sábado, 11 de novembro de 2023

Mateus 25, 1-13 Estejam preparados.

-* 1 “Naquele dia, o Reino do Céu será como dez virgens que pegaram suas lâmpadas de óleo, e saíram ao encontro do noivo. 2 Cinco delas não tinham juízo, e as outras cinco eram prudentes. 3 Aquelas sem juízo pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. 4 As prudentes, porém, levaram vasilhas com óleo, junto com as lâmpadas. 5 O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormiram. 6 No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Saiam ao seu encontro’. 7 Então as dez virgens se levantaram, e prepararam as lâmpadas. 8 Aquelas que eram sem juízo disseram às prudentes: ‘Deem um pouco de óleo para nós, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. 9 As prudentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo pode faltar para nós e para vocês. É melhor vocês irem aos vendedores e comprar’. 10 Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. 11 Por fim, chegaram também as outras virgens, e disseram: ‘Senhor, Senhor, abre a porta para nós’. 12 Ele, porém, respondeu: ‘Eu garanto a vocês que não as conheço’. 13 Portanto, fiquem vigiando, pois vocês não sabem qual será o dia, nem a hora.” Comentário: * 1-13: Nesta parábola, o noivo é Jesus, que virá no fim da história. As virgens representam as comunidades cristãs, que devem sempre estar preparadas para o encontro com o Senhor, mediante a prática da justiça (o óleo). O noivo é Jesus. O banquete é o Reino de Deus, presente e atuante no mundo. As moças (cinco prevenidas e cinco sem juízo) representam os discípulos de Jesus, homens e mulheres de toda parte. Lâmpadas acesas indicam que a comunidade deve ser luz para o mundo (cf. Mt 5,14). O óleo é a prática da justiça. O atraso do noivo é a demora da vinda do Senhor (a comunidade de Mateus acreditava que Jesus voltaria em breve). A chegada repentina, à meia-noite, corresponde à vinda de Jesus, a qualquer hora e no juízo final. Os vários elementos da parábola nos falam de responsabilidade pessoal: a atitude correta é permanecermos vigilantes. E vigilância não é passividade ou sono profundo. Vigilância é ação pessoal e construção comunitária: ninguém pode substituir ninguém. Por isso, Jesus alerta: “Estejam vigilantes”.

1 Tessalonicenses 4, 13-18 Todos reunidos na vinda do Senhor.

-* 13 Irmãos, não queremos que vocês ignorem coisa alguma a respeito dos mortos, para não ficarem tristes como os outros que não têm esperança. 14 Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, acreditamos também que aqueles que morreram em Jesus serão levados por Deus em sua companhia. 15 Eis o que declaramos a vocês, baseando-nos na palavra do Senhor: nós, que ainda estaremos vivos por ocasião da vinda do Senhor, não teremos nenhuma vantagem sobre aqueles que já tiverem morrido. 16 De fato, a uma ordem, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do céu. Então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; 17 depois nós, os vivos, que estivermos ainda na terra, seremos arrebatados junto com eles para as nuvens, ao encontro do Senhor nos ares. E então estaremos para sempre com o Senhor. 18 Consolem-se, pois, uns aos outros com essas palavras. Comentário: * 13-18: Paulo tenta resolver dificuldades certamente relatadas por Timóteo. Parece que os tessalonicenses receavam que os cristãos já falecidos não iriam participar da parusia ou manifestação final de Jesus. O Apóstolo afirma que não será importante estar entre os mortos ou entre os vivos. A ressurreição de Cristo é promessa e garantia da ressurreição dos mortos. Os mortos, portanto, ressuscitarão e se unirão aos que ainda estiverem vivos, a fim de formarem um só cortejo ao encontro do Cristo glorioso. Todos os fiéis estarão com o Senhor, para sempre. Cf. também a introdução a esta carta.

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Lucas 16, 9-15 Tomar uma atitude prudente.

9 “E eu lhes declaro: Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, e assim, quando o dinheiro faltar, os amigos receberão vocês nas moradas eternas. 10 Quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes. 11 Por isso, se vocês não são fiéis no uso do dinheiro injusto, quem lhes confiará o verdadeiro bem? 12 E se não são fiéis no que é dos outros, quem lhes dará aquilo que é de vocês? 13 Nenhum empregado pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.” Jesus e a Lei -* 14 Os fariseus, que são amigos do dinheiro, ouviam tudo isso, e caçoavam de Jesus. 15 Então Jesus disse para eles: “Vocês gostam de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece os corações de vocês. De fato, o que é importante para os homens, é detestável para Deus. Comentário: * 9-13: Os vv. 9-13 fazem diversas aplicações da parábola. O v. 9 recomenda o uso da riqueza em favor dos pobres. Os vv. 10-12 mostram que é impossível ser fiel nas grandes coisas, quando somos negligentes nas pequenas. E o v. 13 urge uma decisão: escolher entre o serviço a Deus e o serviço às riquezas (cf. nota em Mt 6,19-24). * 14-18: A lei é o tema destas sentenças. Os fariseus disfarçam a própria ambição com observâncias externas, mas não são justos diante de Deus. Com Jesus chegou a plenitude da Lei e o Reino de Deus, e, para nele entrar, é preciso uma decisão. Jesus nos recomenda o correto uso do dinheiro para vivermos honestamente. O dinheiro pode corromper. Então, cuidado com a sua administração. Quem desvia pequena quantia é capaz de desviar grandes somas. A sociedade, infelizmente, está repleta de maus exemplos de corrupção desse tipo! O dinheiro pode tornar-se um ídolo sedutor e ocupar o lugar de Deus. Ora, com Deus é impossível qualquer espécie de concorrência. Ele é o único Senhor. Contra os fariseus, “amigos do dinheiro”, Jesus os adverte, porque nutrem outra forma de ganância, isto é, acumulam obras de observância, pensando adquirir, com elas, direitos sobre Deus ou direitos à recompensa de Deus e à estima dos homens. “O Senhor detesta o arrogante” (Pr 16,5). Escolha sábia é usar o dinheiro para criar verdadeira fraternidade humana.

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Lucas 16, 1-8 Tomar uma atitude prudente.

* 1 Jesus dizia aos discípulos: «Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por estar esbanjando os bens dele. 2 Então o chamou, e lhe disse: ‘O que é isso que ouço contar de você? Preste contas da sua administração, porque você não pode mais ser o meu administrador’. 3 Então o administrador começou a refletir: ‘O senhor vai tirar de mim a administração. E o que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4 Ah! Já sei o que vou fazer para que, quando me afastarem da administração tenha quem me receba na própria casa’. 5 E começou a chamar um por um os que estavam devendo ao seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto é que você deve ao patrão?’ 6 Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, sente-se depressa, e escreva cinqüenta’. 7 Depois perguntou a outro: ‘E você, quanto está devendo?’ Ele respondeu: ‘Cem sacas de trigo’. O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, e escreva oitenta’ «. 8* E o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque este agiu com esperteza. De fato, os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que aqueles que pertencem à luz. Comentário: * 16,1-8: Jesus elogia o administrador, que soube tomar atitude prudente. O Reino de Deus já chegou: é preciso tomar uma atitude antes que seja tarde demais; converter-se e viver conforme a mensagem de Jesus. Um administrador desonesto que age com esperteza. Sua desonestidade está no fato de esbanjar os bens do patrão (atitude de injustiça), e não propriamente na redução das dívidas. Tratava-se de uma comissão que lhe cabia por direito e que ele poderia usar como bem entendia. O que se elogia, em todo caso, não é a desonestidade, sempre abominável. O que se quer destacar é a sagacidade do administrador, em vista de não ficar na rua quando fosse despedido. Jesus adverte que os maus (filhos deste mundo) “são mais espertos no trato com sua gente do que os filhos da luz”. Uma parábola chocante, capaz de mexer com o brio de todo cristão. Dado que somos filhos da luz, precisamos administrar o tempo e os bens deste mundo na justa medida, conforme os valores do Reino.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

João 2, 13-22 O corpo de Jesus é o novo Templo.

-* 13 A Páscoa dos judeus estava próxima, e Jesus subiu para Jerusalém. 14 No Templo, Jesus encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas sentados. 15 Então fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo junto com as ovelhas e os bois; esparramou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16 E disse aos que vendiam pombas: “Tirem isso daqui! Não transformem a casa de meu Pai num mercado.” 17 Seus discípulos se lembraram do que diz a Escritura: “O zelo pela tua casa me consome.” 18 Então os dirigentes dos judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agires assim?” 19 Jesus respondeu: “Destruam esse Templo, e em três dias eu o levantarei.” 20 Os dirigentes dos judeus disseram: “A construção desse Templo demorou quarenta e seis anos, e tu o levantarás em três dias?” 21 Mas o Templo de que Jesus falava era o seu corpo. 22 Quando ele ressuscitou, os discípulos se lembraram do que Jesus tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus. Comentário: * 13-22: Para os judeus, o Templo era o lugar privilegiado de encontro com Deus. Aí se colocavam as ofertas e sacrifícios levados pelos judeus do mundo inteiro, e formavam verdadeiro tesouro, administrado pelos sacerdotes. A casa de oração se tornara lugar de comércio e poder, disfarçados em culto piedoso. Expulsando os comerciantes, Jesus denuncia a opressão e a exploração dos pobres pelas autoridades religiosas. Predizendo a ruína do Templo, ele mostra que essa instituição religiosa já caducou. Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar em edifícios, mas no próprio homem. A basílica de Latrão é a catedral da diocese de Roma, cujo bispo é o papa. É considerada a igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo. Chama-se lateranense porque originariamente foi construída no terreno da família dos Plauzi Laterani, na colina Célio. Foi o papa Melquíades (311-314) que construiu a basílica e a dedicou ao Santíssimo Salvador. É chamada comumente basílica de São João de Latrão, porque São João Batista foi escolhido como seu segundo titular (patrono). Depois foi acrescentado outro titular: São João Evangelista. Celebrar a dedicação da catedral do bispo de Roma é recordar o Senhor Jesus, que instituiu a Igreja para reunir na unidade, sob o pastoreio de Pedro e de seus sucessores, os filhos de Deus dispersos. Somos pedras vivas da Igreja.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Lucas 14, 25-33 Para ser discípulo de Jesus.

-* 25 Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele disse: 26 “Se alguém vem a mim, e não dá preferência mais a mim que ao seu pai, à sua mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos, às irmãs, e até mesmo à sua própria vida, esse não pode ser meu discípulo. 27 Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. 28 De fato, se alguém de vocês quer construir uma torre, será que não vai primeiro sentar-se e calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? 29 Caso contrário, lançará o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso, começarão a caçoar, dizendo: 30 ‘Esse homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31 Ou ainda: Se um rei pretende sair para guerrear contra outro, será que não vai sentar-se primeiro e examinar bem, se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32 Se ele vê que não pode, envia mensageiros para negociar as condições de paz, enquanto o outro rei ainda está longe. 33 Do mesmo modo, portanto, qualquer de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo. Comentário: * 25-35: Seguir a Jesus e continuar o seu projeto (= ser discípulo) é viver um clima novo na relação com as pessoas, com as coisas materiais e consigo mesmo. Trata-se de assumir com liberdade e fidelidade a condição humana, sem superficialismo, conveniência ou romantismo. O discípulo de Jesus deve ser realista, a fim de evitar ilusões e covardias vergonhosas. Jesus exige disponibilidade total de quem quer segui-lo. Não se trata de passar algumas horas com o Mestre para ouvir dele uma palestra interessante; tampouco consiste em assistir a uma sessão de curas espetaculares, capazes de despertar a admiração dos espectadores ou deixá-los boquiabertos. Seguir a Jesus implica abandonar todas as seguranças, representadas pela família e pela própria vida, isto é, por um estilo de vida que comporta administração de bens, ligada não raro à prática da injustiça. Portanto, o que se requer do discípulo é sua total disponibilidade para segui-lo até a morte por causa da justiça. Em nenhum momento, Jesus diz que essa escolha é fácil. Por isso, ele recomenda, mediante as duas parábolas, que se façam os cálculos corretos antes de tomar a decisão de segui-lo.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Lucas 14, 15-24 O Reino é para todos.

-* 15 Ouvindo isso, um homem que estava à mesa disse a Jesus: “Feliz aquele que come pão no Reino de Deus!” 16 Jesus respondeu: “Um homem deu grande banquete, e convidou muitas pessoas. 17 Na hora do banquete, mandou seu empregado dizer aos convidados: ‘Venham, pois tudo está pronto’. 18 Mas todos, um a um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse: ‘Comprei um campo, e preciso ir vê-lo. Peço-lhe que aceite minhas desculpas’. 19 Outro disse: ‘Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-las. Peço-lhe que aceite minhas desculpas’. 20 Um terceiro disse: ‘Acabo de me casar e, por isso, não posso ir’. 21 O empregado voltou, e contou tudo ao patrão. Então o dono da casa ficou muito zangado, e disse ao empregado: ‘Saia depressa pelas praças e ruas da cidade. Traga para cá os pobres, os aleijados, os cegos e os mancos’. 22 O empregado disse: ‘Senhor, o que mandaste fazer, foi feito, e ainda há lugar’. 23 O patrão disse ao empregado: ‘Saia pelas estradas e caminhos, e faça as pessoas virem aqui, para que a casa fique cheia. 24 Pois eu digo a vocês: nenhum daqueles que foram convidados vai provar do meu banquete’.” Comentário: * 15-24: O Reino de Deus é apresentado como banquete em que Deus reúne os seus convidados. Ainda que os representantes oficiais e os habituados à religião recusem o convite, dando mais importância aos seus próprios afazeres, o Reino permanece aberto para aqueles que comumente são julgados como excluídos: os marginalizados da sociedade e da religião. O banquete é o Reino. O convite ao banquete é o convite à prática da justiça. Os convidados são os fariseus e, junto com eles, todos os apegados aos bens materiais. Arrumam desculpas ou buscam outros interesses e desconsideram a mensagem e as obras de Jesus. O dono se decepciona, mas não cancela o banquete. Convida, então, duas categorias de marginalizados. Antes de tudo, os que moram na cidade: pobres, aleijados, cegos, coxos, desempregados, enfim, todos os que estão excluídos da vida social. Estes, a instituição rejeita como indignos. Depois, visto que ainda há lugar, convida os que estão fora da cidade, isto é, todos os estrangeiros, em todos os tempos e lugares do mundo. Deus oferece os seus dons a todos. É o ser humano quem recusa aceitar.