sexta-feira, 19 de março de 2021

João 7, 40-53 A manifestação de Jesus provoca divisão.

 40Ao ouvirem as palavras de Jesus, algumas pessoas da multidão diziam: “Este é, verdadeiramente, o profeta”. 41Outros diziam: “Ele é o Messias”. Mas alguns objetavam: “Porventura o Messias virá da Galileia? 42Não diz a Escritura que o Messias será da descendência de Davi e virá de Belém, povoado de onde era Davi?” 43Assim, houve divisão no meio do povo por causa de Jesus. 44Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém pôs as mãos nele. 

As autoridades recusam ouvir Jesus - 45Então, os guardas do templo voltaram para os sumos sacerdotes e os fariseus, e estes lhes perguntaram: “Por que não o trouxestes?” 46Os guardas responderam: “Ninguém jamais falou como este homem”. 47Então, os fariseus disseram-lhes: “Também vós vos deixastes enganar? 48Por acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? 49Mas essa gente que não conhece a Lei é maldita!” 50Nicodemos, porém, um dos fariseus, aquele que se tinha encontrado com Jesus anteriormente, disse: 51“Será que a nossa Lei julga alguém antes de o ouvir e saber o que ele fez?” 52Eles responderam: “Também tu és galileu, porventura? Vai estudar e verás que da Galileia não surge profeta”. 53E cada um voltou para sua casa.

Comentário:

* 25-36.40-44: Os dirigentes dos judeus tentam prender Jesus, que para eles é uma ameaça. E no meio do povo a divisão continua: o tema da discussão é sobre a origem do Messias. Uns não aceitam Jesus, baseados numa tradição teórica sobre a origem do Messias. Outros, que já são muitos, acreditam que Jesus é o Messias, porque prestam atenção na sua prática libertadora e vêem nisso sinal da presença de Deus. E Jesus então mostra o verdadeiro critério para reconhecer o Messias: não é o lugar de sua origem, mas o fato de ele ser o enviado de Deus, cuja atividade seja reconhecida pelas obras que faz.

* 45-53: Aqueles que detêm o poder não toleram a mensagem de Jesus, porque ela acabaria com todos os seus privilégios. Por isso, amaldiçoam o povo simples e procuram prender Jesus, usando a Lei como arma repressiva.

Continua a polêmica sobre a identidade e a origem de Jesus. Há controvérsias entre o povo e as autoridades do templo: uns consideram-no um profeta e Messias que impressiona pelo seu falar; outros dizem que da Galileia não se pode esperar profeta algum e propõem prendê-lo e julgá-lo. Nicodemos intervém, dizendo que ninguém deve ser julgado e condenado antes de ser ouvido e saber o que fez para ser condenado. O Evangelho nos alerta sobre o risco de julgar e condenar alguém pelo simples “ouvi dizer” e sem provas, muitas vezes movidos por interesses egoístas. Antes de julgar e condenar alguém, se faz necessário abrir bem o coração para captar os pensamentos de Deus. As palavras e as ações de Jesus deveriam ser suficientes para tomar uma posição a seu favor e tornar-se seu discípulo.

Oração
Senhor e Mestre, a teu respeito havia desacordo no meio do povo. Uns contra, outros a favor. Alguns te atacavam negando a tua origem divina; outros te acolhiam como o enviado do Pai celeste. Queremos, Jesus, pertencer ao número dos que te compreendem e seguem fielmente. Amém.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Mateus 1, 16-18.18-21.24 Jesus, o Messias, realiza as promessas de Deus.

 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. 

O começo de uma nova história - 18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe em sonho e lhe disse: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 24Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado.

Comentário:

* 1-17: Em Jesus, continua e chega ao ápice toda a história de Israel. Sua árvore genealógica apresenta-o como descendente direto de Davi e Abraão. Como filho de Davi, Jesus é o Rei-Messias que vai instaurar o Reino prometido. Como filho de Abraão, ele estenderá o Reino a todos os homens, através da presença e ação da Igreja.

* 18-25: Jesus não é apenas filho da história dos homens. É o próprio Filho de Deus, o Deus que está conosco. Ele inicia nova história, em que os homens serão salvos (Jesus = Deus salva) de tudo o que diminui ou destrói a vida e a liberdade (os pecados).

José era um “homem justo”, uma pessoa honrada, temente a Deus. Mesmo não compreendendo a gravidez de Maria, José manteve uma atitude de discrição e respeito. Até que, em sonho, o Senhor lhe desvendou o mistério (cf. Mt 1,20-21). José foi desafiado a percorrer o caminho da fé, pois estava a serviço de uma história que ultrapassava seus projetos pessoais. Estava a serviço da história da salvação. Protegeu Maria e seu filho da cruel perseguição de Herodes. Viveu momentos de aflição quando perdeu de vista o adolescente Jesus, encontrando-o depois no Templo. Numa palavra, José viveu em constante sintonia com Deus, ao lado de Maria, e, com ela, velava atentamente os passos de Jesus, que “crescia e ficava forte, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2,40).

Oração
Ó Jesus adolescente, aos doutores da Lei escutas com atenção e os interrogas com inteligência, no templo de Jerusalém. És aprendiz, mas, acima de tudo, és Mestre, porque falas a respeito das realidades do Pai celeste. Dá-nos, Senhor, abertura de coração para acolher e praticar teus ensinamentos. Amém.

Romanos 4, 13.16-18-22 Os herdeiros de Abraão.

 13Não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem da fé, que Deus prometeu o mundo como herança a Abraão ou à sua descendência. 16É em virtude da fé que alguém se torna herdeiro. Logo, a condição de herdeiro é uma graça, um dom gratuito, e a promessa de Deus continua valendo para toda a descendência de Abraão, tanto para a descendência que se apega à Lei quanto para a que se apoia somente na fé de Abraão, que é o pai de todos nós. 17Pois está escrito: “Eu fiz de ti pai de muitos povos”. Ele é pai diante de Deus porque creu em Deus, que vivifica os mortos e faz existir o que antes não existia. 

O que é ter fé - 18Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua posteridade”. 22Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça.

Comentário:

* 13-17: Em vista da justiça que vem da fé, Abraão recebeu gratuitamente de Deus a promessa de se tornar herdeiro do mundo. Ora, a promessa feita a Abraão permanece e é transmitida como herança aos seus descendentes. Todavia, os autênticos descendentes e herdeiros são aqueles que Deus justifica através da fé, como fez com Abraão, e não os que se limitam a observar a Lei.

* 18-25: Ter fé e entregar a própria vida a Deus é esperar contra toda esperança. Abraão acreditou que ia ser pai quando sua velhice e a esterilidade de Sara diziam o contrário. A justiça de Abraão é a fé confiante de que Deus pode realizar tudo o que promete. Nós também somos justificados por Deus quando acreditamos que ele ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos, para nos livrar da morte do pecado e nos dar a vida nova.

 

quarta-feira, 17 de março de 2021

João 5, 31-47 Testemunhas em favor de Jesus.

 31“Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não vale. 32Mas há um outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. 33Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34Eu, porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a vossa salvação. 35João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com a sua luz. 36Mas eu tenho um testemunho maior que o de João: as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou. 37E também o Pai que me enviou dá testemunho a meu favor. Vós nunca ouvistes sua voz nem vistes sua face, 38e sua palavra não encontrou morada em vós, pois não acreditais naquele que ele enviou. 39Vós examinais as Escrituras, pensando que nelas possuís a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão testemunho de mim, 40mas não quereis vir a mim para ter a vida eterna! 41Eu não recebo a glória que vem dos homens. 42Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus. 43Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a este vós o receberíeis. 44Como podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único Deus? 45Não penseis que eu vos acusarei diante do Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança. 46Se acreditásseis em Moisés, também acreditaríeis em mim, pois foi a respeito de mim que ele escreveu. 47Mas se não acreditais nos seus escritos, como acreditareis então nas minhas palavras?”

Comentário:

* 31-47: Como distinguir o verdadeiro e o falso, reconhecendo se Jesus realiza ou não a vontade de Deus? Jesus apresenta as três testemunhas que confirmam sua missão divina: primeiro, sua ação em favor da vida e da liberdade; segundo, o testemunho de João Batista, que o apresenta como salvador; terceiro, as Escrituras, que anunciavam o que Jesus agora realiza. Não adianta nada uma comunidade dizer que tem fé e repetir as palavras da Bíblia; é necessário que as ações dessa comunidade sejam continuação da ação de Jesus, confirmando a própria fé.

Jesus continua esclarecendo a polêmica provocada pela cura do doente em dia de sábado. O Mestre continua defendendo sua ação e não se limita à autodefesa, mas apresenta quatro testemunhas em seu favor: o Pai, o Batista, as obras e a Escritura. Contra seus adversários, Jesus apresenta essas testemunhas que confirmam e aprovam sua prática libertadora. Um coração fechado ao amor de Deus não consegue se abrir para acolher Jesus e o seu projeto. Quando o amor e a verdade de Deus não estão em nós e quando procuramos a nossa própria glória, e não a de Deus, dificilmente conseguiremos ver a ação de Deus em Jesus, preferindo as trevas à luz. A comunidade que quiser ser testemunha fiel de Jesus terá de assumir sua proposta de vida e ação. Só a fé nos leva a ver em Jesus e nas pessoas o rosto de Deus.

Oração
Ó Jesus, nosso Mestre, muitos conterrâneos teus não reconhecem que foste enviado pelo Pai e que realizas as obras que o Pai te concedeu realizar. Tu os censuras pela dureza de coração. Senhor, faze-nos compreender as Escrituras e reconhecer que és o Filho de Deus. Amém.

 

terça-feira, 16 de março de 2021

João 5, 17-30 A vida está acima da lei.

 17Jesus respondeu aos judeus: “Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho”. 18Então, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque, além de violar o sábado, chamava Deus o seu Pai, fazendo-se, assim, igual a Deus.

Jesus dá vida a quem está morto - 19Tomando a palavra, Jesus disse aos judeus: “Em verdade, em verdade vos digo, o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz também. 20O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados. 21Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem ele quer. 22De fato, o Pai não julga ninguém, mas ele deu ao Filho o poder de julgar, 23para que todos honrem o Filho assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho também não honra o Pai, que o enviou. 24Em verdade, em verdade vos digo, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou possui a vida eterna. Não será condenado, pois já passou da morte para a vida. 25Em verdade, em verdade, eu vos digo, está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão. 26Porque, assim como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida em si mesmo. 27Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do Homem. 28Não fiqueis admirados com isso, porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho e sairão: 29aqueles que fizeram o bem ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação. 30Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Eu julgo conforme o que escuto, e meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.

Comentário:

* 1-18: O paralítico é figura do povo oprimido e paralisado, à espera de alguém que o liberte. Jesus vai ao encontro do paralítico, e lhe ordena que ele próprio se levante e ande, encontrando sua liberdade e decidindo seu próprio caminho.

Para Jesus e para seu Pai, o importante é a vida e a liberdade. Elas estão acima até mesmo das leis religiosas e da opinião de quaisquer autoridades.

* 19-30: Em tudo o que faz, Deus procura dar a vida, e sua maior obra é a ressurreição. Ressuscitar não é apenas voltar à vida física, mas levantar-se para começar vida nova e transformada. A fé em Jesus, que é compromisso com sua palavra e ação, leva o povo a começar a vida nova da ressurreição, organizando-se como família dos filhos de Deus e irmãos de Jesus. Assim, a morte já está sendo vencida, e o será definitivamente na ressurreição final.

Ao curar o enfermo em dia de sábado, Jesus provoca a ira dos judeus. Jesus responde que ele trabalha assim como seu Pai sempre trabalha e que não há restrição de dias para fazer o bem. O Filho vai aprendendo do Pai e fazendo aquilo que o Pai faz. O agir de Jesus está em sintonia com o desejo de Deus. Além disso, expressa sua unidade com o Pai, fruto de uma profunda comunhão de amor entre os dois. Deus se comunica com o ser humano não via leis e preceitos, mas pela vivência do amor. Com frequência desejamos que Deus se adapte aos nossos desejos e se conforme aos nossos sistemas e projetos. É importante se deixar guiar pelos planos do Pai, revelados pelo seu Filho. As ações de Jesus deveriam ser as ações de cada cristão. A fé nele consegue nos manter em pé e firmes na missão que ele nos confiou.

Oração
Ó Jesus, disseste aos teus conterrâneos: “As coisas que o Pai faz, o Filho o faz da mesma forma”. Ao dizer que Deus é teu Pai, te fazes igual a Deus. Essa revelação deixa teus adversários perturbados. Concede-nos, Senhor, a sabedoria para aceitar, em nossa vida, essa verdade de fé. Amém.

segunda-feira, 15 de março de 2021

João 5, 1-16 A vida está acima da lei.

 1Houve uma festa dos judeus, e Jesus foi a Jerusalém. 2Existe em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Betesda em hebraico. 3Muitos doentes ficavam ali deitados: cegos, coxos e paralíticos. 4De fato, um anjo descia, de vez em quando, e movimentava a água da piscina, e o primeiro doente que aí entrasse, depois do borbulhar da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse. 5Aí se encontrava um homem que estava doente havia trinta e oito anos. 6Jesus viu o homem deitado e, sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: “Queres ficar curado?” 7O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente”. 8Jesus disse: “Levanta-te, pega a tua cama e anda”. 9No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou a sua cama e começou a andar. Ora, esse dia era um sábado. 10Por isso, os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: “É sábado! Não te é permitido carregar tua cama”. 11Ele respondeu-lhes: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua cama e anda'”. 12Então lhe perguntaram: “Quem é que te disse: ‘Pega tua cama e anda’?” 13O homem que tinha sido curado não sabia quem fora, pois Jesus se tinha afastado da multidão que se encontrava naquele lugar. 14Mais tarde, Jesus encontrou o homem no templo e lhe disse: “Eis que estás curado. Não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior”. 15Então o homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. 16Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas em dia de sábado.

Comentário:

* 1-18: O paralítico é figura do povo oprimido e paralisado, à espera de alguém que o liberte. Jesus vai ao encontro do paralítico, e lhe ordena que ele próprio se levante e ande, encontrando sua liberdade e decidindo seu próprio caminho.

Para Jesus e para seu Pai, o importante é a vida e a liberdade. Elas estão acima até mesmo das leis religiosas e da opinião de quaisquer autoridades.

Nesse texto, temos o terceiro sinal do Evangelho de João: a cura de um paralítico doente havia 38 anos (uma geração?). Esse doente é um perdedor nessa corrida em busca da cura, não tinha ninguém que o ajudasse no momento oportuno. De repente, surge Jesus para animá-lo e devolver-lhe a saúde e o convida a carregar a própria cama. Esse gesto provoca conflito com os judeus, que lhe perguntam quem o autorizou a carregar a cama em dia de sábado. Com esse gesto, o Mestre mostra que a vida vale mais que as Leis e que estas deveriam estar a serviço da vida. Deus, na pessoa de Jesus, está sempre ao lado de quem necessita. Está sempre disponível para animar a esperança de quem está caído. São muitos também em nossos dias os que estão caídos à margem da sociedade esperando uma oportunidade e uma ajuda para recuperar a dignidade.

Oração
Amável Jesus, em dia de sábado restituis ao homem paralítico os movimentos das pernas e a capacidade de andar. Imensa alegria e vida nova ao recém-curado, e desconforto aos fariseus, que logo desencadeiam uma perseguição contra ti. Queremos permanecer para sempre contigo, ó Salvador nosso. Amém.

 

domingo, 14 de março de 2021

João 4, 43-54 Muitos acreditam só quando vêem milagres.

 43Jesus partiu da Samaria para a Galileia. 44O próprio Jesus tinha declarado que um profeta não é honrado na sua própria terra. 45Quando então chegou à Galileia, os galileus receberam-no bem, porque tinham visto tudo o que Jesus havia feito em Jerusalém durante a festa. Pois também eles tinham ido à festa. 

A fé na palavra de Jesus produz vida - 46Assim, Jesus voltou para Caná da Galileia, onde havia transformado a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário do rei que tinha um filho doente. 47Ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judeia para a Galileia. Ele saiu ao seu encontro e pediu-lhe que fosse a Cafarnaum curar seu filho, que estava morrendo. 48Jesus disse-lhe: “Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais”. 49O funcionário do rei disse: “Senhor, desce, antes que meu filho morra!” 50Jesus lhe disse: “Podes ir, teu filho está vivo”. O homem acreditou na palavra de Jesus e foi embora. 51Enquanto descia para Cafarnaum, seus empregados foram ao seu encontro, dizendo que o seu filho estava vivo. 52O funcionário perguntou a que horas o menino tinha melhorado. Eles responderam: “A febre desapareceu, ontem, pela uma da tarde”. 53O pai verificou que tinha sido exatamente na mesma hora em que Jesus lhe havia dito: “Teu filho está vivo”. Então, ele abraçou a fé, juntamente com toda a sua família. 54Esse foi o segundo sinal de Jesus. Realizou-o quando voltou da Judeia para a Galileia.

Comentário:

* 43-54: O círculo da missão evangelizadora de Jesus se expande, distanciando-se cada vez mais das instituições consideradas salvadoras. Os judeus recusam Jesus, os samaritanos o acolhem. E agora um pagão acredita na palavra dele e se converte com toda a família. Fica assim rompida toda relação de dependência entre salvação e lei, entre fé e instituição. A salvação é dom de Deus para todos aqueles que se abrem e respondem a esse dom.

O relato da cura do filho do oficial romano é o segundo dos sete sinais narrados pelo Evangelho de João. Enquanto em algumas cidades é rejeitado, na Galileia Jesus é bem acolhido por aqueles que veem o que ele realiza. A boa acolhida, porém, pode ser fruto da expectativa de ver sinais. Uma fé que necessita de milagres para acreditar é uma fé frágil que nem atinge os objetivos. Em Caná, onde realizou o primeiro sinal, o oficial vai ao encontro de Jesus para que cure o seu filho. Movido pela fé, o oficial procura o Mestre e reconhece que ele não é simples taumaturgo, mas possui a palavra que cria nova realidade. A fé desse oficial não acomoda, mas é uma fé dinâmica e envolvente que desinstala do comodismo. Quaresma é tempo de caminhada alegre rumo à Páscoa: caminhada de descoberta de si mesmo e do Deus surpreendente e amoroso.

Oração
Ó Jesus, peregrino incansável, com teu poder, e a distância, curaste, em Caná da Galileia, o filho de um funcionário do rei. Nós te bendizemos porque não fazes distinção de pessoas; ao contrário, socorres a quem te busca de coração sincero implorando humildemente teus favores. Amém.