sexta-feira, 30 de abril de 2021

João 14, 7-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

 7“Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me, eu estou no Pai, e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa dessas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.

Comentário:

* 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.

Com o objetivo de dar um protetor aos trabalhadores e um sentido cristão ao trabalho, o papa Pio XII instituiu, em 1955, a memória litúrgica de São José Operário. Inseriu-a no contexto da festa dos trabalhadores, universalmente comemorada a 1º de maio. “Nesta memória de São José se reconhece a dignidade do trabalho humano, como dever e aperfeiçoamento do homem, exercício benéfico de seu domínio sobre o mundo criado, serviço à comunidade, prolongamento da obra do Criador e como contribuição ao plano da salvação” (Missal Romano). Sobre São José como modelo dos trabalhadores, o papa Francisco, na Carta encíclica Laudato Si’, escreve: “Também ele nos pode ensinar a cuidar, pode motivar-nos a trabalhar com generosidade e ternura para proteger este mundo que Deus nos confiou” (n. 242).

Oração
Ó Jesus, filho do carpinteiro, voltas à tua terra, onde eras bem conhecido. Teus conterrâneos se maravilham com tua sabedoria e teus milagres, mas mantêm-se fechados e se recusam a acolher o Reino que anuncias. Por isso, tua obra libertadora ali fica truncada, “porque não tinham fé”. Amém.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

João 14, 1-6 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós 3e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.

Comentário:

* 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.

O Mestre procura acalmar seus seguidores a respeito de sua partida próxima: não se perturbe o coração de vocês, acreditem em mim e no Pai. Com essas palavras, Jesus procura animar os discípulos diante da iminente saída do meio deles. Talvez isso revele a situação de crise e dificuldade que a comunidade de João estava passando pelo ano 100. Não há o que temer: na casa do Pai há muitas moradas. O coração de Deus é grande: comporta todos os que desejam nele se abrigar. Ao seu Reino todos poderão ter acesso, e o caminho para chegar lá é o próprio Jesus. Ele se define: caminho, verdade e vida, uma das mais ricas revelações do Mestre. Jesus é o caminho que conduz ao Pai e, ao mesmo tempo, o revelador do Pai. Ele é a verdade que vem do Pai. Ele é a vida que procurou defender enquanto viveu, principalmente a dos mais rejeitados.

Oração
Ó Jesus Caminho, Verdade e Vida, quão consoladora é tua revelação de que, junto ao Pai, vais preparar um lugar para teus fiéis seguidores. E esclareces: “Voltarei e levarei vocês comigo, para que vocês também estejam onde eu estiver”. Não nos deixes perder o caminho que conduz a ti. Amém.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

João 13, 16-20 Quem segue Jesus deve servir.

16“Em verdade, em verdade vos digo, o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. 17Se sabeis isso e o puserdes em prática, sereis felizes. 

Jesus é traído por um discípulo - 18Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: ‘Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19Desde agora vos digo isso, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou. 20Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”. 

Comentário:

* 1-17: A morte de Jesus abre a passagem para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua vida. O gesto de Jesus é ensinamento: a autoridade só pode ser entendida como função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade e fraternidade. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos.

* 18-30: A longa noite da paixão começa com a traição de Judas, símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã.

O texto deste dia está inserido no contexto do lava-pés. Durante uma ceia, Jesus realiza um ato inusitado: lava os pés dos apóstolos, serviço reservado aos servos. A partir do relato do lava-pés, Jesus retoma os temas do serviço e do ser discípulo. O autêntico sinal do cristão é o serviço aos irmãos, a preocupação com os pequeninos. Jesus, com esse gesto, deu um dos exemplos mais marcantes de serviço feito com humildade. A autêntica comunidade cristã é aquela que sempre está disposta a servir, indo às periferias existenciais e sociais, nas quais encontra os desafios da missão. O gesto do lava-pés é visto como um gesto eucarístico no Evangelho de João. Isso significa que quem comunga compromete-se com Jesus e com seu projeto. O Evangelho conclui mostrando novamente a união de Jesus com seu Pai: acolher um é acolher também o outro.

Oração
Senhor Jesus, disseste aos teus discípulos: “Quem receber aquele que eu enviar está recebendo a mim”. Envia-nos para além do nosso pequeno mundo cotidiano. Envia-nos para o meio das pessoas carentes de bens espirituais e materiais. Queremos ser tua presença renovadora junto ao teu povo sofrido. Amém.

terça-feira, 27 de abril de 2021

João 12, 44-50 A palavra de Jesus julga os homens.

 44Jesus exclamou em alta voz: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. 45Quem me vê, vê aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. 47Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. 49Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. 50E eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”.

Comentário:

* 44-50: Toda ideia ou teoria sobre Deus que não esteja de acordo com a palavra e ação de Jesus é falsa. Porque Jesus é a revelação do próprio Deus. E a missão de Jesus se estende a todos, mas cada um permanece livre de aceitar a sua oferta. A recusa da vida, porém, traz consigo a escolha da própria morte.

Chegamos ao final da primeira parte do Evangelho de João, o livro dos sinais. No texto de hoje, o evangelista revela a íntima união que há entre Jesus e seu Pai: acreditar nele é acreditar no Pai; vê-lo é ver o Pai. Jesus é o autêntico revelador de Deus, e rejeitá-lo é rejeitar o próprio Pai. Jesus veio como luz para iluminar o caminho que conduz a Deus e levar ao encontro dos irmãos e irmãs. Ele não condena, pois veio para salvar; quem julga é a sua Palavra. Diante de sua mensagem, torna-se necessário decidir: comprometer-se com seu projeto e romper com os projetos perversos ou rejeitar a luz e andar nas trevas. Continuamente, ao longo da vida, somos chamados a optar por uma coisa ou outra. A missão dos cristãos é levar a luz, que é o próprio Jesus, aos que vivem nas trevas e tornarem-se, eles próprios, luz para os outros.

Oração
Ó Jesus, vieste como “luz para iluminar o mundo”, a fim de que não permaneça nas trevas aquele que acredita em ti. Ajuda-nos, Senhor, a compreender que estás unido ao Pai e proferes as palavras que o Pai te mandou dizer. E que o mandamento do Pai é vida eterna. Amém.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

João 10, 22-30 As credenciais de Jesus são as suas obras.

 22Celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do templo. Era inverno. 23Jesus passeava pelo templo, no pórtico de Salomão. 24Os judeus rodeavam-no e disseram: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”. 25Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; 26vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna, e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. 29Meu Pai, que me deu essas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”.

Comentário:

* 22-39: Jesus define sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas de seu messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age nele.

O texto de hoje está ambientado no templo de Jerusalém por ocasião da festa da dedicação do templo. Enquanto Jesus circula pelo templo, alguns judeus aproximam-se dele e o interrogam: “És ou não o Cristo?”. Os judeus não acreditam nas palavras nem nas obras de Jesus. Elas – palavras e obras – seriam suficientes para revelar quem é Jesus, mas eles não compreendem nem fazem esforço para aceitar as propostas do Mestre, porque não fazem parte dos seus seguidores. Quem reconhece que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e se compromete com ele, esse não se decepciona, escuta sua voz, compreende sua mensagem e procura comunicá-la aos outros. Estabelece-se assim uma comunhão de vidas entre o Mestre e os discípulos. Quem faz parte da comunhão com Jesus se une também ao seu Pai, pois ele e o Pai são um.

Oração
Ó Cristo Jesus, para pertencer à tua comunidade, precisamos acreditar em ti e obedecer aos teus ensinamentos. Alguns ouvintes teus se recusaram a ouvir tua voz e seguir teus passos. Recusaram-se a tomar parte no teu “rebanho”. Queremos, Senhor, renovar o propósito de seguir-te agora e sempre. Amém.

 

domingo, 25 de abril de 2021

João 10, 1-10 O povo conhece a voz de Jesus

 1“Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. 6Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. 

Jesus é o único caminho - 7Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. 8Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

Comentário:

* 10,1-6: Nesta comparação, o curral representa a instituição que explora e domina o povo. Os ladrões e assaltantes são os dirigentes. Jesus mostra que sua mensagem é incompatível com qualquer instituição opressora e que sua missão é conduzir para fora da influência dela os que nele acreditam, a fim de formar uma comunidade que possa ter vida plena e liberdade.

* 7-21: O único meio de libertar-se de opressores ou de uma instituição opressora é comprometer-se com Jesus, pois ele é a única alternativa (a porta). Jesus é o modelo de pastor: ele não busca seus próprios interesses; ao contrário, ele dá a sua própria vida a todos aqueles que aceitam sua proposta. Jesus provoca divisão: para uns, suas palavras são loucura; para outros, sua ação é sinal de libertação.

O capítulo dez de João é o capítulo do “bom pastor” e inicia com a metáfora da porta: movimento de entrada e saída. A porta é a passagem que coloca em segurança quando se entra e em liberdade quando se sai. O assaltante não passa pela porta, vai às escondidas roubar as ovelhas; o pastor leva as ovelhas às pastagens. O ladrão se apossa das ovelhas; o pastor coloca-se a serviço delas. O ladrão destrói e mata; o pastor protege e salva. As ovelhas se aproximam do pastor, porque conhecem sua voz; elas fogem do ladrão, porque não conhecem sua voz. Jesus se apresenta como a porta por onde se pode entrar e sair com toda liberdade e sem medo, seguros de encontrar alimento necessário. A missão de Jesus é conduzir para fora de tudo o que possa aprisionar ou explorar e proporcionar vida, e vida em abundância. As comunidades necessitam estar sempre de portas abertas para ir às periferias e para acolher todos os que desejam.

Oração
Ó Jesus, porta das ovelhas, somos gratos a ti, porque és nosso forte protetor e guia seguro. Não nos deixes seguir caminhos contrários aos teus caminhos, nem correr atrás de vozes discordantes da tua voz. Acolhe-nos, Senhor, entre os que desejam com ardor a tua “vida em abundância”. Amém.