelo pecado. Para libertar o homem, Jesus vai direto à raiz: o pecado invisível que causa os males externos e visíveis. A oposição a Jesus começa: os doutores da Lei só se preocupam com teorias religiosas, e não em transformar a situação do homem. A ação de Jesus é completa. É um dizer e fazer que cura por dentro e por fora, fazendo o homem reconquistar a capacidade de caminhar por si.
Nos seus ensinamentos, Jesus atrai em volta de si multidões do povo e também algumas autoridades, como os fariseus e os mestres da Lei. Estes, mais do que interessados na Boa-Nova do Mestre, acercam-se dele para pô-lo à prova e questioná-lo. Enquanto Jesus ensina, alguns homens lhe trazem um paralítico. Como não conseguem chegar até ele, por causa da multidão, descem o paralítico pelo telhado. Com esse gesto, Jesus reconhece a fé deles e, por isso, perdoa os pecados do doente e o cura. Os adversários não aceitam que Jesus tenha poder de perdoar, pois, para eles, só Deus pode perdoar. Chama a atenção o fato de terem colocado o paralítico bem no centro, diante de Jesus. Para o Mestre, o lugar dos doentes e dos pobres deveria ser o centro das atenções das autoridades e da sociedade em geral.
Oração
Ó Jesus, incansável missionário do Pai celeste, não cessas de ensinar, inclusive a fariseus e mestres da Lei. Diante deles operas a cura do paralítico e lhe concedes o perdão dos pecados. Desse modo, revelas teu poder de curar e de perdoar pecados, levando todo o povo a glorificar a Deus. Amém.
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