quarta-feira, 5 de abril de 2023

João 13, 1-15 Jesus veio para servir.

-* 1 Antes da festa da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado a sua hora. A hora de passar deste mundo para o Pai. Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2 Durante a ceia, o diabo já tinha posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, o projeto de trair Jesus. 3 Jesus sabia que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos. Sabia também que tinha saído de junto de Deus e que estava voltando para Deus. 4 Então Jesus se levantou da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5 Colocou água na bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando com a toalha que tinha na cintura. 6 Chegou a vez de Simão Pedro. Este disse: “Senhor, tu vais lavar os meus pés?” 7 Jesus respondeu: “Você agora não sabe o que estou fazendo. Ficará sabendo mais tarde.” 8 Pedro disse: “Tu não vais lavar os meus pés nunca!” Jesus respondeu: “Se eu não o lavar, você não terá parte comigo.” 9 Simão Pedro disse: “Senhor, então podes lavar não só os meus pés, mas até as mãos e a cabeça.” 10 Jesus falou: “Quem já tomou banho, só precisa lavar os pés, porque está todo limpo. Vocês também estão limpos, mas nem todos.” 11 Jesus sabia quem o iria trair; por isso é que ele falou: “Nem todos vocês estão limpos.” Quem segue Jesus deve servir - 12 Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto, sentou-se de novo e perguntou: “Vocês compreenderam o que acabei de fazer? 13 Vocês dizem que eu sou o Mestre e o Senhor. E vocês têm razão; eu sou mesmo. 14 Pois bem: eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros. 15 Eu lhes dei um exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz. 16 Eu garanto a vocês: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou. 17 Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática.” Comentário: * 1-17: A morte de Jesus abre a passagem para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua vida. O gesto de Jesus é ensinamento: a autoridade só pode ser entendida como função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade e fraternidade. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos. Prestes a enfrentar a morte, Jesus tem total conhecimento e domínio da situação. Ama até o fim. Durante a ceia, ele faz algo inédito e surpreendente: lava os pés dos apóstolos. Causa estranheza e reação no grupo. Segundo Pedro, não cabe ao Mestre e Senhor fazer esse serviço. Jesus, porém, realiza concretamente o que sempre havia ensinado: na sua comunidade, o maior é aquele que serve a todos (cf. Mc 9,35). Ao terminar o lava-pés, Jesus veste o manto, senta-se de novo e profere memorável sentença: “Se eu lavei os pés de vocês, eu que sou o Senhor e o Mestre, vocês também devem lavar os pés uns dos outros”. O gesto renovador atravessa os séculos e chega a nós solenizado na QUINTA-FEIRA Santa, reafirmando que a Igreja de Cristo é a Igreja do serviço, da partilha e da fraternidade.

1 Coríntios 11, 23-26 Eucaristia e coerência.

23 De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês. Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24 e, depois de dar graças, o partiu e disse: “Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim.” 25 Do mesmo modo, após a Ceia, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim.” 26 Portanto, todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. Comentário: * 17-34: O texto é o mais antigo testemunho sobre a Eucaristia: foi escrito no ano 56, dez anos antes dos Evangelhos. No início, a celebração eucarística se fazia depois de uma ceia, onde todos repartiam os alimentos que cada um levava. Em Corinto surge um problema: nas celebrações está havendo divisão de classes sociais e de mentalidades diferentes. Muitos chegam atrasados, provavelmente porque estavam trabalhando, e não encontram mais nada. Resultado: em vez de ser um testemunho de partilha, a celebração está se tornando lugar de ostentação, foco de discriminação e contrastes gritantes. A situação oferece oportunidade para um discernimento: quem é cristão de fato? Nesse contexto, Paulo relembra a instituição da Eucaristia. Ela é a memória permanente da morte de Jesus como dom de vida para todos (corpo e sangue). A Eucaristia é a celebração da Nova Aliança, isto é, da nova humanidade que nasce da participação no ato de Jesus, não só no culto, mas na vida prática. Por isso, a comunidade que celebra a Eucaristia anuncia o futuro de uma reunião de toda a humanidade. Voltando ao problema, Paulo interpela a comunidade a examinar-se: Não será uma incoerência celebrar a Eucaristia quando na própria celebração se fazem distinções e se marginalizam os mais pobres? Anteriormente (10,17), Paulo salientara que, ao participar da Eucaristia, a comunidade forma um só corpo. Se a comunidade não entender isso (“sem discernir o Corpo”, v. 29), estará celebrando a sua própria condenação, pois desligará a Eucaristia do seu antecedente e de suas consequências práticas: solidariedade e partilha. O julgamento do Senhor se manifesta de dois modos: a própria Eucaristia se torna testemunho contra a comunidade; ao mesmo tempo, a fraqueza, doença e morte de muitos membros testemunham a falta de partilha e solidariedade. Paulo termina com duas orientações práticas: esperar que todos cheguem para começar juntos a reunião (v. 33), e não transformá-la em ocasião de ostentação e gula (vv. 21 e 34).

terça-feira, 4 de abril de 2023

Mateus 26, 14-25 O Messias vai ser morto.

14 Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi aos chefes dos sacerdotes, 15 e disse: “O que é que vocês me darão para eu entregar Jesus a vocês?” Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16 E a partir desse momento, Judas procurava uma boa oportunidade para entregar Jesus. O novo Cordeiro pascal -* 17 No primeiro dia dos ázimos, os discípulos se aproximaram de Jesus, e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comermos a Páscoa?” 18 Jesus respondeu: “Vão à cidade, procurem certo homem, e lhe digam: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo, eu vou celebrar a Páscoa em sua casa, junto com os meus discípulos.’ “ 19 Os discípulos fizeram como Jesus mandou, e prepararam a Páscoa. 20 Ao cair da tarde, Jesus se pôs à mesa, com os doze discípulos. 21 Enquanto comiam, Jesus disse: “Eu lhes garanto: um de vocês vai me trair.” 22 Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: “Senhor, será que sou eu?” 23 Jesus respondeu: “Quem vai me trair, é aquele que comigo põe a mão no prato. 24 O Filho do Homem vai morrer, conforme a Escritura fala a respeito dele. Porém, ai daquele que trair o Filho do Homem. Seria melhor que nunca tivesse nascido!” 25 Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, será que sou eu?” Jesus lhe respondeu: “É como você acaba de dizer.” Comentário: * 1-16: Cf. nota em Mc 14,1-11: A atividade de Jesus vai levá-lo à morte. Entre a conspiração das autoridades e a decisão que Judas toma de trair Jesus, temos o gesto significativo de uma mulher: reconhecendo o verdadeiro sentido da pessoa de Jesus, ela o unge como Messias (unção na cabeça) que vai morrer. O que ela faz é mais importante do que dar esmola aos pobres: não é possível realmente fazer o bem a eles a não ser dentro do projeto de Jesus. A ausência física de Jesus será depois ocupada pelos pobres, que se tornarão sacramento da presença dele. * 17-25: Cf. nota em Mc 12-21: A celebração da Páscoa marcava a noite em que o povo de Deus foi libertado da escravidão do Egito. Jesus vai ser morto como o novo cordeiro pascal: sua vida e morte são o início de novo modo de vida, no qual não haverá mais escravidão do dinheiro e do poder. Por trinta moedas de prata, Jesus está sendo negociado por um de seus discípulos. Na casa de um amigo, Jesus come a Páscoa com os apóstolos. A refeição, que poderia transcorrer em clima descontraído e cordial, torna-se ocasião de forte tensão entre todos. É que Jesus lhes revela que um deles vai entregá-lo aos chefes do povo. A tristeza apodera-se deles, e o traidor é apontado: Judas. Foi o nosso pecado que causou a morte de Jesus. Convém lembrar que nosso pacto com o pecado é que provoca o sacrifício de Jesus. É o mistério pascal (paixão, morte e ressurreição de Jesus) que vamos contemplar e meditar nos próximos dias, à medida que estivermos celebrando as últimas ações terrenas de Jesus.

segunda-feira, 3 de abril de 2023

João 13, 21-33.36-38 Jesus é traído por um discípulo.

21 Depois de dizer essas coisas, Jesus ficou profundamente comovido e disse com toda a clareza: “Eu garanto que um de vocês vai me trair.” 22 Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. 23 Um deles, aquele que Jesus amava, estava à mesa ao lado de Jesus. 24 Simão Pedro fez um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25 Então o discípulo se inclinou sobre o peito de Jesus e perguntou: “Senhor, de quem estás falando?” 26 Jesus respondeu: “É aquele a quem vou dar o pedaço de pão que estou umedecendo no molho.” Então Jesus pegou um pedaço de pão, o molhou e o deu para Judas Iscariotes, filho de Simão. 27 Nesse momento, depois do pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: “O que você pretende fazer, faça logo.” 28 Ninguém aí presente compreendeu por que Jesus disse isso. 29 Como Judas era o responsável pela bolsa comum, alguns discípulos pensaram que Jesus o tinha mandado comprar o necessário para a festa ou dar alguma coisa aos pobres. 30 Judas pegou o pedaço de pão e saiu imediatamente. Era noite. A expressão de fé em Jesus é o amor -* 31 Quando Judas Iscariotes saiu, Jesus disse: “Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. 32 Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33 Filhinhos: vou ficar com vocês só mais um pouco. Vocês vão me procurar, e eu digo agora a vocês o que eu já disse aos judeus: para onde eu vou, vocês não podem ir. 36 Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu: “Para onde eu vou, você não pode me seguir. Você me seguirá mais tarde.” 37 Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu daria a minha própria vida por ti.” 38 Jesus respondeu: “Você daria a vida por mim? Eu lhe garanto: antes que o galo cante, você me negará três vezes.” Comentário: * 18-30: A longa noite da paixão começa com a traição de Judas, símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã. * 31-38: O mandamento novo supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é somente amando ao homem que amamos a Deus. Em Jesus, Deus se fez presente no homem, tornando-o intocável. Tal mandamento novo gera uma comunidade, que oferece uma alternativa de vida digna e liberdade perante a morte e a opressão. Profundamente comovido, Jesus se desabafa de algo que o sufoca: o traidor é um do grupo. Com gesto de carinho, entrega o pão umedecido a Judas Iscariotes, que imediatamente se retira do convívio. “É noite”: enquanto Judas entra nas trevas, Jesus é glorificado pelo Pai: passando pelo vale do sofrimento e da morte, será resgatado pelo Pai que lhe devolverá a glória que “tinha antes da criação do mundo” (Jo 17,5). Pedro, em rompante entusiasmo, promete a Jesus fidelidade a toda prova, afirmando que dará a vida por ele. Jesus, porém, revela que Pedro o negará três vezes, antes do cantar do galo. O impacto causado pela traição de Judas e de Pedro é atenuado com a presença do discípulo amado, que estará junto à cruz de Jesus, sustentado pela força do amor.

domingo, 2 de abril de 2023

João 12,1-11 Jesus é ungido para a sepultura.

* 1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2 Aí ofereceram um jantar para Jesus. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. 3 Então Maria levou quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro. Ungiu com ele os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. A casa inteira se encheu com o perfume. 4 Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que ia trair Jesus, disse: 5 “Por que esse perfume não foi vendido por trezentas moedas de prata, para dar aos pobres?” 6 Judas disse isso não porque se preocupava com os pobres, mas porque era um ladrão. Ele tomava conta da bolsa comum e roubava do que era depositado nela. 7 Jesus, porém, disse: “Deixe-a. Ela guardou esse perfume para me ungir no dia do meu sepultamento. 8 No meio de vocês sempre haverá pobres; enquanto eu não estarei sempre com vocês.” 9 Muitos judeus ficavam sabendo que Jesus estava aí em Betânia. Então foram aí não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus havia ressuscitado dos mortos. 10 Então os chefes dos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11 porque, por causa dele, muitos judeus deixavam seus chefes e acreditavam em Jesus. * 1-11: O gesto de Maria prepara o corpo de Jesus para a morte, isto é, o ato final com que ele entregará sua vida em favor dos homens. Desperdício inútil? Judas desculpa sua própria avareza, disfarçando-a com uma preocupação paternalista pelos pobres. A comunidade que vive o espírito de Jesus será eminentemente uma comunidade de pobres e sempre aberta fraternalmente para os pobres. Três atitudes significativas se destacam neste episódio. A primeira é a generosidade que brota do coração sensível e amoroso de Maria. Ao perfumar os pés de Jesus, ela o exalta e lhe presta homenagem e, talvez sem ter intenção, o prepara carinhosamente para o sepultamento, que ocorrerá em breve. A segunda atitude é a mesquinhez de Judas Iscariotes. Desdenha o gesto de Maria e se revela mentiroso, insinuando que seria melhor socorrer os pobres com aquela soma. Na verdade, Judas queria roubá-la. A terceira atitude é a intolerância dos chefes dos sacerdotes para com Jesus. Estão de tal modo apegados à ideia de morte, que querem matar não só Jesus, mas também Lázaro, a quem Jesus havia ressuscitado dos mortos. Saldo: muitos judeus, por medo, se afastam de Jesus, enquanto muitos outros, mais corajosos, acreditam nele.

sábado, 1 de abril de 2023

Mateus 21, 1-11 O Rei-Messias.

* 1 Jesus e seus discípulos se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, perto do monte das Oliveiras. Então Jesus enviou dois discípulos, 2 dizendo: “Vão até o povoado, que está na frente de vocês. E logo vão encontrar uma jumenta amarrada, e um jumentinho com ela. Desamarrem, e tragam os dois para mim. 3 Se alguém lhes falar alguma coisa, vocês dirão: ‘O Senhor precisa deles, mas logo os mandará de volta.’ “4 Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: 5 “Digam à filha de Sião: eis que o seu rei está chegando até você. Ele é manso e está montado num jumento, num jumentinho, cria de um animal de carga.” 6 Os discípulos foram, e fizeram como Jesus tinha mandado. 7 Levaram a jumenta e o jumentinho, estenderam os mantos sobre eles, e Jesus montou. 8 Uma grande multidão estendeu seus mantos pelo caminho; outros cortaram ramos de árvores, e os espalharam pelo caminho. 9 As multidões, que iam na frente e atrás de Jesus, gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto do céu!” 10 Quando Jesus entrou em Jerusalém, toda a cidade ficou agitada, e perguntavam: “Quem é ele?” 11 E as multidões respondiam: “É o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia.” * 21,1-11: Cf. nota em Mc 11,1-11: Jesus é o Rei-Messias que vai confrontar-se com o centro da sociedade judaica, simbolizada por Jerusalém e pelo Templo, sede do poder econômico, político, ideológico e religioso. Ele entra na cidade, não como rei guerreiro, mas como simples homem, humilde e pacífico. Ele traz consigo a inversão de um sistema de sociedade apoiado na violência da força militar, que defende os privilegiados. O povo o aclama como aquele que traz o reino da verdadeira justiça. Jesus entra em Jerusalém para seu confronto final com os poderes religiosos e políticos que aí se armam contra ele. Pela fidelidade aos planos do Pai, Jesus é vítima da sociedade que o rejeita. Ele vem como líder popular, sem os aparatos e a ostentação do guerreiro que chega para arrasar. Ao contrário, apresenta-se como homem simples, humilde e pacífico. Ele salvará o povo, não por meio da violência e do sacrifício de vidas humanas, mas com a doação de sua própria vida. Ele é reconhecido e aclamado pela multidão como o rei-messias, que traz a justiça e a paz verdadeiras. Os dois aspectos da celebração de hoje, a saber, a entrada de Jesus em Jerusalém e a missa da paixão do Senhor, têm um caráter de figurada antecipação da Páscoa: as multidões aclamam o Cristo que vai vencer com sua paixão.

Filipenses 2, 6-11 O Evangelho autêntico.

-* 1 Portanto, se há um conforto em Cristo, uma consolação no amor, se existe uma comunhão de espírito, se existe ternura e compaixão, 2 completem a minha alegria: tenham uma só aspiração, um só amor, uma só alma e um só pensamento. 3 Não façam nada por competição e por desejo de receber elogios, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo. 4 Que cada um procure, não o próprio interesse, mas o interesse dos outros. 5* Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: 6 Ele tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. 7 Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, 8 humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz! 9 Por isso, Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; 10 para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. Comentário: * 5-11: Citando um hino conhecido, Paulo mostra qual é o Evangelho da cruz, o Evangelho autêntico, e apresenta em Cristo o modelo da humildade. Embora tivesse a mesma condição de Deus, Jesus se apresentou entre os homens como simples homem. E mais: abriu mão de qualquer privilégio, tornando-se apenas homem que obedece a Deus e serve aos homens. Não bastasse isso, Jesus serviu até o fim, perdendo a honra ao morrer na cruz, como se fosse criminoso. Por isso Deus o ressuscitou e o colocou no posto mais elevado que possa existir, como Senhor do universo e da história. Os cristãos são convidados a fazer o mesmo: abrir mão de todo e qualquer privilégio, até mesmo da boa fama, para pôr-se a serviço dos outros, até o fim.