quinta-feira, 6 de maio de 2021

João 15, 12-17 O fruto do discípulo é o amor.

12“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. 14Vós sois meus amigos se fizerdes o que eu vos mando. 15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. O que, então, pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”.

Comentário:

* 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido.

O autor abre e fecha o texto de hoje com o apelo de Jesus: amem-se uns aos outros. O aspecto fundamental dos cristãos é o amor mútuo. A medida desse amor foi estabelecida pelo próprio Mestre: “como eu amei a vocês”. Ora, nós sabemos que ele nos amou a ponto de doar a própria vida, dando-nos assim a maior prova de amor que alguém pode dar. Ao contrário do que vemos por aí, o amor de Jesus não é um amor sem compromisso e muitas vezes banalizado. Seremos amigos de Jesus se vivermos o amor. Não adianta nada dizer que somos amigos do Mestre se não praticamos o mandamento do amor. O verdadeiro amigo é aquele que revela os genuínos valores do Reino de Deus. A amizade torna as pessoas iguais, supera as discriminações de maior e menor. Jesus se colocou em pé de igualdade a nós, chamando-nos amigos. Na comunidade cristã ninguém deve se considerar superior aos outros, pois é uma comunidade de iguais.

Oração
Ó Jesus, doador da vida, ordenas a teus discípulos: “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei a vocês”. E acrescentas: “Ninguém tem amor maior do que alguém que dá a vida pelos amigos. Vocês são meus amigos…”. Senhor, queremos corresponder ao teu extremo gesto de amor por nós. Amém.

 

quarta-feira, 5 de maio de 2021

João 15, 9-11 O fruto do discípulo é o amor.

 9“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu vos disse isso para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena”.

Comentário:

* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.

Se ontem vimos a predominância do verbo permanecer, no texto de hoje (continuação da alegoria da videira) encontramos o verbo amar. Jesus aprendeu do Pai a amar: “Da forma que meu Pai me amou, eu também amei a vocês”. O amor é contagiante: passa de pai para filho. Se encontram amor e acolhida por parte dos pais, os filhos crescem mais otimistas, confiantes, felizes e respeitosos. Jesus pede aos seus que permaneçam no amor. Isso só é possível se guardamos os seus mandamentos. Os mandamentos de Jesus sempre vêm em favor da vida. O Mestre não pede tanto para ser amado, mas sim que guardemos o amor que vem dele e do seu e nosso Pai, que nos amou primeiro. Assim como Jesus aprendeu do Pai a amar, aprendamos também nós a amar, superando orgulho, arrogância e intolerância.

Oração
Senhor Jesus, por tuas palavras nos revelas o teu altíssimo grau de amor por nós: “Da forma que meu Pai me amou, eu também amei a vocês”. Por isso, com razão nos recomendas: “Permaneçam no meu amor”. Dá-nos compreender e pôr em prática teus amáveis mandamentos. Amém.

terça-feira, 4 de maio de 2021

João 15, 1-8 Quem está unido a Jesus produz frutos.

 1“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. 5Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados.

O fruto do discípulo é o amor -  7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”.

Comentários:

* 1-6: A comunidade cristã não é uma instituição, mas uma participação na vida de Jesus. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento.

* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.

Provavelmente a comunidade está tendo o abandono de seus membros, por isso a insistência do autor em convidar para permanecer, verbo repetido diversas vezes. Para isso, ele se utiliza da alegoria da videira. A imagem da videira é muito frequente no Antigo Testamento para indicar o povo de Israel. O agricultor é o Pai, o tronco (da videira) é Jesus, os ramos são os fiéis, e os frutos representam as boas obras, a caridade fraterna. Sabemos que todo ramo cortado seca e não produz mais nada. Jesus é imagem da videira fiel que correspondeu à expectativa de Deus, produzindo o bom vinho agradável ao paladar. A videira é a comunidade unida a Jesus e convidada a produzir paz, amor, solidariedade e justiça. Dar frutos, portanto, é próprio do autêntico cristão. Cristão sem as obras de caridade é como o ramo cortado da videira.

Oração
Ó Jesus, és a verdadeira videira, cujo agricultor é o Pai celeste e cujos ramos somos nós. Se quisermos produzir abundantes frutos, precisamos estar unidos a ti. Concede-nos a graça de viver em íntima comunhão contigo para que, assim, possamos realizar inúmeras obras boas para a glória de Deus Pai. Amém.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

João 14, 27-31 A paz que só Jesus pode dar.

 27″Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31mas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.

Comentário:

* 27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria.

No discurso de despedida, Jesus promete aos discípulos sua paz, não a paz do mundo. A paz que o mundo oferece é uma “paz de cemitério”, é uma submissão ao poder. A paz que Jesus oferece é a satisfação dos desejos fundamentais da pessoa, é uma atitude de felicidade pessoal e comunitária, é o bem-estar desejado por todo ser humano, é plenitude de vida. Para conquistá-la faz-se necessário viver conforme a proposta de vida que ele mostrou e viveu e não se comprometer com esquemas de violência e dominação. A seguir, o Mestre procura tranquilizar seus seguidores para não se preocuparem, pois a volta dele para o Pai lhes possibilita o acesso direto a Deus e significa missão cumprida. Quando se cumpriu a própria missão, pode-se deixar aos outros a continuação da obra. Com sua partida, Jesus lhes garante a presença do Espírito.

Oração
Senhor Jesus, de coração aberto, acolhemos o dom da tua paz, aquela paz que afasta o medo e garante a serenidade interior. Ó bondoso Mestre, fonte da verdadeira paz, faz que sejamos construtores de paz em todos os ambientes da sociedade e da convivência humana. Amém.

 

domingo, 2 de maio de 2021

João 14, 6-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

 6“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me, eu estou no Pai, e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa dessas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas, pois eu vou para o Pai. 13E o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.

Comentário:

* 14,1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.

Filipe, de Betsaida, foi um dos primeiros discípulos chamados por Jesus (cf. Jo 1,43s). Ocupa sempre o quinto lugar nas listas dos apóstolos e é mencionado várias vezes no Evangelho de João. A tradição indica a Turquia como seu campo apostólico e lugar de seu martírio. Tiago, o Menor, filho de Alfeu, só é mencionado nos catálogos dos apóstolos. Por falta de biografias confiáveis, não há concordância sobre a sua trajetória, já que ele pode ser confundido com Tiago, filho de Zebedeu. São Filipe e São Tiago são celebrados juntos desde o século VI, na Igreja dos Doze Apóstolos, em Roma. A seus escolhidos Jesus garante assistência divina e abre vasto horizonte de esperança e bom êxito na missão: “Quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará obras maiores do que estas” (v. 12).

Oração
Ó Jesus Caminho, Verdade e Vida, a ti nossa gratidão por nos teres revelado quem é o Pai. São Filipe e São Tiago compreenderam teu ensinamento e participaram da vida íntima do Pai. Entregaram-se com tamanho zelo pelo Reino, a ponto de derramar o próprio sangue por causa do teu nome. Amém.

 

sábado, 1 de maio de 2021

João 15, 1-8 Quem está unido a Jesus produz frutos.

 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. 5Eu sou a videira, e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”.

Comentário:

* 1-6: A comunidade cristã não é uma instituição, mas uma participação na vida de Jesus. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento.

* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.

Duas expressões dominam esta importante mensagem de Jesus: permanecer e dar fruto. O ramo que permanece unido ao tronco produz fruto. O discípulo que permanece unido a Jesus produz abundantes frutos em favor da sociedade. É o que Jesus espera de todos nós: “A glória de meu Pai se manifesta nisto: que vocês deem muitos frutos e se tornem meus discípulos”. Frutificar, então, quer dizer acreditar em Jesus e amar os irmãos. Fé e obras caminham juntas: “Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e na verdade” (1Jo 3,18). Busquemos, pois, todos os meios para permanecer unidos a Jesus – oração, vida sacramental, serviço generoso aos irmãos -, certos de que nosso testemunho de vida exercerá benéfica influência no ambiente em que vivemos.

Oração
Senhor Jesus, verdadeira videira, queremos permanecer intimamente unidos a ti para produzir muitos frutos. Estamos conscientes de que sem ti nada podemos fazer. Mas também temos a certeza de que contigo poderemos domesticar nosso coração e transformar a sociedade em que vivemos. Amém.

1 João 3, 18-24 Praticar o amor.

 18Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! 19Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, 20pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. 21Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. 22E qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 23Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 24Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus, e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu.

Comentário:

* 11-24: O dom do Espírito produz nas pessoas a contínua memória e compreensão sobre a pessoa de Jesus (cf. Jo 14,26). É o Espírito, portanto, que gera a fé em Jesus e fé é compromisso que produz vida nova. Essa vida, porém, não se traduz apenas por um conhecimento intelectual, mas pela prática do mandamento do amor, que não significa apenas amar com sentimento e com afeto, mas através de ações concretas que promovam a vida e a liberdade dos irmãos. A prática do amor não tem limites, pois devemos amar como Jesus amou: assim como ele foi até o fim dando sua vida por nós, também nós devemos dar a vida pelos irmãos. O Evangelho não pede que sejamos perfeitos para depois amar; pede-nos, sim, que amemos concretamente, certos de que Deus é maior do que a nossa consciência e compreende e perdoa todas as nossas imperfeições.