domingo, 29 de setembro de 2024

Lucas 9, 46-50 Quem é o maior.

-* 46 Houve entre os discípulos uma discussão, para saber qual deles seria o maior. 47 Jesus sabia o que estavam pensando. Pegou então uma criança, colocou-a junto de si, 48 e disse a eles: “Quem receber esta criança em meu nome, estará recebendo a mim. E quem me receber, estará recebendo aquele que me enviou. Pois, aquele que é o menor entre vocês, esse é o maior.” Quem está a favor de Jesus? -* 49 João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lhe proibimos, porque ele não anda conosco”. 50 Jesus lhe disse: “Não lhe proíbam. Pois, quem não está contra vocês, está a favor de vocês.” Comentário: * 46-48: Para compreender o messianismo de Jesus é preciso mudar a ideia que se tem a respeito do poder. Enquanto persistir entre os discípulos o desejo do poder que domina, não haverá possibilidade alguma de construir o Reino de Deus. * 49-50: Cf. nota em Mc 9, 38-41: Jesus não quer que o grupo daqueles que o seguem se torne seita fechada e monopolizadora da sua missão. Toda e qualquer ação que desaliena o homem é parte integrante da missão de Jesus. A conversão é processo lento e fatigoso. Várias vezes, Jesus explica aos discípulos qual é a característica do seu messianismo. Ele veio para dar a própria vida por todos. Está entre nós para servir ao Pai e ao povo, não para explorar e ser servido. Surdos às palavras e cegos às atitudes de Jesus, os apóstolos disputam o primeiro lugar. A presença da criança oferece a Jesus imagem forte de simplicidade, pureza, abertura à partilha e à fraternidade. Esses são os valores do Reino que Jesus está implantando e que seus discípulos precisam assimilar. Outro aspecto importante é a tolerância com os de fora do grupo. Não se deve rejeitá-los, mas estabelecer comunhão com eles. Os apóstolos não têm exclusividade sobre a prática do bem.

sábado, 28 de setembro de 2024

Marcos 9, 38-43.45.47-48 Quem está a favor de Jesus?

-* 38 João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lhe proibimos, porque ele não nos segue.” 39 Jesus disse: “Não lhe proíbam, pois ninguém faz um milagre em meu nome e depois pode falar mal de mim. 40 Quem não está contra nós, está a nosso favor. Cortar o mal pela raiz -* 45 Se o seu pé é ocasião de escândalo para você, corte-o. É melhor você entrar para a vida sem um dos pés, do que ter os dois pés e ser jogado no inferno. 47 Se o seu olho é ocasião de escândalo para você, arranque-o. É melhor você entrar no Reino de Deus com um olho só, do que ter os dois olhos e ser jogado no inferno, 48 onde o seu verme nunca morre e o seu fogo nunca se apaga. 49 Com efeito, todos serão salgados com o fogo. 50 O sal é bom. Mas, se o sal se tornar insosso, com o que vocês lhe darão sabor? Tenham o sal em vocês, e estejam em paz uns com os outros.” Comentário: * 38-41: Jesus não quer que o grupo daqueles que o seguem se torne seita fechada e monopolizadora da sua missão. Toda e qualquer ação que desaliena o homem é parte integrante da missão de Jesus. * 42-50: Pequeninos são os pobres e fracos que esperam confiantes uma sociedade fraterna e igualitária. Eles ficariam escandalizados se os seguidores de Jesus andassem à busca de poder e formassem casta privilegiada. Isso seria trair a missão de Jesus, mal que deve ser cortado pela raiz. Jesus dá instruções sobre as exigências do Reino que ele está implantando. Antes de tudo, o Reino não é uma seita fechada, exclusiva para alguns privilegiados. Ao contrário, é aberta a todos os povos do mundo inteiro. Quem liberta em nome de Jesus é aliado de Jesus. Ser de Cristo é, de alguma forma, estar em sintonia com seu projeto de liberdade e vida para todos. Sendo uma realidade aberta e universal, o Reino não é espaço para a opressão. Ao contrário, deve ser a expressão concreta da prática da justiça e da fraternidade. Escandalizar é querer ser maior que os outros na comunidade; é criar obstáculo na caminhada cristã dos irmãos. É fazê-los vacilar na fé. Daí a dura repreensão de Jesus para quem escandalizar “um destes pequenos que creem”. Esse mal deve ser cortado pela raiz.

Tiago 5, 1-6 Ai de vocês, ricos!

-* 1 E agora vocês, ricos: comecem a chorar e gritar por causa das desgraças que estão para cair sobre vocês. 2 Suas riquezas estão podres, suas roupas foram roídas pela traça; 3 o ouro e a prata de vocês estão enferrujados; e a ferrugem deles será testemunha contra vocês, e como fogo lhes devorará a carne. Vocês amontoaram tesouros para o fim dos tempos. 4 Vejam o salário dos trabalhadores que fizeram a colheita nos campos de vocês: retido por vocês, esse salário clama, e os protestos dos cortadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. 5 Vocês tiveram na terra uma vida de conforto e luxo; vocês estão ficando gordos para o dia da matança! 6 Vocês condenaram e mataram o justo, e ele não conseguiu defender-se. Comentário: * 1-6: Tiago critica agora os proprietários que se enriquecem à custa dos trabalhadores. Visando unicamente ao lucro, esses latifundiários cometem graves injustiças sociais: retenção do salário devido aos operários (cf. Dt 24,14); acumulação de riquezas que não revertem para o bem comum, mas servem unicamente para uma vida regalada e luxuosa; opressão jurídica e condenações conseguidas graças ao suborno contra os pobres inocentes que não têm meios de defesa. Fruto do roubo e da injustiça, o tesouro amontoado pelos ricos será testemunho que os condenará na hora do julgamento.

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Lucas 9, 43-45 O Filho do Homem vai ser entregue.

43 Todos ficaram admirados com a grandeza de Deus. O povo estava admirado com tudo o que Jesus fazia. Então Jesus disse aos discípulos: 44 “Prestem atenção ao que eu vou dizer: o Filho do Homem vai ser entregue na mão dos homens.” 45 Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. Isso estava escondido a eles, para que não entendessem. E tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto. Comentário: * 37-45: Enquanto os discípulos não mudarem sua ideia sobre o Messias, jamais realizarão atos de libertação, que dão continuidade à missão de Jesus. Era geral a admiração por Jesus e sua obra. Beneficiava o povo com ensinamentos, cura de doenças, perdão dos pecados e reintegração social dos marginalizados. Jesus era um homem de Deus. Como admitir que ele seria capturado e condenado pelas autoridades de Jerusalém, e terminaria pregado numa cruz? Isso não cabia na cabeça dos discípulos. Por isso, Jesus replica o que já anunciara outras vezes: “O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens”. A morte de Jesus na cruz nos introduz na esfera dos planos de Deus, mistério que escapa à nossa compreensão. Após a ressurreição, Jesus dirá aos discípulos de Emaús: “Era preciso que o Messias sofresse tudo isso e entrasse na sua glória” (Lc 24,25-26). O cristão é aquele que segue Cristo, primeiro nos sofrimentos, depois na glória.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Lucas 9, 18-22 Jesus é o Messias.

* 18 Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou: “Quem dizem as multidões que eu sou?” 19 Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que tu és algum dos antigos profetas que ressuscitou.” 20 Jesus perguntou: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Pedro respondeu: “O Messias de Deus.” 21 Então Jesus proibiu severamente que eles contassem isso a alguém. 22 E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia.” Comentário: * 18-27: Não basta declarar e aceitar que Jesus é o Messias; é preciso rever a ideia a respeito do Messias, o qual, para construir a nova história, enfrenta os que não querem transformações. Por isso, ele vai sofrer, ser rejeitado e morto. Sua ressurreição será a sua vitória. E quem quiser acompanhar Jesus na sua ação messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer caminho semelhante: renunciar a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza. Os contemporâneos de Jesus não têm ideia clara sobre quem ele é. Evocam João Batista, Elias ou algum dos antigos profetas. Os apóstolos, pela voz de Pedro, respondem corretamente. Mas a Pedro falta compreender que tipo de Messias é Jesus. Não o valente guerreiro que viria para expulsar os ocupantes romanos. Não alguém que vai triunfar pela força e poder. Jesus é o Messias que dará sua vida para resgatar da escravidão do pecado a humanidade inteira. Visto que os apóstolos não estavam em condições de entender a verdadeira identidade do Messias, Jesus os proíbe de contar a alguém a revelação feita a Pedro. A partir da ressurreição, as pessoas saberão quem, de fato, é “o Messias de Deus”. Por ora, o Messias encaminha-se para a morte na cruz.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Lucas 9, 7-9 Jesus começa a inquietar.

* 7 O governador Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou sem saber o que pensar, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos; 8 outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9 Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E queria ver Jesus. Comentário: * 7-9: A palavra e ação de Jesus deixam o povo e as autoridades sem saber o que pensar. É que a presença dele força todo mundo a se perguntar: “Quem é esse homem?” O encontro de Jesus e Herodes acontecerá na Paixão (23,6-12). Herodes Antipas era homicida; ele mesmo o comprova: “Mandei degolar João”. Parece não ter paz interior. Está preocupado com a fama de Jesus de Nazaré. Seria Jesus um defensor da verdade e da retidão, como João Batista? “E queria ver Jesus.” Para satisfazer sua curiosidade? Ou mandá-lo calar a boca? Certamente, não era para tornar-se seu fiel discípulo. Mais tarde, nas horas da sua paixão, Jesus é colocado à frente desse Herodes, que quer vê-lo fazer algum milagre. Jesus não lhe dirá sequer uma palavra. Saboreando amarga frustração, o tetrarca dará vazão a sua ira: “Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo e caçoou dele” (Lc 23,11). A Boa-nova do Reino continua provocando transformação na sociedade ao mexer com as consciências. Qual é a nossa resposta aos apelos do Evangelho?

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Lucas 9, 1-6 A missão dos discípulos.

-* 1 Jesus convocou os Doze, e lhes deu poder e autoridade sobre os demônios e para curar as doenças. 2 E os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar. 3 E disse-lhes: “Não levem nada para o caminho: nem bastão, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas. 4 Em qualquer casa onde vocês entrarem, fiquem aí, até vocês se retirarem do lugar. 5 E todos aqueles que não os acolherem, vocês, ao sair da cidade, sacudam a poeira dos pés, como protesto contra eles.” 6 Os discípulos partiram, e percorriam os povoados, anunciando a Boa Notícia, e fazendo curas em todos os lugares. Comentário: * 9,1-6: Cf. nota em Mc 6,7-13: Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana (curas). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações. Jesus não retém para si o cabedal de conhecimentos que possui, nem seus poderes. Transmite-os aos doze apóstolos e os envia para realizarem o que ele fazia publicamente: anunciar o Reino de Deus e curar enfermidades. Uma atividade renovadora. Ensinamento novo e convincente, com palavras divinas colhidas na fonte: “Falo estas coisas como o Pai me ensinou” (Jo 8,28). Energia poderosa, toques benfazejos. Curas libertadoras. Tempos messiânicos. Vida nova. Os apóstolos não precisam apoiar-se nos bens materiais; ao contrário, devem despojar-se deles. A gratuidade e a confiança na providência de Deus são as exigências para a missão. Haverá pessoas insensíveis ou avessas à passagem de Deus. Responderão por seus atos. O missionário cristão seguirá seu caminho, sem esmorecer. Como fez Jesus.