quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Lucas 17, 26-37 A vinda do Filho do Homem.

 26“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. 30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló. 33Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la, e quem a perde vai conservá-la. 34Eu vos digo, nessa noite dois estarão numa cama: um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas: uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro será deixado”. 37Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”. – Palavra da salvação.

Comentário:

* 22-37: Juntamente com o Reino de Deus, o julgamento do Filho do Homem se realiza na história: ele vem para manifestar a verdade da vida de todos. Essa manifestação do Filho do Homem é sempre momento grave e decisivo: dele depende a salvação ou a destruição de cada um. Serão salvos somente aqueles que, como Jesus, fazem da própria vida dom para os outros (v. 33).

Muitas pessoas, inclusive seguidoras de Cristo, levam vida focada apenas em coisas terrenas, apegadas aos bens materiais. A destruição e a morte pegaram de surpresa os conterrâneos de Noé e de Ló. Dois modelos a imitar no desapego e na renúncia a si mesmos; no zelo pelas coisas de Deus e na fé. Importa prestar atenção, porque virá também o “dia do Filho do Homem”. O caminho da salvação é um caminho de renúncia ao próprio egoísmo e de dedicação à prática da justiça. “Perder a vida”, na verdade, é orientá-la no rumo justo, colocá-la a serviço do Mestre. De alguma forma haverá um julgamento definitivo, coroamento e glória para quem permanecer fiel a Cristo e a seu Reino. Entretanto, a salvação de cada um acontece dia a dia na sua história pessoal.

Oração
Senhor Jesus, tuas palavras são sérias advertências que nos ajudam a refletir sobre a nossa vida. O que, de fato, é importante para nós, peregrinos neste mundo? Em que ocupamos o tempo? Qual é o nosso empenho para melhorar as relações entre as pessoas? Vem em nosso socorro, Senhor. Amém.

 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Lucas 17, 20-25 A presença do Reino.

 20Os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. 21Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós”. 

A vinda do Filho do Homem - 22E Jesus disse aos discípulos: “Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. 23As pessoas vos dirão: ‘Ele está ali’ ou ‘ele está aqui’. Não deveis ir nem correr atrás. 24Pois, como o relâmpago brilha de um lado até o outro do céu, assim também será o Filho do Homem no seu dia. 25Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”.

Comentário:

* 20-21: É inútil procurar sinais misteriosos da vinda do Reino. Ele já está presente em qualquer lugar onde a ação de Jesus é continuada.

* 22-37: Juntamente com o Reino de Deus, o julgamento do Filho do Homem se realiza na história: ele vem para manifestar a verdade da vida de todos. Essa manifestação do Filho do Homem é sempre momento grave e decisivo: dele depende a salvação ou a destruição de cada um. Serão salvos somente aqueles que, como Jesus, fazem da própria vida dom para os outros (v. 33).

Muitos judeus esperavam a restauração política de Israel. A isso denominavam o reinado de Deus. Enganam-se os fariseus querendo conhecer uma data precisa para a instauração do Reino. Ele já está presente. É o próprio Cristo, com sua ação libertadora. Ação capaz de reverter as ideias e os atos que sustentam a sociedade injusta, segundo o cântico de Maria (cf. Lc 1,51-53). Aos discípulos Jesus dá a entender que é inútil fazer especulações sobre sua pessoa. O Filho do Homem é imprevisível em suas manifestações. Está aqui e acolá: “Eu estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). O que se pode constatar é que antes “ele deve sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”. O Reino de Deus está presente, mas sua expansão depende do espírito generoso de todos os cristãos.

Oração
Ó Jesus, Filho do Homem, teus discípulos esperavam grandiosa intervenção divina no mundo. Esclareces que o Reino de Deus é construído discretamente, à medida que as pessoas aceitam tua mensagem e te seguem. Dá-nos, Senhor, coração sensível e amoroso, a fim de favorecermos a expansão do teu Reino. Amém.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Lucas 17, 11-19 Fé e gratidão.

 11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam a distância e gritaram: 13“Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” 14Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15 Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19 E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.

Comentário:

* 11-19: O ponto alto da narrativa é a fé do samaritano. É fé madura: nasce da esperança (vv. 12-13), cresce na obediência à palavra de Jesus (v. 14) e se manifesta na gratidão (v. 16). Com isso, ele não só recebe a cura, mas é salvo. Sua vida chega à plenitude, ao reconhecer que em Jesus o amor de Deus leva os homens a viver na alegria da gratidão. A vida que Deus dá em Jesus Cristo é gratuita, é graça.

Segundo o Levítico (Lv 13,45-46; 14,2), o leproso ficava impedido de participar do culto religioso e da vida social. Cruel marginalização. Por isso eles se mantêm a distância e gritam a Jesus, pedindo ajuda. Mostrar-se aos sacerdotes era exigência da Lei como confirmação da cura realizada. Jesus constata, com tristeza, a ingratidão de nove leprosos. Foram salvos da opressão que os esmagava, mas não foram capazes de reconhecer seu Salvador. Envolveram-se de tal modo com o cumprimento minucioso da Lei, que esqueceram o dever da gratidão. Somente um samaritano, representante de um grupo desprezado pelos judeus, retorna, glorifica a Deus em alta voz, dá graças a Jesus e se prostra a seus pés. Atitudes de pessoa sensível à ação de Deus em sua vida: gratidão e abertura de coração.

Oração
Ó Mestre Jesus, o que nos surpreende é que, dentre os dez leprosos curados, apenas um tomou o caminho de volta, “glorificando a Deus em voz alta”, para expressar-te sua profunda gratidão. Ajuda-nos, Senhor, a manifestar sincera gratidão pelos inúmeros benefícios que nos concedes a todo instante. Amém.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Lucas 17, 7-10 Atitudes do discípulo.

 Naquele tempo, disse Jesus: 7“Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa’? 8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber’? 9Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? 10Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer'”.

Comentário:

* 1-10: Lucas reúne aqui sentenças de Jesus sobre o escândalo, a correção fraterna, o perdão, o poder da fé e a necessidade de estar desinteressadamente a serviço de Deus. São atitudes fundamentais para a vida do discípulo de Jesus.

Na sociedade de todos os tempos, é comum a tendência a buscar o poder. Esse perigo ronda também a comunidade de Jesus. Certa vez, os apóstolos discutiam sobre quem dentre eles era o maior, o mais importante, aquele que ocuparia os primeiros lugares no Reino de Jesus. A correção chegou logo. Jesus os ensina a servir, e não a ser servidos. Somos servidores de Deus e dos irmãos e irmãs. Portanto, os títulos, na Igreja, não significam condecoração, prêmio ou indício de grandeza. Significam maior responsabilidade na condução do povo de Deus. Estamos a serviço do Reino, cujo único Senhor é Deus. Diante dele a posição mais correta é a de Maria: “Eis a serva do Senhor” (Lc 1,38). Não passamos de simples servos do Reino, pois “nossa capacidade provém de Deus” (2Cor 4,7).

Oração
Ó Mestre, no teu Reino somos todos servidores, cada qual com os dons que recebeu e com as funções que exerce. Transforma-nos, Senhor, em pessoas disponíveis, generosas e empenhadas na construção do amor e da justiça em nossa sociedade, com a convicção de que sem ti nada podemos fazer. Amém.

domingo, 8 de novembro de 2020

 13Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 14No templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. 15Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” 17Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá”. 18Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” 19Ele respondeu: “Destruí este templo, e em três dias o levantarei”. 20Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário, e tu o levantarás em três dias?” 21Mas Jesus estava falando do templo do seu corpo. 22Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.

Comentário:

* 13-22: Para os judeus, o Templo era o lugar privilegiado de encontro com Deus. Aí se colocavam as ofertas e sacrifícios levados pelos judeus do mundo inteiro, e formavam verdadeiro tesouro, administrado pelos sacerdotes. A casa de oração se tornara lugar de comércio e poder, disfarçados em culto piedoso.

Expulsando os comerciantes, Jesus denuncia a opressão e a exploração dos pobres pelas autoridades religiosas. Predizendo a ruína do Templo, ele mostra que essa instituição religiosa já caducou. Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar em edifícios, mas no próprio homem.

A basílica de Latrão é a catedral da diocese de Roma, cujo bispo é o papa. É considerada a igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo. Chama-se lateranense porque originariamente foi construída no terreno da família dos Plauzi Laterani, na colina Célio. Foi o Papa Melquíades (311-314) que construiu a basílica e a dedicou ao Santíssimo Salvador. É chamada comumente Basílica de São João de Latrão, porque São João Batista foi escolhido como seu segundo titular (patrono). Depois foi acrescentado outro titular: São João Evangelista. Celebrar a dedicação da catedral do bispo de Roma é recordar o Senhor Jesus, que instituiu a Igreja para reunir na unidade, sob o pastoreio de Pedro e de seus sucessores, os filhos de Deus dispersos. Somos pedras vivas da Igreja.

Oração
Divino Mestre, Jesus Cristo, não toleraste a exploração que se praticava na “casa” de teu Pai. Por isso, indignado, expulsaste do Templo os vendilhões inescrupulosos. Ensina-nos, Senhor, a devolver à Igreja seu verdadeiro sentido, a saber, ocasião e lugar de comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs. Amém.

 

sábado, 7 de novembro de 2020

Mateus 25, 1-13 Estejam preparados.

 1“Naquele dia, o Reino dos Céus será como a história das dez jovens que pegaram suas lâmpadas de óleo e saíram ao encontro do noivo. 2Cinco delas eram imprevidentes, e as outras cinco eram previdentes. 3As imprevidentes pegaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. 4As previdentes, porém, levaram vasilhas com óleo junto com as lâmpadas. 5O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormindo. 6No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!’ 7Então as dez jovens se levantaram e prepararam as lâmpadas. 8As imprevidentes disseram às previdentes: ‘Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. 9As previdentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar aos vendedores’. 10Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. 11Por fim, chegaram também as outras jovens e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!’ 12Ele, porém, respondeu: ‘Em verdade eu vos digo, não vos conheço!’ 13Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia nem a hora”.

Comentário:

* 1-13: Nesta parábola, o noivo é Jesus, que virá no fim da história. As virgens representam as comunidades cristãs, que devem sempre estar preparadas para o encontro com o Senhor, mediante a prática da justiça (o óleo).

O Reino dos Céus é o tema central da pregação de Jesus; por isso, ele usa comparações, parábolas, alegorias e realidades cotidianas (símbolos) para explicá-lo. Mais uma vez, Mateus usa uma parábola para explicar a que se assemelha o Reino dos Céus. Ele é como dez jovens com suas tochas: cinco eram prevenidas (levaram reserva de azeite) e cinco desprevenidas (não levaram reserva de azeite). O noivo atrasa, e o azeite vai se esgotando. A conclusão é clara: vigiem, porque não sabem a hora em que o noivo chega. Contada no tempo de Mateus, quando a comunidade esperava a volta de Cristo (o noivo) em breve, a parábola lembra que o noivo pode atrasar. É necessário continuar mantendo a esperança e ficar vigilante. No final do ano litúrgico, a Igreja nos leva a refletir sobre a necessidade de estar preparados (com reserva de azeite), mantendo sempre a lâmpada acesa para aguardar o momento imprevisto da vinda de Jesus no fim dos tempos.

Oração
Senhor Jesus, és o “noivo” da comunidade cristã. Tu nos alertas para estarmos preparados para tua vinda, pois podes chegar a qualquer momento. Ilumina-nos para que permaneçamos vigilantes e fiéis cumpridores das exigências do teu Reino. És o Deus-conosco e queremos estar contigo para sempre. Amém.

 

1 Tessalonicenses 4, 13-18 Todos reunidos na vinda do Senhor.

 13Irmãos, não queremos deixar-vos na incerteza a respeito dos mortos, para que não fiqueis tristes como os outros, que não têm esperança. 14Se Jesus morreu e ressuscitou – e esta é nossa fé -, de modo semelhante Deus trará de volta, com Cristo, os que através dele entraram no sono da morte. 15Isto vos declaramos, segundo a palavra do Senhor: nós que formos deixados com vida para a vinda do Senhor não levaremos vantagem em relação aos que morreram. 16Pois o Senhor mesmo, quando for dada a ordem, à voz do arcanjo e ao som da trombeta, descerá do céu, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. 17Em seguida, nós que formos deixados com vida seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor, nos ares. E assim estaremos sempre com o Senhor. 18Exortai-vos, pois, uns aos outros com essas palavras.

Comentário:

* 13-18: Paulo tenta resolver dificuldades certamente relatadas por Timóteo. Parece que os tessalonicenses receavam que os cristãos já falecidos não iriam participar da parusia ou manifestação final de Jesus. O Apóstolo afirma que não será importante estar entre os mortos ou entre os vivos. A ressurreição de Cristo é promessa e garantia da ressurreição dos mortos. Os mortos, portanto, ressuscitarão e se unirão aos que ainda estiverem vivos, a fim de formarem um só cortejo ao encontro do Cristo glorioso. Todos os fiéis estarão com o Senhor, para sempre. Cf. também a introdução a esta carta.