domingo, 21 de maio de 2023

João 16, 29-33 A vitória sobre o mundo.

29 Os discípulos disseram: “Agora estás falando claramente e sem comparações. 30 Agora sabemos que tu sabes todas as coisas, e que é inútil alguém te fazer perguntas. Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus.” 31 Jesus disse: “Agora vocês acreditam? 32 Vem a hora, e já chegou, em que vocês se espalharão, cada um para o seu lado, e me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois o Pai está comigo. 33 Eu disse essas coisas, para que vocês tenham a minha paz. Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo.” Comentário: * 25-33: Jesus não engana seus seguidores: o futuro é tempo de testemunho em meio a lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois os cristãos podem contar com o amor do Pai. E desde já podem estar certos da vitória: Jesus já venceu todos os adversários. Para quem acredita em Jesus, a ordem social injusta, que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre. Tomados de entusiasmo, os discípulos declaram a Jesus: “Nós acreditamos que tu saíste de junto de Deus”. Mas Jesus, conhecedor do coração humano, apaga logo esse fogo de palha, por saber que a fé dos discípulos é fraca, insuficiente para permanecerem fiéis ao Mestre na hora de sua paixão e à morte. Com efeito, a partir do momento em que Jesus for preso, haverá dispersão para todo lado. Pressionados, uns fogem, outro nega e alguns se mantêm a distância (cf. Lc 23,49). Os discípulos deixarão o Mestre sozinho, mas ele garante que não está só: com ele está o Pai, que nunca o abandona. A última frase é um grito antecipado de vitória: “Eu venci o mundo”. Com seu sacrifício, Jesus vence o mundo injusto e as forças do mal. Seus discípulos são chamados a participar da luta com a certeza da vitória.

sexta-feira, 19 de maio de 2023

João 16,23-28 A angústia se transformará em alegria.

23 Nesse dia, vocês não me farão mais perguntas. Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá. 24 Até agora vocês não pediram nada em meu nome: peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa.” A vitória sobre o mundo -* 25 “Até agora falei para vocês através de comparações. Está chegando a hora em que não falarei mais através de comparações, mas falarei a vocês claramente a respeito do Pai. 26 Nesse dia vocês pedirão em meu nome e não será necessário que eu os recomende ao Pai, 27 pois o próprio Pai ama vocês, porque vocês me amaram e acreditaram que eu saí de junto de Deus. 28 Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai.” Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. * 25-33: Jesus não engana seus seguidores: o futuro é tempo de testemunho em meio a lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois os cristãos podem contar com o amor do Pai. E desde já podem estar certos da vitória: Jesus já venceu todos os adversários. Para quem acredita em Jesus, a ordem social injusta, que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre. Jesus não é nenhum frustrado. Bem ao contrário, tem plena consciência de sua origem e de seu fim. Vem do Pai e ao Pai voltará. Sabe que realizou integralmente a vontade de Deus neste mundo, isto é, foi portador da salvação para a humanidade. Empenhou-se para criar comunhão entre ele e seus discípulos, chamando-os de amigos e revelando-lhes tudo o que ouviu do Pai. Os discípulos, porém, parecem distraídos e não conseguem assimilar o sentido profundo da mensagem do Mestre. Mesmo assim, Jesus não cessa de convidá-los a entrar na intimidade dele e do Pai. Como filhos queridos, podem sentir-se livres para pedir, movidos pelo Espírito, o que quiserem em nome de Jesus e serão atendidos. A última frase resume a vida de Jesus: “Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora estou deixando o mundo e voltando para o Pai”.

João 16,20-23 A angústia se transformará em alegria.

20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria. 21 Quando a mulher está para dar à luz, sente angústia, porque chegou a sua hora. Mas quando a criança nasce, ela nem se lembra mais da aflição, porque fica alegre por ter posto um homem no mundo. 22 Agora, vocês também estão angustiados. Mas, quando vocês tornarem a me ver, vocês ficarão alegres, e essa alegria ninguém tirará de vocês. 23 Nesse dia, vocês não me farão mais perguntas. Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá. Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. O momento é grave. O mundo está para cometer tremenda injustiça. Vai condenar à morte aquele pelo qual tudo foi feito e sem o qual nada foi feito (cf. Jo 1,4). Por isso é que Jesus, ao antecipar a notícia desse trágico acontecimento, usa comparações fortes e ao mesmo tempo impregnadas de esperança. Os discípulos provarão momentos de angústia, vão chorar e lamentar-se. Terão a sensação de que o mundo injusto que Jesus veio combater está saindo vitorioso. Mas tudo sofrerá uma reviravolta. É verdade que as trevas cairão pesadamente sobre os discípulos, mas em breve serão substituídas pela luz que invadirá seus corações. A presença de Jesus ressuscitado dissipará todo temor. E os discípulos, reencontrando o Mestre depois da sua paixão e morte, compreenderão que a dor é fonte de vida.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

João 16,16-20A angústia se transformará em alegria.

-* 16 Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver.” 17 Alguns discípulos comentaram: “O que ele quer dizer com isso: ‘daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? E ainda: ‘eu vou para o Pai’?” 18 E diziam: “Que significa esse ‘um pouco’? Não compreendemos o que ele quer dizer.” 19 Jesus percebeu que eles queriam fazer perguntas. E disse: “Vocês estão discutindo porque eu falei: ‘Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? 20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria. Comentário: * 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida. A expressão “daqui a pouco”, proferida por Jesus, pode ser considerada em dois níveis. Primeiramente, refere-se à paixão e morte. Será um momento de desolação para seus discípulos. Com a ressurreição de Jesus, volta a alegria, sentimento presente em várias pessoas que se encontram com Jesus ressuscitado. Em segundo lugar, a expressão “daqui a pouco” pode-se aplicar ao retorno de Jesus ao Pai na ascensão. Aqui também os apóstolos ficam inseguros e sentem-se um pouco órfãos. Mas Jesus não os deixa assim. Envia-lhes o Espírito Santo. Então, a alegria e o entusiasmo apoderam-se dos apóstolos, antes tímidos e depois cheios de coragem e fortaleza para a missão. Na verdade, Jesus nunca deixa sozinhos e desorientados seus discípulos missionários. Ele está vivo e atuante na comunidade.

terça-feira, 16 de maio de 2023

João 16, 12-15 O Espírito vai guiar o testemunho dos discípulos.

- 12 “Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. 13 Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. 14 O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. 15 Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. Comentário: * 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados. Apreensivos e tristes com a notícia da imediata partida de Jesus, os apóstolos não têm cabeça para assimilar as “muitas coisas” que Jesus ainda tem para lhes comunicar. Jesus, entretanto, lhes assegura que o Espírito da Verdade os irá esclarecendo, conforme as circunstâncias e necessidades, o que está para acontecer. O Espírito não apresentará coisas estranhas aos ensinamentos de Jesus; apenas transmitirá o que recebe de Jesus e do Pai: “Todas as coisas que o Pai tem são minhas”. O Espírito Santo glorificará Jesus, isto é, demonstrará que tudo o que Jesus ensinou e praticou são obras de Deus e que ele, Jesus, superada a humilhação da cruz, está junto do Pai. O Espírito Santo continua o projeto de Jesus na vida da Igreja e em nossa vida pessoal.

segunda-feira, 15 de maio de 2023

João 16, 5-11 O Espírito vai desmascarar o mundo.

5 Mas agora eu vou para aquele que me enviou. E ninguém de vocês pergunta para onde eu vou? 6 Mas porque eu lhes disse essas coisas, a tristeza encheu o coração de vocês. 7 Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei. 8 Quando o Advogado vier, ele vai desmascarar o mundo, mostrando quem é pecador, quem é o Justo e quem é o condenado. 9 Quem é pecador? Aqueles que não acreditaram em mim. 10 Quem é o Justo? Sou eu. Mas vocês não me verão mais, porque eu vou para o Pai. 11 Quem é o condenado? É o príncipe deste mundo, que já foi condenado.” Comentário: * 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados. Os apóstolos ficam tristes porque Jesus lhes falou de perseguições e de seu retorno ao Pai. Mas Jesus os conforta garantindo-lhes que, após sua glorificação, enviará para eles o Espírito Santo, que vem com função clara: vai convencer o mundo de que houve uma culpa, um inocente e uma condenação. Os culpados são os que condenaram Jesus à morte; o condenado é inocente; o sistema que o condenou sai condenado. A culpa consiste em não ter acreditado em Jesus, não obstante os sinais por ele realizados; a inocência se comprova porque Jesus é escolhido por Deus. A glorificação de Jesus prova que ele foi vítima inocente. A condenação do mundo injusto é decretada na morte e ressurreição de Jesus e continuará acontecendo na vida dos fiéis, pela ação do Espírito Santo ao longo da história.

domingo, 14 de maio de 2023

João 15,26-16,4 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.

26 O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim. 27 Vocês também darão testemunho de mim, porque vocês estão comigo desde o começo.” Os discípulos não devem se acovardar -* 1 “Eu disse tudo isso para que vocês não se acovardem. 2 Expulsarão vocês das sinagogas. E vai chegar a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. 3 Eles farão assim, porque não conhecem o Pai nem a mim. 4 Eu disse tudo isso para que, quando chegar a hora, vocês se lembrem do que eu disse.” Comentário: * 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido. * 1-4a: A palavra de Jesus se dirige agora aos discípulos, preparando-os para a missão futura. A mesma perseguição e marginalização que eles agora sofrem se repetirá mais tarde em relação a qualquer sociedade e sistema religioso que acoberta a injustiça, porque o cristianismo é radicalmente diferente e contrário ao “mundo”. Jesus continua preparando seus discípulos para quando ficarem sem sua presença física. Vai enviar-lhes “o Espírito da Verdade que procede do Pai”. O Espírito vai testemunhar a favor de Jesus e defender os discípulos na hora da prova e quando estiverem diante dos tribunais por causa do seu nome. Na força do Espírito Santo, os discípulos de Jesus darão esse testemunho corajoso. Dar testemunho não é só falar bem do Mestre, mas também sofrer tribulações pelo fato de ser seguidor dele. As perseguições chegam a tal absurdo que alguém, ao matar os discípulos de Jesus, pensa estar prestando culto a Deus. Os discípulos irão experimentar na própria pele o horror do fanatismo religioso de seus perseguidores.