quinta-feira, 23 de setembro de 2021
Lucas 9, 18-22 Jesus é o Messias.
18 Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então, Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. 20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
Comentário:
* 18-27: Não basta declarar e aceitar que Jesus é o Messias; é preciso rever a idéia a respeito do Messias, o qual, para construir a nova história, enfrenta os que não querem transformações. Por isso, ele vai sofrer, ser rejeitado e morto. Sua ressurreição será a sua vitória. E quem quiser acompanhar Jesus na sua ação messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer caminho semelhante: renunciar a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza.
Terminada sua oração individual, Jesus faz aos discípulos a pergunta fundamental: “Quem sou eu?”. E a faz em dois tempos, para que a resposta deles se destaque sobre as opiniões do povo. A pergunta é um desafio, não simples curiosidade. Ultrapassando o nível de resposta do povo, Pedro responde como cabeça de todos: “Tu és o Messias de Deus!”, isto é, o Ungido de Deus que vem implantar a era da justiça e da paz (cf. Is 11,1-9). Os discípulos, porém, terão de percorrer longo caminho até compreenderem a verdadeira identidade de Jesus: ele é o Messias que vai realizar sua missão como Servo sofredor. Os chefes do povo (anciãos, chefes dos sacerdotes e doutores da Lei), que mantêm a sociedade injusta, vão matá-lo. Ele, porém, ressuscitará e dará continuidade a seu projeto por meio de seus seguidores.
Oração
Ó Jesus, Messias de Deus, reconhecemos que não basta ter informações sobre quem tu és. É necessário que assumamos teu modo de vida, que sejamos teus fiéis seguidores, conscientes de que percorres um caminho de sofrimento até a entrega total de tua vida mediante tua morte na cruz. Amém.
quarta-feira, 22 de setembro de 2021
Lucas 9, 7-9 Jesus começa a inquietar.
7O governador Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros, ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus.
Comentário:
* 7-9: A palavra e ação de Jesus deixam o povo e as autoridades sem saber o que pensar. É que a presença dele força todo mundo a se perguntar: "Quem é esse homem? O encontro de Jesus e Herodes acontecerá na Paixão (23,6-12).
Jesus vem para realizar e propor nova mentalidade e, por isso, novo estilo de vida. Por suas atitudes coerentes e por seu poder de expulsar as forças do mal e curar doenças, em pouco tempo, Jesus havia cativado e arrastado atrás de si numerosas multidões. Embora ele insistisse para não publicarem seus feitos, sua fama logo se espalhou por toda parte e chegou aos ouvidos de Herodes, homem forte do governo. Fosse o profeta Elias que voltava, fosse João Batista, ressuscitado dos mortos, ambas as lembranças eram um tormento para a cabeça do cruel Herodes, que fica confuso. “Queria ver Jesus”, talvez para livrar-se do pesadelo de sua vida desregrada. Na paixão de Jesus, Herodes fará de tudo para arrancar-lhe uma palavra. Em vão. Tratava-se de mera curiosidade, não desejo de se tornar discípulo.
Oração
Ó Jesus Mestre, Herodes Antipas se incomoda com as informações que circulam a teu respeito. Mera curiosidade pessoal, sem intenção de se tornar teu discípulo. Livra-nos, Senhor, dos prepotentes, que dificultam ou impedem a expansão do teu Reino de justiça, amor e paz. Amém.
terça-feira, 21 de setembro de 2021
Lucas 9, 1-6 A missão dos discípulos.
1Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças 2e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3E disse-lhes: “Não leveis nada para o caminho: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem mesmo duas túnicas. 4Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. 5Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés como protesto contra eles”. 6Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa-nova e fazendo curas em todos os lugares.
Comentário:
* 9,1-6: Cf. nota em Mc 6,7-13: Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana (curas). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações.
Após certo período de ensinamento aos apóstolos, Jesus os envia em missão. Dá-lhes poder e autoridade sobre as coisas que oprimem as pessoas. Objetivamente, o que deverão fazer? Anunciar o Reino de Deus, isto é, que Jesus está presente e traz seu projeto de vida e liberdade para todos. Além disso, Jesus lhes dá o poder de curar as doenças. É um projeto inédito, revolucionário, que vai mexer com as estruturas da sociedade. Jesus e seus apóstolos não fecharão os olhos diante das injustiças que o povo sofre; não omitirão a verdade, mas proporão a transparência nos relacionamentos. São pregoeiros de uma sociedade assentada sobre a prática do amor, da justiça e da fraternidade. Ao enviar seus apóstolos, Jesus prevê conflitos, porque nem todos estão abertos para acolher o Reino de Deus e dele fazer parte.
Oração
Ó Jesus, missionário do Pai, aos doze apóstolos dás “poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças”. Assim autorizados, eles percorrem os vilarejos, anunciando a Boa Notícia e realizando curas por toda parte. Envia, Senhor, novos apóstolos para os novos tempos. Amém.
Mateus 9, 9-13 Justiça e misericórdia.
9Jesus viu um homem, chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” 12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.
Comentário:
* 9-13: Cf. nota em Mc 2,13-17. Com a citação de Oséias 6,6, Mateus esclarece o sentido da missão de Jesus: a justiça do Reino é inseparável da misericórdia.
Mateus era cobrador de impostos. Ao chamado de Jesus responde prontamente. Admirável é seu desprendimento, pois ele promove em casa uma refeição de despedida, para a qual convida muitos colegas de profissão. Por prestar serviço aos ocupantes romanos, os cobradores de impostos eram malvistos e até mesmo desprezados pelos judeus. Jesus, que veio para oferecer a salvação a todos, não se deixa levar por esses preconceitos. Mateus escreveu o Evangelho que leva seu nome. É o Evangelho do Reino de Deus, do cumprimento em Cristo da Antiga Aliança. É o Evangelho do Sermão da Montanha, das parábolas do Reino e do juízo universal. Escrevendo para judeu-cristãos, insiste no messianismo de Jesus e na realização perfeita das promessas do Antigo Testamento.
Oração
Ó Jesus Mestre, para compor o primeiro núcleo de tua comunidade, escolheste o publicano Mateus. Assim agindo, valorizaste os cobradores de impostos, já que eram desprezados e tachados de pecadores por muitos de seus conterrâneos. Tu lhes renovaste a esperança, pois vieste justamente chamar os pecadores. Amém.
domingo, 19 de setembro de 2021
Lucas 8, 16-18 Ouvir e agir.
16“Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. 17Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto. 18Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”.
Comentário:
* 16-18: Cf. nota em Mc 4,21-25: Quem não age, perde até mesmo a compreensão que pensa ter.
Os discípulos receberam a explicação da parábola do semeador e foram iluminados. Não devem guardar para si o tesouro precioso dos ensinamentos do Mestre; ao contrário, devem ser luz para o mundo. A Palavra de Deus, de fato, tem cunho universal: não é exclusividade de grupos fechados. Sendo Palavra que liberta, não pode ficar oculta ou abafada: “A Palavra de Deus não está algemada” (2Tm 2,9). Em outra passagem, Jesus disse: “O que vocês disserem no quarto, ao pé do ouvido, será proclamado sobre os telhados”. A seus discípulos e a nós Jesus recomenda abertura de coração para acolhermos sua mensagem em medida generosa. Quanto mais a pessoa se abre para Deus sem cálculos, tanto mais Deus se manifesta a ela. Se a pessoa é mesquinha e se retrai, mesmo assim Deus não se retira nem deixa de se comunicar.
Oração
Ó Mestre Jesus, recomendas que tua Palavra não seja monopólio de pequeno grupo, como uma seita. Ao invés, queres que tua Palavra seja conhecida, amada, praticada e divulgada. Faze de nós, Senhor, autênticas testemunhas da tua Boa-Nova em toda parte e por todos os meios. Amém.
sábado, 18 de setembro de 2021
Marcos 9, 30-37 Quem é o maior?
30Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”. 32Os discípulos, porém, não compreendiam essas palavras e tinham medo de perguntar. 33Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que discutíeis pelo caminho?” 34Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. 35Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” 36Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: 37“Quem acolher em meu nome uma destas crianças é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher está acolhendo não a mim, mas àquele que me enviou”.
Comentário:
* 30-37: Os discípulos não compreendem as conseqüências que a ação de Jesus vai provocar, pois ainda concebem uma sociedade onde existem diferenças de grandeza. Quem é o maior? Jesus mostra que a grandeza da nova sociedade não se baseia na riqueza e no poder, mas no serviço sem pretensões e interesses.
“O que é que vocês discutiam no caminho?” A pergunta de Jesus desconcerta seus discípulos. Como criança arteira que é pega em flagrante fazendo algo indevido, os discípulos ficam sem graça e calados. Discutir é um modo de conversar, porém com os ânimos excitados. Uma espécie de bate-boca. Algo nada exemplar. Pois bem, o tema entre os discípulos era competição: qual deles era o maior no grupo de Jesus? Caminham bem na direção contrária do ensinamento do Mestre. Então, pacientemente, Jesus repete a lição: “Entre vocês, quem quiser ser o maior seja o servidor de todos”. A nova sociedade proposta por Jesus não prevê lugar para dominador e dominados, explorador e explorados. Todos são irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai celeste e regidos pela exigência do serviço fraterno.
Oração
Ó Jesus Mestre, atravessas a Galileia, focado na tua missão de libertar os oprimidos. Teus discípulos, ao invés, estão preocupados em saber qual deles é o maior. Esclareces que, na tua comunidade, maior é o que serve a todos. Dá-nos a graça de entender e praticar tuas sábias exigências. Amém.
Tiago 3,16-4,3 A verdadeira sabedoria.
16Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. 17Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. 18O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz.
A busca da realização humana - 4,1De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós? Não vêm, justamente, das paixões que estão em conflito dentro de vós? 2Cobiçais, mas não conseguis ter. Matais e cultivais inveja, mas não conseguis êxito. Brigais e fazeis guerra, mas não conseguis possuir. E a razão está em que não pedis. 3Pedis, sim, mas não recebeis, porque pedis mal. Pois só quereis esbanjar o pedido nos vossos prazeres.
Comentário:
* 13-18: Muitas pessoas se apresentam como "aquelas que sabem tudo". A sabedoria verdadeira, porém, não é a cultura teórica que se aprende em livros, mas é a experiência da vida que se manifesta no discernimento que leva a um comportamento justo e pacífico. Sábio é aquele que nunca pára de aprender. Mais do que ensinar, ele é alguém que está sempre disposto a buscar a verdade junto com os outros.
* 1-10: O homem é ser inacabado e, por isso, sua vida é busca permanente de realização. Freqüentemente ele a pede a Deus. Por que não é atendido? Porque muitas vezes imagina a sua própria realização dentro dos esquemas de uma sociedade idolátrica, que adora os deuses da riqueza e do poder. Ao invés de realizar-se, a pessoa encontra-se presa da cobiça e da inveja, que produzem todo tipo de conflitos e competições e levam até mesmo à morte. Este é o mundo que se absolutiza e se coloca no lugar de Deus (cf. Mt 6,24). Para chegar à sua própria realização, o homem precisa descobrir-se como criatura e reconhecer que Deus é o único Senhor absoluto, e só a ele se deve adorar e servir. Aí nasce o processo de conversão, pela qual o homem rompe com o espírito do mundo, abandonando o orgulho e a ambição, para tornar-se pequeno e submisso a Deus. E Deus, o único que pode conceder a realização, responde ao anseio do homem, manifestando-lhe a vida e a ação do seu Filho como o sentido e a meta da vida humana.
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