quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022
Marcos 8, 27-33 Jesus é o Messias.
27Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” 28Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. 29Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias”. 30Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. 31Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, devia ser morto e ressuscitar depois de três dias. 32Ele dizia isso abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”.
Comentário:
* 27-33: A pergunta de Jesus força os discípulos a fazer uma revisão de tudo o que ele realizou no meio do povo. Esse povo não entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham e vêem tudo o que Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que Jesus é o Messias. A ação messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres e poderosos à custa de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar Jesus, antes que ele a destrua. Mas os discípulos imaginam um messias glorioso e triunfante.
Até agora o Evangelho de Marcos procurou mostrar, por meio de sinais e milagres, quem é Jesus. Então pergunta aos discípulos para ver até que ponto chegou o conhecimento deles a respeito do Mestre. Porta-voz do grupo, Pedro responde: tu és o Messias. Jesus não quis iludir seus seguidores e lhes mostra qual será seu destino. Jesus é o Filho de Deus, mas também o homem que tem de padecer e ser perseguido. Pedro reage diante dessa proposta e começa a repreendê-lo. Diante da atitude de Pedro, Jesus o convida a continuar sendo discípulo, ficando atrás do Mestre. Sim, nós também temos muito ainda a aprender do que o Mestre fez e ensinou. É muito fácil reconhecer e seguir o Jesus dos milagres, mas não é fácil acolher o Jesus da cruz. Nem sempre estamos dispostos a seguir o Jesus que questiona as injustiças e aponta a ferida da miséria e da dor.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
Marcos 8, 22-26 Da cegueira para a visão.
22Jesus e seus discípulos chegaram a Betsaida. Algumas pessoas trouxeram-lhe um cego e pediram a Jesus que tocasse nele. 23Jesus pegou o cego pela mão, levou-o para fora do povoado, cuspiu nos olhos dele, colocou as mãos sobre ele e perguntou: “Estás vendo alguma coisa?” 24O homem levantou os olhos e disse: “Estou vendo os homens. Eles parecem árvores que andam”. 25Então Jesus colocou de novo as mãos sobre os olhos dele e ele passou a enxergar claramente. Ficou curado e enxergava todas as coisas com nitidez. 26Jesus mandou o homem ir para casa e lhe disse: “Não entres no povoado!”
Comentário:
* 22-26: A cura em dois tempos é um símbolo do que acontece com os discípulos. Eles acompanham Jesus e vêem tudo o que ele faz, mas ainda não percebem que Jesus é o Messias. Só compreenderão isso claramente a partir da cena seguinte, onde Jesus começa a revelar seu próprio destino (Mc 8,27-10,52).
Diante dos discípulos, Jesus cura um cego em duas etapas. O sentido disso é fortemente simbólico, representando os discípulos que têm dificuldades de entender a mensagem e a proposta de seu Mestre. Não basta ver apenas fisicamente, é preciso compreender o sentido da trajetória de Jesus. O caminho da fé pode ser longo e, muitas vezes, penoso, mas é necessário não desanimar nem desistir diante do primeiro obstáculo. Nem sempre chegamos à certeza das grandes opções de nossa vida de forma imediata. Todos precisamos ser curados de nossas cegueiras em relação a Jesus e suas mensagens. Necessitamos ter os olhos purificados e bem abertos para ver a realidade em que vivemos e não confundir as pessoas com objetos descartáveis. Para os profetas, abrir os olhos aos cegos equivale a libertar da opressão a que, muitas vezes, estamos submetidos.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
Marcos 8, 14-21 Confiar na partilha.
14Os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”. 16Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, vós não vedes e, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Doze”. 20Jesus perguntou: “E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Sete”. 21Jesus disse: “E vós ainda não compreendeis?”
Comentário:
* 14-21: Os discípulos se preocupam por não terem acumulado pão. Jesus chama a atenção deles para não ficarem presos a um sistema que visa a acumular coisas para ter segurança (fermento dos fariseus e de Herodes). É preciso confiar na partilha: tudo o que se reparte, torna-se até mais do que suficiente.
Jesus alerta os discípulos sobre o fermento dos fariseus, sua ideologia nacionalista, e dos herodianos, ideologia da dominação. São dois fermentos que destroem o Evangelho, o projeto de Jesus. Os discípulos pensam que é por não estarem levando pão consigo. A partir disso, o Mestre alerta a incompreensão de seus seguidores, depois de tudo o que ele já realizou. A passagem é uma dura repreensão do Mestre contra seus discípulos, pois eles ainda não compreendem. O alerta de Jesus serve para nós também: é importante não se fixar na superfície dos sinais realizados por ele, mas avançar para a dimensão mais profunda de tais sinais. Em outras palavras, é fundamental ir além de uma leitura fundamentalista. O texto nos mostra que podemos perder de vista o fundamental, o sentido cristão das coisas, quando estamos dominados pelo imediatismo.
domingo, 13 de fevereiro de 2022
Marcos 8, 14-21 Confiar na partilha.
14Os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”. 16Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, vós não vedes e, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Doze”. 20Jesus perguntou: “E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Sete”. 21Jesus disse: “E vós ainda não compreendeis?”
Comentário:
* 14-21: Os discípulos se preocupam por não terem acumulado pão. Jesus chama a atenção deles para não ficarem presos a um sistema que visa a acumular coisas para ter segurança (fermento dos fariseus e de Herodes). É preciso confiar na partilha: tudo o que se reparte, torna-se até mais do que suficiente.
Jesus alerta os discípulos sobre o fermento dos fariseus, sua ideologia nacionalista, e dos herodianos, ideologia da dominação. São dois fermentos que destroem o Evangelho, o projeto de Jesus. Os discípulos pensam que é por não estarem levando pão consigo. A partir disso, o Mestre alerta a incompreensão de seus seguidores, depois de tudo o que ele já realizou. A passagem é uma dura repreensão do Mestre contra seus discípulos, pois eles ainda não compreendem. O alerta de Jesus serve para nós também: é importante não se fixar na superfície dos sinais realizados por ele, mas avançar para a dimensão mais profunda de tais sinais. Em outras palavras, é fundamental ir além de uma leitura fundamentalista. O texto nos mostra que podemos perder de vista o fundamental, o sentido cristão das coisas, quando estamos dominados pelo imediatismo.
Marcos 8, 11-13 A ação de Jesus é o sinal.
11Os fariseus vieram e começaram a discutir com Jesus. E, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu. 12Mas Jesus deu um suspiro profundo e disse: “Por que esta gente pede um sinal? Em verdade vos digo, a esta gente não será dado nenhum sinal”. 13E, deixando-os, Jesus entrou de novo na barca e se dirigiu para a outra margem.
Comentário:
* 10-13: Jesus aqui não dá nenhuma prova de ser o Messias que veio de Deus e que realiza a vontade de Deus. Quem está disposto pode concluir isso, vendo a pessoa e a atividade de Jesus. Pedir outra prova é querer um messias triunfalista, que provoca admiração, mas não liberta.
O grupo dos fariseus, mais uma vez, procura arrumar encrenca com Jesus, solicitando um milagre vindo do céu. O Mestre se recusa terminantemente a realizar tal pedido, para satisfazer a curiosidade de quem não quer nada com ele. Para os fariseus de ontem e de hoje, parece que não são suficientes os gestos já realizados por Jesus em favor de tantos necessitados. Ainda em nossos dias, há pessoas que abandonam o Mestre depois de não ter conseguido o que desejavam. São tentativas de obrigar Deus a ceder às nossas vontades. A própria pessoa de Jesus é o verdadeiro e autêntico sinal da presença de Deus e da salvação da humanidade. Os sinais através dos quais Jesus se revela são um chamado à fé e ao compromisso; não são para satisfazer a curiosidade nem os caprichos de quem quer que seja. O Mestre respeita a liberdade de cada um de segui-lo ou não.
sábado, 12 de fevereiro de 2022
Lucas 6, 17.20-26 Anseio por um mundo novo.
17Jesus desceu da montanha com os discípulos e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 20E, levantando os olhos para os seus discípulos, disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! 21Bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir! 22Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem! 23Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. 24Mas ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! 25Ai de vós, que agora tendes fartura, porque passareis fome! Ai de vós, que agora rides, porque tereis luto e lágrimas! 26Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas”.
Comentário:
* 17-26: O povo vem de todas as partes ao encontro de Jesus, porque a ação dele faz nascer a esperança de uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens. Os vv. 20-26 proclamam o cerne de toda a atividade de Jesus: produzir uma sociedade justa e fraterna, aberta para a novidade de Deus. Para isso, é preciso libertar os pobres e famintos, os aflitos e os que são perseguidos por causa da justiça. Isso, porém, só se alcança denunciando aqueles que geram a pobreza e a opressão e depondo-os dos seus privilégios. Não é possível abençoar o pobre sem libertá-lo da pobreza. Não é possível libertar o pobre da pobreza sem denunciar o rico para libertá-lo da riqueza.
Em contraste com Mateus, que apresenta o “sermão da montanha”, Lucas traz o “sermão da planície”. O texto do Evangelho apresenta as quatro “bênçãos em favor dos pobres” e os quatro “ais contra os ricos”. Descendo da montanha onde escolheu seus apóstolos, Jesus se encontra com numerosos discípulos e grande multidão; diante deles proclama o discurso das bem-aventuranças. Jesus inicia o discurso da planície empregando uma linguagem direta e olhando de frente a realidade do povo sofrido e ansioso por uma boa notícia. Jesus proclama felizes os pobres, os famintos, os que choram, os perseguidos por causa de Jesus. Em contrapartida, proclama os ais contra os ricos, os saciados, os que riem e os que são elogiados. As bem-aventuranças proclamadas por Jesus não são um apelo ao conformismo; ao contrário, conclamam os pobres e famintos a levantarem a cabeça, na certeza de que, no empenho pela justiça, sua situação haverá de mudar. Os pobres não são felizes por causa de sua pobreza e miséria – o próprio Jesus condena a miséria e a fome -, são felizes porque Deus está com eles. Além de palavras de ânimo, as bem-aventuranças são também uma contestação contra a exploração e a concentração, e um apelo de solidariedade dos ricos em favor dos mais necessitados.
1 Coríntios 15, 12.16-20 Se os mortos não ressuscitam...
12Se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como podem alguns dizer entre vós que não há ressurreição dos mortos? 16Pois, se os mortos não ressuscitam, então Cristo também não ressuscitou. 17E se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor e ainda estais nos vossos pecados. 18Então, também os que morreram em Cristo pereceram. 19Se é para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, nós somos – de todos os homens – os mais dignos de compaixão.
Deus será tudo em todos -*20Mas, na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram.
Comentário:
* 12-19: Em Corinto, alguns pensam que, depois da morte, a alma imortal continua vivendo sozinha, abandonando a matéria e o corpo, que são considerados coisas más e inferiores. Outros pensam que tudo termina com a morte e que é melhor aproveitar o momento presente. Paulo mostra que ambas as opiniões são contrárias ao núcleo da fé cristã, porque se os mortos não ressuscitam verdadeiramente, nem Cristo ressuscitou.
* 20-28: Dois estados da humanidade se opõem: o pecado e a morte, dos quais Adão é o símbolo; a graça e a vida, realizadas em Cristo (cf. Rm 5,17-21). A partir do pecado, existem na sociedade forças e estruturas que invertem o destino humano, desagregando, pervertendo, e até mesmo levando os homens à morte. Cristo foi morto por essas estruturas, mas Deus o ressuscitou e lhe deu poder de destruí-las. Após vencer essas forças, também a morte será vencida; então, o triunfo será definitivo. Unida a Cristo, a humanidade estará de novo submetida a Deus e o Reino de Deus se manifestará completamente.
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