quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Lucas 9, 22-25 Jesus é o Messias.

22 E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia.” 23 Depois Jesus disse a todos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga. 24 Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará. 25 De fato, que adianta um homem ganhar o mundo inteiro, se perde e destrói a si mesmo?
Comentário:
* 18-27: Não basta declarar e aceitar que Jesus é o Messias; é preciso rever a idéia a respeito do Messias, o qual, para construir a nova história, enfrenta os que não querem transformações. Por isso, ele vai sofrer, ser rejeitado e morto. Sua ressurreição será a sua vitória. E quem quiser acompanhar Jesus na sua ação messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer caminho semelhante: renunciar a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

2 Coríntios 5, 20-6,2 A morte é passagem para a vida definitiva.

5 E quem para isso nos preparou foi Deus, o qual nos deu a garantia do Espírito.
O ministério da reconciliação - 20 Sendo assim exercemos a função de embaixadores em nome de Cristo, e é por meio de nós que o próprio Deus exorta vocês. Em nome de Cristo, suplicamos: reconciliem-se com Deus. 21 Aquele que nada tinha a ver com o pecado, Deus o fez pecado por causa de nós, a fim de que por meio dele sejamos reabilitados por Deus.
Visto que somos colaboradores de Deus, nós exortamos vocês para que não recebam a graça de Deus em vão. 2 Pois Deus diz na Escritura: “Eu escutei você no tempo favorável, e no dia da salvação vim em seu auxílio.” É agora o momento favorável. É agora o dia da salvação.
Comentário:
* 4,16-5,10: Para quem não tem fé, a morte é o fim de tudo. Mas para quem está comprometido na fé e segue a Jesus, a morte é passagem para a dimensão definitiva da vida. Nosso corpo mortal se desgasta e desfaz na vida terrestre; mas, através da ressurreição, Deus leva o nosso ser à vida plena. Paulo emprega uma imagem muito familiar no Oriente: quando continuam a caminhada, os nômades do deserto desmontam a tenda do acampamento porque o deserto não é sua moradia estável. O mesmo acontece conosco: este mundo é o lugar onde vivemos e construímos a nossa história, cujo fim é a comunhão e participação na própria vida divina.
* 5,14-6,2: Os inimigos de Paulo dizem que ele não é apóstolo porque não foi testemunha ocular da vida terrestre de Jesus, nem lhe conheceu as palavras e atos. Por isso, não pode ser testemunha do Evangelho. No entanto, o Apóstolo mostra que o Evangelho não é simples história de Jesus, e sim o anúncio de sua morte e ressurreição, que restaura a condição humana, vence a alienação causada pelo pecado e inaugura nova era. A cruz de Jesus anuncia o fim da inimizade com Deus e inaugura a era da reconciliação universal. Enquanto esperamos o dia da ressurreição, Deus escolheu apóstolos para exercer o ministério da reconciliação. Por meio deles, o Senhor Jesus continua sua atividade na terra e convoca todos os homens: “reconciliem-se com Deus”.

Mateus 6, 1-6.16-18 Superar a justiça dos hipócritas.

* 1 “Prestem atenção! Não pratiquem a justiça de vocês diante dos homens, só para serem elogiados por eles. Fazendo assim, vocês não terão a recompensa do Pai de vocês que está no céu.”
Relação com o próximo -* 2 “ Por isso, quando você der esmola, não mande tocar trombeta na frente, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. 3 Ao contrário, quando você der esmola, que a sua esquerda não saiba o que a sua direita faz, 4 para que a sua esmola fique escondida; e seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.”
Relação com Deus -* 5 “Quando vocês rezarem, não sejam como os hipócritas, que gostam de rezar em pé nas sinagogas e nas esquinas, para serem vistos pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. 6 Ao contrário, quando você rezar, entre no seu quarto, feche a porta, e reze ao seu Pai ocultamente; e o seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.”
Relação consigo mesmo -* 16 “Quando vocês jejuarem, não fiquem de rosto triste, como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto para que os homens vejam que estão jejuando. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. 17 Quando você jejuar, perfume a cabeça e lave o rosto, 18 para que os homens não vejam que você está jejuando, mas somente seu Pai, que vê o escondido; e seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.”
Comentário:
* 6,1: O termo justiça se refere, aqui, a atitudes práticas em relação ao próximo (esmola), a Deus (oração), e a si mesmo (jejum). Jesus não nega o valor dessas práticas. Ele mostra como devem ser feitas para que se tornem autênticas.
* 2-4: A esmola é um gesto de partilha, e deve ser o sinal da compaixão que busca a justiça, relativizando o egoísmo da posse. Dar esmola para ser elogiado é servir a si mesmo e, portanto, falsificá-la.
* 5-6: Na oração, o homem se volta para Deus, reconhecendo-o como único absoluto, e econhecendo a si mesmo como criatura, relativizando a auto-suficiência. Por isso, rezar para ser elogiado é colocar-se como centro, falsificando a oração.
* 16-18: Jejuar é privar-se de algo imediato e necessário, a fim de ver perspectivas novas e mais amplas para a realização da vida. Trata-se de deixar o egocentrismo, para crescer e dispor-se a realizar novo projeto de justiça. Jejuar para aparecer é perder de uma vez o sentido do jejum.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Marcos 9, 30-37 Quem é o maior?

* 30 Partindo daí Jesus e seus discípulos atravessavam a Galiléia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde ele estava, 31 porque estava ensinando seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue na mão dos homens, e eles o matarão. Mas, quando estiver morto, depois de três dias ele ressuscitará.” 32 Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus estava dizendo, e tinham medo de fazer perguntas.
33 Quando chegaram à cidade de Cafarnaum e estavam em casa, Jesus perguntou aos discípulos: “Sobre o que vocês estavam discutindo no caminho?” 34 Os discípulos ficaram calados, pois no caminho tinham discutido sobre qual deles era o maior. 35 Então Jesus se sentou, chamou os Doze e disse: “Se alguém quer ser o primeiro, deverá ser o último, e ser aquele que serve a todos.” 36 Depois Jesus pegou uma criança e colocou-a no meio deles. Abraçou a criança e disse: 37 “Quem receber em meu nome uma destas crianças, estará recebendo a mim. E quem me receber, não estará recebendo a mim, mas àquele que me enviou.”
Comentário:
* 30-37: Os discípulos não compreendem as conseqüências que a ação de Jesus vai provocar, pois ainda concebem uma sociedade onde existem diferenças de grandeza. Quem é o maior? Jesus mostra que a grandeza da nova sociedade não se baseia na riqueza e no poder, mas no serviço sem pretensões e interesses.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Marcos 9, 14-29 Orar é unir-se com Deus.

* 14 Quando Jesus, Pedro, Tiago e João chegaram perto dos outros discípulos, viram que eles estavam rodeados por uma grande multidão. Alguns doutores da Lei estavam discutindo com eles. 15 Logo que a multidão viu Jesus, ficou surpresa e correu para cumprimentá-lo. 16 Jesus perguntou aos discípulos: “O que é que vocês estão discutindo com eles?” 17 Alguém da multidão respondeu: “Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo. 18 Cada vez que o espírito o ataca, joga-o no chão e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente rijo. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas eles não conseguiram.” 19 Jesus disse: “Ó gente sem fé! Até quando deverei ficar com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam o menino aqui.”
20 E levaram o menino. Quando o espírito viu Jesus sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e começou a rolar e a espumar pela boca. 21 Jesus perguntou ao pai: “Desde quando ele está assim?” O pai respondeu: “Desde criança. 22 E muitas vezes já o jogou no fogo e na água para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos.” 23 Jesus disse: “Se podes!... Tudo é possível para quem tem fé.” 24 O pai do menino gritou: “Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé.”
25 Jesus viu que a multidão corria para junto dele. Então ordenou ao espírito mau: “Espírito mudo e surdo, eu lhe ordeno que saia do menino e nunca mais entre nele.” 26 O espírito sacudiu o menino com violência, deu um grito e saiu. O menino ficou como morto e por isso todos diziam: “Ele morreu!” 27 Mas Jesus pegou a mão do menino, levantou-o, e o menino ficou de pé.
28 Depois que Jesus entrou em casa, os discípulos lhe perguntaram à parte: “Por que nós não conseguimos expulsar o espírito?” 29 Jesus respondeu: “Essa espécie de demônios não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela oração.”
Comentário:
* 14-29: Os discípulos de Jesus só poderão ajudar os homens a discernir a realidade (ouvir) e dizer a palavra transformadora (falar) se estiverem plenamente convictos de que Deus quer realizar uma sociedade justa. A oração exprime a união íntima com Deus e com o seu plano, porque Deus pode desalienar o homem, vencendo o mal.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

2 Coríntios 1, 18-22 Firme e fiel.

18 Deus é testemunha fiel de que a palavra que dirigimos a vocês não é “sim e não.” 19 De fato Jesus Cristo, o Filho de Deus, que eu, Silvano e Timóteo anunciamos a vocês, não foi “sim e não”, mas unicamente “sim.” 20 Todas as promessas de Deus encontraram nele o seu sim; por isso, é por meio dele que dizemos “Amém” a Deus, para a glória de Deus. 21 Quem nos fortalece juntamente com vocês em Cristo e nos dá a unção é Deus. 22 Deus nos marcou com um selo e colocou em nossos corações a garantia do Espírito.
Comentário:
15-22: Paulo prometera voltar a Corinto, mas não fora possível, e por isso foi mal interpretado. Ele mostra, porém, que é firme e fiel, como verdadeiro discípulo de Jesus (cf. Mt 5,36). Se estivesse enganando os coríntios, estaria traindo a sua própria fidelidade a Jesus, que foi sempre fiel à vontade de Deus. A seguir, lembra o rito do batismo, que incorpora os fiéis a Cristo, tornando-os participantes do mistério da Trindade.

Marcos 2, 1-12 Jesus liberta pela raiz.

* 1 Alguns dias depois, Jesus entrou de novo na cidade de Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que Jesus estava em casa. 2 E tanta gente se reuniu aí que já não havia lugar nem na frente da casa. E Jesus anunciava a palavra.
3 Levaram então um paralítico, carregado por quatro homens. 4 Mas eles não conseguiam chegar até Jesus, por causa da multidão. Então fizeram um buraco no teto, bem em cima do lugar onde Jesus estava, e pela abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5 Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os seus pecados estão perdoados.”
6 Ora, alguns doutores da Lei estavam aí sentados, e começaram a pensar: 7 “Por que este homem fala assim? Ele está blasfemando! Ninguém pode perdoar pecados, porque só Deus tem poder para isso!” 8 Jesus logo percebeu o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que vocês pensam assim? 9 O que é mais fácil dizer ao paralítico: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levante-se, pegue a sua cama e ande?’ 10 Pois bem, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem poder na terra para perdoar pecados, - disse Jesus ao paralítico - 11 eu ordeno a você: Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa.” 12 O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim!”
Comentário
1-12: Segundo os antigos, a doença era causada pelo pecado. Para libertar o homem, Jesus vai direto à raiz: o pecado invisível que causa os males externos e visíveis. A oposição a Jesus começa: os doutores da Lei só se preocupam com teorias religiosas, e não em transformar a situação do homem. A ação de Jesus é completa. É um dizer e fazer que cura por dentro e por fora, fazendo o homem reconquistar a capacidade de caminhar por si.