segunda-feira, 7 de outubro de 2024
Lucas 10, 38-42 Ouvir a palavra de Jesus.
-* 38 Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. 39 Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. 40 Marta estava ocupada com muitos afazeres. Aproximou-se e falou: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!” 41 O Senhor, porém, respondeu: “Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; 42 porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.”
Comentário:
* 38-42: Mais importante do que fazer as coisas, é fazê-las de modo novo. Para isso, é preciso ouvir a palavra de Jesus, que mostra o que fazer e como fazer.
Jesus vai à casa de família amiga. Como é confortador estar em ambiente hospitaleiro e fraterno! O incansável pregador da Galileia precisava descansar um pouco e aproveitou a ocasião para nos deixar preciosa lição de vida. Antes de tudo, Jesus quebra um tabu: os mestres de sua época não ensinavam a lei às mulheres. Jesus, porém, ao ser recebido na casa de duas mulheres, confirma sua soberana liberdade com relação às proibições desse tipo. Ele não despreza os cuidados de Marta com a casa, mas insiste na prioridade que se deve dar à escuta de sua Palavra (Maria sentada aos pés do Senhor). Seu ensinamento é vida. Se o sustento do corpo é necessário, para viver, é mais importante o que sai da boca de Jesus, sua mensagem. Os muitos afazeres acabam impedindo a escuta eficaz da Palavra de Deus.
domingo, 6 de outubro de 2024
Lucas 1, 26-38 O Messias vai chegar.
-* 26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. 27 Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava, e disse: “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!”29 Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. 30 O anjo disse: “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. 31 Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. 32 Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, 33 e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.” 34 Maria perguntou ao anjo: “Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?” 35 O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. 36 Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. 37 Para Deus nada é impossível.” 38 Maria disse: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” E o anjo a deixou.
Comentário:
* 26-38: Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova.
São Paulo VI definiu o rosário como “resumo de todo o Evangelho, onde a repetição da Ave-Maria em forma de ladainha torna-se louvor incessante a Cristo”. O rosário teve sua origem no século XII, por iniciativa dos dominicanos. Em 1573, o papa Gregório XIII, para realçar a importância do rosário, permitiu que a ordem dominicana, as confrarias do Santo Rosário e as igrejas com um altar em honra da Virgem do Rosário celebrassem, no primeiro domingo de outubro, a festa do “Santo Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria”. São Pio X fixou a festa para o dia 7 de outubro. O atual calendário romano manteve a data, porém retocou o título da festa para: “Bem-aventurada Virgem Maria do Rosário”, abreviado na edição brasileira do missal para “Nossa Senhora do Rosário”.
sábado, 5 de outubro de 2024
Marcos 10, 2-16 Deus une o homem e a mulher.
2 Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Queriam tentá-lo e lhe perguntaram se a Lei permitia um homem se divorciar da sua mulher. 3 Jesus perguntou: “O que é que Moisés mandou vocês fazer?” 4 Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e depois mandar a mulher embora.” 5 Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do coração de vocês que Moisés escreveu esse mandamento. 6 Mas, desde o início da criação, Deus os fez homem e mulher. 7 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, 8 e os dois serão uma só carne. Portanto, eles já não são dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar.”
10 Quando chegaram em casa, os discípulos fizeram de novo perguntas sobre o mesmo assunto. 11 Jesus respondeu: “O homem que se divorciar de sua mulher e se casar com outra, cometerá adultério contra a primeira mulher. 12 E se a mulher se divorciar do seu marido e se casar com outro homem, ela cometerá adultério.”
O Reino pertence aos pobres -* 13 Depois disso, alguns levaram crianças para que Jesus tocasse nelas. Mas os discípulos os repreendiam. 14 Vendo isso, Jesus ficou zangado e disse: “Deixem as crianças vir a mim. Não lhes proíbam, porque o Reino de Deus pertence a elas. 15 Eu garanto a vocês: quem não receber como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele.” 16 Então Jesus abraçou as crianças e abençoou-as, pondo a mão sobre elas.
Comentário:
*1-12: Jesus recusa ver o matrimônio a partir de permissões ou restrições legalistas. Ele reconduz o matrimônio ao seu sentido fundamental: aliança de amor e, como tal, abençoada por Deus e com vocação de eternidade. Diante desse princípio fundamental, marido e mulher são igualmente responsáveis por uma união que deve crescer sempre, e os dois se equiparam quanto aos direitos e deveres.
* 13-16: Aqui a criança serve de exemplo não pela inocência ou pela perfeição moral. Ela é o símbolo do ser fraco, sem pretensões sociais: é simples, não tem poder nem ambições. Principalmente na sociedade do tempo de Jesus, a criança não era valorizada, não tinha nenhuma significação social. A criança é, portanto, o símbolo do pobre marginalizado, que está vazio de si mesmo, pronto para receber o Reino.
O divórcio encontrava apoio na lei judaica (cf. Dt 24,1). Com facilidade, o marido arrumava motivo para despedir sua mulher. Bastava ele querer a separação. Segundo a mentalidade da época, o marido era considerado superior à sua esposa e a tratava como sua propriedade. Por sua prática e ensinamentos, Jesus afirma a igualdade de homem e mulher. Sem negar a lei judaica, ele a coloca no seu devido lugar: Moisés “escreveu esse mandamento por causa da dureza do coração de vocês”. Ao fazer esse alerta, Jesus resgata o plano original do Criador: “Os dois serão uma só carne”. O casamento estabelece igualdade entre homem e mulher. Ser uma só carne é criar íntima união e mútua compreensão entre marido e mulher. É favorecer o respeito, já que foram criados com igual dignidade e liberdade.
Hebreus 2, 9-11 Jesus, irmão solidário dos homens.
9 Mas aquele Jesus, que foi feito pouco menor do que os anjos, nós o vemos agora coroado de glória e honra, por causa da morte que sofreu. Desse modo, pela graça de Deus, ele experimentou a morte em favor de todos.
10 De fato, Deus, por quem e para quem todas as coisas existem, queria conduzir para a glória um grande número de filhos. Em vista disso, pareceu-lhe conveniente levar à consumação, por meio do sofrimento, o Iniciador da salvação de todos eles. 11 Pois, tanto aquele que santifica, como aqueles que são santificados, todos têm a mesma origem. Por isso, ele não se envergonha de chamá-los irmãos,
Comentário:
* 5-18: A Lei transmitida pelos anjos não é capaz de abrir o mundo novo da salvação. A alienação produzida pelo mal, pelo pecado e pelo medo da morte exigem transformação radical da condição humana. Encarnando-se, Jesus se torna irmão solidário dos homens e assume totalmente os problemas deles, chegando a entregar-se à morte para introduzir os homens no reino da vida. A cruz é o seu sinal de glória e honra: o Filho de Deus feito homem e crucificado foi glorificado e agora domina o universo (cf. Fl 2,6-11). A humanidade encontra em Jesus um seu semelhante, capaz de ser sua garantia junto de Deus, como verdadeiro sumo sacerdote (v. 17). Os vv. 17-18 apresentam o tema central do sermão, que vai ser desenvolvido nos capítulos seguintes, a saber: Jesus é o sumo sacerdote, fiel a Deus e solidário com os homens.
sexta-feira, 4 de outubro de 2024
Lucas 10, 17-24 A alegria do discípulo.
-* 17 Os setenta e dois voltaram muito alegres, dizendo: “Senhor, até os demônios obedecem a nós por causa do teu nome.” 18 Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago. 19 Vejam: eu dei a vocês o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo, e nada poderá fazer mal a vocês. 20 Contudo, não se alegrem porque os maus espíritos obedecem a vocês; antes, fiquem alegres porque os nomes de vocês estão escritos no céu.”
Os pobres evangelizam -* 21 Nessa hora, Jesus se alegrou no Espírito Santo, e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar.” 23 E Jesus voltou-se para os discípulos, e lhes disse em particular: “Felizes os olhos que veem o que vocês veem. 24 Pois eu digo a vocês que muitos profetas quiseram ver o que vocês estão vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir.”
Comentário:
* 17-20: Os milagres realizados são motivo de alegria para os discípulos que retornam. No entanto, Jesus mostra que são apenas sinais de uma libertação muito mais ampla, que ameaça o domínio de Satanás. A verdadeira alegria dos discípulos é saber que a novidade do Reino está surgindo, e que eles estão participando dela.
* 21-24: Os sábios e inteligentes não são capazes de perceber em Jesus a presença do Reino. Só os desfavorecidos e pobres conseguem penetrar o sentido da atividade de Jesus e continuá-la.
Sucesso na missão, alegria geral. A alegria é um tema que atravessa todo o Evangelho de Lucas. Numerosas são as pessoas que experimentam profunda alegria, procedente do Espírito Santo, a começar por Maria, que exclama: “Meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humilhação de sua serva” (Lc 1,47-48). O próprio Jesus exulta no Espírito Santo, porque os pequeninos deixaram-se envolver pelos mistérios do amor de Deus. Coisas extraordinárias os discípulos haviam realizado pelo poder de Jesus, que os acolhe e participa da alegria deles. Alegria que se intensifica por saberem que seus nomes “estão inscritos nos céus”. Eles estão a serviço da ação misericordiosa de Deus. São seus instrumentos privilegiados. Incentivo a perseverarem, colaborando na missão libertadora de Jesus.
quinta-feira, 3 de outubro de 2024
Lucas 10, 13-16 Os anunciadores do Reino.
13 Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. 14 Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura que vocês. 15 Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim! 16 Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.”
Comentário:
* 1-16: Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história.
Com tristeza, e em forma de ameaça, Jesus se queixa das cidades que, tendo recebido a visita de Deus, não se converteram. Mudar de mentalidade e de atitudes é a primeira condição para receber a salvação. Deus se manifesta constantemente a seu povo, dando sinais que chamam à conversão: acontecimentos tristes ou alegres, crises, doenças, frustrações, esperanças… Tudo pode ser ocasião para a pessoa refletir sobre a própria vida. No entanto, a experiência nos mostra que muita gente, mergulhada nas preocupações terrenas ou alimentando os próprios sonhos egoístas, deixam escapar a graça de Deus. “Rejeitar a visita de Deus é escolher a própria destruição […] ficando fora da nova história e das novas relações sociais produzidas pelo projeto de Deus”
quarta-feira, 2 de outubro de 2024
Lucas 10, 1-12 Os anunciadores do Reino.
* 1 O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos, e os enviou dois a dois, na sua frente, para toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E lhes dizia: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita. 3 Vão! Estou enviando vocês como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não parem no caminho, para cumprimentar ninguém. 5 Em qualquer casa onde entrarem, digam primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6 Se aí morar alguém de paz, a paz de vocês irá repousar sobre ele; se não, ela voltará para vocês. 7 Permaneçam nessa mesma casa, comam e bebam do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem passando de casa em casa. 8 Quando entrarem numa cidade, e forem bem recebidos, comam o que servirem a vocês, 9 curem os doentes que nela houver. E digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês!’ 10 Mas quando vocês entrarem numa cidade, e não forem bem recebidos, saiam pelas ruas e digam: 11 ‘Até a poeira dessa cidade, que se grudou em nossos pés, nós sacudimos contra vocês. Apesar disso, saibam que o Reino de Deus está próximo’. 12 Eu lhes afirmo: no dia do julgamento, Deus será mais tolerante com Sodoma do que com tal cidade.
Comentário:
* 10,1-16: Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história.
Jesus envia seus discípulos “como ovelhas no meio de lobos”. A perspectiva de rejeição assusta. Entretanto, é possível entrever um movimento carregado de esperança: evangelizar é transformar uma sociedade de lobos numa sociedade de irmãos. Com efeito, os discípulos levam a mansidão, a pobreza, o espírito de paz. Sem exigências, “comendo e bebendo o que tiverem”. Curam os doentes e anunciam o Reino de Deus. Recebem a justa retribuição pelo trabalho, e batem os pés como gesto de julgamento contra os inimigos do Reino. Naturalmente, essa benéfica transformação entra em choque com o egoísmo de muitos e as estruturas sociais injustas. Diante do panorama um tanto sombrio da missão, os discípulos não precisam recuar de medo. Eles vão em nome de Jesus: “O Senhor […] os enviou à sua frente”.
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