sexta-feira, 30 de maio de 2025
Lucas 1, 39-56 João aponta o Messias.
-* 39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.”
O cântico de Maria -* 46 Então Maria disse: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, 47 meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48 porque olhou para a humilhação de sua serva. Doravante todas as gerações me felicitarão, 49 porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo, 50 e sua misericórdia chega aos que o temem, de geração em geração. 51 Ele realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, 52 derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; 53 aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias. 54 Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55 conforme prometera aos nossos pais - em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.” 56 Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa.
Comentário:
* 39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel.
* 46-56: O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história.
Ao longo desta semana, meditamos diversas passagens do Evangelho de João que sublinham a alegria proporcionada pela ressurreição de Jesus em oposição à dor da sua paixão e morte, bem como a presença fundamental do Espírito Santo nessa passagem salvífica. O Evangelho da festa da visitação de Nossa Senhora nos mostra o mesmo tema sob nova perspectiva, ou seja, o Espírito Santo, que enche o ser humano de alegria, não está presente apenas após a morte de Jesus. Ao contrário, ele está na origem da encarnação e enche de alegria Maria, que carrega no seu ventre o Filho de Deus, assim como todos os que com ela têm contato. Nós, hoje, quando aceitamos a “visita” de Nossa Senhora, também nos enchemos de alegria, pois sentimos a presença do seu Filho amado, que toca e transforma nossa vida.
quinta-feira, 29 de maio de 2025
João 16, 20-23 A angústia se transformará em alegria.
20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria. 21 Quando a mulher está para dar à luz, sente angústia, porque chegou a sua hora. Mas quando a criança nasce, ela nem se lembra mais da aflição, porque fica alegre por ter posto um homem no mundo. 22 Agora, vocês também estão angustiados. Mas, quando vocês tornarem a me ver, vocês ficarão alegres, e essa alegria ninguém tirará de vocês. 23 Nesse dia, vocês não me farão mais perguntas. Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá.
Comentário:
* 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida.
A imagem da mulher prestes a dar à luz, que Jesus utiliza no contexto da última ceia, é uma excelente metáfora para nos ajudar a compreender a dor fecunda da paixão e morte de Cristo, que se transforma em tão grande alegria na sua ressurreição. Quando este texto é relido em contexto litúrgico, recorda à Igreja sua condição de peregrina, entre os sacrifícios por amor na espera da alegria eterna. Essa alegria, dom do Espírito, permite-nos confiar nas palavras do Senhor, ainda que em meio a tribulações. A ansiedade da mãe em meio às dores do parto cessa no exato momento em que sente os sinais da criança que veio ao mundo, dando novo sentido e nova alegria à sua vida.
quarta-feira, 28 de maio de 2025
João 16, 16-20 A angústia se transformará em alegria.
* 16 Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver.” 17 Alguns discípulos comentaram: “O que ele quer dizer com isso: ‘daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? E ainda: ‘eu vou para o Pai’?” 18 E diziam: “Que significa esse ‘um pouco’? Não compreendemos o que ele quer dizer.”
19 Jesus percebeu que eles queriam fazer perguntas. E disse: “Vocês estão discutindo porque eu falei: ‘Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? 20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria.
Comentário:
* 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo
Jesus prepara os discípulos para aceitarem com serenidade sua morte, pois ela faz parte do plano salvífico e é apenas uma etapa passageira no processo de salvação do ser humano. Os discípulos não devem ficar abalados com a morte de Jesus, porque, ao terceiro dia, ressuscitará. A novidade desse mistério causa muita confusão e questionamento, mas Jesus acalma os discípulos, afirmando que, após a dor e a tristeza, serão tomados pela grande alegria da sua ressurreição. No final, compreenderão que o amor e a vida vencem o pecado do mundo. Cristo ressuscitado é Senhor do tempo, e hoje somos convidados a fazer, do nosso tempo, um tempo no qual testemunhamos a proximidade de Deus com todos os homens e mulheres do mundo.
terça-feira, 27 de maio de 2025
João 16, 12-15 O Espírito vai guiar o testemunho dos discípulos.
- 12 “Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. 13 Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. 14 O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. 15 Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês.
Comentário:
* 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados.
Espírito da Verdade, prometido e enviado sobre os apóstolos por Jesus, guia Paulo na sua missão em Atenas, onde era difundido o culto a muitos deuses pagãos. O mesmo Espírito da vida nos guia hoje e impulsiona-nos a ser fiéis testemunhas da verdade cristã em tudo aquilo que fazemos e somos, seja na esfera religiosa, seja na política ou na social. Verdade e vida são dois termos que esclarecem como Jesus é o caminho que conduz ao Pai, termo recorrente no Evangelho de João e muito iluminador para os cristãos hoje, imersos num mundo que carece de verdade, de vida e de caminhos retos. Resta-nos estar abertos a esse Espírito que nos orienta sobre o passado (compreensão), mas também sobre o futuro (revelação).
segunda-feira, 26 de maio de 2025
João 16, 5-11 O Espírito vai desmascarar o mundo.
* “Eu não lhes disse tudo isso desde o começo, porque eu estava com vocês. 5 Mas agora eu vou para aquele que me enviou. E ninguém de vocês pergunta para onde eu vou? 6 Mas porque eu lhes disse essas coisas, a tristeza encheu o coração de vocês. 7 Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei.
8 Quando o Advogado vier, ele vai desmascarar o mundo, mostrando quem é pecador, quem é o Justo e quem é o condenado. 9 Quem é pecador? Aqueles que não acreditaram em mim. 10 Quem é o Justo? Sou eu. Mas vocês não me verão mais, porque eu vou para o Pai. 11 Quem é o condenado? É o príncipe deste mundo, que já foi condenado.”
Comentário:
* 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados.
Jesus anuncia aos discípulos que é chegada a hora de partir. Esclarece, porém, que sua missão não termina com a sua morte. Ao contrário, inicia nova fase, através das obras dos discípulos e através da vinda do Advogado ou Paráclito. O mesmo Espírito que atuou na encarnação e acompanhou Jesus em sua vida é prometido aos discípulos e será dado à Igreja na noite de Pentecostes, garantindo sua unidade e longevidade. Jesus antecipa, porém, como será a ação do Espírito Santo, que virá após sua ressurreição: mostrará o pecado do mundo que rejeitou Jesus, proclamará sua exaltação à direita do Pai e revelará a vitória sobre os demônios.
domingo, 25 de maio de 2025
João 15, 26-16,4 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.
26 O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim. 27 Vocês também darão testemunho de mim, porque vocês estão comigo desde o começo.”
Os discípulos não devem se acovardar -* 1 “Eu disse tudo isso para que vocês não se acovardem. 2 Expulsarão vocês das sinagogas. E vai chegar a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. 3 Eles farão assim, porque não conhecem o Pai nem a mim. 4 Eu disse tudo isso para que, quando chegar a hora, vocês se lembrem do que eu disse.”
Comentário:
* 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido.
* 16,1-4a: A palavra de Jesus se dirige agora aos discípulos, preparando-os para a missão futura. A mesma perseguição e marginalização que eles agora sofrem se repetirá mais tarde em relação a qualquer sociedade e sistema religioso que acoberta a injustiça, porque o cristianismo é radicalmente diferente e contrário ao “mundo”.
Jesus alerta os discípulos sobre as perseguições que sofrerão por causa do Evangelho. Ao longo da história, o cristianismo enfrentou muitas situações de perseguição por defender a vida e a verdade. Muitos foram perseguidos e mortos (martirizados), como o próprio Jesus, pois o mundo é incapaz de compreender sua mensagem. O importante, no entanto, é saber que Deus está sempre ao nosso lado, como esteve com Jesus na cruz e com os apóstolos na missão. Em tempos de nova evangelização, que cada um de nós seja corajoso e criativo, lembrando-se das palavras de São João Paulo II: “Não tenhais medo! Abri, ou melhor, escancarai as portas a Cristo”.
sábado, 24 de maio de 2025
João 14, 23-29 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.
23 Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.”
A paz que só Jesus pode dar -* 27 «Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem. 30 Já não tenho muito tempo para falar com vocês, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem poder sobre mim, 31 mas vem para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai me mandou. Levantem-se. Vamos sair daqui.”
Comentário:
* 15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história.
* 27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria.
Apocalipse 21, 10-14.22-23 Jerusalém-Cidade.
10 E me levou em espírito até um grande e alto monte. E mostrou para mim a Cidade Santa, Jerusalém que descia do céu, de junto de Deus, 11 com a glória de Deus. Seu esplendor é como de uma pedra preciosíssima, pedra de jaspe cristalino. 12 * Ela está cercada por alta e grossa muralha, com doze portas. Sobre as portas há doze Anjos. Cada porta tem um nome escrito: os nomes das doze tribos de Israel. 13 São três portas no lado do oriente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas no lado do poente. 14 A muralha da cidade tem doze pilares. E nos pilares está escrito o nome dos doze apóstolos do Cordeiro. 22* Não vi na Cidade nenhum Templo, pois o seu Templo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. 23 A Cidade não precisa do sol nem da lua para ficar iluminada, pois a glória de Deus a ilumina e sua lâmpada é o Cordeiro.
Comentário:
* 9-11: João apresenta agora a nova humanidade como cidade perfeita e deslumbrante. Esta imagem mostra a beleza e santidade da Aliança com Deus. A humanidade é a esposa, o reverso da prostituta. João a apresenta com traços da antiga Babilônia histórica: quadrada, atravessada por uma avenida ao longo do rio, e com jardins. Sugere, assim, que a Jerusalém celeste é a Babilônia, prostituta purificada e transformada pelo Evangelho. Agora, ela reflete a glória de Deus, que nela está presente.
* 12-17: As formas e medidas são perfeitas: muralhas com cento e quarenta e quatro côvados (doze x doze), doze portas com os nomes das doze tribos, doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos. Ela é quadrada e cúbica, como o Santo dos santos no Templo. Sua perfeição é inimaginável (doze mil). Ela é uma cidade universal, aberta para toda a humanidade (portas voltadas para os quatro pontos cardeais).
* 22-23: Deus está presente nessa humanidade. Não é preciso mais nenhum meio para ligá-la com Deus: nem Templo, nem liturgia, nem sacerdócio. É o momento do face-a-face. Consequentemente, também não existem outras mediações: política, economia, propaganda, comércio etc. A comunhão total com Deus leva à comunhão total dos homens entre si.
sexta-feira, 23 de maio de 2025
João 15, 18-21 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.
* 18 «Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim. 19 Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo. 20 Lembrem-se do que eu disse: nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês. 21 Farão isso a vocês por causa de meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou.
Comentário:
* 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido.
O evangelista João continua apresentando o tema do amor que vem de Cristo, contrapondo-o ao ódio que vem do mundo. Jesus procura animar os discípulos para que enfrentem com coragem o ódio do qual serão alvo e os tempos difíceis que virão após sua morte. Sua mensagem provocará mudanças estruturais na vida do ser humano e na sociedade, por isso não será bem recebida pelos detentores do poder e por aqueles demasiado apegados ao sistema alienante. Muitos, porém, escutarão e abraçarão a fé, sendo iluminados pela Palavra de Deus, que continua a agir através dos apóstolos e de nós hoje. O Evangelho nos assegura que a escolha de Cristo nos separou do mundo do comodismo e da hipocrisia, separou-nos daquele mundo que atenta contra os ideais da verdade que considera incômoda. A confiança dos cristãos está no Senhor ressuscitado, que garante que todo o que viver por ele, com ele há de tomar parte da bem-aventurança eterna.
quinta-feira, 22 de maio de 2025
João 15, 12-17 O fruto do discípulo é o amor.
12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.”
Comentário:
* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.
A amizade é uma forma profunda e exigente de amar. Não é por acaso que Jesus chama seus discípulos de amigos, e não servos. A amizade é um compromisso que assumimos com liberdade e humildade. Jesus nos amou gratuitamente e pede que também nós façamos o mesmo, pois, quando amamos, somos capazes de realizar qualquer coisa pelo outro. O cristão não deve perder-se em questões banais, mas sim orientar sua vida pela lei do amor, confiando que Cristo nos escolheu para que produzamos muitos frutos. Tradicionalmente, sabemos que a qualidade do fruto depende da qualidade da árvore. Se a árvore é boa, o fruto será bom e permanecerá. Cristo, a árvore perfeita, nos mostra que daremos bons frutos se permanecermos unidos à raiz, que é Deus.
quarta-feira, 21 de maio de 2025
João 15, 9-11 O fruto do discípulo é o amor.
* 9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.
Comentário:
* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.
Os Mandamentos indicam um caminho de vida, e não apenas um conjunto de regras. Diferentemente do que eram as outras leis conhecidas no Antigo Oriente, entregues pelos reis aos seus súditos, os Mandamentos (ou Decálogo) foi entregue diretamente por Deus ao seu povo, pelas mãos de Moisés, estabelecendo, assim, uma Aliança. O primeiro mandamento, ou primeira “palavra”, expressa exatamente esta relação íntima de Deus com o povo liberto da escravidão. Deus ama seu povo e, por isso, estabeleceu a Aliança. Espera, portanto, que o povo também o ame, permanecendo no seu amor. Isso nem sempre ocorreu, por isso a presença de Jesus, o Filho de Deus, no nosso meio, recordando a lei fundamental do amor, para que participemos novamente da Aliança e da alegria do Pai, a alegria completa.
terça-feira, 20 de maio de 2025
João 5, 1-8 A vida está acima da lei.
* 1 Depois disso, houve uma festa judaica, e Jesus foi a Jerusalém. 2 Em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, existe uma piscina rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico a piscina chamava-se Betesda. 3 Muitos doentes ficavam aí deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, esperando que a água se movesse (4 porque um anjo descia de vez em quando e movimentava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois que a água fosse movida, ficava curado de qualquer doença que tivesse).
5 Aí ficava um homem que estava doente havia trinta e oito anos. 6 Jesus viu o homem deitado e ficou sabendo que estava doente havia muito tempo. Então lhe perguntou: “Você quer ficar curado?” 7 O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina quando a água está se movendo. Quando vou chegando, outro já entrou na minha frente.” 8 Jesus disse: “Levante-se, pegue sua cama e ande!”.
Comentário:
* 1-18: O paralítico é figura do povo oprimido e paralisado, à espera de alguém que o liberte. Jesus vai ao encontro do paralítico, e lhe ordena que ele próprio se levante e ande, encontrando sua liberdade e decidindo seu próprio caminho.
Para Jesus e para seu Pai, o importante é a vida e a liberdade. Elas estão acima até mesmo das leis religiosas e da opinião de quaisquer autoridades.
A primeira grande questão que dividiu a opinião dos cristãos foi relativa à circuncisão dos batizados, ou melhor, à obrigatoriedade da observância dos preceitos judaicos procedentes da circuncisão. Não é apenas uma questão de ordem prática, mas um problema teológico, pois tocava o âmago da mensagem evangélica. Jesus instaurou um novo povo de Deus, e já não são os judeus o povo escolhido, mas todos os que abraçam a fé. O chamado Concílio de Jerusalém procurou impedir um retrocesso que ameaçava esvaziar de sentido e de valor a redenção operada por Cristo. O fundamental, aqui, é notarmos que os cristãos (ramos) já não estão apegados a uma Lei, mas dependem unicamente de Cristo, a videira. “Quem permanece em mim, e eu nele, dará muito fruto”, afirma Jesus. A qualidade do cristão depende de sua união a Cristo, e essa união depende do quanto nos sentimos Igreja, porque Cristo é a cabeça da Igreja, que é seu corpo.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
João 14, 27-31 A paz que só Jesus pode dar.
-* 27 “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem. 30 Já não tenho muito tempo para falar com vocês, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem poder sobre mim, 31 mas vem para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai me mandou. Levantem-se. Vamos sair daqui.”
Comentário:
* 27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria.
Ao ler o Evangelho de hoje, poderíamos nos perguntar: onde encontrar, num mundo marcado por tantas guerras e violência, a paz que Cristo nos deixou? A paz dada por Jesus está intimamente ligada à sua vitória sobre a morte, não obstante o sofrimento por ele sentido, mostrando-nos que é precisamente no meio das tribulações que devemos ser anunciadores do Príncipe da paz. Contrapondo-nos à cultura originada pelo Império Romano (cujo dito afirma: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”), o Evangelho nos convida a outra lógica: “Se queres a paz, anuncia Cristo no mundo dividido pela guerra”. Essa é a tradição cristã e a lógica que guiou o papa Francisco em tantos momentos do seu pontificado. Somente Cristo nos dá a verdadeira paz, somente ele garante que o nosso coração não fique perturbado.
domingo, 18 de maio de 2025
João 14, 21-26 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.
21 Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele.”
22 Judas, não o Iscariotes, perguntou: “Senhor, por que vais manifestar-te a nós e não ao mundo?” 23 Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.”
Comentário:
* 15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história.
Por mais obras que Jesus realize, os que não o amam serão incapazes de reconhecer sua divindade. Somente quem o ama compreende sua mensagem e consegue observar os Mandamentos. O amor, portanto, é a fonte da qual brotam a fé, o seguimento, a prática da justiça e a convivência fraterna. Do amor, nascem a pregação e a força da missão. Quando amamos, o Espírito Santo enviado por Deus se manifesta a cada um de nós. Curioso notar que, em grego, a palavra parakleto, utilizada para descrever o Espírito, significa ao mesmo tempo “advogado”, “intercessor” e “consolador”. Consolador, por sinal, é nome messiânico na tradição judaica (menahem). Por isso, o primeiro “paráclito” é o próprio Jesus, e é através dele que recebemos o Espírito Santo. Ele nos ajuda a compreender tudo o que o Mestre nos ensinou, meditando os textos litúrgicos e alargando nossa visão da obra divina. Essa visão mais ampla será, ao mesmo tempo, purificação que nos remete para o essencial da nossa fé.
sábado, 17 de maio de 2025
João 13, 31-33ª.34-35 A expressão de fé em Jesus é o amor.
* 31 Quando Judas Iscariotes saiu, Jesus disse: “Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. 32 Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.
33 Filhinhos: vou ficar com vocês só mais um pouco.34 Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. 35 Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos.”
Comentário:
* 31-38: O mandamento novo supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é somente amando ao homem que amamos a Deus. Em Jesus, Deus se fez presente no homem, tornando-o intocável. Tal mandamento novo gera uma comunidade, que oferece uma alternativa de vida digna e liberdade perante a morte e a opressão.
O relato do Evangelho está no contexto da última ceia de Jesus com seus discípulos. Após Judas sair da cena, o Mestre reconhece que chegou a “hora” e dá as últimas instruções aos seus, pois por pouco tempo ainda ficará com eles. A “hora” de Jesus é a sua glorificação, quando transforma a traição na oportunidade de se entregar ao Pai e à humanidade. Antes de partir, deixa aos seus o “novo mandamento do amor”. A novidade está na medida “como eu vos amei”, em outras palavras, a ponto de doar a própria vida de forma gratuita. O Mestre não exige muito dos seus seguidores, apenas que se “amem uns aos outros”. Amando gratuitamente até as últimas consequências, demonstraremos ser discípulos de Jesus. A marca, portanto, dos cristãos é “amar como Jesus amou”. O Mestre não pede amor para si, mas aos irmãos e irmãs. É o amor que dará credibilidade às nossas palavras e às mensagens. Se amarmos a Jesus e aos irmãos e irmãs, amaremos o próprio Deus.
Apocalipse 21, 1-5 Jerusalém-Esposa.
* 1 Vi, então, um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2 Vi também descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, uma Jerusalém nova, pronta como esposa que se enfeitou para o seu marido. 3 Nisso, saiu do trono uma voz forte. E ouvi: “Esta é a tenda de Deus com os homens. Ele vai morar com eles. Eles serão o seu povo e ele, o Deus-com-eles, será o seu Deus. 4 Ele vai enxugar toda lágrima dos olhos deles, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor. Sim! As coisas antigas desapareceram!” 5* Aquele que está sentado no trono declarou: “Eis que faço novas todas as coisas.”
Comentário:
1-4: A nova relação que existe entre Deus e os homens é apresentada como céu novo e terra nova. O mar já não existe, porque os antigos o consideravam moradia dos poderes do mal. A Nova Jerusalém é a cidade que Deus vai construir como dom (vem do céu) para os homens. É a Esposa do Cordeiro, o novo Adão que esposa a nova Eva. Realiza-se a Aliança de Deus com toda a humanidade. Ela se tornou a Tenda (Ex 25,8), na qual Deus está presente. Doravante tudo é vida e realização plena.
* 5-8: Deus promete a renovação de tudo, pois ele é o Senhor da história, a fonte e o fim da vida. Ele dá a vida a quem a desejar. Quem for perseverante entrará para a realidade da Aliança: tornar-se-á filho, participando da realidade do próprio Cristo. O fato de conhecer o fim, porém, não dispensa a conversão.
sexta-feira, 16 de maio de 2025
João 14, 7-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.
7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.”
8 Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.” 9 Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. 11 Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. 12 Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai. 13 O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se vocês pedirem qualquer coisa em meu nome, eu o farei.”
Comentário:
* 14,1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.
O Pai e o Filho são um único e mesmo Deus, juntamente com o Espírito Santo. Quem crê no Filho, crê no Pai. Quem segue o Filho, segue o Pai. Através da sucinta explicação dada a Filipe, mergulhamos no mistério da Trindade e confirmamos uma vez mais que os que têm fé verdadeira são conduzidos a realizar grandes obras, a exemplo de Paulo e Barnabé, que evangelizaram muitas comunidades do Oriente e da Europa. Para entender melhor o mistério da Santíssima Trindade, podemos recorrer à imagem do trevo, usada por São Patrício para explicar tal mistério aos irlandeses no século IV. Quando olhamos para um trevo, vemos uma unidade harmônica muito grande entre três folhas distintas que compõem uma única flor. Essa imagem pode nos ajudar a entender que Jesus é Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo, como concluímos as orações litúrgicas.
João 14, 1-6 Jesus é o caminho que leva ao Pai.
-* 1 Jesus continuou dizendo: “Não fique perturbado o coração de vocês. Acreditem em Deus e acreditem também em mim. 2 Existem muitas moradas na casa de meu Pai. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, porque vou preparar um lugar para vocês. 3 E quando eu for e lhes tiver preparado um lugar, voltarei e levarei vocês comigo, para que onde eu estiver, estejam vocês também. 4 E para onde eu vou, vocês já conhecem o caminho.” 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos conhecer o caminho?»”6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.”
Comentário:
* 14,1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.
No Evangelho de hoje, descobrimos uma das mais belas imagens que definem Jesus: ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. O caminho de vida, fechado a Adão, se abre novamente ao que crê em Jesus Cristo. Ele não é simplesmente um guia, não se limita a ensinar o caminho, mas ele é o próprio caminho que nos conduz a Deus. Ele é a verdade, pois constitui a plenitude da revelação. Ele é a vida, pois nos mostra que a morte não é um fim, mas a vida é eterna e se prolonga além da morte. Apesar de, em muitas passagens, lermos que Jesus (ou Deus, no Antigo Testamento) é a vida, é o caminho, é a verdade e assim por diante, em toda a Bíblia, esta é a única vez que esses três termos aparecem unidos. Isso dá ainda maior valor à afirmação de Jesus, devendo ser assimilado por nós, cristãos, hoje.
quarta-feira, 14 de maio de 2025
João 13, 16-20 Quem segue Jesus deve servir;
16 Eu garanto a vocês: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou. 17 Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática.”
Jesus é traído por um discípulo -* 18 “Eu não falo de todos vocês. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come pão comigo, é o primeiro a me trair!’ 19 Digo isso agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, vocês acreditem que Eu Sou. 20 Eu garanto a vocês: quem recebe aquele que eu envio, está recebendo a mim, e quem me recebe, está recebendo aquele que me enviou.”
Comentário:
* 1-17: A morte de Jesus abre a passagem para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua vida. O gesto de Jesus é ensinamento: a autoridade só pode ser entendida como função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade e fraternidade. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos.
* 18-30: A longa noite da paixão começa com a traição de Judas, símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã.
Em Antioquia, Paulo pronuncia seu primeiro sermão missionário na sinagoga. Faz um resumo da história da salvação, destacando a Aliança feita com o povo de Israel, a libertação do Egito, as profecias e o cumprimento da promessa em Jesus Cristo, o Filho que veio ao mundo para salvar Israel. Destaca que chegou um novo tempo, não mais de promessas, mas de realização e vida nova. Isso mostra a grande sintonia do passado com o presente, da fé dos antepassados com a fé dos cristãos, da história da salvação com a história humana. Ao aceitarmos Cristo, aceitamos o Pai que o enviou e atualizamos a história da salvação, tomando parte no Reino de Deus.
João 15, 9-17 O fruto do discípulo é o amor.
9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.
12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.”
Comentário:
* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.
Conforme lemos nos Atos dos Apóstolos 1,15-26, Matias foi escolhido para fazer parte do grupo dos Doze, em substituição ao traidor Judas. Seu nome significa “dom de Deus” e foi seguidor de Jesus desde o início da sua missão, ao ser batizado no rio Jordão. Matias é exemplo concreto do que lemos no Evangelho da sua festa: ele guardou os mandamentos do Mestre e por isso permaneceu no seu amor. Permanecendo no seu amor, foi agraciado com a alegria plena, ou seja, a certeza da participação na glória de Deus. Também nós somos convidados a participar da mesma alegria, pois fomos escolhidos por Cristo para nos amarmos uns aos outros, assim como ele nos amou primeiro. Se aceitarmos esse convite, seremos dignos de ser chamados de amigos de Jesus e, quem sabe, ser incluídos entre os santos de Deus.
segunda-feira, 12 de maio de 2025
Lucas 11, 27-28 A verdadeira felicidade.
Evangelho: Lucas 11,27-28
* 27 Enquanto Jesus dizia essas coisas, uma mulher levantou a voz no meio da multidão, e lhe disse: “Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram.” 28 Jesus respondeu: “Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática.”
Comentário:
* 27-28: Acolher a palavra de Jesus é dom maior do que o simples fato de ser mãe dele.
O profeta exulta, dando graças por tudo o que o Senhor realiza em favor do seu povo. / Segundo Jesus, a bem-aventurança vai além do parentesco biológico. Consiste, antes, em ouvir a Palavra de Deus e praticá-la. A mãe de Jesus é modelo de mulher aberta ao mistério da vida; de quem crê e responde, com toda confiança, à palavra que Deus lhe dirigiu.
domingo, 11 de maio de 2025
João 10, 1-10 O povo conhece a voz de Jesus.
* 1 “Eu garanto a vocês: aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2 Mas aquele que entra pela porta, é o pastor das ovelhas. 3 O porteiro abre a porta para ele, e as ovelhas ouvem a sua voz; ele chama cada uma de suas ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4 Depois de fazer sair todas as suas ovelhas, ele caminha na frente delas; e as ovelhas o seguem porque conhecem a sua voz. 5 Elas nunca vão seguir um estranho; ao contrário, vão fugir dele, porque elas não conhecem a voz dos estranhos.” 6 Jesus contou-lhes essa parábola, mas eles não entenderam o que Jesus queria dizer.
Jesus é o único caminho -* 7 Jesus continuou dizendo: “Eu garanto a vocês: eu sou a porta das ovelhas. 8 Todos os que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram. 9 Eu sou a porta. Quem entra por mim, será salvo. Entrará, e sairá, e encontrará pastagem. 10 O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.
Comentário:
* 1-6: Nesta comparação, o curral representa a instituição que explora e domina o povo. Os ladrões e assaltantes são os dirigentes. Jesus mostra que sua mensagem é incompatível com qualquer instituição opressora e que sua missão é conduzir para fora da influência dela os que nele acreditam, a fim de formar uma comunidade que possa ter vida plena e liberdade.
* 7-21: O único meio de libertar-se de opressores ou de uma instituição opressora é comprometer-se com Jesus, pois ele é a única alternativa (a porta). Jesus é o modelo de pastor: ele não busca seus próprios interesses; ao contrário, ele dá a sua própria vida a todos aqueles que aceitam sua proposta. Jesus provoca divisão: para uns, suas palavras são loucura; para outros, sua ação é sinal de libertação.
O Evangelho de hoje continua a refletir sobre o tema do pastoreio, enfatizado na liturgia de ontem. Jesus é a porta do curral, o único acesso ao Reino. Somente através dele nós saímos em segurança e chegamos ao Pai. Antes de Jesus, surgiram vários profetas, mas nenhum era o Messias, aquele que dá a vida em abundância. Também surgiram muitos falsos pastores, como ainda hoje existem na nossa sociedade. Não lhes demos ouvidos, pois temos o Deus verdadeiro ao nosso lado. Na vida nova, à qual todos somos chamados, não é feita distinção entre os que entram, mas por onde se entra. O Evangelho de hoje nos convida, portanto, a reconhecer a voz de Cristo que nos fala na sua Igreja.
sábado, 10 de maio de 2025
João 10, 27-30 As credenciais de Jesus são as suas obras.
27 Minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu dou a elas vida eterna, e elas nunca morrerão. Ninguém vai arrancá-las da minha mão. 29 O Pai, que tudo entregou a mim, é maior do que todos. Ninguém pode arrancar coisa alguma da mão do Pai. 30 O Pai e eu somos um.”
Comentário:
* 22-39: Jesus define sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas de seu messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age nele.
Encontramos, aqui, a essência da fé cristã: Jesus vem do Pai e volta ao Pai, e nos arrasta nesse movimento de ascensão. Então, podemos viver na confiança total em relação a Jesus, a quem expressamos nossas necessidades e súplicas: “O que vocês pedirem a meu Pai em meu nome, ele vai lhes dar”. A oração feita em nome de Jesus nasce de profunda intimidade com ele, com o Pai e com o Espírito Santo. O Espírito, de fato, é quem garante a eficácia de nossa oração, pois não sabemos o que pedir: “É o próprio Espírito que intercede com insistência por nós, com gemidos que não se exprimem” (Rm 8,26). Então, pedir o quê? Tudo o que contribui para a vida individual e comunitária do ser humano e para a comunicação dessa vida a outros.
Apocalipse 7, 9.14b-17 Deus realiza a salvação.
9* Depois disso eu vi uma grande multidão, que ninguém podia contar: gente de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam todos de pé diante do trono e diante do Cordeiro. Vestiam vestes brancas e traziam palmas na mão. 10 Em alta voz, a multidão proclamava:
Ele então me explicou: “São os que vêm chegando da grande tribulação. Eles lavaram e alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro. 15 É por isso que ficam diante do trono de Deus, servindo a ele dia e noite em seu Templo. Aquele que está sentado no trono estenderá sua tenda sobre eles. 16 Nunca mais terão fome, nem sede; nunca mais serão queimados pelo sol, nem pelo calor ardente. 17 Pois o Cordeiro que está no meio do trono será o pastor deles; vai conduzi-los até às fontes de água da vida. E Deus lhes enxugará toda lágrima dos olhos.”
Comentário:
* 9-12: O povo de Deus reconhece que a salvação vem de Deus e do Cordeiro. Não são as coisas e nem os homens absolutizados que salvam. Unido aos anjos e à criação, o povo de Deus adora a Deus e reconhece que a plenitude do louvor pertence somente a Deus.
* 13-17: João enfatiza a salvação do povo de Deus. A grande tribulação são as perseguições. A veste branca significa a participação no testemunho de Jesus. Os vv. 15-17 lembram a festa das Tendas, que era um sinal da Aliança. A salvação é a realização da Aliança: a morada de Deus com os homens. Com a realização futura da Aliança não haverá mais limitações nem sofrimentos: Jesus será o pastor que leva o povo a viver em plenitude.
João 6, 60-69 A fé em Jesus exige decisão.
* 60 Depois que ouviram essas coisas, muitos discípulos de Jesus disseram: “Esse modo de falar é duro demais. Quem pode continuar ouvindo isso?” 61 Jesus sabia que seus discípulos estavam criticando o que ele tinha dito. Então lhes perguntou: “Isso escandaliza vocês? 62 Imaginem então se vocês virem o Filho do Homem subir para o lugar onde estava antes! 63 O Espírito é que dá a vida, a carne não serve para nada. As palavras que eu disse a vocês são espírito e vida. 64 Mas entre vocês há alguns que não acreditam.” Jesus sabia desde o começo quais eram aqueles que não acreditavam e quem seria o traidor. 65 E acrescentou: “É por isso que eu disse: ‘Ninguém pode vir a mim, se isso não lhe é concedido pelo Pai.’”
66 A partir desse momento, muitos discípulos voltaram atrás, e não andavam mais com Jesus. 67 Então Jesus disse aos Doze: “Vocês também querem ir embora?” 68 Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. 69 Agora nós acreditamos e sabemos que tu és o Santo de Deus.”
Comentário:
* 60-71: As palavras de Jesus provocam resistência e desistência até entre os discípulos. Muitos conservam a ideia de um Messias Rei, e não querem seguir Jesus até à morte, entendida por eles como fracasso. E não assumem a fé por medo de se comprometerem. Os Doze apóstolos, porém, aceitam a proposta de Jesus e o reconhecem como Messias, dando-lhe sua adesão e aceitando suas exigências.
Jesus Cristo é o Filho de Deus e somente dele procedem as palavras de vida eterna. Dando continuidade à discussão sobre a importância da Eucaristia (cf. Jo 6,52-59), hoje vemos que os discípulos protestam, contestando a dureza das palavras de Cristo. Sempre que os cristãos se questionam sobre a importância de participar da Eucaristia, dão eco, em certa medida, a todos aqueles que afirmam: “Essas palavras são duras demais. Quem pode continuar ouvindo isso?”. Cristo, então, dirige a nós o mesmo questionamento dirigido aos apóstolos: “Será que vocês também não querem ir embora?”. A fé é um ato livre que o Evangelho de hoje nos convida a reforçar ou não, respondendo, como Pedro, à indagação do Mestre: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”.
quinta-feira, 8 de maio de 2025
João 6, 52-59 Jesus é o pão que sustenta para sempre.
52 As autoridades dos judeus começaram a discutir entre si: “Como pode esse homem dar-nos a sua carne para comer?” 53 Jesus respondeu: “Eu garanto a vocês: se vocês não comem a carne do Filho do Homem e não bebem o seu sangue, não terão a vida em vocês. 54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu vivo nele. 57 E como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, assim, aquele que me receber como alimento viverá por mim. 58 Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os pais de vocês comeram e depois morreram. Quem come deste pão viverá para sempre.”
59 Jesus disse essas coisas quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum.
Comentário:
* 51-59: A vida definitiva se encontra justamente na condição humana de Jesus (carne): Jesus é o Filho de Deus que se encarnou para dar vida aos homens, isto é, para viver em favor dos homens. A vida definitiva começa quando os homens, comprometendo-se com Jesus, aceitam a própria condição humana e vivem em favor dos outros. E Jesus dá um passo além: ele vai oferecer sua própria vida (carne e sangue) em favor dos homens. Por isso, o compromisso com Jesus exige que também o fiel esteja disposto a dar a própria vida em favor dos outros.
A Eucaristia é o sacramento que manifesta eficazmente na comunidade esse compromisso com a encarnação e a morte de Jesus.
Ao participarmos da Eucaristia, entramos em plena comunhão com Cristo, permanecemos nele e ele permanece em nós. Essa verdade de fé nos foi revelada pelo próprio Cristo, conforme narra o evangelista João. Por isso, procuremos valorizar cada vez mais nossa participação na celebração eucarística e sentir no nosso íntimo o valor e significado do corpo e sangue de Cristo que comungamos, pois, toda vez que vivemos esse sacramento, somos saciados por Cristo, que é a verdadeira comida. O primeiro relato sobre a instituição da Eucaristia nos foi deixado pelo apóstolo Paulo (cf. 1Cor 11,23-29), que, em nome de Cristo, enfrentou uma série de ameaças, perseguição e morte. Aquilo que João explica pela palavra, Paulo dá testemunho com a própria vida.
quarta-feira, 7 de maio de 2025
João 6, 44-51 Jesus é o pão da vida.
44 Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrai, e eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos Profetas: ‘Todos os homens serão instruídos por Deus’. Todo aquele que escuta o Pai e recebe sua instrução vem a mim. 46 Não que alguém já tenha visto o Pai. O único que viu o Pai é aquele que vem de Deus.
47 Eu garanto a vocês: quem acredita possui a vida eterna. 48 Eu sou o pão da vida. 49 Os pais de vocês comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50 Eis aqui o pão que desceu do céu: quem dele comer nunca morrerá.”
Jesus é o pão que sustenta para sempre -* 51 E Jesus continuou: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida.”
Comentário:
* 35-50: Jesus se apresenta como aquele que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Seus adversários não admitem que um homem possa ter origem divina e, portanto, possa dar a vida definitiva.
* 51-59: A vida definitiva se encontra justamente na condição humana de Jesus (carne): Jesus é o Filho de Deus que se encarnou para dar vida aos homens, isto é, para viver em favor dos homens. A vida definitiva começa quando os homens, comprometendo-se com Jesus, aceitam a própria condição humana e vivem em favor dos outros. E Jesus dá um passo além: ele vai oferecer sua própria vida (carne e sangue) em favor dos homens. Por isso, o compromisso com Jesus exige que também o fiel esteja disposto a dar a própria vida em favor dos outros.
A Eucaristia é o sacramento que manifesta eficazmente na comunidade esse compromisso com a encarnação e a morte de Jesus.
O Evangelho de hoje traz imagens muito significativas, em clara relação com a Eucaristia, tema forte em João, apesar de este Evangelho não narrar sua instituição na última ceia, como os sinóticos. O ensinamento de que Jesus é o pão da vida perpassa diversas passagens do Evangelho, como o último versículo de hoje, que apresenta uma excelente síntese teológica: descida do céu, dom sacrifical na cruz e vida do Ressuscitado. Somente Cristo pode nos conduzir à vida eterna. Ele deu a vida para que a comunhão com Deus fosse estendida a toda a humanidade e todos pudessem professar a fé no único Deus. Mas não basta termos essa verdade revelada, é preciso que seja compreendida e assimilada, ou seja, precisamos comungar da Eucaristia e praticar o Evangelho para nos aproximarmos dele sempre mais.
terça-feira, 6 de maio de 2025
João 6, 35-40 Jesus é o pão da vida.
* 35 Jesus disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede. 36 Eu já disse: vocês me viram e não acreditaram. 37 Todos aqueles que o Pai me dá, virão a mim. E eu nunca rejeitarei aquele que vem a mim, 38 pois eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim para fazer a vontade daquele que me enviou. 39 E a vontade daquele que me enviou é esta: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas que eu os ressuscite no último dia. 40 Esta é a vontade do meu Pai: que todo homem que vê o Filho e nele acredita, tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.”
Comentário:
* 35-50: Jesus se apresenta como aquele que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Seus adversários não admitem que um homem possa ter origem divina e, portanto, possa dar a vida definitiva.
A perseguição aos primeiros cristãos era muito intensa, tanto por parte dos judeus quanto dos romanos. Após o martírio de Estêvão, muitos outros se seguiram, mas ninguém temia, pois estavam convictos das palavras de Cristo: “Quem quer que veja o Filho e acredite nele tenha vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. Assim como Jesus veio ao mundo para realizar a vontade do Pai, os cristãos são chamados a realizar a vontade de Cristo, revelada em suas ações e palavras. Nenhum dos que o seguirem será abandonado. Ao contrário, seremos capazes de realizar milagres e ressuscitaremos com ele no último dia.
segunda-feira, 5 de maio de 2025
João 6, 30-35 Deus dá um pão que sustenta para sempre.
30 Eles perguntaram: “Que sinal realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Qual é a tua obra? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como diz a Escritura: ‘Ele deu-lhes um pão que veio do céu’ “.
32 Jesus respondeu: “Eu garanto a vocês: Moisés não deu para vocês o pão que veio do céu. É o meu Pai quem dá para vocês o verdadeiro pão que vem do céu, 33 porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.” 34 Então eles pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão.”
Jesus é o pão da vida -* 35 Jesus disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede.
Comentário:
* 22-34: A multidão procura Jesus, desejando continuar na situação de abundância, isto é, governada por um líder político que decide e providencia tudo, sem exigir esforço. Jesus mostra que essa não é a solução; é preciso buscar a vida plena, mas isso exige o empenho do homem. Além do alimento que sustenta a vida material, é necessária a adesão pessoal a Jesus para que essa vida se torne definitiva.
Pedindo um milagre como o do maná do deserto, a multidão impõe condições para aceitar Jesus. Mas o desejo da multidão fica sem efeito, se ela não se compromete com Jesus, o pão da vida que dura para sempre.
* 35-50: Jesus se apresenta como aquele que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Seus adversários não admitem que um homem possa ter origem divina e, portanto, possa dar a vida definitiva.
Deus sempre acompanhou o povo ao longo da história, mas em Jesus se revela de modo pleno e definitivo. Jesus é o Filho de Deus, que veio para salvar o povo e dar o verdadeiro pão da vida. Ele é o pão da vida porque é o único que dá significado à vida humana e que nos sacia definitivamente. Sem ele, a humanidade não tem futuro. Tudo o que ele faz é sinal da sua messianidade, mas, para os que não querem crer, nenhum sinal é suficiente. Na Eucaristia, entramos em comunhão com o pão da vida e deveríamos reconhecer Jesus como o justo, nosso Senhor, mesmo que isso nos conduza ao martírio. Por isso, é importante participar com frequência e intensidade das celebrações eucarísticas, pois elas renovam nossa fé e nossa união com Deus.
domingo, 4 de maio de 2025
João 6, 22-29 Deus dá um pão que sustenta para sempre.
* 22 No dia seguinte, a multidão, que tinha ficado do outro lado do mar, viu que aí havia só uma barca. Viu também que Jesus não tinha subido na barca com os discípulos e que eles tinham ido sozinhos. 23 Então chegaram outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois que o Senhor agradeceu a Deus. 24 Quando a multidão viu que nem Jesus nem os discípulos estavam aí, as pessoas subiram nas barcas e foram procurar Jesus em Cafarnaum.
25 Quando encontraram Jesus no outro lado do lago, perguntaram: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26 Jesus respondeu: “Eu garanto a vocês: vocês estão me procurando, não porque viram os sinais, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. 27 Não trabalhem pelo alimento que se estraga; trabalhem pelo alimento que dura para a vida eterna. É este alimento que o Filho do Homem dará a vocês, porque foi ele quem Deus Pai marcou com seu selo.”
28 Então eles perguntaram: “O que é que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29 Jesus respondeu: “A obra de Deus é que vocês acreditem naquele que ele enviou.”
Comentário:
* 22-34: A multidão procura Jesus, desejando continuar na situação de abundância, isto é, governada por um líder político que decide e providencia tudo, sem exigir esforço. Jesus mostra que essa não é a solução; é preciso buscar a vida plena, mas isso exige o empenho do homem. Além do alimento que sustenta a vida material, é necessária a adesão pessoal a Jesus para que essa vida se torne definitiva.
Pedindo um milagre como o do maná do deserto, a multidão impõe condições para aceitar Jesus. Mas o desejo da multidão fica sem efeito, se ela não se compromete com Jesus, o pão da vida que dura para sempre.
As multidões vão ao encontro de Jesus, mas o Mestre questiona a verdadeira motivação de tal procura: buscam-no simplesmente para matar a fome ou de fato têm vontade de seguir o Mestre e mudar de vida? As palavras de Jesus nos provocam e, ao mesmo tempo, motivam no trabalho de construção do Reino. Ditas depois do milagre da multiplicação, tais palavras alertam os presentes para uma necessidade maior que a busca de pequenos milagres. Além do pão material, devemos buscar em Cristo o pão da verdade, que ilumina nossa vida e aproxima-nos de Deus. O alimento que dura para a vida eterna é o pão da Eucaristia, através do qual desejamos que ele se forme cada vez mais em nós. E quanto mais vivermos deixando que Cristo se forme em nós, mais seremos capazes de um testemunho fiel.
sábado, 3 de maio de 2025
João 21, 1-14 A missão da comunidade.
-* 1 Jesus apareceu aos discípulos na margem do mar de Tiberíades. E apareceu deste modo: 2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé chamado Gêmeo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3 Simão Pedro disse: “Eu vou pescar.” Eles disseram: “Nós também vamos.” Saíram e entraram na barca. Mas naquela noite não pescaram nada.
4 Quando amanheceu, Jesus estava na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5 Então Jesus disse: “Rapazes, vocês têm alguma coisa para comer?” Eles responderam: “Não.” 6 Então Jesus falou: “Joguem a rede do lado direito da barca, e vocês acharão peixe.” Eles jogaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, de tanto peixe que pegaram. 7 Então o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor.” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu a roupa, pois estava nu, e pulou dentro d’água.
8 Os outros discípulos foram na barca, que estava a uns cem metros da margem. Eles arrastavam a rede com os peixes. 9 Logo que pisaram em terra firme, viram um peixe na brasa e pão. 10 Jesus disse: “Tragam alguns peixes que vocês acabaram de pescar.” 11 Então Simão Pedro subiu na barca e arrastou a rede para a praia. Estava cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de tantos peixes, a rede não arrebentou.
12 Jesus disse para eles: “Vamos, comam.” Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13 Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles. Fez a mesma coisa com o peixe.
14 Essa foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
Comentário:
* 1-14: A comunidade cristã que age sem estar unida à pessoa e missão de Jesus continua nas trevas e não produz fruto, pois trabalha sem perceber a presença do ressuscitado e sem conhecer o modo correto de realizar a ação. No momento em que ela segue a palavra de Jesus, o fruto surge abundante. A missão termina sempre na Eucaristia, onde se realiza a comunhão com Jesus.
O Ressuscitado aparece aos discípulos no trabalho de subsistência. Não podemos, porém, tomar o texto como uma crônica jornalística. O autor quer informar sobre a experiência que os apóstolos fizeram do Ressuscitado. O texto de hoje pode ser dividido em duas partes: a pesca abundante e a missão de Pedro. O relato da pesca pode demonstrar a crise que a comunidade está passando: pesca infrutífera numa noite. Ao amanhecer de um novo dia e a pedido do Ressuscitado, conseguem abundante pesca. A partir disso, reconheceram-no. O fruto da missão depende da presença e da adesão à Palavra de Jesus: joguem a rede à direita da barca. Assim como para os discípulos, para nós também não é fácil perceber a nova realidade da presença do Ressuscitado, mas é ela que dá sentido à nossa vida e à missão da comunidade. Para conhecer e seguir fielmente o Mestre, é indispensável o amor. A pergunta a Pedro é dirigida também a nós: vocês me amam? O amor é a prova de que somos discípulos de Jesus.
Apocalipse 5, 11-14 Jesus ressuscitado revela e realiza o projeto de Deus.
11 Em minha visão, ouvi ainda o clamor de uma multidão de anjos em volta do trono, dos Seres vivos e dos Anciãos. Eram milhões e milhões e milhares de milhares, 12 que proclamavam em alta voz: “O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor.” 13 Nessa hora, todas as criaturas do céu, da terra, de debaixo da terra, e do mar, todos os seres vivos proclamaram: “O louvor, a honra, a glória e o poder pertencem àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro pelos séculos dos séculos.” 14 Os quatro Seres vivos diziam: “Amém!” E os Anciãos se ajoelharam e adoraram.
Comentário:
* 1-4: O livro completamente fechado (sete selos ou lacres) e inteiramente escrito (por dentro e por fora) está na mão de Deus, porque contém o projeto de Deus sobre a vida e a história. Podemos dizer que o Antigo Testamento é esse livro fechado, que se torna plenamente compreendido na pessoa de Jesus (cf. Lc 24,25-27). João chora: é grande o desespero da comunidade diante da impossibilidade de conhecer o projeto de Deus na história.
* 5-7: Cristo morto e ressuscitado é o Cordeiro pascal (cf. Ex 12), imolado pelos pecados do mundo. Está de pé porque ressuscitou. Ele é o Messias (Leão e Rebento) que tem a plenitude do poder (sete chifres) e a plenitude do Espírito de Deus, pois ele vê tudo o que acontece na história (sete olhos e sete espíritos). Ele pode receber e abrir o livro, porque, na sua morte e ressurreição, já realizou o projeto de Deus, que é a salvação. Doravante, a história dos homens está nas mãos de Cristo; e o projeto de Deus vai ser cumprido por todos.
* 8-14: Quando o Cordeiro recebe o livro, ouvem-se três grandes louvores. O primeiro é da criação e do povo de Deus, mostrando por que o Cordeiro pode receber o livro. O segundo é dos anjos, atribuindo a Jesus todas as qualidades possíveis; pois o Senhor da história é somente Jesus, e não os poderes que se absolutizam. O terceiro é de todas as criaturas, que reconhecem Deus e o Cordeiro no mesmo plano. O povo de Deus adora somente a Deus e a Jesus Cristo, e não os homens nem as coisas.
sexta-feira, 2 de maio de 2025
João 14, 6-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.
6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.”
8 Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.” 9 Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. 11 Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. 12 Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai. 13 O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se vocês pedirem qualquer coisa em meu nome, eu o farei.”
Comentário:
* 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.
Filipe, nascido em Betsaida, tornou-se apóstolo de Jesus depois de ter seguido João Batista. Tiago, filho de Alfeu, chamado “menor”, é identificado pela tradição como primo de Jesus. Dirigiu a comunidade de Jerusalém e teve papel importante no primeiro Concílio de Jerusalém. Os dois foram exemplos de fé e seguimento a Cristo e à sua Palavra, da qual foram testemunhas privilegiadas, como podemos comprovar na meditação do Evangelho de hoje. Selaram com o martírio a missão que Jesus lhes confiara, provando, assim, que acreditaram em Jesus, assumindo-o como único “Caminho, Verdade e Vida”, através do qual chegamos ao Pai.
quinta-feira, 1 de maio de 2025
João 6, 1-15 Jesus sacia a fome do povo.
* 1 Depois disso, Jesus foi para a outra margem do mar da Galileia, também chamado Tiberíades. 2 Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. 3 Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. 4 Estava próxima a Páscoa, festa dos judeus. 5 Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro.
Então Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para eles comerem?” 6 Jesus falou assim para testar Filipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. 7 Filipe respondeu: “Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um.” 8 Um discípulo de Jesus, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9 “Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente?”
10 Então Jesus disse: “Falem para o povo sentar.” Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. 11 Jesus pegou os pães, agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. 12 Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada.” 13 Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que haviam comido.
14 As pessoas viram o sinal que Jesus tinha realizado e disseram: “Este é mesmo o Profeta que devia vir ao mundo.” 15 Mas Jesus percebeu que iam pegá-lo para fazê-lo rei. Então ele se retirou sozinho, de novo, para a montanha.
Comentário:
* 1-15: Jesus propõe a missão da sua comunidade: ser sinal do amor generoso de Deus, assegurando para todos a possibilidade de subsistência e dignidade. A segurança da subsistência não está no muito que poucos possuem e retêm para si, mas no pouco de cada um que é repartido entre todos. A garantia da dignidade não se encontra no poder de um líder que manda, mas no serviço de cada um que organiza a comunidade para o bem de todos.
João prossegue com a narração de sinais realizados por Jesus que comprovam sua divindade. No trecho que hoje meditamos, relata-nos o milagre da multiplicação dos pães, presente nos quatro Evangelhos e muito estimado pelas primeiras comunidades, pois recorda a necessidade da partilha e da fraternidade. Além disso, o ato de dar a bênção e partir o pão nos recorda o significado profundo da celebração eucarística como memorial de sua paixão e ressurreição.
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