domingo, 17 de março de 2019

Filipenses 3, 17-4,1 A maturidade cristã.


17 Irmãos, sejam meus imitadores e observem os que vivem de acordo com o modelo que vocês têm em nós. 18 Uma coisa eu disse muitas vezes, e agora repito com lágrimas: muitos que são inimigos da cruz de Cristo. 19 O fim deles é a perdição; o deus deles é o ventre, sua glória está no que é vergonhoso, e seus pensamentos em coisas da terra.
20 A nossa cidadania, porém, está lá no céu, de onde esperamos ansiosamente o Senhor Jesus Cristo como Salvador. 21 Ele vai transformar nosso corpo miserável, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso, graças ao poder que ele possui de submeter a si todas as coisas.
Recomendações -* 1 Assim, meus queridos e saudosos irmãos, minha alegria e minha coroa, continuem firmes no Senhor, ó amados.
Comentário:
* 15-21: A perfeição é a maturidade cristã que propõe a cruz e a ressurreição como centro da vida. Paulo, que deixou tudo em troca da fé em Cristo, se apresenta como modelo para a comunidade, alertando-a de novo quanto aos “inimigos da cruz de Cristo”, isto é, aos judaizantes do v. 2. Em vez de fazer consistir a salvação em ritos, observâncias legais e estruturas, a vida cristã se orienta pelo testemunho, na esperança de um mundo radicalmente novo. Este só se realiza através da vinda de Jesus, como Salvador e Senhor que renova todas as coisas.


sábado, 16 de março de 2019

Mateus 5,43-48 Amar como o Pai ama.


* 43 “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo, e odeie o seu inimigo!’ 44 Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! 45 Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos. 46 Pois, se vocês amam somente aqueles que os amam, que recompensa vocês terão? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47 E se vocês cumprimentam somente seus irmãos, o que é que vocês fazem de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48 Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu.”
Comentário:
* 43-48: O Evangelho abre a perspectiva do relacionamento humano para além das fronteiras que os homens costumam construir. Amar o inimigo é entrar em relação concreta com aquele que também é amado por Deus, mas que se apresenta como problema para mim. Os conflitos também são uma tarefa do amor. O v. 48 é a conclusão e a chave para se compreender todo o conjunto formado por 5,17-47: os discípulos são convidados a um comportamento que os torne filhos testemunhando a justiça do Pai. Sobre os cobradores de impostos, cf. nota em Mc 2,13-17.
Jesus mostra aos discípulos a verdadeira fisionomia do Pai celeste. Ele ama a todos os seus filhos sem distinção. Cuidando de cada um, ama a todos, mandando sol e chuva para bons e maus. Seu amor é universal. O primeiro a reproduzir a bondade do Pai é o próprio Jesus. Generosamente aberto a todos, Jesus nunca fechou a porta a quem o procurava de coração sincero. Cercado de adversários e perseguidores, Jesus não guardou ódio contra eles; mesmo na hora da morte, pediu ao Pai que perdoasse as pessoas que o tinham crucificado. Por isso mesmo, Jesus tem credenciais para exigir de seus seguidores um amor gratuito, sem qualquer tipo de restrições. Os cristãos, em todo tempo, são chamados a criar e cultivar comunidades cuja razão de ser é a prática incondicional do amor.


sexta-feira, 15 de março de 2019

Mateus 5,20-26 A lei e a justiça.


20 Com efeito, eu lhes garanto: se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino do Céu.”
Ofensa e reconciliação -* 21 “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não mate! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22 Eu, porém, lhes digo: todo aquele que fica com raiva do seu irmão, se torna réu perante o tribunal. Quem diz ao seu irmão: ‘imbecil’, se torna réu perante o Sinédrio; quem chama o irmão de ‘idiota’, merece o fogo do inferno. 23 Portanto, se você for até o altar para levar a sua oferta, e aí se lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, 24 deixe a ofertadiante do altar, e primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta. 25 Se alguém fez alguma acusação contra você, procure logo entrar em acordo com ele, enquanto estão a caminho do tribunal; senão o acusador entregará você ao juiz, o juiz o entregará ao guarda, e você irá para a prisão. 26 Eu garanto: daí você não sairá, enquanto não pagar até o último centavo.”
Comentário:
* 17-20: A lei não deve ser observada simplesmente por ser lei, mas por aquilo que ela realiza de justiça. Cumprir a lei fielmente não significa subdividi-la em observâncias minuciosas, criando uma burocracia escravizante; significa, isto sim, buscar nela inspiração para a justiça e a misericórdia, a fim de que o homem tenha vida e relações mais fraternas. Em 5,21-48, Mateus apresenta cinco exemplos, para mostrar como é que uma lei deve ser entendida.
* 21-26: A lei que proíbe matar, proíbe esse ato desde a raiz, isto é, desde a mais simples ofensa ao irmão. Mesmo ofendido e inocente, o discípulo de Jesus deve ter a coragem de dar o primeiro passo para reconciliar-se. Caso se sinta culpado, procure urgentemente a reconciliação, porque sobre a sua culpa pesa um julgamento.
Jesus está formando os primeiros discípulos para a nova comunidade. Ela tem como fundamento e motivação a prática do amor. Ora, o amor pede que se dê um passo além, um passo de qualidade: “Se a justiça de vocês não superar a justiça dos doutores da Lei e fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus”. Não basta não matar, é necessário evitar qualquer atitude que ofenda ou prejudique o próximo. Até mesmo a celebração litúrgica, por mais que satisfaça as exigências da religião, se não for acompanhada da reconciliação fraterna, poderá transformar-se em belo espetáculo; culto agradável a Deus é que não será. E quem se apresentar diante do Juiz divino sem ter perdoado, será condenado a pagar tudo, até o “último centavo”.

quinta-feira, 14 de março de 2019

Mateus 7, 7-12 Confiança no Pai.


* 7 “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! 8 Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta. 9 Quem de vocês ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? 10 Ou lhe uma cobra, quando ele pede um peixe? 11 Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem.”
A regra de ouro -* 12 “Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas.”
Comentário:
* 7-11: A oração é a expressão da nossa relação com Deus como o único absoluto (cf. Mt 6,5-7). Aqui se abre uma nova perspectiva: essa relação deve ser de confiança e intimidade como a de um filho para com o seu pai.
* 12: No tempo de Jesus, “Lei e Profetas” indicava todo o Antigo Testamento. Esta “regra de ouro” convida-nos a ter para com os outros a mesma preocupação que temos espontaneamente para com nós mesmos. Não se trata de visão calculista - dar para receber -, mas de uma compreensão do que seja o amor do Pai.
Com a chave da confiança, entramos no coração de Deus Pai. Ele conhece as necessidades de cada filho ou filha e espera que estes se apresentem e, cheios de esperança, manifestem seus pedidos. Deus, que nos conhece por dentro, sabe que somos distraídos, acomodados ou maus. Por isso aceita que sejamos persistentes, perseverantes, e espera que lhe peçamos “coisas boas” para nós e para os outros. Quanto a obter o que pedimos, depende da vontade de Deus: se o que pedimos estiver de acordo com o projeto de Deus, ele concederá tudo. Outro aspecto a se levar em conta é verificar se estamos em condições de receber a graça divina. Precisamos apoiar-nos na fé. São Pio de Pietrelcina dizia: “Deus nunca me negou um pedido”.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Lucas 11, 29-32 O grande sinal.


* 29 Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração . Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas.”
Comentário:
* 29-32: Não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.
Diante dos ensinamentos de Jesus, seus conterrâneos, sobretudo a classe dirigente, se mostram duros de coração e incrédulos. Para desmascarar essa realidade, Jesus se serve da figura de Jonas, que havia conseguido a conversão de pessoas não pertencentes ao judaísmo. Pela pregação de Jonas, aquele povo pagão passou a adorar e seguir o Deus único e verdadeiro. Eis que Jesus realiza no meio do povo os sinais do mesmo Deus de Jonas, as obras que o Pai lhe confiou. Mas essa geração permanece insensível à pregação de Jesus e agressiva à sua pessoa. Fechados à compreensão da obra divina, os inimigos de Jesus se condenam. Serão julgados pelo povo de Nínive, seu maior inimigo. O grande sinal de Jesus é sua ressurreição. Ele está passando sem cessar em nossa vida, convidando-nos à conversão.

terça-feira, 12 de março de 2019

Mateus 6, 7-15 O “Pai nosso”.


* 7 “Quando vocês rezarem, não usem muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por causa do seu palavreado. 8 Não sejam como eles, pois o Pai de vocês sabe do que é que vocês precisam, ainda antes que vocês façam o pedido.
9 Vocês devem rezar assim: Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. 11 -nos hoje o pão nosso de cada dia. 12 Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. 13 E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.
14 De fato, se vocês perdoarem aos homens os males que eles fizeram, o Pai de vocês que está no céu também perdoará a vocês. 15 Mas, se vocês não perdoarem aos homens, o Pai de vocês também não perdoará os males que vocês tiverem feito.”
Comentário:
* 7-15: Mateus aproveita o tema da oração para inserir aqui o Pai-nosso (cf. Lc 11,1-4), contrapondo a oração cristã à oração dos fariseus e dos pagãos. O Pai-nosso mostra a simplicidade e intimidade do homem com Deus. Na primeira parte, pede-se que Deus manifeste o seu projeto de salvação; na segunda, pede-se o essencial para que o homem possa viver segundo o projeto de Deus: pão para o sustento, bom relacionamento com os irmãos e perseverança até o fim.
A oração de Jesus põe em destaque, antes de tudo, a familiaridade de chamar a Deus de “Pai”. Mostra também que Deus aprecia a simplicidade dos pedidos, sem longos discursos ou conclusões solenes. Afinal, ele conhece as necessidades mais profundas de cada filho ou filha. Depois, apresenta o conteúdo do que se deve pedir ao Pai: o seu nome, o seu reino, a sua vontade. Tudo isso antes de pedirmos por nossas necessidades cotidianas: o pão de cada dia, o perdão e a libertação do mal. O ensinamento de Jesus sobre a oração reforça ainda a necessidade de perdoar: sabendo que Deus nos perdoa e nos salva, também nós devemos perdoar as ofensas que outros nos fazem. O pai-nosso é oração breve, mas portadora dos elementos essenciais de nossa relação com Deus e com os irmãos.